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terça-feira, 28 de outubro de 2014

CORAÇÃO DE PAPEL


Um coração que sente
Que bate, bate e não mente
É o que tenho no meu peito
E me faz sentir assim.

Este coração que eu tenho                        
É a lágrima que teima em sair          
Quando te vejo partir                          
É o frio que me arrefece a alma
Mas não me acalma.                          

Este coração que bate
É o que me faz duvidar
É o que me faz recear
Quando o amor acontece
E dizes que te enlouquece!    
E dizes que não te apetece!

Este coração que sente
É o que me faz sonhar!
É pedaço de papel que afago
É um abraço apertado e dorido
É o beijo seco na boca amarga
É a voz que embarga
Nos lábios secos e trémulos
É o Caderno húmido por abrir
É a Lapiseira que quer escrever
As crónicas de amor impossível
Ejaculado do coração
Num sonho de pura ilusão
A cantar, dançar e voar.
Com este coração que tenho  
É melhor eu fingir
Que tenho um coração de papel…


Adérito Barbosa  in olhosemente


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Gás de Xisto,




Gás de Xisto
Gás de Xisto, é um gás natural extraído entre os 2 mil e os 3 mil metros de profundidade, através de uma técnica de aquecimento da Argila e injecção de água. O mundo inteiro está a investir na tecnologia de exploração do Gás de Xisto com milhões e milhões de Dólares, Nos Estados Unidos por exemplo cerca 30% da energia consumida já é Gás de Xisto.
Com isto, o Ocidente fica cada vez mais liberto da pressão do pessoal da OPEP. Por causa  disto é que os combustíveis, têem vindo a baixar ao ponto de um barril de petróleo ter passado de 115 dólares para cerca 80 dólares. Em Portugal, estamos na mesma, a descida do preço é insignificante. Nas minhas contas a este preço, devíamos pagar por litro de gasóleo cerca de 70 cêntimos o que  seria super bem pago.
Acontece que o Governo Português prepara-se para inventar mais um imposto sobre combustíveis chamando-lhe imposto verde. Aposto que vão voltar a agravar os preços fazendo de conta que nada aconteceu de extraordinário no mundo dos combustíveis e nós a passarmos por parvos como sempre.
Mais abaixo deixo uma noticia do Jornal Económico.

"Os preços do barril de petróleo podem facilmente descer até aos 70 dólares, mas a longo prazo devem manter-se acima dos 80 dólares devido ao crescimento da procura mundial, considerou hoje a agência de notação financeira Moody's.
Num Comentário Especial ao setor do Oil & Gas, a que a Lusa teve acesso, os analistas explicam que "como a procura de petróleo vai continuar a crescer, a recente queda abrupta do preço do petróleo não deve ser seguido de uma forte descida no preço a longo prazo o preço vai-manter-se.
De acordo com a análise, com o título 'Empresas de Perfuração e Serviços são as mais vulneráveis à queda dos preços do petróleo", a recente descida dos preços do petróleo, que caíram 25% desde junho e 5% nas últimas duas semanas, deve-se ao aumento da produção nos Estados Unidos, ao fortalecimento do dólar e à posição da Arábia Saudita, o maior produtor mundial.
"Não é de todo um choque que os preços do petróleo tenham caído por causa do aumento da oferta", diz Steve Wood, diretor executivo da Moody's, reconhecendo, ainda assim, que "a forte queda da última semana foi surpreendente e pode ser atribuída às expectativas de menor crescimento da procura na China e na Europa e, ao mesmo tempo, ao facto de a Arábia Saudita ter ameaçado defender a quota de mercado em vez de agir como o 'produtor fiel da balança' da OPEP e do mundo".
Ao contrário de outras situações em que a produção supera as necessidades, desta vez alguns dos maiores produtores, como a Arábia Saudita, resolveram baixar os preços em vez de reduzir a produção, numa luta explícita pelo aumento da quota de mercado, principalmente na Ásia, e num contexto de mudança de paradigma no sector petrolífero.
Os Estados Unidos aumentaram a sua produção por via do petróleo de xisto, chegando praticamente ao nível da Arábia Saudita, o maior produtor mundial, e por causa disso reduziram as importações, nomeadamente de África, fazendo os produtores locais nomeadamente Angola e Nigéria, 'virarem-se' para a Ásia.
Só que também na Ásia, como na Europa, a procura está a abrandar, ao contrário da produção, que continua a subir, e por isso as notícias sobre descontos 'por baixo da mesa' sucedem-se na imprensa financeira internacional, que dá conta de uma guerra mais ou menos explícita pelo aumento da quota de mercado dos maiores produtores mundiais"
Adérito Barbosa
 ler mais em http://olhosemlente.blogspot.com

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

As Mentiras da France Ô

 As Mentiras da France Ô 

A indignação do povo faz sentido e o firme desmentido do governo também fez sentido. Eu também vi a reportagem. Realmente, aquilo foi uma reportagem mentirosa e essas coisas não se dizem, sobretudo se se trata de mentiradas.

Cabo Verde não é um inferno com ar de paraíso; é um paraíso!

Há segurança por todo o lado e toda a gente se sente segura. Não há drogas coisa nenhuma, não há assaltos, nem há guardas privados a dormirem à porta das residências privadas, ou dos prédios. 
Os Franceses estão loucos, aquilo é tudo mentira. Eu estive em Santiago e não vi nada disso! Não há violência nenhuma; - no país não há ninguém que consiga exibir cicatrizes no corpo por esfaqueamento, nem há delinquência juvenil, nada disso!
Todos os jovens até aos 18 anos frequentam a Escola numa boa e o sucesso escolar é fantástico. Não vi Gangs nenhuns, nem tão pouco ouvi notícias de casas assaltadas, nem notícias de alguém ter sido morto dentro da sua própria casa por assaltantes, por dá cá aquela palha.
Não há assassinatos nas ruas, nem desacatos. Não há ninguém nas prisões. As prisões estão praticamente às moscas e têm condições dentro dos padrões dos países mais desenvolvidos.
A prostituição a que os Franceses se referem não existe! Não existe, isso não! Nem a feminina, quanto mais a prostituição masculina. Pelo menos eu, como turista, não vi nada disso no Sal e, segundo sei, em S. Vicente também não existem essas coisas. 
Os turistas não são, nem nunca foram vítimas de assédio, por parte da malta da costa de África. Toda a gente está legal no Sal e vive tranquilamente na paz do Senhor, com o seu comércio e conscientes de que os seus bens estão seguros. Ninguém vende o corpo, nem homens nem mulheres; ninguém vende bugigangas estranhas ao artesanato de Cabo Verde nas ruas e ninguém passa o dia na praça central, pedindo ou incomodando os turistas. Repito: - Ninguém!!

As ruas da Praia e, em especial as de Santa Catarina, estão um mimo, limpas e cuidadas; não há lixo, nem cães vadios coisa nenhuma. A organização urbanística é um exemplo. Todo o mundo podia pôr aí os olhos e ver como é que se deve fazer.

Higiene é coisa que não falta no Pontão da Ilha do Sal. Ninguém amanha peixe no chão, nem ninguém deita as tripas ao mar e não há mau cheiro, coisa nenhuma. Ninguém defeca debaixo do pontão, a alguns metros de onde os turistas estão a banhos. Tudo é pacífico e está dentro dos padrões turísticos e da salubridade sanitária.

Na Ilha do Sal há, em número suficiente, elementos da polícia marítima, que zelam incansavelmente pela orla marítima, pela costa em geral e por isso não se entende o ruído da France Ô, quando diz que essa zona é uma zona de passagem de drogas para a Europa.

 Os banhistas podem deixar os seus haveres na areia, sem perigo nenhum de os ver desaparecer num ápice; nas ruas há polícias que fazem um policiamento intenso e a tal ponto, que todos os cidadãos nacionais e estrangeiros se sentem seguros só de os ver. Eu, pelo menos, senti isso. Há água potável nas torneiras, em abundância, em Santiago e nunca falta energia eléctrica. As salinas são património nacional e são exploradas pela Câmara Municipal ou pelo Estado e, atente-se, não há atrasos nos voos internacionais.

 Os preços praticados nas ligações inter-ilhas, quer por via aérea, quer por via marítima, são tão, tão irrisórios, que nenhum cidadão nacional se pode queixar por ser impedido de viajar dentro do seu próprio país, por causa dos preços.

Os governantes falam na TV coisas bonitas. Toda a gente entende bem o significado e contexto das expressões por eles constantemente utilizados: “bilateralidade, insularidade, cabo-verdianidade, cooperação bilateral, cooperação estratégica, papel social, no âmbito da modernidade, democraticidade, parcerias estratégicas, veja, lá onde, blindagem, para lá de, socializar, recentragem, é suposto, é expectável, em sede de, ganhos, vamos trabalhar em prol de… etc, etc, etc”.
Por isso, não entendo a reportagem que a France Ô passou. O que mostraram não eram as ruas do País, nem eram cidadãos nacionais as pessoas que entrevistaram. 
Eh pá, uma chatice… essa mentirada toda!

Adérito Barbosa  in olhosemente


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O Rio do Joaquim

"O MEU RIO" por: Joaquim Moreira 

Não lhe conheci esteiros nem marés.
Os seus afluentes descem das montanhas, trazendo águas cristalinas, gélidas e revoltas. No desejo de chegar ao grande rio, modificam a paisagem, desgastando e arrastando rochas, criando profundos desfiladeiros.
Não vi sapais, salgueiros ou caniços. Por isso não ouvi o trinar melódico dos rouxinóis da caneira. Em suas águas ao entardecer, não vislumbrei vacadas, eguadas ou toiros bravos de lide matando a sede. Não descobri a figura imponente de um campino na sua montada, nem ouvi os acordes de um fandango.
Não achei bateiras de avieiros, nem catraios, faluas ou fragatas de velas desfraldadas ao vento, navegando à bolina, transportando nos seus ventres, cascos de vinho, trigo, arroz ou sal a granel.
Não vi valados com palafitas. Encontrei nas suas margens recantos idílicos, onde jaziam os destroços de pretéritos lares de sonho. Incendiados ou destruídos à bomba pelos seus donos, para que mais ninguém deles pudesse usufruir, ou, por outros homens, movidos por fobias, alimentadas por credos religiosos ou ideais políticos e independentistas…
Quando tinha que sair para verificar antenas ou testar frequências, procurava-o. A contempla-lo revigorava-me. Cheguei a invejar e a querer roubar a pureza e cores das águas do rio Drina. O meu TEJO na ex. Jugoslávia.”
Joaquim Moreira

  Esteiro - Braço de mar ou de rio que se estende pela terra dentro.
Vacadas - Conjunto/manadas de vacas.
Eguadas - Conjunto/manadas de éguas.
Avieiros - Pescadores do Tejo, que migraram para o Ribatejo nos anos quarenta, vindos da
                  praia Vieira de Leiria. Ficaram imortalizados na obra de Alves Redol “Os Avieiros”.      
  Bateira - Barco em madeira de fundo chato, usado pelos pescadores. Muitas vezes eram o 
                  seu único lar.
Palafitas - Construção assente em estacas, elevada, para se proteger da subida das águas.
   Valado - Muros em terra que definiam a margem e evitavam o alagamento dos campos.
  Catraio - Barco do Tejo da família das fragatas, mas de menor porte.


Olá companheiro, o que eu sei é que aqueles que te denegriram e te fizeram a vida negra ficaram por saber escrever só o nome deles e mesmo assim mal. Tu sabes que eu sei quem são!
Li o teu texto, fiquei fascinado por ele. Dancei com as tuas palavras e deixo-te aqui na terceira pessoa o que eu senti que sentiste e viveste. Joaquim, continua a escrever que eu leio-te como sempre fiz! Espero que gostes.

Escrita sobre escrita do "O meu Rio" de Joaquim Moreira

O Rio do Joaquim Moreira.
Desce das montanhas, com as suas águas revoltas e geladas, num frémito desejo de ir fecundar um outro grande rio qualquer. Com esse desejo, não olhou a quem: - modificou paisagens, desgastou e arrastou pedregulhos e consolidou desfiladeiros. Joaquim não lhe conhece esteiros nem marés, nem mesmo nenhum dos seus afluentes.
Nunca viu nas suas margens sapais, salgueiros ou caniços.
Nos seus lameiros também nunca viu vacadas, éguadas ou toiros bravos de lides matando a sede, nem valados viu sequer. Joaquim procurou, procurou mas não se surpreendeu com nenhuma figura imponente de um campino na sua montada, mas também não ouviu acordes de fandango à porfia com o trinar do rouxinól da caneira.
Nunca viu, mas não esperou ver baterias de agueiros nem catraios à falua, nem fragatas de velas ao vento grávidas de trigo, arroz, vinho e sal a granel, nem valados com palafitas viu...
Nos seus recantos, Joaquim encontrou destroços de casas de sonho incendiadas ou destruídas à bomba pelos próprios donos, para que mais ninguém delas pudesse usufruir. 
Joaquim tinha um fascínio pelo rio e pelo seu ruído, que indiferente, na sua ância de ir fecundar um outro rio, corria ansiosmente pelo seu leito de águas agitadas, não fazendo caso dos horrores da guerra que testemunhava, mantendo-se calado no seu curso, sem nunca falar. 
Do alto da colina, Joaquim reconfortava-se quando o procurava para entender a razão da indiferença. Houve um dia em que ele pensou roubar as cores das águas do rio Drina. Afinal era o seu Tejo na ex Joguslávia, longe do seu Ribatejo.

Adérito Barbosa  in olhosemente


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Telefona-me hoje...

(...)
Telefona-me hoje...

Telefona-me no crepuscular
À hora do teu vazio
E diz-me que tens frio.

Telefona-me no crepuscular
À hora do meu anoitecer
E diz-me para não te esquecer

Telefona-me no crepuscular
E diz-me que me vais calar,
Só com o teu olhar.

Telefona-me no crepuscular
Sem me prender os sentidos
E nem me pôr em sentido.

Telefona-me no crepuscular
E diz-me apenas que me amas...

Adérito Barbosa

Adérito Barbosa  in olhosemente


domingo, 12 de outubro de 2014

Curiosidade sobre Ébola

Curiosidade sobre Éboola

O vírus Ébola foi isolado pela primeira vez em 1976, durante a epidemia de febre hemorrágica de ebola na República Democrática do Congo (antigo Zaire). O primeiro surto registado ocorreu em 1976, em Yambuku, uma região junto ao rio Ébola, daí o nome ébola.

No final de 1989, Reston, Virgínia, sofreu um surto misterioso de uma doença fatal (inicialmente diagnosticada como" febre hemorrágica do vírus símio") entre um carregamento de macacos da espécie Macaca Fascicularis, importados das Filipinas. Um patologista veterinário do Hazelton enviou amostras de tecidos dos animais mortos para o Instituto Médico de Doenças Infecciosas do Exército dos Estados Unidos, em Fort Detrick, Maryland, onde um teste de laboratório conhecida como ensaio ELISA mostrou anticorpos contra o vírus Ébola. Um microscopista de elétrons da instituição descobriu um filovírus com aparência similar ao do ébola nas amostras de tecido enviadas de Reston."

Pouco depois, militares Americanos sacrificaram os macacos que ainda não tinha morrido, trazendo esses macacos e aqueles que já tinham morrido por conta da doença para Fort Detrick para estudos dos patologistas, veterinários e virologistas do exército, em condições de segurança.

As amostras de sangue foram retiradas de 178 tratadores de animais durante o incidente. Destes, seis estavam infectados mas não ficaram doentes, o CDC concluiu que o vírus tinha uma patogenicidade muito baixa para os seres humanos. 

Nos Estados Unidos nunca tinha sido registado casos anteriores de infecção por Ébola, e sobre um maior isolamento, os investigadores concluíram que tratava-se de uma outra casta do vírus Ébola, ou um novo filovirus de origem asiática a que deram o nome "Vírus Ébola de Reston", por conta do local do incidente.

Daqui pode-se entender que é possível que tenha havido mutação do vírus.
Já morreram em África
cerca de 4000 pessoas e parece que o vírus chegou à Europa. Sabe-se também que as crianças são mais resistentes a ele, atendendo ao n° de órfãos contabilizados até á data.
Quando vejo as manifestações estéricas para salvar um cão que eventualmente está contaminado, apesar de não evidenciar sintomas, dou comigo a pensar que os ocidentais estão a ficar loucos ou que esses manifestantes perderam o tino.


Adérito Barbosa  in olhosemente

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Valor do abraço

Hoje sonhei contigo (..).
Deste-me um abraço e fez-se silêncio no escuro. Fechei os olhos, num momento e, dentro daquele  segundo senti o bater leve do teu coração. Foi assim, foi mesmo o teu abraço. Senti-o mesmo! Senti o teu cheiro e respirei a nossa saudade! 
Quero-te sem dizer que perder-te foi mau demais. Saber que não te posso ter, é pior ainda. Sinto que não me queres.
Só tenho a vontade do teu abraço e de te abraçar. Tudo o que preciso saber é que vais fingir saber que morreram os homens todos menos eu e, voltar a sentir-te dormir no meu peito.
Por isso abraça-me! (..).

Adérito Barbosa  in olhosemente

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Teacher's Day.



Today is Teacher's Day. so I leave for my dear teachers of WSE Carcavelos a kiss  of congratulation and best wishes for much success and for me too

Adérito Barbosa







in olhosemente

domingo, 5 de outubro de 2014

É só macacada

Caros  Concidadãos,

Hoje  foi  descoberta  a pólvora em Portugal. Vejam só!!!
O nosso Presidente,  Sr. Aníbal, descobriu hoje, como podemos concluir  através do discurso que proferiu  na cerimônia do Dia da República,  que os Portugueses estão descontentes.
Descontentes  com os políticos, descontentes com o regime,  descontentes com a democracia, descontentes  com a forma mentirosa  como os Governos e políticos enganam os Portugueses e alertou  os políticos, com ar de zangado, que não devem mentir ao povo para angariarem votos.
Falou da inteligência dos nossos jovens e informou  também que, na República, ninguém nasce com privilégios, blá, blá,  blá, blá, blá, blá!
- Ó Sr. Presidente!!!  Onde é que o Senhor viveu neste últimos 40 anos?  No estrangeiro?!
Estive a ler aqui uns arquivos e descobri que o Sr. foi  Primeiro- ministro de Portugal oito anos, é Presidente da República vai para dez anos e foi  Ministro das Finanças quase cinco,  se não me falha a memória.  Para além disso, já há cerca de 4 anos que anda a proteger o governo do Coelho, formado por um bando de garotos.
 Ainda bem que o Sr. chegou a Portugal…
Sr. Presidente,  o Sr. só pode estar a gozar connosco!
- Vá  pentear  macacos!

Adérito Barbosa  in olhosemente

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Obrigado Passos

passos coelho mentira
Transcrito integralmente do Jornal Online

"Exmo. Sr.
Primeiro Ministro de Portugal
Caro Dr. Pedro Passos Coelho,
Jamais pensei que um dia lhe endereçaria uma carta de agradecimento pelo seu trabalho enquanto primeiro ministro deste jardim plantado junto ao mar. Por uma questão de justiça não posso nem devo adiar mais esta carta e o público agradecimento.Bem sei que tem tido ajudas, lá chegaremos, mas o mérito que é seu não lhe pode ser negado.
Em 2011 Portugal tinha uma insustentável divida publica de 98% do PIB, graças à sua visão, competência e mão firme estamos a terminar 2014 com uma perfeitamente aceitável, sustentável e legitima divida na casa dos 135% do PIB. Isto é bom não é? Quanto maior o número melhor!
Obrigado Dr. Passos Coelho!
Tínhamos empresas rentáveis, por exemplo os CTT e a EDP, que o sr. fez o favor de vender a interesses estrangeiros. Muito bom, excelentes exemplos daquilo que é a eficiente e competente gestão da coisa pública. Não queremos cá empresas públicas a dar lucros, isso até parece mal.
É certo que também nos livrou de algumas que davam prejuízo, por exemplo o BPN e os Estaleiros de Viana. Foi através de uma espécie de leilão ao contrario recorrendo não ao tradicional “quem dá mais” mas a um inovador “quem dá menos”. Recolheu para os cofres públicos uma espécie de pocket money, ficando os felizes compradores com o lombo e os portugueses com os ossos, o mesmo será dizer eles ficaram com os activos e nós com os passivos. Brilhante uma vez mais!
Obrigado Dr. Passos Coelho!
Quando chegou ao poder disse que ia cortar as gorduras do Estado. Não cortou as prometidas gorduras, fez muito bem. Já diziam ao meus saudosos Avós, do alto da sua sabedoria popular, gordura é formosura e sinal de saúde. Creio que ninguém está interessado num Estado pouco formoso e com ar adoentado.
Há cerca de duas décadas trabalhei numa empresa que tinha no seu board um Holandês que dizia “Portugal é uma País fantástico, só é pena ter portugueses!”. Também neste caso, caro Dr. Passos Coelho, conseguiu ser exemplar, contribuiu para a realização do sonho deste Holandês tendo, simultaneamente, conseguido igualar-se ao Estado Novo. Nessa época os Portugueses fugiam da ditadura e da fome, actualmente fogem da fome e da sua democracia.
Obrigado Dr. Passos Coelho!
Tivemos ao longo destes três anos, utilizando as palavras do seu ex-ministro de estado um brutal aumento de impostos que se traduziu em maiores dificuldades, em mais desemprego e, porque não dizê-lo em mais fome. Mas, o que é que isso importa, como dizia o outro “eles aguentam, ai aguentam aguentam”.
É certo que o tal brutal aumento de impostos não teve efeito prático na redução da divida pública, não criou emprego, não relançou a economia, nem podia. Também não se traduziu na redução do défice do estado, aliás em relação a isto o sr. nunca conseguiu cumprir um, ultrapassou sempre o previsto. Mas, o que é que isto importa? Não tem importância nenhuma!
Por referir o desemprego, tenho de lhe agradecer a estratégia, muito engenhosa, de colocar os desempregados a fazer umas acções de formação. Desta forma consegue baixar artificialmente o números do desemprego, criando a ilusão de que estamos no caminho certo. Muito bem, bem pensado, não deixe que a verdade destrua uma bonita ilusão. O que seria de nós sem sonhos e sem ilusões?
Obrigado Dr. Passos Coelho!
Todo este seu esforço e dedicação tem causado problemas na sua saúde, isso é lamentável. Começam-se a notar algumas falhas de memória e isso é preocupante. Estou certo que noutros tempos não se esquecia dum período da sua vida, quando era deputado em exclusividade, periodo em que, alegadamente, uma empresa lhe pagou o dobro do vencimento que recebia como deputado.
Se pagou ou não isso não é importante. O que é importante é a sua saúde, não é normal um esquecimento desses, não se lembra se recebeu, mas também não se lembra de não ter recebido. Também não tem importância nenhuma a investigação ter estado na gaveta e só agora que o eventual crime já prescreveu ter vindo a lume. Isso não importa nada, o que importa é a sua saúde!
Tenho também que lhe agradecer o facto de ter acabado com essa coisa sem piada nenhuma a que chamavam responsabilidade política. Noutros tempos caía uma ponte e o ministro caía com ela, o ministro não tinha culpa nenhuma mas com essa mania da tal responsabilidade política ele demitia-se. Actualmente, não cai uma ponte, cai toda a estrutura da justiça mas a ministra não cai, pede desculpa pelo transtorno com um ar majestático. Assim mesmo é que é! Poucas confiancas que esta malta não merece confiança, nem respeito quanto mais confiança.
Mais recentemente um ministro, todas as tendencias de forma transversal até reconheciam que era um bom ministro, resolveu colocar os dois dedos indicadores na sua própria testa e demitiu-se, ou foi demitido. Actualmente o sr. tem um ministro da educação que não coloca os dedos na testa mas que de forma prática toureia alunos e professores mas que se mantém, não se demite, pede desculpa.
Esta nova modalidade de pedir desculpa em vez de assumirem a responsabilidade política dos disparates é muito melhor, quanto mais não seja porque evita a maçada de obrigarmos o aposentado de Belém ir ao Palácio da Ajuda dar posse a novos ministros e mais uns quantos secretários de estado.
Obrigado Dr. Passos Coelho!
Como referi no inicio desta carta de agradecimento é verdade que o sr. teve ajudas. Desde o inicio teve a enorme ajuda de ter, como líder do maior partido da oposição, uma figura que quando lhe perguntavam quando é que ia começar a fazer oposição respondia com outra pergunta, perguntava sempre “qual é a pressa?”.
Interessante esta semelhança, este não tinha pressa em começar a fazer o trabalho que lhe competia, o sr. dizia que não tinha “pressa de chegar ao pote”. Confesso que nunca entendi, talvez não queira entender, esta sua expressão.
O facto é que o suposto líder da oposição o ajudou. embora não o tenha assumido, foi amigo, duvido que o homem assuma alguma coisa, parece que a vocação dele é plantar cravos em vasos. Os amigos são para as ocasiões, por isso acho que no próximo dia 28 de Setembro deve ir votar no amigo, não custa nada, é um gesto simpático da sua parte. Simpático e útil para o futuro.
Outra ajuda importante foi dada pela comunicação social que se esqueceu da sua missão assobiando para o lado quando tinha a obrigação de fazer algumas perguntas directas. Por exemplo, uma sobre a falta de memória de quem não se lembra se andou a receber ou não por fora o dobro da verba que tinha como vencimento legitimo e declarado.
Em conclusão caro Dr. Pedro Passos Coelho obrigado por ao longo destes três anos nos ter conduzido a um País em franco crescimento.
Temos mais divida, temos mais despesa, temos mais desemprego, temos mais emigrantes, temos mais impostos, temos mais fome. Sinais francamente positivos.
Mais é bom!
Não se deixe intimidar pelos que desvalorizam a bondade dos números crescentes, os que de forma completamente criminosa tentam ofuscar com os números negativos.
Temos menos escola, temos menos justica, temos menos saúde, temos menos apoios sociais mas isso, não importa nada. O que importa são os números positivos e crescentes já aqui demonstrados.
Termino reafirmando e reforçando o agradecimento. Obrigado Dr. Passos Coelho, obrigado sr. primeiro ministro de Portugal pelo legado de miséria crescente que nos vai deixar em herança.
Obrigado Dr. Pedro Passos Coelho!
Adérito Barbosa  in olhosemente

Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...