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sábado, 15 de outubro de 2016

O mau hálito do pessoal da agência


Quando o Patilhas, o Ventoinha e o Ventura saem à rua é sinal de que a caça ao homem começou. Contam sempre com a colaboração incondicional dos agentes Anjos e Moita, do professor Rui e ainda da malcheirosa escrivã judicial Tânia. A eles ninguém os cala. Eles são temíveis em acção; os presumíveis criminosos, mesmo os criminosos e até os inocentes sentirão na pele, em breve, o peso das suas espadas. Não haverá fuga possível nem clemência! São geniais a radiografar a mente do criminoso; sabem por que monte anda o fugitivo, qual o estado de alma do homem, qual é a cor vermelha do cabo do canivete suíço que o criminoso leva no bolso de trás, a cor das cuecas que o homem veste, em que buraco se enfiou, quantas horas dorme, os perigos da hipotermia e quantas horas faltam para o apanharem. Passam o dia inteiro na sede nacional da agência da sarna e da língua grande que habita nas suas bocas fedorentas saem palavras a enaltecer as virtudes das nossas polícias, as virtudes do cardápio da nossa lei. Acreditem que sinto o mau hálito desses polícias de pacotilha a sair da tela de televisão, quando, com a escrivã mal cheirosa, devassam a vida alheia sem o mínimo respeito pelo direito à reserva dos familiares, muito deles idosos inocentes, eles também tão vítimas como os familiares das vítimas.

A escrivã malcheirosa Tânia invade os funerais, num claro desrespeito pelo direito à privacidade e escreve no romance que jura ter visto as lágrimas da ministra cair em cima do caixão da vítima, que desceu à terra na companhia do tal jornalista provinciano Oliveira, que em Vilar Formoso se celebrizou a fazer entrevistas em francês.
Os Inspetores Patilhas, Ventoinha e Ventura, os agentes Anjos e Moita e o professor Rui, antes das conferências de imprensa diárias, deviam escovar os dentes e fazê-lo todos os dias; a escrivã judicial Tânia deveria tomar um banho nas águas perfumadas do rio Trancão também antes das ditas conferências.
Pelo cheiro a mau hálito e a sebo do cabelo da escrivã judicial denunciam-se ao criminoso e assim ele vai fugindo e nunca mais o apanham.


Adérito Barbosa in olhosemlente



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