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terça-feira, 19 de novembro de 2024

Bukele conseguiu, Portugal não consegue

 Bukele conseguiu, Portugal não consegue 

Ontem  foi um dia diferente. De Lisboa vieram duas amigas almoçar connosco. Vieram sobretudo provar uns bolinhos franceses trazidos de França para a minha mulher. Os bolinhos Macarons são muito bons. As minhas amigas são umas tipas danadas para o passeio e não se fizeram de rogadas. Chegaram por volta do meio-dia, e fomos então para um restaurante muito simpático, o Forno da Avó. Eu queria ir para o Ribeirinha, mas outras vozes se levantaram, e não consegui alterar a azimute do restaurante.

Sentados à mesa, a conversa fluiu. Falámos dos coitadinhos dos palestinianos, dos desgraçadinhos do pessoal das zonas sensíveis de lisboa e arredores, das miseráveis televisões portuguesas, dos jornaleiros e comentadeiros fazedores de opinião, da falta de informação isenta, do bonitão jornaleiro Ricardo Costa da SIC, que chamou maluquinhos aos apoiantes de Trump. Ou seja chamou malucos aos 76 milhões de eleitores que votaram Trump. 
Falámos também dos youtubers, que todos os dias se tornam mais interessantes em matéria de informação. Até debatemos sobre as lésbicas e os paineleiros que insistem em nos convencer que o casamento gay é uma coisa natural e bonito de se ver. Isto surgiu a propósito de uma delas concordar com a minha homofobia. Dizia ela que o companheiro, também escritor, tem um ponto de vista diferente do meu sobre os gays. Ele não gosta de gays, mas diz que não o incomodam, ao contrário de mim, que me incomodam e muito.  

A conversa acabou por se focar nos coitadinhos palestinianos, nos maus israelitas, nos frouxos dos europeus, dos bonzinhos ucranianos e nos monstros russos - depois dei o exemplo de El Salvador. Elas ficaram curiosas e acabei por contar a história do presidente de El Salvador, Bukele.

El Salvador é um país pequeno, mas com uma história carregada: guerra, desigualdade social e, nos últimos anos, o terror imposto pelas gangues. Um lugar onde o medo se tornou parte do dia a dia. Mas aí surge um nome que vira tudo do avesso: Nayib Bukele. Jovem, fora da norma e cheio de ideias, ele chegou para romper com a política tradicional e agitar as estruturas do país.  

Bukele nasceu a 24 de julho de 1981, na capital, San Salvador. Vem de uma família de ascendência palestina, com ligações ao mundo empresarial. Antes de entrar na política, geria negócios da família, mas cedo se percebeu que tinha talento para comunicação e inovação. Em 2012, deu os primeiros passos na política, tornando-se presidente da câmara de Nuevo Cuscatlán pelo partido de esquerda FMLN (Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional). O bom desempenho levou-o a ser eleito presidente da Câmara de San Salvador em 2015.  

Bukele nunca foi de ficar em linha com o sistema. Começou a criticar os partidos tradicionais, incluindo o FMLN, e foi expulso do partido em 2017. Isso não o intimidou: em 2018, fundou o partido Nuevas Ideas, um movimento político que atraiu jovens e eleitores fartos de décadas de corrupção e governação ineficaz. Sem o apoio necessário para avançar sozinho, juntou-se ao partido GANA (Grande Aliança pela Unidade Nacional)e concorreu às eleições presidenciais em 2019. Venceu com larga vantagem, pondo fim ao domínio histórico dos partidos ARENA (direita) e FMLN(esquerda).  
O PSD E O PS lá do sítio.

As gangues de El Salvador, conhecidas como maras, têm origem num contexto de imigração e deportações dos Estados Unidos. Durante a guerra civil salvadorenha (1980-1992), milhares de salvadorenhos fugiram para os EUA, especialmente para Los Angeles, onde enfrentaram discriminação e violência de gangues locais salvadorenhos entenda-se. Muitos jovens reagiram e formaram as suas próprias gangues, como a Mara Salvatrucha (MS-13) e a Barrio 18, inspiradas pela cultura de rua americana. 

Nos anos 90, os EUA endureceram as políticas de imigração e começaram a deportar milhares de imigrantes ilegais, incluindo membros das gangues. Estes indivíduos regressaram a um país devastado pela guerra, com pobreza extrema e falta de oportunidades, o que acabou por alimentar o crescimento das gangues. Rapidamente, estas organizações passaram a controlar bairros inteiros, extorquir comerciantes, recrutar jovens à força e usar violência brutal para consolidar o poder.  

As maras, agiam como governos paralelos em várias comunidades. Controlavam o tráfico de droga, cobravam impostos (extorsões) a moradores e comerciantes e usavam violência extrema para impor respeito. As atividades incluíam raptos, abusos sexuais e homicídios, e muitas vezes forçavam famílias inteiras a abandonar as suas casas.  

Em 2015, a taxa de homicídios atingiu os 105 por cada 100 mil habitantes, um número aterrador.  

Quando Bukele chegou ao poder em 2019, fez da luta contra as gangues uma prioridade absoluta. O plano, mais conhecido como Plano de Controlo Territorial, começou com um reforço massivo da presença da policia militar nas ruas, principalmente nas zonas mais afetadas pela violência – aqui seriam as “zonas sensíveis”, para não ferir os ouvidos da burguesia portuguesa. Além disso, investiu pesado em tecnologia, monitorização e inteligência artificial para desmantelar as redes criminosas.  

O ponto que mais marcou foi a sua política de tolerância zero. Bukele começou a atacar as gangues sem tréguas, cortando a comunicação entre os líderes presos e os seus subordinados nas ruas. Construiu uma das maiores prisões da América Latina, o CECOT (Centro de Confinamento do Terrorismo), onde dezenas de milhares de membros de gangues foram enviados sob condições severas. Nada de visitas, encontros amorosos ou colchões. Os gangues estão misturados, sem regalias nenhumas iguais as que eles davam às suas vítimas.  

Outra medida polémica foi o Estado de Emergência implementado em 2022, que suspendeu garantias constitucionais como o direito de defesa e permitiu detenções em massa. Em poucos meses, milhares foram presos, com aprovacao de quase todo o Parlamento.

Bukele foi eleito democraticamente e tem apoio massivo, com índices de aprovação acima dos 80%. Ele próprio ironizou, chamando-se “o ditador mais cool do mundo”.  

Às críticas de ONGs e elites políticas, Bukele respondeu: Onde estavam vocês quando as gangues controlavam o país e assassinavam os nossos? A minha política é defender o básico: - o direito à vida e à segurança dos salvadorenhos.

Enquanto isso, em Portugal há locais onde a polícia não entra, e alguns palermas se manifestam a favor dos direitos da bandidagem.

Onde estão os direitos do condutor da carris queimado, dos polícias esfaqueados e mortos a tiro e daqueles que não vivem nas zonas sensíveis?

Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Nós não gostamos mesmo!


 Nós não gostamos mesmo!


No dia 04 de outubro,  MNE Paulo Rangel disse no Aeroporto Figo Maduro com todas as letras: "com os militares é sempre a mesma merda", levantou a voz ao CEM da Força Aérea e recusou-se a cumprimentar o Comandante da Unidade em público.

Este acontecimento que podia e devia ser uma notícia anda a ganhar pó desde 4 de outubro nas calendas do esquecimento - ninguém comenta, ninguém diz nada parece tudo pacífico.

Sr. Ministro Rangel, vomitou para cima dos militares a angústia da gravidez gay. O Sr Ministro Melo viu e ouviu um colega dizer que a tropa dele é uma merda. 

Sr. Presidente Marcelo chefe máximo dos militares também nada disse!

O Cor/Pilav Brandão Ferreira, já respondeu ao ministro Rangel numa longa e genial carta.

Não tendo eu a paciência do Brandão, vou então tentar ser mais sintético:

Os gays são assim mesmo: são uma coisa parecido com um homem: - não têm tomates para serem militares e falta-lhes uma vagina para serem putas.

Nós os militares não gostamos do cheiro de homens nem do cheiro a cu Sr. Rangel.

Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

sábado, 2 de novembro de 2024

Relatório ao Conde Portucalense

 


1 - O Bloco de Esquerda, junto com outros grupos da esquerda portuguesa, fez um grande alvoroço para que o Parlamento legislasse sobre o casamento gay. Agora entendo o porquê de tanta luta: foi para que Mortágua pudesse legalizar sua condição de lésbica. 

2 - A confusão de sempre nos bairros do Zambujal, Cova da Moura e afins terminou com a detenção de um grupo de rapazes encapuzados. Entre eles, alguns estão acusados de atirar coquetéis molotov para dentro de dois autocarros da Carris. Resultado: o motorista foi parar ao hospital, onde agora "experimenta" o que é ser queimado vivo. E qual foi a grande medida tomada pelo juiz depois de ouvir os rapazes? Proibi-los de usar isqueiros!

3 - Entretanto, para acalmar a situação, o governo recebeu de braços abertos Mamadou Ba e organizações como o SOS Racismo, sempre prontas a apontar racismo aos agentes da PSP. Mamadou Ba, grande seguidor dos ideais de Frantz Fanon, gosta de afirmar, “metaforicamente falando”, que "é preciso matar o homem branco". Como é que Mamadou Ba se tornou o guia espiritual de muitos intelectuais da esquerda, não sei!? Será que se encontram todos no Martinho da Arcada para discutir o “homem branco”? Mais surreal ainda foi ouvir esse indivíduo exigir a demissão do Diretor Nacional da PSP.

4 - No meio dessa confusão toda, a maior afronta foi o desfile do pessoal do SOS Racismo, do Vida Justa, de Mamadou Ba — e de Dino D'Santiago, aquele que queria mudar a letra do hino nacional português e que recebia os parabéns dos cabo-verdianos por "namorar" Catarina, sem nunca vir a público negar o facto. Dino deveria ir mas é para a sua terra alterar a letra do hino.

5 - Os chefões da Cova da Moura tiveram uma semana intensa. Uma semana antes, coordenaram vandalismos; uma semana depois, lideraram a marcha sobre lisboa e, na mesma noite, estavam nas televisões debatendo as agendas.

Conclusão: 

Os rapazes auto-segregam-se com o seu crioulo, não se preocupam com escolaridade, viajam nos transportes públicos sem pagar, negociam estupefacientes, frequentam a praia do Tamariz, fazem arrastões na praia de Carcavelos, apedrejam a polícia, invadem esquadras, incendeiam viaturas e mobiliário urbano, queimam um motorista vivo, publicam vídeos de vandalismos, fazem convocações para partir lisboa nas redes sociais, são idolatrados pelos jornalistas, pelo Bloco, fazem manifestações, vão às televisões intoxicar o ambiente e, como se não bastasse, ainda são recebidos pelo governo em apoteose. 

Nota de rodapé: Conde, como podes verificar mais valia não teres  batido na tua mãe para ficares com as terras dela.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Hoje escreve o Dr. especialista em assunto nenhum


Portugal é um país reconhecido pelo acolhimento de cidadãos de todo o mundo e pelo compromisso com a inclusão social. Compreende-se que as pessoas em busca de uma vida melhor têm o direito de encontrar oportunidades na nossa sociedade, e por isso Portugal oferece apoio nas áreas da educação, saúde e habitação para facilitar a transição e promover a integração de todos.

A Cova da Moura, na Amadora, abriga uma comunidade de imigrantes africanos de primeira à terceira geração, essa comunidade ocupa uma vasta área de terreno pertencente à família Canas, que há 50 anos luta para reaver a sua propriedade, sem sucesso. Aí começa o problema. Alguém ocupou um terreno e de lá nunca mais saiu.

Portugal oferece a essa e a outras comunidades acesso a cuidados de saúde, educação gratuita e programas de habitação social, com o objetivo de promover uma integração plena. Estes apoios incluem escolas onde os alunos têm acesso a materiais escolares, alimentação e até dispositivos tecnológicos gratuitos. Mas, então, por que a integração desta comunidade não acontece?

As elevadas taxas de abandono escolar e a falta de aproveitamento dos programas educativos levam a um afastamento da escola. O uso do dialecto crioulo, dentro do bairro, contribui significativamente para a autosegregação.

O mercado de trabalho europeu cada vez mais exigente, é outro fator importante para a não integração, e muitos dos adultos desta comunidade continuam a enfrentar dificuldades em encontrar trabalho estável e formal, Em parte, isto deve-se à baixa qualificação profissional, à falta de escolaridade e ao limitado domínio da língua. Mas também resulta das suas escolhas que os mantêm em setores da economia informal ou em atividades ilegais. Esta situação perpetua a pobreza e o isolamento, alimenta estigmas e preconceitos e cria uma imagem negativa da comunidade. É um ciclo que se reforça, dificultando a integração dos indivíduos que tentam escapar a esta realidade.

A Cova da Moura tornou-se num gueto onde muitas famílias residem em condições precárias. A própria estrutura e o isolamento do bairro dificultam o acesso a outras áreas e limitam a interação social com o resto do País. Muitos dos habitantes vivem num sistema de dependência do Estado, o que cria uma situação de estagnação. As habitações e os subsídios oferecidos não são soluções definitivas, mas sim paliativos que, sem oportunidades de mobilidade social, mantêm a comunidade numa condição vulnerável.

É também importante lembrar que a integração é um processo bilateral. A sociedade portuguesa precisa de estar aberta e disposta a integrar estas comunidades; por outro lado, os indivíduos e famílias da Cova da Moura devem fazer esforços conscientes para participar activamente na vida social, respeitar as normas e contribuir de forma construtiva. A criminalidade que muitas vezes marca a imagem da Cova da Moura mina a confiança da população portuguesa e reforça preconceitos que, embora injustos para muitos que procuram honestamente uma vida digna, dificultam a plena aceitação e integração da comunidade.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

domingo, 20 de outubro de 2024

O padrasto de Cabo Verde


O padrasto 

Duas verdades sobre Amílcar Cabral. Um luso-guineense comunista radical e violento, conhecido nos círculos comunistas como o "pai de Cabo Verde". Para mim, Cabral é o pai de alguns tansos comunistas de Cabo Verde, sim! Meu, não é em absoluto coisa nenhuma!

Vamos aos factos e às controvérsias:  

Cabral promoveu execuções e purgas internas. Alguns membros do seu próprio partido foram assassinados ou eliminados sob a acusação de traição. Esses assassinatos não foram amplamente documentados com pormenores, porque, à época, assim como hoje, os ditadores comunistas agiam e agem dessa maneira: manda-se matar e pronto! O carniceiro Cabral vivia obcecado com possíveis infiltrações e deslealdades. Houve vários casos em que ele aprovou assassinatos de opositores e dissidentes internos. As tensões entre diferentes facções, tribos e grupos sociais dentro do movimento contribuíram para essas execuções. Foi por isso que, no final, ele mesmo foi eliminado. Quem com ferros mata, com ferros morre.

Segundo ponto: Cabral e o seu movimento usaram táticas violentas que causaram sofrimento a civis, tanto guineenses como portugueses. Cabral era um marxista convicto, seguidor fervoroso do socialismo, e muitos críticos internos viam-no como um comunista radical. Na verdade, ele era um dos pontas-de-lança da União Soviética, Cuba e China em África. Cabral não era mais do que um instrumento da tirania comunista internacional.

E a verdade é esta: Cabral nada tinha a ver com Cabo Verde. Basta olhar para a cara dele: um guineense! Quando leio a literatura da Cristina Fontes, escrita em nome dos cabo-verdianos sobre o padrasto carniceiro Cabral, dá-me vómitos.

Adérito Barbosa in olhosrmlente.blogspost.com


sábado, 19 de outubro de 2024

Saúde mulheres com próstata


 Universidade de S.Paulo promove palestra para os dias 11 e 12 de novembro - palestra sobre:

"A história do corpo e a saúde das mulheres com próstata." 

Sim, é isso mesmo que vocês leram – mulheres com próstata! Parece que o mundo enlouqueceu. Agora vai ser interessante ver médicos a fazer exames de próstata nas mulheres.

Qualquer dia vão enfiar o dedo no cu dos homens à procura dos ovários.

O que me conforta é que já estou velho e a mim não me vão  o confundir a cabeça com essas modernidades.

Esses tipos vão tomando conta do mundo devagarinho e qualquer dia só há paneleiros por aqui!


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Pastor de Vendavais


Nas margens do firmamento  

com a inocência desarmada 

de quem não sabe o que busca, 

sinto a presença de um enigma oculto  

na rosa, que não é apenas rosa.  

Olho para o sol, para o brilho das estrelas,  

num ímpeto que desafia o medo,  

tento compreender aquilo que se esconde  

nas tramas invisíveis do real.


Não é busca,  

é concepção… 

pressinto na sombra que inclina 

o olhar, resoluto na incerteza,  

um saber que não se afirma, 

mas apenas persiste.

E assim, fico,  

enquanto explode a geometria das ruas 

que não sabem de mim.


Solidão, como sempre…

a coisa se instala nas estrelas  

e, quando quero, faço dela  

um conto irónico de luz.  

Desenho, com indiferença, as lágrimas  

que caem no abismo do silêncio,  

silêncio feito de palavras que nunca li,  

mas que, em delírio, acreditei ter lido.  

Este é o meu destino  

Pastorear vendavais,  

sem jamais confiná-los  

no estreito campo daquilo 

que se chama real.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

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"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...