Cabo Verde um País de filhos sem Pai.
No mês passado, encontrei-me com uma senhora Cabo Verdiana que vive há muitos
anos no norte da Europa e, no meio da conversa, acabámos por falar sobre Cabo
Verde, terra de onde somos naturais.
Falámos dos costumes, das gentes, das coisas boas e das más. Das más dizia-me
ela: - Em Cabo Verde a coisa mais natural do mundo é estar-se casado e o marido
fazer filhos fora do casamento, a torto e a direito, com a maior desfaçatez; na
maioria dos casos não registam os filhos, não os reconhecem, não os sustentam,
nem se interessam por eles. Normalmente é a mãe e os avós, ou parentes maternos
quem arca com as responsabilidades.- É prática
instituída!
O que fariam os maridos Cabo Verdianos, se as suas magníficas esposas
aparecessem grávidas de outro homem em casa?
- Cabo Verde é um (País de filhos sem pai), ou ou País de muitos filhos sem pai dizia-me ela.
Interessei-me pelo assunto, comecei a indagar e encontrei este relatório
produzido pelo Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde, publicado pelo Diário Digital que a seguir
transcrevo:
“Cerca de 8 por cento das crianças cabo-verdianas dos zero aos seis anos está
por registar, percentagem que sobe para 28,4% entre menores de um ano, revelou
hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE) de Cabo Verde.
Segundo o Inquérito Multiobjetivo Contínuo de 2013, no módulo Práticas
Familiares, entre as crianças registadas, 6,2% não possui o nome do pai.
Entre as razões para o não registo das crianças está a falta de documentação,
principalmente do pai, o facto de os pais serem estrangeiros ou da mãe ser
casada com outro homem (32,7%), desinteresse dos pais (24,6%) e ausência do pai
(18,6).
Quanto ao aleitamento à nascença, o Inquérito Multiobjetivo Contínuo de 2013
revelou que 98,2% das crianças amamentaram ou estão amamentando, sendo que
48,8% amamentou por um período inferior a 6 meses, 30,5% exatamente 6 meses e
cerca de 8% por um período superior a seis meses.
O estudo do INE concluiu que no que diz respeito à alimentação, as crianças
cabo-verdianas fazem em média 3,9 refeições por dia, sendo que 34,5% faz três e
24% faz quadro refeições diárias.
«No entanto, observe-se que cerca de 50% das crianças do meio urbano fazem
quatro a cinco refeições diárias. No meio rural, 45,6% alimenta-se três vezes ao
dia, 22,6% faz quatro refeições e 8% faz apenas uma ou duas», lê-se no
inquérito.
No que diz respeito à proibição de alguns comportamentos, 56,5% dos
"cuidadores" cabo-verdianos declararam ao INE que agridem as
crianças, enquanto 16,4% ameaçam com castigos e 40,7% incentivam as crianças a
obedecer.
O módulo Práticas Familiares, incluído pela primeira vez no inquérito, revelou
ainda dados sobre a água para beber, higiene, frequência das visitas aos
serviços de saúde, repouso e sono, linguagem, desenvolvimento cognitivo,
utilização do tempo, entre outros.
Segundo os resultados do INE, estimava-se que, em 2013, existiam em Cabo Verde
68.837 crianças menores de sete anos, cerca de 14% de toda a população do
arquipélago.
O ato de apresentação contou com a presença da presidente do Instituto
Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), Marinela Baessa, que disse à
agência Lusa haver dados quantitativos «muito importantes» mas também «muito
preocupantes» em relação aos comportamentos dos pais para com os seus filhos
pelo que, agora, o próximo passo é fazer a análise qualitativa.
«O inquérito do INE veio comprovar algumas hipóteses que já tínhamos em relação
ao comportamento dos pais, que afeta diretamente o desenvolvimento físico,
psicológico, cognitivo e social das crianças», prosseguiu Marilena Baessa,
avançando que as famílias devem mudar os seus comportamentos logo na pequena
infância, sob pena dos hábitos terem impacto na adolescência, juventude e na
vida adulta.
Quanto às razões para os pais não registarem os seus filhos, Marilena Baessa
indicou que o Ministério da Justiça cabo-verdiano já está a tomar
«providências» no sentido de mudar o Código Penal e passar a ter mão mais dura
para os que fogem às suas responsabilidades como progenitores.
A presidente do ICCA sustentou que alguns dos dados são reflexo da pobreza do
país, mas avançou que o Governo está a fazer todos os esforços para minimizar o
flagelo, dando mais atenção às crianças e às famílias, «onde está a base para
toda a sociedade».
«O ICCA não quer passar qualquer responsabilidade para a família, mas ela tem
de assumir o seu papel, bem como a comunidade, a sociedade civil organizada, os
municípios e o Estado», lembrou Marilena Baessa.
A presidente do ICCA recusou a ideia de que as crianças cabo-verdianas estão
vulneráveis, preferindo dizer que o país está, agora, a saber das situações
através das pesquisas e inquéritos, para, depois, analisar e tomar decisões”
O relatório faz tremer qualquer pessoa civilizada - qual
sociedade pobre qual carapuça!!! O que precisam de fazer, é lei que puna
severamente esse comportamento hediondo, uma lei que os obrigue, a assumir os
filhos, uma lei que os obrigue a sustentar os filhos.
Será que algum Governante tem uma resposta para este flagelo
social? Uma vergonha!!!
Adérito Barbosa in olhosemente
(y) #fatasso
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