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domingo, 6 de abril de 2014

Quero-te

Quero-te...

Quero-te insana
quero-te louca,
Isto vai ser um desatino...
quero-te sem vergonha, 
quero-te vagabunda neste quarto.
Não te quero pudica nem puritana.
Hoje quero rasgar a tua blusa.
Quero arrancar o teu soutien,
quero sentir o teu calor nos dedos,
Sem pudor.

Quero-te insana, 
louca ou demoníaca.
Quero ser eu e mais a minha circunstância.
Quero ser eu mesmo... Sim eu mesmo!
Sem disfarce nem malabarismo,
teu todo poderoso!
Cheio de gargalhadas, pujantes nas veias.
Quero deslizar-me pelo teu corpo
Quero  esfregar entre as tuas coxas 
A minha boca frenética
quero ser sacana
Sacana e malandro...
Gozar sem mentir,
gritar sem medo de rir depois quando sentir.
Hoje estou assim...
Um
perfeito homem selvagem.
Tenho a vontade pura 
de ouvir os gritos silenciosos,
de sentir o escorrer 
da humidade quente 
da tua loucura que chega.
Sentir o calor no escuro. 
Não saber se me  vim ou se me vou...
saber sim que vieste e não te ficaste
E aí estamos nós a saborear 
o prazer alucinante que nos lava a alma 
Respirar o odor a sexo que paira no ar.
Embriagar-me num gole de vinho,
Sonhar num morrão de um cigarro,
Respirar fundo e ouvir o bater do teu coração a meio da sonolência, lá longe...
Foi bom e tu?

Adérito Barbosa in "olhosemlente"

6 de abril de 2014

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