O veto do José ao aumento salarial dos professores não surpreende; reflete o desprezo profundo que ele nutre pela classe que forma a espinha dorsal de qualquer sociedade. A verdade nua e crua é que o José prefere um país mergulhado na ignorância, um país onde a iliteracia é a norma. Isso facilita a sua vida, pois, na sua tacanha visão, é mais fácil manipular massas de indivíduos sem educação, alheios ao seu papel cívico e incapazes de questionar o óbvio. Basta ouvir os deputados do PAICV no parlamento - aquilo até dói a alma.
É irónico e ao mesmo tempo trágico que um presidente incapaz de dominar a língua oficial do seu próprio país ouse menosprezar aqueles que dedicam a vida à arte de ensinar. Ouça-se os discursos do José, cheios de clichês e frases estéreis, que nada comunicam senão a profundidade de sua própria ignorância. E é precisamente essa ignorância que a máquina do PAICV perpetua quando insiste em manter a população subjugada por uma educação de segunda classe, com a promoção do crioulo perto das escolas — um dialeto que, embora parte importante da cultura de Cabo Verde não serve como ferramenta para elevar o nível intelectual dos jovens. Enquanto isso, os filhos da elite, estudaram ou estudam em Portugal, absorvendo um ensino que verdadeiramente abre portas, deixando o povo preso na ilusão de uma educação inclusiva e progressista que nada mais faz senão limitá-los. É assim que o ditador José controlou as massas durante os 15 anos como primeiro ministro.
Os professores, na sua essência, são os artífices de uma sociedade consciente, informada e capaz de transcender os limites impostos por líderes medíocres. Eles não são apenas transmissores do conhecimento, mas construtores de mentes críticas, que podem — e devem — questionar a situação. A educação é o maior motor de transformação social, e sem professores devidamente valorizados e remunerados, qualquer sonho de desenvolvimento se torna uma miragem. Manter o dialeto crioulo perto do estabelecimento de ensino é uma farsa; um paliativo que reforça a segregação social. Dialetos locais, embora parte da identidade cultural, não oferecem a base linguística, técnica ou científica necessária para inserir as gerações futuras no mundo do conhecimento global. O crioulo, se promovido como a língua no ensino, não elevará a qualidade da educação; pelo contrário, servirá como um veículo para a estagnação intelectual, favorecendo o aumento da criminalidade, da alienação e do desespero juvenil.
O resultado disso será o agravamento de um ciclo vicioso: jovens sem perspectivas, iludidos por uma educação inferior, que se tornam presas fáceis do submundo do crime, perpetuando a ignorância e a violência. Enquanto isso, José e sua camarilha continuarão nos seus gabinetes, negociando em surdina quadros entre eles, inventando primeiras Damas, pagando “dinheiro” pornografico, ameaçando quem os denúncia regozijando-se com o estado de uma nação que vive sobre o fio da navalha económica orgulhosos de terem mantido o status quo de uma massa acrítica, controlável e eternamente grata por migalhas tecnológicas, como iPhones e o sonho distante de um Tesla e quem sabe uma viagem à lua. O veto do José ao aumento salarial dos professores é apenas mais uma prova do seu projeto nefasto: um país onde a educação é deliberadamente sufocada para futuramente manter o poder nas mãos da elite do PAICV conivente e desprovida de escrúpulos, com aplausos da Cristina Fontes e Janira Almada.
Aos professores resta-lhes julgar o Neves nas urnas se até lá entretanto não for destituído.
Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspo.com
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