poeta.adérito.barbosa.escritor.autor.escritor.artigos.opinião.política.livros.musica.curiosidades.cultura Olhosemlente

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

O Covid emboscou um herói


 O Covid emboscou um herói


Faleceu hoje, vítima de COVID, um dos nossos,  de seu nome Marcelino da Mata, Ten/Coronel, um dos fundadores dos Comandos que era o militar mais condecorado do Exército Português.

Deixou-se apanhar pelo covid-19.

Todos nós tínhamos um carinho especial por ele.

Aqui fica a minha homenagem. 

Descansa em paz, Marcelino!


Adérito Barbosa

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Eu tinha lá culpa que elas não tivessem ouvido prá música...



Kashmir  é uma das canções mais extraordinárias dos Led Zeppelin, talvez uma das mais bonitas de sempre do rock progressivo. Pelo menos, o álbum Physical Graffiti foi o que mais vendeu em todo o mundo.

A letra foi escrita no deserto do Saara pelo vocalista Robert Plant.

Kashmir é o nome de uma  região a norte da Índia, disputada pela China, Índia e Paquistão há mais de mil anos  e ainda hoje é motivo de conflito entre os três países.

A versão Rock (original) desta canção é extraordinária;  vai em crescendo, sempre em apoteose, até ao desespero final.

Esta  versão com a Orquestra Nacional do Egipto também ficou fabulosa.

Para se entender a letra desta canção, é necessário conhecer primeiramente a história de Kashmir.

Escutando esta canção num bom equipamento, consegue-se sentir o chamamento e as questões que o  Plant levanta em desespero!

Conheço esta espiral musical desde os meus 15 anos. 

Na Casa do Gaiato do Tojal havia uma sala de discos, a que chamávamos sala da música ( a existir ainda, aqueles milhares de vinil devem valer um montão de massa); eu passava a maior parte do meu tempo enfiado lá dentro, a ouvir discos e a sonhar em me tornar músico como eles, um dia - coisa que nunca aconteceu!

Aprendi a tocar as músicas dos Led Zeppelin e esta foi uma delas. Modéstia à parte, toco-a integralmente em versão Rock, coisa nada fácil.


Naquele tempo, graças à viola que eu tocava, as miúdas do Tojal andavam sempre por perto, a ouvir as minhas horrorosas “performances”, o que me dava um estatuto dos diabos - vai lá vai!Naquela altura, os pais tiranos não apreciavam muito que as filhas tivessem amigos. Para ser honesto, devo dizer que tinha passadeira vermelha estendida, para lanchar com elas, em casa delas aos domingos, geralmente na cozinha, vigiado de perto pelas mães, depois de passar positivamente no terrível interrogatório  dos pais sobre a minha situação escolar - sim, porque naquele tempo, as filhas tinham que chegar virgens da silva ao altar; não havia cá pai nem pão para  malucos - foi talvez mais por aí, pelo habitual interrogatório, que me safei; ou terá sido o meu charme?

Hoje reconheço que as meninas,   coitadas, não tinham mesmo ouvido nenhum  prá música. Ora, lá está... obviamente que foi charme!

Ainda bem! Nem podia ser doutra maneira ...


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.comA 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Queca tira enxaqueca


E quando chegar a bazuca de dinheiro vai ser bonito …

Se roubam vacinas, imagino a roubalheira que vão fazer à bazuca.

Os directores vacinam-se a eles próprios e mandam vacinar filhas médicas e mulheres domésticas. Uma directora vacinou-se a a si própria e mandou vacinar os amigos.

O  INEM também não quis ficar atrás; montou trafulhice à semelhança do que fez com o relatório do ucraniano morto às mãos do SEF. Primeiro vacinaram-se entre eles, amigos e familiares e até, imagine-se, mandaram vacinar as empregadas da pastelaria onde tomam o pequeno-almoço, perto da delegação do INEM.

Os bombeiros, de quem sou sócio pagante há quarenta anos e por quem tenho admiração, também entraram na festa com ambulâncias, luzes, pirilampos, lanternas, sirenes e comida tipo ração de combate, à porta do Hospital de Santa Maria. Transportaram doentes que em 8O% dos casos não apresentavam quadro clínico que justificasse a ida ao hospital, muito menos de ambulância.  A esses pseudo moribundos e moribundas uma queca resolvia a enxaqueca.

Para acabar com a festa entre os bombeiros, canais de televisão e jornalistas, o Director do HSM até teve que ordenar  que desligassem os pirilampos, para não perturbarem os verdadeiros doentes internados.

Finalmente apareceu na televisão, hoje, um cangalheiro com ar sinistro, de brilhantina no cabelo,  todo chateado, porque não tem mãos a medir. Só consegue, diz ele, meter cinco cadáveres no frio. Mandou palpites sobre cadáveres, no entanto não falou do lucro do negócio. Fiquei com pena dele. Não disse que, se calhar, tinha que investir em comprar mais frigoríficos, mas referiu que é desumano ter tanto trabalho e reclamou com os canais de televisão  por se terem esquecido de falar dos cangalheiros e dos coveiros.

Voltando aos bombeiros, queria levantar uma questão:

- Será que os bombeiros têm algum contrato com a CMTV?

Os comandantes dos bombeiros, assim como alguns magistrados adoram a CMTV. No Ministério Público alguns magistrados passam peças processuais e não dão a cara; os bombeiros, quando vêem os holofotes das câmaras das TVs, ficam excitados e falam como papagaios.

Porque carga de água falam os bombeiros sobre acidentes?

Isso não é assunto de polícia?


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...