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domingo, 3 de agosto de 2025

O Ranhoso de sempre

 


Já cansa esta ladainha da esquerda europeia, com o Sr. Macron à cabeça e o seu bando de galinhas lusitanas, a cacarejar pela solução dos dois Estados - o da Palestina, que nem sequer existe juridicamente, ou o Estado do Hamas — esse sim, real, armado, e reconhecido como organização terrorista pela União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Japão e por alguns países árabes.

A esquerda portuguesa, fiel ao seu papel de activista de café, quer ser  pioneira no reconhecimento de um Estado fantasma, dividido entre dois bandos que se odeiam quase tanto quanto odeiam Israel. Desde 2007 que o Hamas controla a Faixa de Gaza com mão de ferro, após ter deposto violentamente a Autoridade Palestiniana. Desde então, há 17 anos, que não há eleições. Em vez disso, há purgas internas, repressão política, e um regime teocrático que impõe regras medievais à população civil. O outro Estado, a Cisjordânia — vive sob uma administração corrupta, sem legitimidade popular, cuja única função parece ser gerir os fundos internacionais que nunca chegam à população.

O entretenimento preferido de ambos continua a ser o mesmo: lançar foguetes sobre civis israelitas, enviar homens-bomba para cafés, esplanadas e autocarros, raptar mulheres, crianças e idosos, e depois — claro — escudar-se atrás de hospitais e escolas para colher dividendos mediáticos. Desde 7 de Outubro de 2023, com o massacre de mais de 1.200 civis israelitas, incluindo bebés queimados vivos e mulheres violadas em massa, o Hamas consolidou o seu estatuto de organização terrorista internacional. O mundo civilizado ficou chocado. A esquerda ocidental, como sempre, relativizou o assunto.

A propaganda é de tal ordem que, se dermos ouvidos às manchetes, Israel só combateu crianças nos últimos três anos. Ninguém viu um único militantes do Hamas mortos. E, no entanto, estima-se que, desde o início da ofensiva israelita após 7 de Outubro, cerca de 40.000 combatentes tenham morrido.

A indústria palestiniana é, em grande parte, mediática. Produz vídeos para redes sociais, encena vítimas, manipula imagens e converte cada confronto em espectáculo para consumo das elites morais do Ocidente. A ciência praticada em Gaza é a da manipulação emocional. A tecnologia é importada do Irão: foguetes, explosivos, drones. O investimento humanitário que entra — cerca de 1,5 mil milhões de dólares anuais, segundo a ONU — é frequentemente desviado para construir túneis e esconderijos subterrâneos.

E no centro desta farsa está António Guterres, o pior Secretário-Geral da ONU da história recente. Um homem que conseguiu o insólito feito de ser declarado persona non grata por Israel. Sob o seu mandato, a ONU falhou em todos os principais conflitos da década: Ucrânia, Gaza, Síria, Sudão, Haiti. 

E… aquele assunto dos curdos é melhor nem dizer nada.

A sua diplomacia resume-se a declarações de condenação previsíveis, sem efeito prático, sempre carregadas de ambiguidade moral — com o dedo mais facilmente apontado a democracias ocidentais do que a ditaduras teocráticas.

Guterres, como bom esquerdista, confunde Estado com grupo armado. Confunde ciência com ressentimento. Compara um país democrático, com parlamento, imprensa livre e sistema judicial funcional, com uma organização jihadista cujo objectivo declarado é a destruição de Israel. Confunde fábricas de microchips com fábricas de mártires. Confunde um país que exporta tecnologia médica para o mundo inteiro com uma faixa de terreno que exporta vídeos de propaganda com crianças mutiladas — muitas vezes vítimas de explosões provocadas por armamento defeituoso do próprio Hamas.

O conflito israelo-palestiniano não será resolvido com moções simbólicas nos parlamentos europeus, nem com cimeiras diplomáticas onde se trocam sorrisos e frases feitas. Resolver-se-á quando os países árabes deixarem de usar os palestinianos como peões e quando os próprios palestinianos decidirem se querem trabalhar ou continuar a viver da glória do martírio subsidiado.

Portugal, como sempre, ranhoso, já se posicionou na linha da frente para reconhecer aquilo que não existe. Ninguém mandatou o governo para isso.

Na foto um membro do Hamas carrega um boneco disfarçado de cadáver. 


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

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