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terça-feira, 30 de maio de 2017

Se eu fosse

Se eu fosse sol
tomaria duche de água fria agora
Gelo eu fosse
estendia-me numa pradaria na hora
televisão seria sem imagem
neste paralelo vivo a vida
que posso.

Sem conhecimento sou patego
quem sabe até labrego
sonhador aspiro ser poeta
para trincar a escrita nas horas
miseráveis.

Estou incapaz de entender
o ritmo do vento que passa
nesta serra onde não se ama.
Não sei onde estou,
nem entendo, mas está na hora.
Como posso esperar que alguém me escute
se sou mudo entre surdos?

Com a cabeça vazia de formas
sempre fiz o meu melhor.
Desde palavras que não disse
às que não ouvi
luto com as ideias dos vivos
para manter a alma quente.

Imagino seguro este lugar
mas aqui só há granizo e frio.

Adérito Barbosa in olhosemlente

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