Caro Cor. Duarte Costa,
Eu sou militar e Pára-quedista na reforma extraordinária como saberá certamente.
Não tenho curso de Comandos nem curso de Ranger tirado nos USA. Alistei-me em 1978 na Força Aérea Portuguesa porque queria servir o meu País na Força Aérea. Estivesse eu no activo quando houve a transferência para o Exército alegaria isso para não transitar - disso não duvide!
Saí publicamente em sua defesa quando os Pára-quedistas o insultaram, assim também sou capaz de o contrariar publicamente dizendo que o Sr não tem razão absolutamente nenhuma!
Sendo Oficial no activo, o recato deveria ser o seu melhor lugar. Julgo saber que o Sr. não é advogado nem dono da instituição Comando que muito respeito.
A minha formação alerta-me que pode haver algum excesso da sua parte e laivo de vedetismo, violando a condição do seu posto e do cargo que ocupa.
Quanto à morte dos instruendos Comandos, deixe-me que lhe diga que é INACEITÁVEL.
O único local onde um soldado pode tombar é no campo de batalha e mesmo assim pode-se discutir e muito a razão de ele estar ali.
Assim sendo, digo-lhe frontalmente que não vale branquear a irresponsabilidade de um punhado de instrutores Comando, nem fazer campanha, favor dos Comandos nem vir pra aqui com carta da mãe de um instrutor para arrastar multidões de seguidores, aqueles que adoram lamber as botas dos Coronéis mesmo quando eles digam e façam disparates. Garanto-lhe que isso não o leva a lado nenhum, nem leva os Comandos instrutores a lado nenhum, nem os familiares dos instrutores a lado nenhum. Ninguém está acima da lei nem acima dos interesses dos familiares dos alunos falecidos.
Devem ser apuradas as responsabilidades, sim!
Devem ser punidos os responsáveis, sim!
Devem ser punidos os chefes Militares, sim!
Deveria ter havido consequências políticas a nível das chefias Militares, sim!
Que a comunicação social deve fazer eco disso, também!
Meu caro, eu nunca aceitaria que um filho meu morresse às mãos de meia dúzia de Rambos, quer sejam Pára-quedistas, Comandos, Rangers ou Fuzileiros.
A única maneira do País fazer justiça é investigar e punir exemplarmente os responsáveis pelas mortes dos Militares.
Adérito Barbosa in olhosemlente
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