Sono que enfraquece
sono que não descansa o corpo nem a alma
sono que finge e engana a razão
sono da solidão e do medo
sono que não explica
sono dos dias que vagueiam nas tardes de maresia.
E assim foi: Acordou, depois veio a pintura, o batom vermelho, pó de arroz; - outra candura no rosto surgiu, e por fim um sorriso patético ao espelho – estou bem! Olha desconfiada uma e outra vez e põe mais rímel. Agora sim!
O sol envergonhado que brilhara a medo no lençol do mar onde ela adormecera com o poeta, espreita agora cusco pelo vidro do carro: Ali está ele dormindo de pernas para o céu, a sonhar que não consolou quem amou e que foi pecado quando sentiu o preço do amor muito antes de amar.
Não faz mal, se não mudou até hoje não muda mais; - Pensou.
Desenhada uma nova amante nas teclas do telefone, parte para um outro lugar na esperança que vai amar outra vez nas tardes de sol-pôr entre chuviscos e o livro que teima em ler mas que não lhe apetece.
Adérito Barbosa in olhosemlente
foto Paralelo
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