1 - Anda aqui uma coisa a remoer-me a molécula faz algum tempo.
Pus-me um dia destes a analisar “A Portuguesa”, de Henrique Lopes de Mendonça e Mário Simões Rodrigues, que foi mais tarde musicada por Alfredo Keil.
Já toparam do que estou falar?
Ora bem!... Sabem uma coisa? Descobri que afinal somos um povo guerreiro - somos uma nação de gente valente, somos capazes de levantar "as brumas da memória", somos capazes de marchar contra os canhões. Incentiva-se o recurso às armas.
Não há dúvida, somos um país belicista, somos combatentes!
Até aqui, nada de mal.
Mas, mais adiante, o tom sobe:
"Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu".
E, mais para o fim, sugere ainda:
"Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte".
É fácil entender a ambiguidade - país guerreiro sem serviço militar obrigatório? Brincalhões!
2 - A democracia produz injustiças e situações miseráveis.
Permite que uma pessoa vulgar seja condenada, por exemplo, em algum processo, por omitir qualquer coisa ou mentir a qualquer pessoa.
Os políticos, esses, podem mentir, omitir, enganar à força toda, a um país inteiro e ninguém lhes diz nada.
Pensando alto, sem recorrer a nenhuma ajuda, sou capaz de enumerar as tretas.
Não suporto o nosso “primeiro”. Não aguento mais aquele ar de explicador que ele tem. Não suporto mais vê-lo a imitar um professor (ainda por cima, imita mal!). Só assim se entendem tantas explicações.
Não suporto ver a cara de pau com que ele se apresenta todos os dias ao mundo.
Prometeu antes das eleições não aumentar impostos, aumentou. Prometeu cortar nas gorduras do Estado, não sei se está mais magro, pelo que sei até estão a comer mais. Prometeu antes das eleições voos regionais entre Bragança e Lisboa, fazendo força para que o projeto avançasse mais depressa, e logo no dia seguinte à tomada de posse mandou retirar o projeto do concurso, e… de Bragança, nem um voo para inglês ver!... Também aqui, ele mentiu às suas gentes.
Miró, o grande Miró, tem o seu nome banalizado nas bocas do mundo. Não pela obra, mas pelas tramoias dos governantes portugueses.
Miró, Joan Miró Ferrà, foi um escultor e pintor surrealista catalão. E não é que a dada altura o raio do homem lembrou-se de pintar uns quadros e, não entendo bem porquê, os quadros dele valem milhões?! Foram avaliados pela Christie’s e, assim, já entendo também o porquê.
Passados muitos anos e com a nacionalização do BPN os quadros foram parar as mãos do Estado.
O pior, é que os quadros já não estão cá! Estão em Londres, para serem vendidos à socapa travada “in extremis” pelos tribunais!...
Depois da descoberta da tramoia, o governo diz que foi o anterior quem promoveu a venda. Vem o anterior e diz “isso nem sequer estava inventariado… como é possível vender uma coisa que nem sequer existe?”
Quem acompanha esta história já se apercebeu de quão mal começa a cheirar a coisa.
Nas próximas eleições, o povo vai levantar de novo o esplendor de Portugal e nunca mais vai aturar esses brincalhões!
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
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