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sábado, 25 de janeiro de 2025

O Problema Africano e a Inconsciência dos Governantes

 


Numa estação de rádio, o Sr. Primeiro Ministro Ulisses Correia e Silva, sugeriu que Cabo Verde estaria preparado para receber os eventuais emigrantes deportados dos Estados Unidos.  

Com esta declaração, Ulisses encarnou a pele habitual da maioria dos líderes africanos: a incapacidade de avaliar de forma realista os desafios que neste caso o país terá de enfrentar se Trump cumprir a promessa eleitoral de deportar imigrantes ilegais. Ulisses não está aqui nem está ali, não está cá vive noutro planeta. Ulisses assumiu uma total falta de consciência, exatamente como a maioria dos líderes africanos que, em vez de soluções, são eles próprios grandes entraves ao desenvolvimento da consciência coletiva - decisões superficiais e promessas vazias, que alimentam ilusões e ignoram os problemas reais.  

Cabo Verde enfrenta desafios estruturais gritantes. O país vive com escassez de recursos naturais, uma dívida pública assustadora, juros altíssimos um mercado de trabalho limitado e com oportunidades quase inexistentes para os jovens. Apesar disso, Ulisses, numa atitude displicente, imprudente e com um toque de arrogância, fingiu ignorar a dura realidade da falta de empregos para quem já vive em Cabo Verde. E como se isso não bastasse, ainda acrescenta ao problema um cenário potencialmente catastrófico com a vinda de milhares de deportados.  

Como pode o país suportar uma avalanche de retornados? Tal afirmação está completamente descolada da realidade e revela, sem rodeios, uma gritante falta de honestidade intelectual.  

Mas atenção: esse tipo de postura não é exclusivo de Ulisses Correia e Silva. O padrão repete-se em líderes como José Maria Neves e Olavo Correia.

A estagnação de África não vem apenas da falta de recursos ou da interferência externa. Vem da incapacidade dos governantes em reconhecer as reais necessidades das suas populações. Enquanto continuarem a tomar decisões baseadas em ilusões e a preocuparem-se apenas com a manutenção de uma imagem política, o progresso de África continuará a ser apenas uma ideia distante, adiada pela inconsciência dos seus próprios líderes.  

A África continua comprometida face aos outros continentes, não apenas pela história ou pelas circunstâncias, mas sobretudo pela falta de visão crítica e responsável dos seus líderes. A recente declaração de Ulisses Correia e Silva sobre a capacidade de Cabo Verde receber deportados é um reflexo claro dessa mentalidade: prometer sem pensar, falar sem medir.  

Bastava dizer: - Como Primeiro-Ministro, estou muito preocupado com essa possibilidade. Cabo Verde não tem capacidade para absorver os eventuais deportados e, com a Europa a restringir cada vez mais a entrada de imigrantes, a situação será ainda mais complicada.

….Ulisses não disse nada disso!


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

O veto do Tribunal de Contas não serviu para nada


Aqueles que se dizem comunistas, mas vivem como proletários, são a personificação da imbecilidade.

Há uma contradição grotesca em quem veste o manto ideológico do comunismo e permanece atolado em ideais que nunca se materializam. A hipocrisia do discurso oco escancara a incapacidade de liderar pela coerência e pelo exemplo.  

O presidente de um país pobre que decide gastar fortunas em viagens internacionais revela uma insensatez atroz.

Enquanto o povo luta para sobreviver no meio da escassez, ele enche os bolsos dos amigos angolanos, viajando em aviões privados e esbanjando recursos públicos. Esta é a marca do imbecil: incapaz de entender a gravidade da posição que ocupa e indiferente às necessidades básicas do povo.  

Pior ainda é o chefe de estado que usa a autoridade para negociar obras de arte dentro da Casa Civil.

Transforma-se de líder em chefe de máfia, promovendo negociatas ilícitas. É o ácido que corrói as estruturas da República, degradando o que deveria ser um bastião de moralidade e ética.  

Ao transformar uma amante em primeira-dama, faz de si próprio o retrato da desfaçatez.

A presidência não é palco para escândalos de novelas amorosas. Pior ainda são os cargos fantasmas atribuídos às amantes ou às namoradas, com salários dignos de princesas da farinheira.  

Quando, em plena função, o presidente se presta ao papel patético de faxineiro de campanha em Tarrafal, revela sua verdadeira natureza: a imbecilidade.

Para este tipo de imbecil, a presidência é uma vitrine de luxo e ostentação, enquanto a população amarga no limiar da pobreza.  

Quando ousa interferir com linhas vermelhas e amarelas nas escolhas do governo, ultrapassa todos os limites aceitáveis.

Ele não é líder, mas um ditador disfarçado, exercendo autoritarismo sob a capa de democracia. A política, para ele, é um jogo de conveniências onde manipula regras e destrói alianças sem remorso.  

Mais assustador ainda é o uso de capangas para intimidar e silenciar opositores.

O capanga é de Assomada, e é sustentado pelo rendimento mínimo garantido americano, obtido sem nunca ter trabalhado ou contribuído para os Estados Unidos: - tipo ciganos em Portugal. Esse ciganito caboverdiano promete bofetadas à esquerda e à direita mais parece um pugilista. Esse comportamento é a face mais grotesca da imbecilidade: o uso da força bruta de outros imbecis de espírito para sufocar a liberdade de expressão e impor narrativas falidas. Ele transforma o medo em ferramenta de poder - um truque vil que evidencia a fraqueza intelectual, moral e política que o define.  

Esse imbecil é um cancro que corrói silenciosamente as fundações da nação.

A permanência de figuras assim no poder é uma afronta à inteligência coletiva, uma marca de desrespeito absoluto pelo povo e pelas instituições.  

É impossível falar da imbecilidade no cenário político cabo-verdiano sem mencionar o espetáculo de futilidade que ocorre diariamente na Assembleia Nacional.

Deputados que deveriam liderar o progresso da nação passam o tempo em debates intermináveis e conversas menores, como se estivessem num salão de fofocas e não numa das mais importantes instituições democráticas.  

Esses representantes, em vez de propor soluções para os problemas sociais e económicos, gastam milhões em sessões de discursos vazios.

Ataques pessoais, vaidades despropositadas e retórica oca preenchem o tempo, enquanto as necessidades do cidadão comum continuam ignoradas.  

A Assembleia tornou-se o lugar perfeito para a inércia.

Deputados que deveriam fiscalizar o Executivo, denunciar abusos e propor políticas transformadoras preferem prolongar discussões inúteis para justificar os salários que recebem.  

O veto do Tribunal de Contas às despesas presidenciais expõe ainda mais essa desconexão entre poder e povo.

Enquanto a população luta para suprir as necessidades básicas, o presidente transforma o orçamento da presidência num cofre pessoal. Gastos astronómicos e injustificados ferem a moralidade pública e destroem a confiança nas instituições.  

E onde está a Assembleia Nacional no meio disso tudo? Em silêncio.

Os deputados, ocupados com debates vazios e teatralidade partidária, ignoram o que deveria ser uma prioridade: fiscalizar o uso do dinheiro público. O veto do Tribunal de Contas é tratado como uma nota de rodapé, um detalhe que não merece atenção.  

Os parlamentares vivem perfeitamente em harmonia com a decadência política.

Actores rascas nas sessões da hipocrisia, são rápidos para defender interesses partidários e pessoais, mas lentos – ou inexistentes – quando o tema é a protecção do erário público ou o combate aos abusos de poder e ao nepotismo.  

O veto do Tribunal de Contas deveria ser um alerta grave.

Deveria servir como sinal de que algo está profundamente errado na administração do país. Contudo, foi recebido com a mesma apatia que caracteriza o trabalho da maioria dos deputados. Não há indignação, apenas complacência.  

O que se vê na Assembleia e no Palácio Presidencial é uma dança coordenada de imbecis.

Cada um ocupa o seu papel dentro da mediocridade, num ciclo de negligência, abusos e inação. O veto do Tribunal de Contas deveria ser um ponto de viragem, um divisor de águas para exigir responsabilidade e compromisso com a transparência.  

Os deputados precisam lembrar que estão ali para servir o povo, não para se perderem em criolez.

Já o presidente precisa entender que o orçamento da presidência  não é um cofre privado.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

domingo, 12 de janeiro de 2025

Orbitando fechado em mim



Na esquina onde o tempo dobra em silêncio,  

há fios invisíveis que costuram o vento,  

e tremor do mundo onde o sonho se aquece.  

Há raízes que despertam no ventre da terra,  


luz nas asas das aves, sob a sombra das papoilas, manhãs que esperam o toque do improvável.  


Há cinzas que falam mais alto que o fogo,  

pedras que carregam o peso do instante,  

e palavras que ardem no ventre do silêncio.  

Há círculos onde o corpo corre sem direção,  

sorrisos esculpidos nas frestas do vazio,  

e beijos dissolvidos no sopro do vento. 


E há cascatas que murmuram segredos

gotas que guardam promessas adormecidas,  

e histórias sussurradas às pedras.  

Há um centro imóvel no caos que pulsa,  

um respirar que molda o invisível,  

e sentidos que escapam como fumaça eterna.  


Há o vazio desenhado nas margens do horizonte,  

ecos de palavras que nunca chegam,

silêncios que dançam no cansaço da espera.  


E há quem leia as minhas dúvidas errantes,  

quem me encontre nos meus  escritos,  

e há quem veja um poeta em ruínas.  

mas é graças a quem me lê,  

que a sombra do verso se faz chama,  

e eu construo, as letras

nas cinzas do poema queimado.  


Mas também há o vazio que se desdobra na ausência,  nos ecos perdidos, no indizível, tecidos de cetim.


Há quem leia o que nunca existiu,  

quem se perca na esterilidade dos versos,  

poeta que arma palavras tristes.  

e o sentido escapa, entre frestas

no instante que me queima e me dissolve,  

na poeira que resta do lume impossível,  

e me torno vestígios de luz que ilumina o nada permito-me ser massa desprezável 

Lagrangiana orbitando fechada em mim

com as minhas guitarras.


Adérito Barbosa, in olhosemlente.blogspot.com

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

O Benfica é mesmo grande



 Ele há coisas que só visto, nem contado! Então não é que o estádio da Luz, coitadinho, ficou pequenino para os benfiquistas? 

Ora, estamos a falar de um clube que, quando não anda a ajustar resultados com uma precisão cirúrgica, tem a polícia em casa mais vezes que na casa da vizinha devido à pancadaria entre marido e mulher.

Um clube especialista em trapalhadas, financiado à base da boa e velha Operação Coração, o que se traduziu na falta de comida em milhares de casas de família, com o suporte de jornais desportivos que mais parecem departamentos de relações públicas do clube, das televisões transformadas em agência de notícias privada do clube - ah, e não esquecer: único clube no mundo a transmitir jogos caseiros com comentadeiros tão imparciais que até o Padre da catedral ruboriza de vergonha.

E os árbitros? Esses nem se fala: carregam o Benfica ao colo como se fosse uma criança que não consegue andar sozinha. E os adeptos? Sempre prontos para dar taponas carinhosas nos fiscais de linha. Agora, imagine-se, querem um estádio para 120 mil pessoas. Claro, o atual é apenas para 65 mil almas, demasiado pequeno para tanto fair play.

E o mais engraçado? O estádio da Luz vai mesmo ficar em pé para jogos de râguebi e futebol feminino. Mas eu logo pensei: pronto, lá vai o pobre adepto enfiar a mão ao bolso para pagar mais um estádio. Porque, se há coisa que o Benfica sabe fazer bem, é transformar sonhos em despesas do seu contribuinte.

O Benfica não é um clube de Portugal, não senhor. É um clube do outro mundo. Marte, talvez, ou quem sabe Júpiter. Portugal é que não aguenta tanta grandeza.


Carrega Benfica… carrega no bolso dos lampiões.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.comEle há coisas que só visto, nem contado! Então não é que o estádio da Luz, coitadinho, ficou pequenino para os benfiquistas? 

Ora, estamos a falar de um clube que, quando não anda a ajustar resultados com uma precisão cirúrgica, tem a polícia em casa mais vezes que na casa da vizinha devido à pancadaria entre marido e mulher.

Um clube especialista em trapalhadas, financiado à base da boa e velha Operação Coração, o que se traduziu na falta de comida em milhares de casas de família, com o suporte de jornais desportivos que mais parecem departamentos de relações públicas do clube, das televisões transformadas em agência de notícias privada do clube - ah, e não esquecer: único clube no mundo a transmitir jogos caseiros com comentadeiros tão imparciais que até o Padre da catedral ruboriza de vergonha.

E os árbitros? Esses nem se fala: carregam o Benfica ao colo como se fosse uma criança que não consegue andar sozinha. E os adeptos? Sempre prontos para dar taponas carinhosas nos fiscais de linha. Agora, imagine-se, querem um estádio para 120 mil pessoas. Claro, o atual é apenas para 65 mil almas, demasiado pequeno para tanto fair play.

E o mais engraçado? O estádio da Luz vai mesmo ficar em pé para jogos de râguebi e futebol feminino. Mas eu logo pensei: pronto, lá vai o pobre adepto enfiar a mão ao bolso para pagar mais um estádio. Porque, se há coisa que o Benfica sabe fazer bem, é transformar sonhos em despesas do seu contribuinte.

O Benfica não é um clube de Portugal, não senhor. É um clube do outro mundo. Marte, talvez, ou quem sabe Júpiter. Portugal é que não aguenta tanta grandeza.

Carrega Benfica… carrega no bolso dos lampiões.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

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