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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Coisa de loucos



Depois de seis ou sete tentativas, lá se consegue que a telefonista nos atenda.
- Bom dia! Por favor, pretendo falar para o serviço tal.
A telefonista faz a ligação, o sinal de chamada faz-se ouvir por cinco vezes e depois cai.  É sempre assim! Não se consegue falar para serviço nenhum.
Depois daquela confusão toda na Neurocirurgia,  os médicos finalmente produziram o relatório sobre o estado da minha coluna, entregaram-no ao 1º Cabo assistente para o fazer chegar ao Serviço de Gestão de Doentes, via protocolo, para aí ser assinado pelo Director Clínico e depois ser enviado para a BASE AÉREA Nº 1, Secção de Justiça.
O nosso Cabo não remeteu o relatório para o Serviço de Gestão de Doentes, foi de férias e deixando-o na gaveta dele, como se de uma bodega se tratasse. Durante esse tempo todo, ninguém soube do relatório. O nosso Cabo regressou vinte dias depois. Liguei para o serviço de Neurocirurgia através de número directo, evitando assim a telefonista e perguntei:
- Ó fulano, o que é feito do meu relatório que ninguém o encontra?
- Está aqui comigo ainda, pois fui de férias e só cheguei hoje. Não puseram cá ninguém para me substituir e isto ficou aqui esquecido. Hoje mesmo entrego-o nos Serviços de Relatórios Médicos.
Vinte dias depois, quinta feira, dia 25 de Janeiro, dirijo-me  ao Serviço de Gestão de Doentes e  pergunto se o relatório já tinha sido assinado pelo Director Clínico.
Resposta do assistente, um soldado:
- Ainda não! Está aqui comigo! Ainda não enviei, porque tenho tido muita coisa para fazer e ainda não tive tempo; mas olhe que ele já fez mais da metade do percurso.
Por este andar protocolar entre Cabo e Soldado , Soldado e Cabo, falta de tempo um e férias do outro no meio da auto-gestão, estes dois artistas ainda desaparecem com o meu relatório.
Este documento foi pedido em Março de 2016.
Assim vai o HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS!

Adérito Barbosa in olhosemlente
Foto-Google

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Sedução em jogo

Sedução em jogo

Quando já ninguém espreita,
o que sinto
saio ao pôr-do-sol
e de mansinho desço a rua,
subo a calçada além
e falo a ninguém de ninguém  
escuto o mundo
rasgando o que não escrevi.
No peito trago comigo um covil,
onde durmo com leoas
e danço com as serpentes.
Vivo amortalhado em mim,
egoísta sempre vou escrevendo
trechos só meus.
Sinto enorme desprezo pelo futuro,
no meu mundo só as vozes roucas
cantam melhor o amor.
Frustra-me a sedução ignorada
não sei o sabor dos lábios que não beijei.
Nem o sal das lágrimas que não entendo.
Peço à mulher selvagem que
deixe ao menos os meus versos bater à porta do seu coração.
Já que recusou a sedução!
Que os deixe entrar, pois então!..,
Se o rio chorou a demais gente.
Eu também posso cantar assim só para ti.

Adérito Barbosa

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Linha recta



Linha recta

Preciso de paz para sorrir
paz e tempo para dormir.
Mentiras de sorriso enganador
não sou doente nem demente.
sem nostalgia contagias
as alma até um dia.
Com sorriso puta... 
escapas por entre as nuvens 
obra do espelho enganador.
Escapa-se de mim os medos,
a solidão e as noites negras, 
escapa-me o segredo da motivação. 
Ontem e amanhã não sei!
Cheio de coisas na cabeça
custa deslizar sobre os cacos 
de um castelo-de-areia 
que não soube consertar
nem quis reparar.
Agora sei explicar
esse olhar perverso
de sorriso puta...
Ontem eu tive pressa
hoje devagar ouvi o juiz
dar-te o sabor da frustração 
e mostrar-te as manhas das manhãs.
Preciso de paz para sorrir
E tempo... pouco para dormir.
Foram três orgasmos, 
seguidas vejam só!
Sem pudor, na  Web site
com a Lucy nas horas de 
angariação casa de bordel
fina meretriz de high society
meretriz de si própria dançou   
no dia da prova do veneno.

Adérito Barbosa in olhosemlente

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

ADMIRÁVEL MUNDO!!!                                                                                    

1 litro custa 4600,00 euros.
Já nos acostumámos aos roubos de toda a espécie, é o que é...
Há não muito tempo, as impressoras eram caras e barulhentas.
Com as impressoras a jacto de tinta, o mercado doméstico mudou, pois fomos seduzidos pela qualidade, comodidade, velocidade e facilidade dessas novas impressoras.
Aí veio a grande golpada dos fabricantes: oferecer impressoras cada vez mais baratas, e fazer tinteiros cada vez mais caros. Uma HP DJ3845 vendida nas principais lojas por 70 € vem com um conjunto de tinteiros. A reposição dos dois tinteiros (10 ml o preto e 8 ml o de cor), fica à volta de 45 €.
Nos modelos mais baratos, o conjunto de tinteiros pode custar mais do que a própria impressora.
Olhe o absurdo:
Pode acontecer que valha mais trocar a impressora do que fazer a reposição dos tinteiros!
Para piorar, de uns tempos para cá passaram a DIMINUIR a quantidade de tinta (mantendo o preço).
As impressoras HP1410 e 3920 que usam os tinteiros HP 21 e 22, vêm agora com tinteiros só com 5 (cinco) ml de tinta!
Um Cartucho HP, com uns míseros 10ml de tinta custa 19 €. Isto dá 1.9€ por mililitro.
Só para comparação, Champagne Veuve Clicquot City Travelle custa por mililitro 0.43 €.
A Lexmark vende um tinteiro para a linha de impressoras X, o tinteiro 26, com 5,5 ml de tinta de cor por 25 €. Fazendo as contas: 1000ml / 5.5ml = 181 tinteiros x 25 € = 4525 €.
4525 € por um litro de tinta!
Com este valor podemos comprar aproximadamente:
- 300gr de OURO;
- 3 TVs de Plasma de 42';
- 45 impressoras que utilizam este tinteiro;
- 4 notebooks;
- 8 Micros Intel com 256 MB.
Pior ainda: Se fizer meia dúzia de impressões e deixar passar 15 dias, quando voltar a imprimir já não há tinta!!!

Está indignado? Faça alguma coisa!

Adérito Barbosa in olhosemlente

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A dança do escorpião na selva tropical


A dança do escorpião na selva tropical

As guerrilheiras deviam ser todas boazonas de certeza!
Se estavam no salão foi porque tinham sido convidados pelo comandante local das FARC para um "caliente réveillon" dos guerrilheiros.
O Capitão-de-Fragata foi convidado a mostrar uns passos de bolero e a ensaiar o fandango Ribatejano às moças. O homem é super corajoso. Quer num ou noutro caso acho bem que o macho latino aproveite uma pausa na missão da ONU para seduzir as guerrilheiras com o charme português e armar a sua espingarda. Deve ser super excitante dançar com uma dama com uma granada no meio das coxas e sabre na liga, igualzinho à dança do escorpião. Se o nosso Capitão- de-fragata dormiu com a guerrilheira, imagino as pistolas debaixo das almofadas de ambos.
Só espero que a factura da conta da pensão não vá parar às Finanças para nós pagarmos as aventuras do James Bond português..
Os portugueses são danados para se relacionarem com o mulherio doutras latitudes. Desta vez a Agência de notícia Esponhola, EFE estáva lá e filmou as passadas. Trata-se de um capitão-de-fragata mais dois comparsas integrados em missão de paz da ONU na Colômbia, com o objectivo de supervisionar o cessar-fogo e entrega das armas, acordados em agosto do ano passado, para pôr fim ao conflito armado que já vai com mais de 52 anos de duração. O nosso Capitão justifica-se:
- Fomos convidados pelas guerrilheiras para dançarmos e com medo de sermos mal interpretados, acedemos à tentação sentir o colar tropical juntinho ao peito. Não queríamos que elas achassem que éramos maricas! Maricas, isso é que não!

Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Todos juntos

Todos juntos...

Mário Soares conseguiu unir todos os Portugueses em torno da sua homenagem: conseguiu unir os colonialistas mais ferrenhos que o acusaram de entregar as colónias aos colonizados sem exigir nada em troca, conseguiu juntar os que o acusam de negócios de diamantes com Savimbi e Fátima Roque. Conseguiu unir os retornados que o apelidaram de ladrão, conseguiu unir a extrema-direita que o acusa de pisar a bandeira nacional em Paris, juntou-se a extrema-esquerda que o acusa também de ter recebido benesses do regime fascista. Juntaram-se os amigos verdadeiros e os falsos admiradores, detractores e curiosos. Juntaram- se ignorantes, analfabetos e sábios, gente importante, anónimos, burros e espertos, políticos e não políticos, poetas, pintores, artistas escritores, jornalistas, comentadores revolucionários, militares, polícias e muitos ladrões certamente. Juntaram-se todos à sua volta.
Eu também pensei em juntar-me ao grupo e assim poder aparecer nas televisões. Preparei um discurso para vomitar, assim que aparecessem a CMTV ou a TVI. Comprei um lenço branco e um cravo vermelho, cortei as unhas para melhor cerrar os punhos. Mas afinal não fui à festa! Não fui, porque momentos antes de me fazer à estrada para ir carpir lágrimas, vi uma reportagem onde o Sr. Soares, a certa altura disse: "Demos a independência a Cabo Verde porque não tínhamos tempo para olharmos para eles"
Quando ouvi isso fiquei irritado por saber que o senhor não teve tempo para olhar para Cabo Verde e por isso botou as ilhas borda fora, confirmando o que o meu professor de Economia afirmara nos anos 70.
Quando os portugueses chegaram às ilhas não havia lá ninguém! Portanto Cabo Verde nunca foi colónia, era simplesmente um território Português. O Sr Dr. Mário Soares deu o que não devia e os Cabo-Verdianos pediram e receberam o que não deviam.
Por isso também eu me associo de corpo e alma ao grupo, não obstante reconhecer que o defunto  me merece todo o respeito pelos altos cargos que ocupou,  via votos.

Adérito Barbosa in olhosemlente

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Ainda o cheiro






No quarto ainda o cheiro no ar
horas passam devagar
tranco as memórias
és um ficheiro sem histórias
navegas na minha tez
mas não perdes a sensatez.


Mão fria no meu peito
assim é o teu jeito.
Danças de ventre enlevas
numa loucura sem reservas.
Sempre a primeira vez
assim eu quero, talvez…

Impudor sem limites
aquietas os apetites
frémitos de prazer
com sussurros animais
reguei com humidade a alma
numa corrente de água calma.

A tua boca vende a lua
à bolina, vamos numa falua.
Lábios que procuram os meus
como teia em telas de museus.
Aninhados e trémulos em mim
com sorriso de Aladino, por fim.

Cansados de brotar luxúria
sem palavras de lamúria
saboreia o odor sem saber
numa paixão por entender
prostrar e respirar fundo
ir num sono profundo.
Rodopiar como velas de moínho
ir com o vento e…
seguir o nosso destino.

Adérito Barbosa 
in livro "Clave de dó sem dor"

Adérito Barbosa in olhosemlente

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Mau demais...


Os que macaqueiam
fizeram o céu desabar.
É complicado adormecer
com monstros no sótão.
Conheço os ruídos da inocência
mas entendo perfeitamente os dos  artistas.
Quando não se tem vergonha,
o limite da desonra incomoda!
O pesadelo chegou cedo demais
ficou arrastando-se na mente
ninguém imagina o horror...
E os anos passaram... e as bestas cresceram...
Nas horas breves esqueceram
acreditei ter feito tudo bem
mas afinal fiz tudo mal!!
Foram dois, podia ter sido nenhum
Mau demais para ser verdade...

Adérito Barbosa in olhosemlente

Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...