Kashmir é uma das canções mais extraordinárias dos Led Zeppelin, talvez uma das mais bonitas de sempre do rock progressivo. Pelo menos, o álbum Physical Graffiti foi o que mais vendeu em todo o mundo.
A letra foi escrita no deserto do Saara pelo vocalista Robert Plant.
Kashmir é o nome de uma região a norte da Índia, disputada pela China, Índia e Paquistão há mais de mil anos e ainda hoje é motivo de conflito entre os três países.
A versão Rock (original) desta canção é extraordinária; vai em crescendo, sempre em apoteose, até ao desespero final.
Esta versão com a Orquestra Nacional do Egipto também ficou fabulosa.
Para se entender a letra desta canção, é necessário conhecer primeiramente a história de Kashmir.
Escutando esta canção num bom equipamento, consegue-se sentir o chamamento e as questões que o Plant levanta em desespero!
Conheço esta espiral musical desde os meus 15 anos.
Na Casa do Gaiato do Tojal havia uma sala de discos, a que chamávamos sala da música ( a existir ainda, aqueles milhares de vinil devem valer um montão de massa); eu passava a maior parte do meu tempo enfiado lá dentro, a ouvir discos e a sonhar em me tornar músico como eles, um dia - coisa que nunca aconteceu!
Aprendi a tocar as músicas dos Led Zeppelin e esta foi uma delas. Modéstia à parte, toco-a integralmente em versão Rock, coisa nada fácil.
Naquele tempo, graças à viola que eu tocava, as miúdas do Tojal andavam sempre por perto, a ouvir as minhas horrorosas “performances”, o que me dava um estatuto dos diabos - vai lá vai!Naquela altura, os pais tiranos não apreciavam muito que as filhas tivessem amigos. Para ser honesto, devo dizer que tinha passadeira vermelha estendida, para lanchar com elas, em casa delas aos domingos, geralmente na cozinha, vigiado de perto pelas mães, depois de passar positivamente no terrível interrogatório dos pais sobre a minha situação escolar - sim, porque naquele tempo, as filhas tinham que chegar virgens da silva ao altar; não havia cá pai nem pão para malucos - foi talvez mais por aí, pelo habitual interrogatório, que me safei; ou terá sido o meu charme?
Hoje reconheço que as meninas, coitadas, não tinham mesmo ouvido nenhum prá música. Ora, lá está... obviamente que foi charme!
Ainda bem! Nem podia ser doutra maneira ...
Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.comA