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quarta-feira, 29 de abril de 2020

Campeonato da palermice e arte de escrever asneirada

“ILOGICIDADE DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS EM TEMPOS DO COVID 19, “ segundo o Professor Dr. José Maria das Neves.

Não transcrevo o artigo do douto Professor  Dr. José Maria das Neves ex Primeiro-Ministro de Cabo, publicado no Jornal a Semana no dia 29abril20 porque não sei se algum cabo-verdiano ou mesmo ele próprio sabe o significado da  palavra “ilogicidade”. Contudo, um comentário não menos oco do pseudo Cientista Político Analítico  - Armindo Barreto à publicação referida mereceu a minha admiração pela quantidade de asneira.

“Armindo Barreto 27 Abril 2020 09:47
Para que o rubro considere o caminho do insufismavel truncado em que o rimbombar das lefúcias acertem com o desfrutado incesto torna-se necessário muitas vezes que o anírio do celesbático golondópio se evapore na noite das coisas. Ora, nos tempos modermos em que o anírio penetra-se em vasos nunca incadescentes, a democracia muitas vezes não deixa de evocar supresas para o desespero do fluído que transgreça os capilares de irrigação do bom senso. Nesta senda, a grindótica esfera circun-enchida torna-se em torno do assunto que desabaratado pelo paradigma da socialização corre em direcção ao troco que não substimado mantém o seu endesdável, fazendo com que a corrida para a democracia possa resultar em limitantes de minutos lástimos e contribuir para ricebo de que a naga do alto faz impelir certa elite para o descalabro dos neurónios que comandam o bem feito. * Cientista Político e Analista”



 Adérito Barbosa in olhosemlente

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Paraquedistas belgas na BETP - Tancos


Ser justiceiro na BETP conferiu-me alguns privilégios.
Havia sempre uma ou outra cerveja de borla no clube, tinha acesso aos petiscos, era bem aceite no meio dos doutores e almoçava quando queria na mesa do Mor e dos chefes.
Eu era provavelmente o menino bonito do Mor Alves, mas tinha um azar dos diabos…
Houve pancadaria no Entroncamento com os ciganos - estava, por acaso, perto e acabei metido naquilo. Quando fui à GNR tratar da papelada referente aos militares identificados no motim, o cigano que estava para ser ouvido, assim que me viu, começou a gritar:- Ai mãe! Ai mãe! Esse era o chefe deles...
Houve uma viatura de um militar enfiada num lago - acabei metido no processo de afundamento da viatura sem culpa nenhuma!
Houve a destruição dum bar de alterne, o Chaminé em Torres Novas - acabei também metido naquilo, por mero acaso - Perigo era a minha profissão!!!
Eu só tinha ido beber umas canecas com os belgas e enfiar umas mentiras às moças. O nosso comandante, Coronel Lousada, não conseguia meter na cabeça que essas coisas aconteciam comigo por mero acaso. Sempre acossado pelo Mor, achava que eu era o mentor de todas as desgraças que aconteciam na Base Escola. Um dia disse-me: - Barbosa, estou já farto de saber que estás metido em todas as merdas, pá! Fazes mais alguma e dou-te uma porrada!
É sobre o Chaminé que vou falar.
Julgo tratar-se do último dia de saltos para os belgas; houve ordem de soltura para os jantares convívio entre portugueses e belgas.
Como eu falava “franciú” melhor que um papagaio, levei alguns graduados belgas, oficiais e sargentos ao Chaminé. Casa cheia de paraquedistas belgas e portugueses, Todos trajados à civil, atracados e bem acompanhados. Muitas, muitas cervejas. Também havia por lá caras estranhas ao balcão e com ar suspeito; mais tarde vim a saber tratar-se de proxenetas.
Gargalhadas, whisky, cerveja, laranjada com sombrinha a enfeitar as taças; o champanhe corria com mais abundância do que as águas do Tejo.
Seguindo o lema onde se senta um paraquedista sentam-se mais três, conseguimos sentar-nos.
Não sei o que aconteceu, mas acho que um português apalpou uma moça... Dei conta que já havia um gajo dos nossos com uma cueca de senhora enfiada na cabeça - os chulos não acharam graça e começou a pancadaria!
Um militar belga, para pôr ordem na casa, despoletou uma granada de fumo e foi um caos dentro do Chaminé e o resto não preciso de contar…
Dado o alarme à PSP, saímos todos a correr para os táxis.
No outro dia, depois da corridinha para higienizar os pulmões da fumarola da noite anterior, quando cheguei à secção de justiça por volta das 10:30, estavam o nosso comandante e o major com cara de poucos amigos:
- Barbosa, pegue na mala porque vamos sair com o nosso comandante.
O major a conduzir, o comandante no lugar do pendura, eu atrás com a mala de detetive ao lado e vejo que tomam a direção de Torres Novas; mais adiante, dei conta que íamos para o Chaminé.
Quando entrámos, estava o dono completamente transtornado. Do que vi parecia que tinha passado lá dentro uma manada de elefantes, seguida de uma vara de javalis; tudo partido, tudo revolto; as paredes estavam todas negras e manchadas.
Fui passando para o papel as descrições dos estragos que o major ia relatando e outras que o dono fazia questão que constassem no relatório de estragos. Feito o apanhado, o dono do “bataclan”, simpático para com o nosso comandante, fez questão de oferecer um Favaios num reservado.Quando o gajo esticou o copo para mim, olhou-me e disse:
- Você esteve cá ontem! Respondi: - Eu? Eu não!
Teimoso, insistiu: - Se não era você, era alguém muito parecido!...
A conversa morreu por ali e fiquei descansado, convencido de que me tinha safado.
Quando estávamos perto da base, o nosso comandante virou-se para trás com a maior calma do mundo e disse:
⁃ Barbosa, resolva este assunto e tratem de pagar os estragos ao proprietário do bar. Eu sabia que você estava metido!!!
Acrescentou o major com aquele bigodinho à Clark Gable.
⁃ Eheheh, olha quem...
Nem fui almoçar; chamei o tenente paraquedista belga, disse-lhe que a espoleta da granada pertencia ao lote de granadas belgas e que o nosso comandante mandou resolver a coisa por via não oficial. Caso contrário, passaria o assunto para o comando belga, mandava instaurar um processo e apanhávamos todos pela mesma bitola. Por acaso ele era o tesoureiro da delegação e como trazia com ele uma mala grande cheia de dinheiro para eventualidades, lá fomos pagar.
Depois de pagar, dei conta que o dono da Chaminé tinha duplicado o número de cadeiras, mesas, copos e até as paredes tinham sido pintadas três vezes.
Confrontei-o com isso, ao que respondeu:
- Você acha que alguém pagou as despesas naquela noite? Ficou ela por ela!


Foto: almoço da minha despedida dos Páras - Messe de Monsanto

Adérito Barbosa in olhosemlente



sábado, 25 de abril de 2020

Vida macabra

Vida macabra

BETP - O destino óbvio de todos os graduados, terminado o CFG, era ficar no Batalhão de Instrução e dar recruta - não fugi à regra.
Terminada essa missão, espetaram comigo na Companhia 311 no primeiro pelotão.
Passado pouco tempo, tive uma desavença grossa com um Alferes do mesmo pelotão e o Comandante de Companhia, na altura CAP/PQ Victor Santos, interveio em minha defesa, resolveu o caso internamente e transferiu-me para o pelotão de Apoio da 311; no PAP era calculador de tiro. A vida corria lindamente para mim; pertencia a uma companhia que era a menina bonita dos PARAQUEDISTAS.
Certo dia, num exercício de fogo com os morteiretes, pegámos fogo à mata junto ao pinhal. Aquilo meteu bombeiros, GNR, sirenes, tanques de água, tudo! METEU tudo! Foi uma tourada, uma confusão dos diabos! Apagada a fumaça e contados os pinheiros queimados, acharam por bem, então, correr comigo da 311.
Lembraram-se de me colocar na Secçao de Justiça, que por acaso (ou não?) ficava juntinho, paredes meias com o gabinete do Comandante.
Quando me apresentei, disse ao Major Caldeira que eu não percebia nada daquilo…
Começou a fazer festinhas no bigodinho dele, tipo Clark Gable e disse:
- Aqui no teu registo biográfico diz que frequentaste a Escola Militar. Se frequentaste a Escola Militar, então deves saber ler e escrever.
Deu-me imediatamente uma pilha de manuais, NEPS, código de justiça militar e sei lá mais o quê, para ler e estudar. Fiquei à rasca, com tantos livros para estudar código e disciplina militar. Para complicar, cruzei-me com o Comandante no corredor e ainda nem sequer me tinha sentado na secretária, quando ordenou:
- Amanhã quero o processo tal resolvido.
Aquilo obrigou-me a fazer horas extraordinárias, coisa de gente doida que não lembra ao diabo. Foi assim de uma forma forçada e pouco amistosa que tive que entrar no mundo justiceiro militar.
Por acaso dei-me bem com aquilo e fiquei lá alguns anos. Andava sempre de farda domingueira, raramente usava o camuflado. Certo dia ouvi o comandante falar na criação do coro da BETP. O Maestro era o Furriel Soares. O Soares tinha quase mil anos de posto  e dali não passava - era licenciado pelo Conservatório, se não me falha a memória. Um dia entrou o gajo na Secção de Justiça e perguntou-me se o nosso Comandante estava no gabinete.
Aproveitei e disse-lhe: - Ó Soares, eu quero ir para o coro, ouviste?
Bati à porta do gabinete do Comandante, anunciei que o Furriel Soares queria falar com ele, o Comandante autorizou a sua entrada e acrescentou:
- É por causa do coro; e tu já te inscreveste?
Palavras não eram ditas, já eu disparava:
- Soares, o nosso Comandante acabou de me mandar para o coro!
No primeiro dia do ensaio lá estava eu, armado em rouxinol. No dia seguinte, o Major, super mal disposto, perguntou pelos processos atrasados; encontrando-se muitos deles à espera de relatórios médicos, perícias e diabo a sete, estava alheio aos atrasos. Apesar disso, ele saiu-se com esta:
- Pois, agora andas armado em rouxinol e não há tempo para os processos!
Nunca mais tive notícias do coro. O maestro Soares e o seu adjunto Didi ensaiavam o coro às escondidas de mim, para eu não dar conta.
Dei comigo a pensar:
- Será que eles acharam que eu não tinha voz?
Fiquei tão traumatizado que nunca mais cantei na vida…


Adérito Barbosa in olhosemlente

sexta-feira, 17 de abril de 2020

A festa deles

A festa deles

Eles vão celebrar o 25 de Abril deles, vão celebrar o dia que devia ser o nosso, o dia dos militares.
Eles vão juntar-se como sempre, usurpando os direitos dos militares, vão fazer aquilo que não querem que nós façamos, vão fazer a festa do costume -- para eles não se passa nada, nem perdem a oportunidade para fazerem retórica, produzirem frequência e  atazanarem-nos a molécula . São os nossos políticos, os suspeitos do costume...  Foram eles que nos obrigaram  a ficar presos em casa, foram eles que mandaram fechar as empresas, fábricas, escolas, teatros e por aí fora; contudo, eles mantêm a tasca deles aberta na maior safadeza. Uma casta de gente que mantém os seus privilégios intactos, mas condicionaram a vida daqueles que têm de sustentar as suas famílias.
Porque é que o Parlamento não entrou também em lay-off, porquê?
O deles vai cair na conta certinho no fim do mês ao contrário do daqueles que foram obrigados a fechar portas.
Onde está a igualdade, onde está o exemplo, Senhores Deputados?

Aderito Barbosa

terça-feira, 14 de abril de 2020

Sweet Child O Mine dos Guns n Rose.

Para satisfazer alguns pedidos aqui vai o solo da música - Sweet Child O Mine dos Guns n Rose.
Utilizei a Pedaleira GT100 da Boss e backing track with vocal para guitarra.
Utilizei uma Guitarra Vintage J&D brothers Deluxe model.
Patches da guitarra configurada à mão.

Isto tudo porque não queremos o Fernando Tordo a mamar 1 milhão para nos dar música...




Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

100.000




O Blog olho Sem Lente atingiu hoje 100.000 visitantes.
Aos meus leitores agradeço a preferência.




Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

Sem Fernando Tordo nem milhão

Sem Fernando Tordo nem milhão



sábado, 11 de abril de 2020

quarta-feira, 8 de abril de 2020

A minha Guerra

Informática e Electrónica

Não fora o Sócrates a informatizar as Escolas, hoje não havia aulas via internet. 
Também é verdade que ainda ando às voltas para receber o meu quinhão de  muito material que instalei em algumas escolas sob o domínio das Câmaras Municipais que o tribunal nunca mais  as obriga a pagar e já lá vão 6 anos. 
Tudo ladrão!
Quando ouço os presidentes dos directores das escolas, os presidentes  disto e daquilo, os presidente dos presidentes dos pais, das mães e dos filhos e das confederações e mais sei lá do quê na TV entretidos à volta dos seus egos; uns a falar para se ouvirem a si próprios sobre falta de equipamento nas escolas dá-me vómitos.
Cuidassem eles do material instalado e não deixassem os alunos vandalizar os equipamentos...
70 milhões para os bolsos da defunta PT
168 mil para para mim “zero” - uma verdadeira festa!

Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

Obs: Fotos dos Bastidores de uma escola não aplicável ao texto.




segunda-feira, 6 de abril de 2020

O Estratega

O Estratega

Em 82/84 frequentei um curso de formação militar de longa duração; nesse curso conheci o Adelino Almeida, mais conhecido por Estratega, alcunha que lhe pusemos.
Tinha 3 características: via de noite melhor que uma coruja, era um tipo chato e super teimoso. Baptizámo-lo com esse nome, porque o tipo discutia táctica militar com os instrutores, o que eu achava uma coisa de loucos. Ninguém conseguia discutir seja o que for com o gajo - levava sempre a melhor tal a melga que ele era; tinha uma cultura muito acima da média.
Nas loucas noites de instrução, uma vez chamaram-no à frente para descrever o movimento suspeito a olho nu, coisa só possível com dispositivo de visão nocturna.
Talvez os olhos verdes ou amarelos ou azuis dele ajudassem.
O que eu sei é que o mulherio,  à época, morria de amores por ele.
Ao longo da vida ficou agregado ao meu lote restrito de amigos mais próximos.
De quando em vez falamos.

Ontem mandou-me uma mensagem através do Messenger:

- “Ó camarada e amigo, conheces por aí algum marujo de alta patente que tenha perfil para ser chefe do Corpo Nacional de Escoteiros, quando deixar o activo das fileiras da Marinha?”

Na minha boa fé, respondi:
- Não!
Passados alguns minutos envia outra mensagem:

- “Algum almirante, por exemplo, com espírito descontraído que goste que os militares não andem armados na rua quando estão em apoio à Proteção Civil usando equipamentos militares e prefira que a segurança desse material militar seja feita pela GNR ou a PSP. Alguém assim com espírito de escoteiro... Se souberes diz alguma coisa.”

Quando li isto, lembrei-me do verdadeiro Estratega do curso.
Estará ele a falar de quê?

Adérito Barbosa, in olhosemlente.blogspot.com

O Estratega à minha esquerda.

domingo, 5 de abril de 2020

A prisão de abril

A prisão de Abril

Não há luz que desnude
esta desgraça
nem calor que nos conforte
mortes, solidão angustiada,
medo dor e sofrimento.
Sol tornou-se frio por estes tempos
e não deixou nem
abril nem primavera...
Ficam por escrever
batalhas vencidas em casa
guerras perdidas nas ruas.
É melhor nunca mais esquecer
tudo o que quero realmente é entender
porque é que  o mundo se  engasgou e esmaga velhos e novos!
Se não conseguir,
quero ficar só com mais esta memória
repudiar se fruto laboratorial...
aceitar se equilíbrio natural...
Ah... quando houver luz,
voltaremos a ter liberdade de Abril.

Aderito Barbosa, in olhosemlente.blogspot.com

Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...