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sábado, 16 de fevereiro de 2019

O Maravilhoso Mundo da Internet.


Foi importante ter vivido por dentro esta maravilhosa mudança de paradigma. Longos anos passei mergulhado no mundo dos computadores, dos módulos de electrónica, dos inverters dos encoders,  dos protocolos TCP/IP, nmeio do zumbido das potentes ventoinhas dos servidores de RAID,  dos switches da defunta PT e das birras das redes – costumo até dizer que as redes que administrei foram as responsáveis pelas rugas e cabelos brancos que já ostento. 
Foi bom ter trabalhado em empresas de tecnologia de ponta e ter sabido desde muito cedo manipular as redes CAN/ BUS, o sistema de distribuição horária dos aeroportos, da rede ferroviária e da banca; ter conhecido por dentro a Autoeuropa, a EPAL, os servomecanismos,  os autómatos e a engenhosa automação dos engenhos de granito, onde funciona um complexo sistema de pesagem da granalha e da cal.
Tive também a sorte de ter trabalhado de perto com alguns génios portugueses em electrónica e telecomunicações,que me transmitiram conhecimentos e com quem pude aprender os segredos escondidos nos sistemas de automação industrial;  finalmente imergi no mundo dos cartões magnéticos das escolas portuguesas, de que, sem falsa modéstia, fui um dos impulsionadores -  por tudo isso tenho a sorte de ter percebido cedo que a ciência tinha acelerado  à velocidade da luz e nunca mais iria parar. Da minha geração, quem andou nesse comboio podeconsiderar-se uma pessoa de sorte; quem não andou pode ter a certeza de que é um analfabeto nesta área do conhecimento.
Tentei viajar nele com a evolução debaixo de olho e ávido por aprender, sobretudo por compreender o fenómeno - fui até onde pude. A ansiedade foi tanta que poderei ter-me prejudicado, às vezes, deixando para trás as questões afectivas
Com este andamento, sei dos conhecimentos que possuo hoje, mas  também sei que daqui a vinte anos valerá pouco mais do que zero.
Bastaram cinquenta anos para que o inimaginável passasse à realidade e o mundo se transformasse completamente.
Hoje fiz uma investida no rasto da internet. Quem a inventou, qual foi o propósito, quem foram os físicos, os cientistas que desde os anos 30 trabalharam neste assunto. 
O tiro de partida deu-o o Pentágono, quando criou um grupo de estudos para proteger e disponibilizar os ficheiros militares rapidamente. Quatro universidades americanas acabaram por se interligar com este grupo de estudos e com um departamento da Nasa. A anarquia daquela minúscula rede com seis computadores foi tanta que se tornou indispensável pôr ordem, disciplinar e hierarquizar. Decidiram dividir a rede em dois grupos: um a que deram o nome MILnet, uma rede militar e outro Usnet, uma rede para as universidades - assim nasceu o protocolo TCP/IP.
Mais tarde, dois europeus avançaram com o HTML, e o WWW aquilo que hoje conhecemos como o mundo WEB.
O pior visionário de todos os tempos era por sinal um especialista em informáticade nome Boloney, quando há 25 anos dizia “nenhum banco de dados substituirá o meu jornal”.
Depois de três décadas on-line, estou contente por compreender o que é a Net, como funciona e por ter a consciência de que ainda estamos no princípio.
Os visionários mais sensatos que Boloney viram na computação o futuro. Hospitais, bibliotecas interactivas, salas de aula multimédia, videoconferências, comunidades virtuais, comércio e negócios mudaram-se para o interior das redes.
Considero o mundo on-line de hoje um fórum maravilhoso; permite que qualquer pessoa publique mensagens, tenha acesso a todo o tipo de informações e saiba o que se passa em todo o mundo. Cada voz pode ser ouvida de forma instantânea e independente. O resultado? Toda a gente tem voz. 
Apenas um senão - ler um livro no ecrã, na melhor das hipóteses, é uma tarefa desagradável - o brilho míope de um computador desajeitado não substitui as páginas amigáveis ​​dum livro.

Adérito Barbosa in olhosemlente

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