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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Memória


No dia 27 de janeiro 2015, 70 anos depois, comemorou-se o Dia Internacional da Memória do Holocausto. Estima-se que morreram um milhão e duzentos mil judeus em Auschwitz - Polónia.


- No dia 28 de Julho de 2014, fez 100 anos que um atentado provocou a 1ª Guerra Mundial. "A França registou cerca de 1,4 milhão de mortos e 4,2 milhões de feridos; a Alemanha, 2 milhões de mortos e 4,2 milhões de feridos; a Áustria-Hungria, 1,4 milhões de mortos e 3,6 milhões de feridos; a Rússia, 2 milhões de mortos e 5 milhões de feridos; a Grã-Bretanha, 960.000 mortos e 2 milhões de feridos; a Itália, 600.000 mortos e 1 milhão de feridos e o Império Otomano, 800.000 mortos. Proporcionalmente, quem se saiu pior foi o pequeno Exército Sérvio, com 130.000 mortos e         135.000 feridos, três quartos de seu contingente".

1 - Excluindo o Governo português que só sabe lamber as botas à Alemanha, espero que ninguém mais, se lembre de permitir que os alemães voltem repetir a brincadeira do Holocausto.

2 - Aproveito também para lembrar aqui a memória dos combatentes portugueses que morreram nas trincheiras da Flandres local onde já estive e onde pude conhecer em pormenor.

3 - lembro ainda como se fosse hoje a sensação que senti quando visitei o Museu dos Panzers em Munster na Alemanha, onde fiquei com pele de galinha quando observei com particular vagar os artefactos, as fardas, os capacetes e o armamento utilizados pelos Soldados Portugueses durante a 1ª guerra; - Não foi difícil imaginar a vida que levavam. Lembro o silêncio que a nossa comitiva militar guardou em homenagem aos nossos mortos.
Por isso, chateia-me ver os políticos gozar com os militares e enoja-me ver os militares moribundos.

Adérito Barbosa  in olhosemente

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Quando voltares

No Ano 2045 com 85 Anos de idade e com este aspecto, escrevei este poema à mulher que eu amo...

Quando Voltares

Quando voltares,
Entra devagar
Nesta vida esquecida.
Senta-te no passado
E conta-me histórias
Do futuro que passou.

Quando voltares,
Explica-me como
Fizeste amor amanhã
E quantos orgasmos ficaram.
Quando voltares,
Traz-me notícias das
Frias noites de solidão que passei.

Quando voltares,
Aquece-me a alma no braseiro
Onde queimaste
As cartas de amor por abrir.
Quando voltares diz-me
Que dormiste nos braços de ninguém
E que, que que não era eu.

Quando voltares,
Leva-me a rodopiar
Nas velas fixas do moinho
Onde nunca estivemos
E jura que que estou a voar.
Quando voltares,
Serei outro, serei fraco
Mais do que fui forte,
Mais sereno do que fui.

Quando voltares,
Aqui estarei!
Como sempre sentado,
Nesta Laje da soleira
No local de sempre,
Onde o tempo não contou
Os dias que fiquei sem o teu amor
E sem o teu perfume.
Quando voltares,
Conta tudo o que não vivemos
E nada do que perdeste.

Quando voltares,
Não precisas sonhar com o ontem.
Sou apenas uma carcaça do que fui.
Quando chegares,
Conta as minhas rugas,
sinto medo.
Ajuda-me o tocar o vento da memória
Para dentro de mim!

Quando chegares,
Vais escutar no meu silêncio,
Vais saber de nada
E vais entender
Pelo bater do meu coração
O quanto te amei!
Pelo brilho dos meus olhos
Saberás que é
Bom voltar a sentir-te
Aqui outra vez.

Adérito Barbosa 2045                Foto envelhecida por software 30 Anos

Outra a vez a mil


Outra a vez a mil

Vou procurar-me
Desta vez na sorte
Da roleta russa
E neste gole de grogue.
Cabeça confusa
Esta...
Outra vez a mil,
Cá dentro és tu!
No centro és bala
Vieste e alojaste
A dor que ficou
Sim...
Uma e outra vez,
Fomos um talvez!
Veio o silêncio
Veio o medo
Veio o vazio
E...
Veio o nada.
Vou procurar
Dentro de mim
A parte de ti
E tu dentro de ti

O travo do meu grogue.

Adérito Barbosa  in olhosemente

domingo, 18 de janeiro de 2015

Sou contra assassinos

Caro Adérito, penso que segues a escrita de opinião do excelso Coronel Matos Gomes, trabalhei com ele no EME no programa dos NH-90. "helicópteros para o Exercito".
Todos nós temos referencias, eu revejo-me em 90% da sua opinião e como gostava de saber-me exprimir como ele. É um SENHOR! Abraço

Joaquim Moreira


Carlos Matos Gomes  Sou contra assassinos


Sou contra assassinos. Quando oiço muçulmanos dizerem que não são Charlie porque eles ofenderam o profeta e cristãos, quando oiço pessoas sensíveis e bem comportadas e até bem intencionadas, dizerem: não sou Charlie porque não se pode ofender impunemente as convicções religiosas e os sentimentos dos outros, percebo que estou noutra onda e que, a prazo, corro riscos de morte, como os dos jornalistas do Charlie Hebdo. Para mim o assassínio dos jornalistas do CH e dos clientes do supermercado não é relativo. Não é negociável. Para mim não há convicções religiosas que justifiquem o assassínio. Se o assassínio é fruto de convicções religiosas, eu sou contras as convicções religiosas. Mas à minha volta já muitos se renderam.
Se essas pessoas não são Charlie por essas razões, é porque entendem que é razoável e defensável que um homem, ou uma mulher não só sejam seguidores e seguidoras de um deus (um Deus, meu Deus! – uma entidade criadora do universo, adorado por ser bom e justo, por considerar todos os homens e mulheres como seus filhos) que aceita que seus fiéis (e logo os mais zelosos!), assassinem outros homens e mulheres precisamente por fazerem uso do dom do livre arbítrio com que esse Deus dotou os seus filhos, deixando-os livres para pensarem mal, para pecarem, para renegarem quem os animou! Isto é, essa gente para quem o assassínio em nome de Deus é justificável, admite o que num tribunal ordinário de homens normais seria considerado autoria moral de um crime hediondo!
Isto é normal? E justificável? Existe um Deus assim como este dos assassinos, patrocinador e protector de assassinos? Existe um Deus autor moral de crimes? Um Deus que tem juízes e carrascos na Terra? Um Deus que tem assassinos por sua conta, que não aceita ser ofendido por um pobre homem que lhe faz uma caricatura e exulta com uma chacina? Isto é uma crença aceitável, respeitável? É respeitável, merecedor de crédito, defender estes usos e costumes, estas crenças?
Dir-me-ão que o Deus dos israelitas não é melhor do que este dos islamitas assassinos. Que o Netanyahou não é melhor que estes dois irmãos? É verdade. E o mesmo quanto aos deus dos cristãos. Se aceitarmos que estes são os homens de mão dos deuses, os deuses são todos iguais e eu tenho de lutar contra eles, todos eles, com as minhas armas. Os jornalistas lutaram contra estes deuses de assassinos com as armas da caricatura. Eu estou com eles. Sou Charlie Hebdo, como já fui palestiniano em Gaza, ou cristão na Siria e ateu porque não admito que alguém da minha espécie acredite num monstro a que chama deus e que entenda ser normal ou aceitável que o nome de um qualquer deus as práticas da sua adoração surjam associadas a acções que implicam o assassinato de quem não acredita nele e não o leva a sério.
Não, os fiéis de qualquer deus, profeta, santo ou sócio que assassinam não merecem nenhum respeito, nem nenhuma complacência, nem as suas exóticas crenças podem servir de atenuante. Trata-se de doidos perigosos. Ou de assassinos com um alibi. Não estamos no mundo do sagrado. Estamos no da bestialidade.
Ir à raiz do mal que matou em Paris, como matou e mata em Gaza, na Siria, no Iraque, ou na Nigéria é, em primeiro lugar, enfrentar a irracionalidade da fé em qualquer Deus. Da fé neste deus e neste profeta e na fé noutros deuses e noutros profetas.
É contra a irracionalidade da fé religiosa a luta que tem de ser travada em nome da humanidade. É dessa luta que todos temos medo. Disfarçamos o nosso medo de enfrentar as forças da irracionalidade admitindo que respeitamos as crenças de cada um, como se a religião não matasse e fosse uma mera opção por uma bebida, por um dia de descanso, por umas salmodias, por umas leituras, pelo comprimento das saias da mulher e da barba dos homens.
A raiz do mal está no totalitarismo inerente à crença num deus, numa entidade em que temos de acreditar para sermos salvos de um pecado, de um destino que não sabemos qual é, de uma entidade protectora que não escolhemos para nos proteger e que ninguém no seu perfeito juízo consegue dizer quem é.
Enquanto existir um homem ou uma mulher que acredite que tem de adorar um deus para se salvar e que tem de praticar atos criminosos para o aliciar, defendendo-o à rajada das ofensas que os infiéis e os hereges lhe possam fazer, teremos um assassino em potência como estes de Paris, que passaram da irracionalidade da fé à realidade do crime.

Adérito Barbosa  in olhosemente

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O Flesh é sniper

O Flesh e o Ernesto na subversão

Nos últimos dias ouvi grandes teóricos, pensadores, analistas, estrategos, entendidos, pós-graduados, mestres e professores doutores  a botar faladura sobre o Médio Oriente, militares, policias, armamento, religiões, regiões e atentados.

Quanto a isso só tenho a dizer o seguinte:

- Se os franceses, os alemães, os ingleses, os americanos, os chineses ou chinamarqueses viessem bombardear Portugal, depôr o nosso querido e incompetente governo, viessem chatear a minha tia Gertrudes, importunar o meu gato "Flesh", e roubar a comida do meu cão "Ernesto", e nós impotentes para os travar militarmente e com o nosso exército esmagado, é óbvio que eu e alguns outros tantos amantes da nossa terrinha conjuntamente com o "Flesh" e o "Ernesto" passávamos à clandestinidade e à vida subversiva com ajuda quem sabe da Rússia; - é essa a doutrina que os ocidentais ensinam nas suas forças armadas, concretamente às suas forças especiais que eu saiba. A pergunta que se impõe é esta: - porque estranhar então quando os outros põem em prática essa doutrina? Aos teóricos, pensadores, analistas, estrategos e entendidos digo: - não sejam assim manipuladores da opinião pública que isso é feio! É fácil manipular quem desconhece as coisas. Os Américas os ingleses, os franceses e outros também eram amiguinhos do Iraque, quando o Iraque  combatia o Irão, Kadafy era recebido no Eliseu, e vinha a Oeiras montar a tenda branca em frente ao Forte de S. Julião da Barra, e era considerado líder legítimo.
Uma curiosidade; - Portugal era amigo do Iraque e do Irão quando eles eram beligerantes. Vendia armas aos dois na maior desfaçatez do mundo. Então o que é que mudou?

O problema maior do Médio Oriente surgiu quando eles os líderes árabes encabeçados pelo Sr Coronel Kadafy se lembraram de criar um Mercado e uma Moeda Comum Árabe, com ideia de acabar com os abusos no mercado do petróleo chefiado pelo dólar americano e com isso passaria o Médio Oriente a ditar a lei do comércio do petróleo, que na minha óptica  fazia todo o sentido. Ora  foi Isso que enervou o ocidente.
Para que os árabes esquecessem rapidamente desse assunto (dessa macabra ideia), então o ocidente inventou a célebre arma de  destruição massiva no Iraque, e começou a preocupar-se com as questões  dos direitos humanos no Médio Oriente sendo um dos timoneiro o nosso zé Barroso.

Num fósforo o ocidente subverteu os  descontentes vendendo-lhes (a tal doutrina) e lá se foi a ideia da Moeda e do Mercado Comum Árabe e em contra-partida o ocidente ofereceu-lhes a primavera árabe lançando-lhes a região no caos. Hoje sabemos em que mãos  ficou o negócio do petróleo e em que mãos andam as armas.
Por estas e por outras é que eu não embarco em ondas dos Charlies nem na sinistra marcha dos liders europeus em Paris

Adérito Barbosa  in olhosemente

domingo, 11 de janeiro de 2015

O meu Credo


O meu Credo

"Creio neste Portugal e nesta democracia, toda-poderosa, criadora das desigualdades e do desemprego; de partidos e compadrios e de seus filhos unigénitos, concebidos pelo Espírito Santo, nascidos das virgens de Monsanto que tomaram Portugal de assalto e que ao 
terceiro dia subiram aos céus do poder onde se sentaram à direita do pai Aníbal, de onde hão-de vir, pela nossa "desgraceira" pedir votos outra vez.
Creio nos mexilhões agarrados às rochas, lixados todos os dias que acabarão comidos como heróis.
Creio no adorado CM e no glorificado SOL que brilha em Portugal. 
Creio nas luvas dos submarinos, nas tramóia da Tecnoforma, nas mentiras do processo Casa Pia, nas prisões online, nas caixas dos Robalos e no chinês também.
Creio nos escribas do EMFAR, na poderosa aviação do exército português que quando estiver operacional nos libertará da opressão e nos tornará cidadãos livres e juro que até o Alentejo voltará a ser nosso outra vez! 
Creio Professar uma só condição; a de um contribuinte, e não acredito em nada, desta gente nem para a remissão dos meus pecados e espero a ressurreição do Salazar e a justiça social que um dia há-de vir. Amém.

 Adérito Barbosa  in olhosemente

sábado, 10 de janeiro de 2015

Je ne suis pas Charlie


Desculpem lá qualquer coisinha. Eu também não sou Charlie!

Sei o que os ocidentais fizeram na Síria, no Iraque, na Etiópia, no Mali, no Afeganistão, Líbia e outros tantos países....


Para ajudar a entender, junto o texto do João Quadrados.



- "Confesso-me um pouco admirado com a quantidade de Charlies que há neste país e que eu desconhecia. Na sequência do miserável ataque contra a sede do jornal satírico Charlie Hebdo, foram vários os jornais e jornalistas que apareceram a empunhar cartazes com a frase - Nós Somos Charlie Hebdo. Subitamente, só faltou ver o Jornal da Madeira ser também Charlie.

Não me levem a mal, ou levem, mas vou ser Charlie: por favor, jornalistas portugueses a dizer que são o Charlie quando nem coisos (tomates) têm para não fazer favores ao Governo etc., tenham dó. Não, não são todos Charlie. Pelo contrário, há meia dúzia que são e ainda bem que há. Agora não se façam passar por eles. Hoje somos todos Charlie Hebdo, mas amanhã voltamos ao que éramos. Aos jornais, televisões, etc., que aparecem a dizer-se Charlie, pergunto: quantas semanas durava o Charlie Hebdo em Portugal antes de ser cancelado por causa de chatices com a Igreja, Angola ou o Governo? Força, Charlie. Quantos jornais portugueses teriam coragem ou vontade de publicar os "cartoons" do Charlie? Espero que estes jornais que se dizem Charlie, durante a semana toda publiquem os "cartoons" na capa.
Ligo a televisão e vejo a Assembleia da República que não deixou falar os "capitães de Abril" e que está tão chocada com esta falta de respeito pelo direito de expressão. Julgava que, para a presidente da Assembleia da República, "os carrascos" eram os que faziam barulho nas bancadas para o povo. O mesmo Telmo que está na Assembleia da República chocado, estaria a pedir para acabar com aquele "cartoon" que ofende católicos. Já assisti a isso e não foi assim há tanto tempo. "Embora fazer um referendo sobre co-adopção de casais homo" - porque respeitamos muito a liberdade dos outros. Uma Europa que vive um discurso de honestos do Norte contra preguiçosos do Sul está de boca aberta com extremistas. Somos todos Charlie. É só grandes defensores da liberdade de expressão e dos direitos individuais e das conquistas da democracia, no mesmo local onde se apoia que a Merkel possa fazer chantagem eleitoral sobre os gregos.
Vivemos num país em que o Presidente da República, como representante de todos os portugueses, não vai ao enterro de um escritor (Nobel) porque não gosta dele, ou que não dá os parabéns a outro que canta fado porque não canta o que ele gosta, e que deve estar a deitar cá para fora um comunicado sobre a importância de aceitar a liberdade de expressão e a diferença.
Não, não somos todos Charlie. Eu, felizmente, nem sei desenhar."
Desculpem lá qualquer coisinha. Eu também não sou Charlei!


Sei o que os ocidentais fizeram na Síria, no Iraque, na Etiópia, no Mali, no Afeganistão, Líbia e outros tantos países....



Para ajudar a entender, junto o texto do João Quadrados.


- "Confesso-me um pouco admirado com a quantidade de Charlies que há neste país e que eu desconhecia. Na sequência do miserável ataque contra a sede do jornal satírico Charlie Hebdo, foram vários os jornais e jornalistas que apareceram a empunhar cartazes com a frase - Nós Somos Charlie Hebdo. Subitamente, só faltou ver o Jornal da Madeira ser também Charlie.
Não me levem a mal, ou levem, mas vou ser Charlie: por favor, jornalistas portugueses a dizer que são o Charlie quando nem coisos (tomates) têm para não fazer favores ao Governo etc., tenham dó. Não, não são todos Charlie. Pelo contrário, há meia dúzia que são e ainda bem que há. Agora não se façam passar por eles. Hoje somos todos Charlie Hebdo, mas amanhã voltamos ao que éramos. Aos jornais, televisões, etc., que aparecem a dizer-se Charlie, pergunto: quantas semanas durava o Charlie Hebdo em Portugal antes de ser cancelado por causa de chatices com a Igreja, Angola ou o Governo? Força, Charlie. Quantos jornais portugueses teriam coragem ou vontade de publicar os "cartoons" do Charlie? Espero que estes jornais que se dizem Charlie, durante a semana toda publiquem os "cartoons" na capa.
Ligo a televisão e vejo a Assembleia da República que não deixou falar os "capitães de Abril" e que está tão chocada com esta falta de respeito pelo direito de expressão. Julgava que, para a presidente da Assembleia da República, "os carrascos" eram os que faziam barulho nas bancadas para o povo. O mesmo Telmo que está na Assembleia da República chocado, estaria a pedir para acabar com aquele "cartoon" que ofende católicos. Já assisti a isso e não foi assim há tanto tempo. "Embora fazer um referendo sobre co-adopção de casais homo" - porque respeitamos muito a liberdade dos outros. Uma Europa que vive um discurso de honestos do Norte contra preguiçosos do Sul está de boca aberta com extremistas. Somos todos Charlie. É só grandes defensores da liberdade de expressão e dos direitos individuais e das conquistas da democracia, no mesmo local onde se apoia que a Merkel possa fazer chantagem eleitoral sobre os gregos.
Vivemos num país em que o Presidente da República, como representante de todos os portugueses, não vai ao enterro de um escritor (Nobel) porque não gosta dele, ou que não dá os parabéns a outro que canta fado porque não canta o que ele gosta, e que deve estar a deitar cá para fora um comunicado sobre a importância de aceitar a liberdade de expressão e a diferença.
Não, não somos todos Charlie. Eu, felizmente, nem sei desenhar."

Adérito Barbosa  in olhosemente

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Agora talvez percebam


Eheheh, agora talvez percebam a inutilidade das associações militares. O novo EMFAR acaba com as veleidades das três associações e cria mais um posto de General o "Comodoro/Brigadeiro", safa os Enfermeiro militares , entala Capitão, SAJU e Psarg e inventa o Cabo Mor.
Se estás abrangido por este EMFAR e ainda estás no activo ou reserva e andaste a dormir e sentes-te húmido, que deus tenha piedade da tua condição militar camarada.
- Assim a carreira militar fica mais atractiva para os jovens, diz o Ministro. Eheheh!!!

Adérito Barbosa

Segundo o Obeservador; -
"O Governo está a rever o Estatuto dos Militares das Forças Armadas (Emfar). Há várias regras que vão mudar na carreira dos militares, nomeadamente, no que diz respeito às condições para a passagem à reserva e à reforma.

De acordo com informações prestadas pelo Governo ao longo dos últimas semanas e pelas associações sócio-profissionais, que contestam várias mudanças, explicamos o que está em causa.

A idade de passagem à reforma sobe dos 65 para os 66 anos.
Esta é uma medida que visa aproximar o regime dos militares do da generalidade da função pública. A idade da reforma vai subir para os 66 anos e dois meses em 2016, segundo uma portaria publicada no primeiro dia útil do ano.

As condições para pedir a passagem à reserva serão mais restritas.
Para ser autorizada a passagem à reserva, os militares têm que acumular duas condições: ter mais de 40 anos de tempo de serviço militar e 55 anos de idade, quando até agora estas condições eram em alternativa. Os limites de idade na passagem à reserva nos postos de oficiais são aumentados.

Um novo “modelo de convocação de militares na reserva para o desempenho de funções”.
Esta medida foi assim anunciada pelo Ministério da Defesa, que ainda não a concretizou. Passa pela utilização de militares na reserva (onde ficam durante cinco anos até terem condições para a reforma), situação que só existe nas Forças Armadas e que é uma espécie de pré-aposentação. O Governo considera que esta medida pretente tornar o regime de reserva “mais flexível e adequada às necessidades”.

É alterada a percentagem de bonificação do tempo de serviço de 15% para 10%.
Em 2005, esta bonificação era de 25%, tendo sido cortada para 15%, ou seja, em 10 anos passa para menos de metade.

O Suplemento de Condição Militar continuará a ser pago aos militares na reserva (cerca de 20% do salário base) mas não é certo que os valores se mantenham intactos, uma vez que há pressão das Finanças para mexer nos suplementos atualmente em vigor na função pública.
O Ministério das Finanças elaborou um documento de análise dos suplementos que são pagos na função pública e depois disso fez uma nova lei que está para promulgação. Os militares ficaram de fora do estabelecimento das novas regras sobre suplementos por serem um corpo especial na administração pública, se bem que eram referidos no levantamento feito então por serem dos que mais dinheiro recebem em suplementos.

São introduzidos três novos postos comodoro/brigadeiro-general; subsargento/furriel e cabo-mor.
Nalguns casos, isto foi feito para aproximar as Forças Armadas portugueses dos postos que existem em outras forças armadas de países aliados.

Os militares enfermeiros vão poder ascender a oficiais.
Era uma reivindicação antiga. Os enfermeiros militares, ao contrário dos médicos, não podiam ser promovidos a oficiais (ficavam sempre como sargentos).

Os tempos mínimos de permanência para a promoção vão ser aumentados em alguns postos.
Numa altura em que por dificuldades orçamentais os governos tentam atrasar as promoções automáticas dos militares, isto significa que a progressão na carreira não será desbloqueada como algumas associações sócio-profissionais pretendiam.

Aumentam as promoções por escolha.
As promoções a sargento-ajudante, capitão e cabo-mor passam a ser efetuadas por escolha e a promoção a primeiro-sargento por antiguidade, ao invés da diuturnidade.

Vai haver um novo sistema de avaliação comum nas Forças Armadas.
Foi anunciado pelo ministro da Defesa na abertura do ano letivo.

É criado um período de transição de dois anos para adaptar algumas destas normas, nomeadamente as que dizem respeito a prazos de cumprimento de serviço.
Segundo as associações de militares, estas mudanças constituem “um novo e violento ataque às legítimas expetativas dos oficiais e militares em geral”. Segundo o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, trata-se de tornar a carreira militar mais atrativa para os jovens.

O documento que contém as regras da carreira militar, o Emfar, será aprovado em Conselho de Ministros dentro de semanas.

Esta segunda-feira, os chefes militares e o ministro da Defesa almoçaram em S. Bento, mas segundo fonte do Governo não se tratou de um encontro de trabalho mas apenas um tradicional almoço de Ano Novo.

No final do ano, foram publicadas ainda as leis orgânicas relativas à reforma das estruturas superiores da Defesa, o Ministério e o Estado-Maior General das Forças Armadas e que se traduziu num emagrecimento das estruturas. O PS, no entanto, queixou-se de não ter sido ouvido neste processo que, normalmente, une os maiores partidos com representação parlamentar."

Adérito Barbosa  in olhosemente

sábado, 3 de janeiro de 2015

Angelina

Dedicado à minha amiga Angelina.
Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência

Olá, Angelina.

Sou pequenino mas verdadeiro em todos os sentidos também.
No baixinho do meu metro e meio de altura estico-me para te dizer também: - És muito bonita, uma super mulher, autêntica, leal. És poderosa e arrasadora, fatal e irresistível. Um monumento se preferires!..
Agora espero que vejas também  autenticidade nestas minha minhas palavras. Certo?
Eu sei que milhares de pessoas irão ler esta declaração: - amigos que vão ficar com inveja, irmãs a imaginarem um amor assim também, filhos e filhas perplexos, netas e netos contentes pela avó, tias-bisavós e tios apreensivos, marido a cortar os pulsos, sogros de faca na baínha, vizinhas no falatório, freiras no confessionário, beatas na sacristia; - "ela já deve estar grávida"! Sr. Prior, pense no sermão para acalmar o povo!!; - "quando o amor acontece é obra de Deus, é milagre!... conclui.
Todos ficarão a pensar que afinal és muito mais bonita do que eles próprios imaginavam. Até o cão e o gato mudarão de opinião.
- Este homem está!?
- O homem passou-se, pensas tu!!!
- Estou pois, estou passado sim! Passas todos os dias à minha porta e eu sempre à janela e finges não me ver. Na sociedade aos domingos passas à minha beira  e nada, disfarças não saber deste meu amor por ti.  Sei de cor os teus passos e quantos precisas de dar para atravessares a minha rua. Meu Deus , como eu gostaria de ser a calçada para me sentir pisado por ti todos os dias de manhãzinha e à tardinha. Como eu gosto da fita que trazes no cabelo e das que fitas que fazes. Neles gostaria de me amarrar para toda a vida. Quero passear contigo de mãos dadas para mostrar à minha mãe que sou capaz.
Quero que sejas a minha madrinha de guerra. Vou combater e vencer a todos os inimigos, matarei os fantasmas e o medo, leões e tigres, jacarés e gibões e até uma galinha à dentada prometo matar. Só para te ouvir dizer ao meu ouvido baixinho: -  és o meu herói!
Quando te perguntarem quem eu sou, manda-lhes ler o meu blog: "olhosemlente".
Bom ano para ti.


Texto singular *Angelina 2014

Adérito Barbosa  in olhosemente

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Abismo

Abismo 

De olhos bem abertos
Vou sempre ao parque à noitinha
Para ver passar a Rita Alexandra

Ela já nem se lembra
Que foi aqui neste banco
À beira do abismo
Que me amou e segredou

Morro se me mentes!

Não Jures que são para mim. 
Que já não têm o meu perfume
Sinto-os nos teus olhos
Não canto mais os teus versos. 
   
A minha mãe avisou,  
Isto ainda vai acabar mal
Para o teu lado filho!
As duas aqui do bairro!...

Agora estou sem voz 
Para os meus poemas
Sem segredos para ouvir 
Nem abismo para cair. 

O que é que vai ser de mim?
O que que eu hei-de fazer?
E eu que só sei escrever
Canções de amor.



Adérito Barbosa  in olhosemente

Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...