Desde que decidi meter as mãos na terra e o pé na agricultura, descobri que plantar limoeiros não é tão simples como parece. Essa é, pasme-se, a terceira tentativa. Ou, como gosto de chamar, a terceira temporada da minha novela rural.
O primeiro limoeiro tinha uma particularidade: era macho. Sim, macho! Cresceu como um valente, cheio de vigor e cheio de folhas verdes, mas em três anos só deu um limão.
No ano passado, de passeio pelas feiras do Oeste, apaixonei-me por outro: o segundo limoeiro. Começou a ficar raquítico, não deu um limão sequer e mal passou de um arbusto com a autoestima de um cacto. Para piorar, o nosso bode Chico, o terror cá de casa, decidiu que o limoeiro era perfeito para "limpar os cornos". Resultado: o limoeiro não sobreviveu.
Agora vamos ao meu terceiro limoeiro. Otimista, fui à feira anual do Cadaval. Lá, entre tendas e sacos de batata, avistei uma obra-prima: um limoeiro com dez limões. Já era quase uma celebridade no mundo dos limoeiros. Olhei para o vendedor e perguntei o preço. Ele, com aquele tom de quem sabe que está a vender ouro vegetal, disparou:
- Esse é caro, porque já é um limoeiro feito, leva manual de instrução e respectivo passaporte.
Um limoeiro com passaporte, boa eu levo! Muito à frente…e
Combinámos o preço e, à noite, lá estava ele em casa, o Rolls Royce dos limoeiros.
Hoje, depois de ler o “manual de instruções” — buraco 40x40 cm, terra da boa a fazer de cama e dos lado tipo almofadas — reguei e...desta vez é que é!
Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot .com
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