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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Um filme incrível


Um filme incrível

A produção do filme, morte em directo, tem sido uma chatice - a claquete encravou-se.
As Televisões fazem festa, arrastam os figurantes da aldeia para o directo. Às tantas um figurante já quase artista, saiu-se com esta: "caralh... aquele é o Pedro Dias, ainda pensei dar a volta ali e ir atrás dele... carais... , deu-me uma gana pá ". Outro figurante este menos artista do que o primeiro, jura a pés juntos que o carro da polícia esteve a dez metros do carro branco mas que um outro carro atravessou-se à frente e o Opel Astra branco que já não é Renault cinzento que andara por terras de Espanha desapareceu. Nos estúdios, a miséria humana é maior do que a parvalheira dos enviados especiais ao monte, que passam a vida a gozar o pagode importunando os idosos com perguntas e mais perguntinha. Apanhar um fugitivo revela ser bem mais complicado do que apanhar os condutores na operação caça às multas coisa que a polícia é especialista. A mim apanharam-me com o beijo dos flashes das máquinas em Coimbra, Crel, Estádio Nacional, Baptista Russo e Cabos D'ávila.
Eles que plantem câmaras nas curvas das ladeiras atrás das giestas e a carta de condução do fugitivo já era.


Adérito Barbosa in olhosemlente

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