Depois de um soco prolongado no fígado, com desmantelamento da arcada dental, desferido por Putin, fazendo dos Estados Unidos um boneco de pano durante o treino na miserável cimeira do Alasca, o ministro das relações exteriores da China convidou o ministro dos negócios estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, a visitar a China. O encontro deu-se em Guilin, uma cidade do sul da China conhecida pela sua paisagem única no mundo.
No centro da cidade há dois lagos - Shanhu (Cedro) e Ronghu (Figueira) - remanescentes de um fosso da era medieval, que cercava a cidade, onde os barcos navegam por meio de rios que os interligam. Nas margens do lago Cedro, os pagodes gémeos, chamados de Sol e Lua, iluminam o céu à noite. Foi nesse maravilhoso cenário que se deu o encontro China-Rússia, antecedido de um superbanquete, oferecido num navio ao largo do rio Li , em contraste com a miserável tasca que os americanos disponibilizaram no Alaska aos Chineses.
No encontro sino-russo foi desenhada uma nova arquitetura internacional de comércio e de pagamento entre os países euro-asiáticos, que passa ao largo do dólar, expandindo-a para as novas rotas da seda, marítima e terrestre, incluindo uma moeda para pagamento de petróleo, coisa que Kadhafi já havia pensado fazer entre os países árabes, para se libertar da escravatura do dólar.
Em resposta a essa ideia doida de Kadhafi, os americanos promoveram a primavera árabe em todo o Médio Oriente; derrubaram os líderes árabes, estrangularam a área geográfica e fizeram da região terra queimada, obrigando os árabes a esquecerem rapidamente a ideia de uma nova moeda de referência para o comércio do petróleo, promovido por um suspeito abraço de gibóia dado pela França aos governantes de Trípoli. Ficou fácil de ver: salvaram os “Acordos de Bretton Woods”(regras estabelecidas em julho de 1944 para as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo), em resultado da supremacia dos americanos na Segunda Guerra Mundial.
Voltando à actual situação: sempre que há negociação entre os chineses e os americanos aquilo nunca dá em nada. A máquina de propaganda americana coloca no meio do dossier, disfarçado, um papel rascunhado, lembrando os direitos humanos e as atrocidades da China sobre o seu povo, o que afinal não passou quase tudo de “fake news”, espalhadas por um maluco alemão, antropólogo, de seu nome Adrian Zenz, que se tornou no maior aldrabão da história, com o seu estudo rocambolesco sobre os campos de internamento de Xinjiang e o genocídio.
Com a mais que provável criação da união monetária euro-asiática, vê-se crescer, em paralelo, uma outra forma de pagamento no comércio internacional, incluindo o pagamento do gás natural, do petróleo e da indústria pesada. Com isso, a ordem mundial vai-se alterando aos poucos.
Por cá, a jornalagem continua entretida com merdices e ninguém sabe de nada.
Quando rebentar um conflito, vão mil entendidos à televisão botar faladura de coisas que aconteceram e de que ninguém falou, nem ouviu falar...
Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com
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