poeta.adérito.barbosa.escritor.autor.escritor.artigos.opinião.política.livros.musica.curiosidades.cultura Olhosemlente

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Ontem foi aquele, amanhã podes ser tu a vítima!


Estou farto de viver numa sociedade onde jovens sem qualquer experiência de vida se atrevem a tomar as rédeas das nossas instituições. Como é possível que acreditem que a sua energia e idealismo podem compensar a falta de sabedoria que só a experiência traz? A realidade política atual é um circo, onde esses jovens sobem ao poder apenas para tropeçar lá à frente e falhar miseravelmente diante dos desafios complexos que requerem maturidade e sensatez.

Estou farto de ser obrigado a aceitar a homossexualidade, a transexualidade, a ecosexualidade e os lesbicismos dos outros, sem sequer poder expressar que isso vai contra a minha natureza. A narrativa dominante de aceitação e inclusão é uma verdadeira tirania, uma imposição que sufoca qualquer dissidência. A liberdade de expressão está a morrer, esmagada pela pressão para se conformar a essas novas normas sociais. Precisamos urgentemente de um equilíbrio onde a tolerância não se transforme em coerção brutal sobre o tolerante.

Estou farto de ter que aceitar a condição dos outros sem poder questionar ou discordar. A verdadeira tolerância deveria significar a coexistência de diferentes pontos de vista, mas a sociedade atual transforma qualquer divergência numa guerra cultural. O diálogo construtivo foi substituído por imposições unilaterais, onde só a opinião de uns é permitida. É intolerável.

Estou farto de ver a cobertura tendenciosa da guerra de Israel na televisão. Comentaristas que alegam saber tudo, mas que só mostram imagens filtradas por YouTubers do Hamas. Só vemos cadáveres e bonecos embrulhados, enquanto os guerrilheiros do Hamas nunca aparecem. É uma farsa desinformativa que manipula a opinião pública.

Estou farto da promiscuidade entre os jornalistas e alguns membros do Ministério Público. Estou farto de ouvir notícias feitas por jornalistas e depois vê-los horas e horas a comentar a notícia que fizeram tentando convencer os portugueses que somos estúpidos. Eu sei que o jornalismo é negócio mas assim como a coisa está, está mal!

Eu não quero viver num país onde o Ministério Público intimida os políticos e invade a vida privada dos cidadãos. Não quero ler a agenda política ditada por procuradores que se acham deuses, nem quero ouvir o chefe do sindicato do Ministério Público a fazer política. A judicialização da política é um abuso revoltante que ameaça a democracia, destruindo a autonomia governativa e criando um clima de medo entre os políticos. Era assim que a PIDE atuava. 

Estou farto de ouvir que o juiz tal é herói e que o procurador fulano é herói, enquanto nós, o povo, somos todos tratados como bandidos. Por isso cuidado ontem foi aquele, amanhã podes ser tu o escutado. A sociedade moderna está em decadência, silenciando vozes dissidentes e impondo conformidades que destroem convicções pessoais profundamente enraizadas. A crítica a estas tendências não é um apelo ao retrocesso, mas uma luta pela sobrevivência da diversidade de opiniões e da liberdade de expressão. Sem isso, qualquer esperança de uma convivência harmoniosa e inclusiva está condenada ao fracasso. É hora de resistir a esta opressão e lutar por um futuro onde todos possam ser ouvidos e respeitados.

Um dia feliz quando souber que em Portugal todos prestam contas, incluindo o Ministério Público, afinal eles não são os donos do país e nem ninguém os elegeu!


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

segunda-feira, 24 de junho de 2024

Nós homens velhos

“Nós, homens velhos

Tenham cuidado connosco.

Porque andamos por aí com o nosso coração endurecido.

Tenham cuidado connosco, já somos muitos e fáceis de identificar.

Já nos apaixonámos e já nos desapaixonámos. 

Já nos perdemos e já nos encontrámos

Já chorámos e já esquecemos.

Já percorremos caminhos esquecidos, de aventura e de êxtase 

Já sentimos o cheiro de flores e de perfumes manhosos…

Tenham cuidado connosco!

Já amámos corpos jovens, já escalámos com beijos montanhas erguidas em desertos e corpos morenos, ardentes de prazer.

Nossas mãos são peritas em acariciar, sabiam?

A nossa boca sabe a vinho velho e os nossos olhos são um paraíso que se os olharem 

não o poderão abandonar.

Muito cuidado connosco portanto.

Nós já passámos dos 60, o nosso cabelo exibe brancos prateados com histórias nunca contadas.

Já não mentimos, já não brincamos e já não queremos aventuras.

Muito cuidado connosco…

Nós queremos apenas beijar enquanto elas dormem, segurar-lhes nas mãos, dar-lhes abraços eternos de segurança.

Nós sabemos cuidar, sabemos conquistar os dias e sabemos amar todas as noites, 

chamá-las de tarde com um poema de quatro palavras, enchemos os domingos delas de alegria e saciedade. 

Aos sábados olhamos para a Lua, lemos livros, cheios de paz.

As nossas palavras são sábias…

Nossos beijos ímanes dos quais elas não conseguem escapar.

Cuidado connosco, porque já não acreditamos em contos de fadas, nem nos apaixonamos pelos olhos ou pelas ancas, ou pelos seios firmes ou em longos cabelos e muito menos por uma cintura fina.

Tenham muito cuidado connosco!

Nós sabemos ouvir sem precisar que falem

Nós fixamos o olhar por detrás dos olhos, 

na beleza da alma, na maturidade do espírito e na sabedoria mental.

Muito cuidado connosco!”


Autor desconhecido

Autor desconhecido


Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...