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terça-feira, 21 de março de 2017

FARISEU

FARISEU

Naquele tempo, Afonso Costa, Advogado e Ministro, fez parte de vários Governos (dirigiu três  até 1923), sendo considerado um dos grandes responsáveis pela instabilidade durante a I República.  Ao sentir o cerco dos fariseus e os pedidos de clemência do povo, mergulhado na ignorância e sufocado na miséria, ele, um “expert”  em questões religiosas, que se  doutorou  em Coimbra com a dissertação "A Igreja e a questão social”, obra em que ataca violentamente a então recente encíclica “Rerum novarum”, pois  fé era coisa que ele não tinha, também não tinha nada para dar ao povo, a não ser explicar as mortes de soldados Portugueses na Flandres, visto que foram mandados para lá à trouxe-mouxe e  por ele super mal equipados e preparados, tipo carne para canhão.
Afonso Costa arranjou três trabalhadores infantis  lá da Cova da Iria – a Pepa, o Éder e a Patrícia - e fez deles os únicos capazes de ver coisas que ninguém via e de  falar com Santinhas que visionaram o fim da guerra e PORTUGAL como campeão europeu; Afonso Costa resolveu o problema dele, desviando as atenções da sua má governação para um canto. Muito mais tarde, lá mais para a frente, Salazar fez o resto e assim fundaram a maior empresa Portuguesa de sempre, que vende milhões de fé e nada de facturas, nada de taxas nem de impostos!
Com a poderosa máquina de “marketing” da Igreja em funcionamento, os fiéis poderão escolher entre uma grande variedade de “souvenirs”: porta-chaves de 5 a 25 €, medalha de ouro oficial da visita a 1300€, camisolas com a imagem do Papa a 20€ e todo o tipo de velas e velinhas para pagar promessas, que se estima serem às toneladas, a preços muito diversos e até o programa comemorativo da visita custa dinheiro! O Vaticano cobra um cachê nunca inferior a 12 milhões  - pelo menos foi assim no Reino Unido.
Digam lá se o Afonso Costa foi ou não um visionário!
E eu, será que eu sou um fariseu?

Adérito Barbosa in olhosemlente
Fotos-google

domingo, 19 de março de 2017

Geometrias

Geometrias

Multiplicar à mão a ilusão
num plano inclinado
vectores verticais primeiro
horizontais só mais tarde
longe dos soldados e noivas
aprisionar a tempestade a um canto
que os nossos olhos verão os raios
do alto de um céu
traçar curtas distâncias
crescendo teimosamente na relva
do Golfe entre o buraco e a bandeira.
Espero como um enólogo a prova
mergulhado no gelo carbónico
sinto o frio das flores
sobre os campos de neve a respirar
o cheiro do campo na cidade
Como agulha entrar pela veia azul
de sangue vermelho
em direção ao coração indefeso
que teima em defender-se
da vontade de um abraço.

Adérito Barbosa in olhosemlente
Foto-google

segunda-feira, 13 de março de 2017

Piedade de Deus

Por piedade
Deus conferiu aos poetas a graça
De saberem  escrever cartas de amor,
De sorrir todos os dias,
De descobrir que o amor é uma mentira,
Uma invenção dos amantes
Que cativa os corações dos fracos.
Se te espreito, sou malandro
Espera o tempo passar
Os anos vão confirmar
Que o que faço por ti
Não faço a mais ninguém!
Espreito-te na penumbra
Porventura nas tuas palavras
A ausência da luz é bom
Para os olhos cor de gato
E do teu corpo basta a silhueta
Para te pintar na imaginação.
Nunca cantei de cor poemas
Sem antes ver neles versos de amor.
E Deus, por piedade, conferiu-me a graça de saber escrever cartas de amor
E viver para te amar!

Adérito Barbosa in olhosemlente

segunda-feira, 6 de março de 2017

A vergonha da deusa Temis

A vergonha da deusa Temis

Deusa Temis tirou a venda, largou a balança, deixou cair a espada, sentou-se no chão, segurou a cabeça, desgrenhou o cabelo de tanta vergonha quando soube que ele também tem amigos endinheirados.  Lembro-me bem de o ouvir,  o melhor Juiz do mundo, na SIC, numa entrevista miserável ao estilo moralista, afirmando  “que não tinha amigos ricos, razão pela qual  tinha que viver do seu trabalho”.
Pois bem, a mentira parece ter mesmo a perna curta. Sabe-se agora que o melhor Juiz do mundo, o tal a quem chamam de Super, também tem amigos endinheirados, a quem recorre para pedir dinheiro para as obras.
Diz-se que pediu dinheiro a um Procurador, o tal que está detido por ser suspeito de corrupção, branqueamento de capitais, violação do segredo de justiça e falsificação de documentos.
- E agora, como é?
Se o maior Juiz do mundo mandou boquinhas foleiras,  muito para além da sua competência, com comentários jocosos  sobre um processo que tinha em mãos, sobre amigos endinheirados - Onde está a moral?
Adérito Barbosa in olhosemlente
Foto-Google

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