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domingo, 22 de dezembro de 2013

Acordai


Mostrai-me que não é miragem
Levai-me para um outro lugar.
Falai-me de outros tempos
Sentai-me no pedestal.
Contai-me histórias do futuro
Deixai-me sentir o limbo do musgo

Que é tempo do cacimbo,
Sinto os glúteos gelados.

Levai-me e sentai-me no cadeirão
Assistir o eclipsar do país.
Conversai comigo e dizei-me
Que é tudo mentira!
Tirai-me desta esquina
Não estrilheis, nem resmungueis.
Não queirais adormecer,
Esta vida é uma farra ao contrário.
Só tenho a fortuna deste grogue,
Não me censureis, nem me gabeis
Sou vadio, viandante sem tempo
Sou fugitivo da masmorra do logro.
Não me embaíeis mais, nem afianceis
Nas promessas dos catraios
Eles sem  medo...
são um... bando, uns fora da lei!
os que nos governam.
Acordai!

Adérito Barbosa in "olhosemlente"

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