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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Serei


Sou engenheiro, piloto de avião de papel, condutor de papagaio que voa lá bem no alto,  chauffeur de carros de lata, doutor ou mecânico. Serei cientista ou cozinheiro, talvez bombeiro ou policia quem sabe domador de leões e de zebras. Vou ser um homem elegante e bonito com gravata e tudo, culto para dar palestras. Serei professor e ensaista, farei teatro para rir às gargalhadas de mim próprio e alegrar as criancas e à minha mãe, como um palhaço com bolinha vermelha no nariz. Serei artista, cantor com microfone a sério e até astronauta poderei ser. Serei tudo o que eu quiser e serei o que vocês  me deixarem ser. Vou ser aquilo que nem eu mesmo sei. Vou ser piloto do airbus A380, ou Boeing 747-800, vou ser astronauta da NASA e cientista no "CERN" onde caçarei neutrinos.
Serei homem capaz e sensato, serei concerteza porque eu já sou um estudante aplicado. Quando for grande, farei desta terra vermelha fonte de riqueza para todos. Já líder mandarei construir escolas com carteiras, computadores, projectores quadros interactivos com internet.

Adérito Barbosa in olhosemlente

domingo, 5 de novembro de 2017

Se o amor soubesse

Se o amor soubesse

Sabes o que é afinar a guitarra pelos acordes LÁ do extremo horizonte?
Sabes o que é ver-te atravessar a minha mente todos os dias e não te poder falar?
Como seria bom, se ouvisses as músicas que ensaiei para te cantar.
Como seria bom sentir-te arranhar as cordas do refrão com as tuas mãos maduras, de unhas envernizadas de azul celeste.
Como seria bom se afagasses a alma do meu inverno com os teus lábios, que o resto, tudo o vento levou…
Homens, nem um conheces, dizes tu, sorridente e segura, sem pudor e eu acredito!
Um sorriso como entrada, um beijo para aconchegar
e enganavas-me a sede nas noites de boémias canções que me faziam sonhar sentado perante a angústia de um copo - mais um whiskey para matar o desejo.
Pago para te ouvir, formosa entre “flashes” e psicadélicos.
Tudo é castiço, mas sinto um frio  tremendo nesta hora
e arrepia-se-me a pele, se me imagino mergulhado no teu cabelo!
Calor, só de rajada, quando da janela embaciada  imaginei um dia a silhueta da tua nudez
quando inebriada pela noite, ias dormir.
O resto imaginei, só imaginação…
Da vida nada sei, nem a rota do meu destino conheço.
O que importa mesmo é
que bati fundo
quando confidenciei ao vento
as lágrimas no eflúvio de recordações.
Voltarei a escrever
poemas para ti, mesmo sem ler nos teus teus olhos o descuido de como trataste o amor.
Debruçado sobre esta mesa, digo-te adeus, um adeus frio.
Quando eu morrer
não deixes que os teus olhos
se espelhem nos meus se não verás um corpo
sem alma que já não conhece
as noites de Lisboa.
Sigo na neblina e deixo os poemas para leres porque já não sei entender os ruídos das madrugadas.

Adérito Barbosa in olhosemlente

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