Malhar em ferro frio é uma expressão popular que significa perder tempo com alguma coisa que não vai mudar; é normalmente, tentar explicar a um poderoso que chegou ao poder através de determinado método, que isso não o mantém nessa posição de poder. Os tempos mudam, os métodos também e a história pode tornar obsoletos os processos que o levaram até ali, até à grandeza.
É por isso que os poderosos ascendem alto, chegam muito alto, ao topo e depois caem como se estivessem ancorados em estacas de sal à mercê de um dilúvio.
Os poderosos não entendem que o que serviu para a conquista de um determinado objectivo não serve para o manter aí. Mesmo numa revolução, quem geralmente governa são os conservadores, a vanguarda nunca governa, nem o processo da conquista garante a sua manutenção.
Fui jovem e vivi o “boom” do cigarro e das fumaradas e fumarolas das ervas - era uma alegria! No meu tempo de jovem, quem não fumava nada não era homem - eu não era homem! Beber vinho nas tabernas era motivo de chacota e desprezo por parte da burguesia portuguesa; hoje já não há tascas e a burguesia, de olho no vinho, inventou a esplanada, onde o vinho se bebe em copo de pé alto, cristalino e já ninguém se lembra dos copos de três ou do pénalti e do sarro do copos encardido.
Nenhum pobre ousa sentar-se na esplanada do Chiado e pedir uma taça de tinto ou branco fresco. O preço assustava-o certamente.
Enquanto o copo de três entrava em decadência, assistiu-se à ascensão do vinho em copos de pé alto, mesmo sendo copos manhosos do chinoca.
E assim se vive a ascensão de heróis, grande parte dos quais sustentam o seu percurso em linhas tortas.
Sempre que ouço gritos histéricos do povo a elevar um juiz a herói ou a santo, fico sempre de pé atrás.
Quando o super juiz, o famoso juiz da operação Lava Jato no Brasil foi convidado a participar numa conferência no Estoril, VII Fórum Jurídico de Lisboa e foi confrontado com uma entrevista dada pelo Ex-Primeiro-Ministro português Sócrates ao Canal da TV Migalhas, em que chamou ao juiz Sérgio Moro, activista político, juiz perseguidor, justiceiro primário e juiz malandreco, Moro disse que não respondia a criminosos.
No Brasil, ele trata por criminoso qualquer cidadão indiciado - felizmente este crápula não é Português.
Como sempre detestei juízes mediáticos, fiquei de pé atrás, porque achei aquela vozinha irritante e além disso ele não olhava ninguém olhos nos olhos, o que já é indício de qualquer coisa.
Voltando atrás, o juiz Moro, na sentença que escreveu no processo Lava Jato, que condenou o Lula da Silva, ex-Presidente do Brasil, afirmou que não tinha provas, mas que tinha sérias convicções da culpabilidade do réu.
Nem o juiz nem os Procuradores do Ministério Público Brasileiro sabiam que também no Brasil havia um impiedoso e implacável pirata informático do tipo do nosso Rui Pinto, que dá pelo nome de Walter Delgatti Neto.
Este pirata facilmente pirateou os telefones dos Procuradores do Ministério Público que compunham o grupo “task force” do Lava Jato e do próprio juiz; acedeu à box da Telegram, aplicação russa similar à do WhatsApp e assim a todo o correio escrito, áudio, imagens e vídeos que trocaram à margem do processo.
Todo esse acervo foi parar às mãos do famoso jornalista Glenn Greenwald, o tal que fez explodir o caso Snowden e pôs a espionagem americana no esgoto e se banha nas águas turvas do Wikileaks como um peixe de lodo.
Glenn Greenwald é um dos jornalistas que já venceu o Óscar do jornalismo “Prémio Pulitzer”, sendo actualmente responsável pelo “site” The Intercept Brasil, filial da poderosa Intercept Americana que faz jornalismo de investigação.
O GLENN GREENWALD, macaco sabichão dessas coisas, publicou uns pequenos trechos das conversas entre um juiz julgador e orientador do Procurador chefe da Lava Jato.
O juiz, o tal que chamou Sócrates de criminoso, veio logo a correr fazer uma lei para deportar o jornalista, afirmando que era tudo falso e que as supostas mensagens publicadas nem sequer tinham sido autenticadas. O jornalista, esperto como tudo, fez acordos com os maiores jornais e revistas do país como a folha de S. Paulo, a Revista Veja e a Rádio Band News de Reinaldo Azevedo e, concertadamente, começaram a publicar, à vez, mensagens às pinguinhas, a fim de assim fritarem a macacada em lume brando.
Conclusão: - O juiz, o tal que veio a Portugal chamar criminoso ao nosso ex-Primeiro-ministro revelou-se um canalha, um filho da mãe, um juiz pulha que dava informações ao Ministério Público que mandava substituir Procuradores por outros nos julgamentos, conspirava contra os arguidos do Lava Jato em perfeita comunhão de pouca vergonha com o tal Deltan Dallagnol, chefe da task force que, por sua vez, também tinha uma agenda política - controlavam juízes das instâncias superiores e criaram uma fundação com milhões da Petrobrás, para gastarem a seu bel-prazer.
O Deltan sonhava ser PGR; até deputado pensou ser e o Sérgio Moro juiz da STF. Eles organizavam manifestações através do “Mude” e mandavam gente para a rua gritar contra o Lula. Davam palestras remuneradas, enriqueciam, não acusavam nem este nem aquele para não melindrar amigos, como foi o caso do ex Presidente Fernando Henrique Cardoso; enviaram parte do processo para a Globo para esta intoxicar a opinião pública intencionalmente.
Nas conversas privadas fora do processo, Moro confessa que o Ministério Público não tinha provas contra o Lula, mas que o podiam acusar, que ele iria dar um jeito. Nas conversas reveladas, até fizeram chacota com a morte da esposa de Lula e do neto dele. Há dias, Jerusa Burmann Viecili, Procuradora envolvida veio pedir desculpa ao Lula publicamente através do Twitter.
Os Procuradores criaram uma artimanha nojenta com alguns dos corruptos ricos presos, instigando-os a denunciar Lula.
Com a seguinte negociata
- Descobrimos que você roubou à Petrobrás e sabemos que tem X milhões no banco no estrangeiro. Se mudar de advogado, o Sr. faz uma delação mentirosa de acordo com o que lhe dissermos, paga ao advogado que lhe indicarmos X milhões, devolve à justiça brasileira Y milhões e fica com o valor de Z milhões. A moldura penal para o crime é de 15 anos, mas o Sr. apanha um ano de prisão e depois vai à sua vida gastar o seu dinheirinho.
Pasme-se que os advogados para quem eles tinham que mudar e mudaram, eram advogados do escritório da mulher do Sérgio Moro.
Canalhice maior não há!
Os presos corruptos, que só tinham a ganhar e nada a perder, sob a forma de delações, propalaram mentiras e acusaram o Lula numa das maiores fraudes processuais de que há memória.
Aqueles que convidaram Sérgio Moro a vir dar palestras a Portugal ainda não abriram a boca; nem o próprio Diário de Notícias, que fez manchete com pompa e circunstância com a cara deste mafioso, quando passou pelo Estoril no (VII Fórum Jurídico de Lisboa) nada publicaram sobre este assunto, pelo menos que eu tenha conhecimento.
Adérito Barbosa in olhosemlente