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terça-feira, 25 de julho de 2023

Se o Estado não me indemnizar, vou vender ovos


Deixei a informática, as electrónicas, as antenas, os rádios, as fichas, os routers, os ficheiros, as pastas, os backups, as noites sem dormir, (as reclamações das enjoadas funcionárias das escolas) os professores chatos que telefonavam a toda a hora com a conversa dos servidores, as câmaras municipais que nunca pagavam a tempo e horas, o malandro do gerente do banco que só me atendia quando eu tinha algum dinheiro depositado e a minha querida GNR e as suas multas.

Deixei isso tudo para trás 

Agora sou agricultor. Um pequeno Agricultor. Dizem alguns: olha o agricultor da treta - da treta, mas é verdade!

Já tenho duas figueiras minorcas, uma tangerineira gordinha, um damasqueiro e um novo limoeiro porque o outro era macho e larguei-o da mão.

Agora quero paz e sossego aqui na minha vida agrária. 

Não dispenso um copinho de vinho ao almoço, e meio copinho à noitinha para sossegar a alma.

Depois do almoço o sofá chama por mim e ali fico na sorna. Quando o sol baixa, levanto-me e lá vou eu pra lavoura ao meu ritmo sem pressa à espera que as dores tomem conta do resto do corpo. Para já, já tomaram conta das articulações. Com a história das vacinas do covid tenho andado atrapalhado com dores nas articulações das mãos e dos joelhos - há  três meses que esta coisada está a dificultar a manobra que quero fazer para apanhar os coelhos que andam a esgravatar o terreno.

Também tenho debaixo de olho quatro galinhas - a capoeira está quase pronta. Falta tratar dos poleiros.

Se o Estado não me der a devida indemnização pelas dores nas articulações provocadas pelas quatro vacinas da Covid que nos fazem pensar que padecemos de reumatismo (foi o que o médico disse!)… só me resta ir vender ovos das minhas futuras galinhas poedeiras para a Feira de Santana.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

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