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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Abismo

Abismo 

De olhos bem abertos
Vou sempre ao parque à noitinha
Para ver passar a Rita Alexandra

Ela já nem se lembra
Que foi aqui neste banco
À beira do abismo
Que me amou e segredou

Morro se me mentes!

Não Jures que são para mim. 
Que já não têm o meu perfume
Sinto-os nos teus olhos
Não canto mais os teus versos. 
   
A minha mãe avisou,  
Isto ainda vai acabar mal
Para o teu lado filho!
As duas aqui do bairro!...

Agora estou sem voz 
Para os meus poemas
Sem segredos para ouvir 
Nem abismo para cair. 

O que é que vai ser de mim?
O que que eu hei-de fazer?
E eu que só sei escrever
Canções de amor.



Adérito Barbosa  in olhosemente

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