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sexta-feira, 26 de março de 2021

Analfabetos e ignorantes, precisam-se

Enquanto os jornalistas e as TVs andavam entretidos com viúvas putas, amantes,  balas, plantações de invólucros na banheira, cartas de amor de uma presioneira e outras patetices do costume dos nossos jornaleiros, para a criação de mais uns quantos  anafabetos no nosso país, aconteceu, em paralelo, a cimeira do Alaska entre os quatro grandes: Japão, China, Rússia e Estados Unidos.

Os americanos montaram um cenário do mais miserável, alguma vez concebido no plano da diplomacia entre estados. Alojaram os chineses num hotel indigno de nível baixo - 2 a 3 estrelas - e os chineses comeram, em pratos de plástico, uma massa choca igual àquela que a Matilde fazia, quando se dedicava  à culinária, aos doze anos. Ninguém comia aquela intragabilidade.

Os americanos informaram a China de que vão montar uma cortina de  bateria de mísseis em forma de porco-espinho, para travar a expansão dos chineses nas ilhas do mar da China.

Conhecendo minimamente a geografia daquela zona, isto seria equivalente a que os chineses montassem no mar do Caribe baterias de mísseis para evitar o expansionismo dos americanos.

Não vou usar nomes nem outras questões sobre a cimeira do Alaska, vou apenas debruçar-me sobre a resposta que Putin,  Presidente da Rússia, deu à jornalista que o entrevistou.

Instado a responder à acusação que Joe Biden lhe fez, chamando-o de assassino e que iria pagar um preço por isso, Putin respondeu:


 ⁃ Em relação à declaração do meu colega Biden, nós conhecemo-nos  pessoalmente e o que eu lhe responderia é que tenha saúde; eu desejo-lhe saúde - digo-o sem ironia ou brincadeira. 

Em segundo lugar, se eu falar mais amplamente sobre o tema, sabemos que em cada povo e estado existem muitos eventos dramáticos e sangrentos.  Avaliamos outros estados e outros povos como se estivéssemos a olhar-nos ao espelho;  acabamos por nos vermos nele e atribuímos aos outros aquilo que compõe o que de facto somos. Lembro-me da minha infância, no pátio, quando discutíamos uns com os outros, dizíamos - Cada um chama ao outro aquilo que ele próprio é!  Isto não é só uma brincadeira de criança, não. O sentido desta frase é profundo e psicológico;  vemos sempre  nas outras pessoas as nossas qualidades e pensamos que elas são iguais a nós,  julgamos os seus actos e formamos uma opinião sobre elas. O povo americano, em geral, tem muitas pessoas dignas, honestas e inspiradoras que querem conviver connosco em paz e amizade.  Sabemos disso, valorizamo-lo e vamos contar com elas no futuro. Em relação ao estado americano, a classe governante baseia-se em questões conhecidas, nenhuma delas simples. A tomada do continente americano pelos europeus foi seguida pelo extermínio da população nativa, um genocídio, um verdadeiro genocídio das tribos indígenas. Depois veio o grande e duro período de escravidão, muito cruel. Tudo isto ao longo da história, até aos dias de hoje acompanha a vida dos Americanos. De onde veio o movimento Black Lives Matter? Isto mostra que este tema ainda tem importância. Até hoje os afro-americanos enfrentam as injustiças e o extermínio. É governando com tais ideias que a classe governante americana resolve problemas internos e externos, pois os Estados Unidos foi o único país que usou armas nucleares contra um país não nuclear, contra o Japão, no final da Segunda Guerra, contra Hiroshima e Nagasaki. Não havia nenhuma necessidade militar disso, isso foi um extermínio directo da população civil! Mas porquê, digo eu, isso? Porque sei que em geral os governos americanos tencionam  relacionar-se connosco somente nas questões onde onde há interesse deles e somente sob as condições deles. Eles pensam que somos iguais a eles. Nós somos diferentes, temos no nosso código genético  cultura e moral. Mas sabemos defender os nossos próprios interesses e vamos trabalhar com eles nas áreas em que temos interesse e nas condições que achemos vantajosas para nós.

 Eles vão ter que aturar isso;

 eles vão ter que aturar isso. Apesar de todas as tentativas de travarem o nosso desenvolvimento, apesar das sanções e insultos vão ter que aturar isso!

Enquanto isso, os jornaleiros portugueses continuam a publicar peças processuais à porta dos tribunais, a enganar a gente, ora com covid-19, ora com tiros e facadas!

Adérito Barbosa in olhosmlente.blogspot.com



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