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domingo, 23 de fevereiro de 2020

A dor que não entendo

Esta é a minha última publicação no que diz respeito à poesia no Facebook.
Aos meus leitores e amigos, um obrigado sentido por gostarem da minha escrita.
Este poema já tem música e tem uma destinatária. Fará parte te uma faixa de um disco brevemente.
A todos obrigado pela simpatia!
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A dor que não entendo

Dei-te tudo e levaste nada
Nos teus  olhos de felina
E nunca dizes nada...
Sentados no chão,
De lábios mordidos,
desenhámos o destino
que nos magoou,
mas temos nos olhos a vontade
e nos rostos um vendaval
do tempo que sabemos
ser inverno.
Nossas zangas trouxeram o frio
que não nos deixa segurar este mundo,
o escuro do nevoeiro que não nos deixa entender  os mal entendidos e a paixão que também dói, mesmo quando a alma está serena.
Se és capitão do silêncio
vamos tentar acender a vela
nesta chuva que não se entende.
A tua boca sabe  a limão quando
navegamos neste mar de angústia
para onde iremos nós, se um de nós não quer?
Pára, temos pouco tempo
para nos amarmos,
muito tempo para esquecermos
e já nem perguntas se gosto do teu vestido?
Tanto faz, se sempre te sonhei nua!

Adérito Barbosa

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