Já estás a imaginar-te Presidente da República Portuguesa, não? Eu já!
Já estás a imaginar-te naquele carrão preto, com um assessor fardado de luvas pretas na mão? Não? Eu já!
Já te imaginaste numa daquelas presidências abertas junto dos calceteiros, dando exemplo, de joelhos no chão, a assentar uns paralelepípedos na cama do areão dos passeios e nas calçadas portuguesas e depois fazer festinhas com o martelo e no finalzinho amassar-lhes o juízo com um maço? Já imaginaste o que seria de Rans, Tino? Eu já!
Já imaginaste a noite da eleição do Vitorino Francisco da Rocha e Silva, mais conhecido por Tino de Rans? Rans não dormiria, a igreja ficaria aberta para os menos crentes encontrarem a fé e a Junta de Freguesia em alvoroço, numa sessão plenária extraordinária, à procura de um cognome para ti. A Ana Malhoa a animar o bailarico no Largo do Cruzeiro, o tio Celestino com a adega aberta, coisa que nunca fizera em 97 anos, e a fogueira, Tino? Uma daquelas fogueiras que chegaria ao céu! Serias um orgulho para as gentes de Rans, Tino, podes crer! - Vejam só, Tino, um filho da terra, agora é rei em Belém, Senhor na Europa e famoso no mundo. Serias doutor honoris causa de todas as universidades, membro da Opus Dei, bem como membro de várias organizações internacionais. Serias confrade de um montão de confrarias das comezainas e das bebedeiras por esse mundo fora! Até terias direito a umas ações do BPN, BANIF, BES, e do BPP., Bancos Maus e Bons
Pois é, Tino! Tu que nasceste no meio dos cabrestos e te criaste no meio dos calceteiros és um homem do povo, tu és povo, mas vais ver que o povo é o primeiro a renegar-te e a dar-te com os pés, como Pedro fez a Jesus, quando o galo cantou pela terceira vez. Ele, o povo, vai achar que não és conhecido lá fora, que não tens experiência política, que não és professor, que não sabes falar inglês nem francês, que lá para as bandas do Largo do Rato até te acharam cómico e por isso te descartaram. Enfim, que não tens influência nem na banca, nem junto do poder económico.
Ó Tino, o povo vai preferir aqueles que não são do povo. Vai preferir os professores, os doutores, sobretudo aqueles que manipularam a opinião pública anos a fio na TV, vai preferir o pessoal dos partidos e o pessoal do sistema - apesar de eu achar que és do sistema, do sistema do povo. Entendes? É esse povo quem vai votar em massa; os que brincaram com a Barbie e com o Ken votam na Barbie com saudade da infância; os intelectuais querem ver Nóvoa a sair da névoa, tipo D. Sebastião, que foi mandar vir com os mouros, esquecendo-se que os mouros é que conheciam o deserto. Os comunistas e os católicos descontentes, juntos e de mãos dadas, votam no padre foragido da igreja. Os assinantes da Porto Canal votam sem hesitar no candidato do Júlio Magalhães, o tal que é professor, empresário e comentador, o tal de Braga, sabes? Sim, esse mesmo! A esse até acho graça, vi-o em cima da cadeira à porta do TC, achei giro.
Os leitores da revista Playboy, esses, são fiéis aos seus princípios e não vão abrir mão de uma boa nudez. Vão depositar o voto, pela certa, na Marisa, na esperança de um dia a ver nua na Playboy…
Os polícias, os magistrados, os carcereiros, os investigadores e juízes da CMTV, os anti-ladrões vão todos a correr atrás do Morais - ele só agora descobriu a corrupção; quando andou nos corredores do poder, no PSD e na Câmara do Porto nunca viu nada.
Os ladrões, esses não vão votar; é melhor não contar com eles; esses passam o tempo a magicar qual vai ser o próximo banco a cair em desgraça e qual é a melhor parceria ou privatização para eles “botarem” as mãos em cima.
E tu Tino, para ti não auguro nada de bom. Vais entender como é o povo. Lembra-te que foi o povo quem mandou prender e condenar à morte Jesus Cristo e deixou à solta o ladrão Barrabás. Pois é Tino, é esse o tal povo que está sempre a criticar os mesmos do costume e vai votar como sempre nos mesmos do costume. E quando as coisas correm mal, como sempre correm, ninguém votou no tipo que está no poder.
Agora só cá para nós, ó Tino:
- Achei original mesmo, curti bué aquela cena super baril, ver-te com a cesta de vime no ombro, cheia de assinaturas, à porta do TC. Até pensei que andavas nas vindimasTino, conta com o meu voto!
Aderito Barbosa in olhosemlente
Já estás a imaginar-te naquele carrão preto, com um assessor fardado de luvas pretas na mão? Não? Eu já!
Já te imaginaste numa daquelas presidências abertas junto dos calceteiros, dando exemplo, de joelhos no chão, a assentar uns paralelepípedos na cama do areão dos passeios e nas calçadas portuguesas e depois fazer festinhas com o martelo e no finalzinho amassar-lhes o juízo com um maço? Já imaginaste o que seria de Rans, Tino? Eu já!
Já imaginaste a noite da eleição do Vitorino Francisco da Rocha e Silva, mais conhecido por Tino de Rans? Rans não dormiria, a igreja ficaria aberta para os menos crentes encontrarem a fé e a Junta de Freguesia em alvoroço, numa sessão plenária extraordinária, à procura de um cognome para ti. A Ana Malhoa a animar o bailarico no Largo do Cruzeiro, o tio Celestino com a adega aberta, coisa que nunca fizera em 97 anos, e a fogueira, Tino? Uma daquelas fogueiras que chegaria ao céu! Serias um orgulho para as gentes de Rans, Tino, podes crer! - Vejam só, Tino, um filho da terra, agora é rei em Belém, Senhor na Europa e famoso no mundo. Serias doutor honoris causa de todas as universidades, membro da Opus Dei, bem como membro de várias organizações internacionais. Serias confrade de um montão de confrarias das comezainas e das bebedeiras por esse mundo fora! Até terias direito a umas ações do BPN, BANIF, BES, e do BPP., Bancos Maus e Bons
Pois é, Tino! Tu que nasceste no meio dos cabrestos e te criaste no meio dos calceteiros és um homem do povo, tu és povo, mas vais ver que o povo é o primeiro a renegar-te e a dar-te com os pés, como Pedro fez a Jesus, quando o galo cantou pela terceira vez. Ele, o povo, vai achar que não és conhecido lá fora, que não tens experiência política, que não és professor, que não sabes falar inglês nem francês, que lá para as bandas do Largo do Rato até te acharam cómico e por isso te descartaram. Enfim, que não tens influência nem na banca, nem junto do poder económico.
Ó Tino, o povo vai preferir aqueles que não são do povo. Vai preferir os professores, os doutores, sobretudo aqueles que manipularam a opinião pública anos a fio na TV, vai preferir o pessoal dos partidos e o pessoal do sistema - apesar de eu achar que és do sistema, do sistema do povo. Entendes? É esse povo quem vai votar em massa; os que brincaram com a Barbie e com o Ken votam na Barbie com saudade da infância; os intelectuais querem ver Nóvoa a sair da névoa, tipo D. Sebastião, que foi mandar vir com os mouros, esquecendo-se que os mouros é que conheciam o deserto. Os comunistas e os católicos descontentes, juntos e de mãos dadas, votam no padre foragido da igreja. Os assinantes da Porto Canal votam sem hesitar no candidato do Júlio Magalhães, o tal que é professor, empresário e comentador, o tal de Braga, sabes? Sim, esse mesmo! A esse até acho graça, vi-o em cima da cadeira à porta do TC, achei giro.
Os leitores da revista Playboy, esses, são fiéis aos seus princípios e não vão abrir mão de uma boa nudez. Vão depositar o voto, pela certa, na Marisa, na esperança de um dia a ver nua na Playboy…
Os polícias, os magistrados, os carcereiros, os investigadores e juízes da CMTV, os anti-ladrões vão todos a correr atrás do Morais - ele só agora descobriu a corrupção; quando andou nos corredores do poder, no PSD e na Câmara do Porto nunca viu nada.
Os ladrões, esses não vão votar; é melhor não contar com eles; esses passam o tempo a magicar qual vai ser o próximo banco a cair em desgraça e qual é a melhor parceria ou privatização para eles “botarem” as mãos em cima.
E tu Tino, para ti não auguro nada de bom. Vais entender como é o povo. Lembra-te que foi o povo quem mandou prender e condenar à morte Jesus Cristo e deixou à solta o ladrão Barrabás. Pois é Tino, é esse o tal povo que está sempre a criticar os mesmos do costume e vai votar como sempre nos mesmos do costume. E quando as coisas correm mal, como sempre correm, ninguém votou no tipo que está no poder.
Agora só cá para nós, ó Tino:
- Achei original mesmo, curti bué aquela cena super baril, ver-te com a cesta de vime no ombro, cheia de assinaturas, à porta do TC. Até pensei que andavas nas vindimasTino, conta com o meu voto!
Aderito Barbosa in olhosemlente