Hoje decidi ir à guerra espreitar.
Pela fresta da janela do Facebook espreitei e veio cá um cheiro a podre … um cheiro nauseabundo a guerra!!!
Qual não foi o meu espanto quando constatei que o cheiro é Português e vi que por cá, em Portugal, vive-se permanentemente na feira de vaidades entre coronéis, generais, televisões, jornalistas, muitos doutores e doutoras da guerra e, para completar a plateia há ainda uma carrada de ex-militares que passam a vida a lamber as botas aos generais com a célebre frase: “ Bem haja, meu general, pelas suas palavras.”
Acontece que, por vezes, o que o general disse ou escreveu não passa de boboseiras.
⁃ Basta visitar as patéticas publicações de alguns deles - os do costume, os tais que ganharam muito dinheiro em comissões na Bósnia e em outras missões da Nato, sem nunca terem criticado ou recusado participar nessas missões, por a doutrina da Nato ir contra as suas ideias. Por aqui, fica-se logo a saber o tamanho da hipocrisia desses generais.
Há coronéis novos a falar, alguns generais velhos zangados por terem sido postos de lado e acusações a outros generais e coronéis, por passarem a vida a reproduzir nas TVs aquilo que ouvem, horas antes, nas antenas estrangeiras; além disso, acusam-se uns aos outros, tentando saber quem é aquele que está mais dentro do sistema;
entenda-se por sistema a organização da NATO.
Eu, como militar pára-quedista , estou envergonhado, por ver generais que conheço bem, à pancada uns contra os outros, apenas para ganharem mais ”likes” e terem mais tempo de antena; eles adoram ouvir “ Meu grande general”.
Que fique aqui bem claro (Os meus ídolos são os meus filhos e generais cá em casa, só os meus netos.) que não chamo meu general a ninguém!
Trato-os pelo nome. Se quiserem que os trate pela patente, também exijo a respectiva correspondência.
Portanto, por hoje chega de guerra, mas qualquer dia volto à guerra cá em Portugal - talvez à do inimigo , para ir buscar os planos da pólvora.
Adérito Barbosa