À minha sobrinha Aisha
De alma nua
Não se afeiçoem à solidão
nem queiram saber como
ardem os corações dos poetas
na chama dos vaga-lumes.
Os poetas são criativos de nada
que sentados na lua inventam cores
longe das inquietudes do mundo.
Os poetas desaprendem com o tempo
sobretudo quando pincelam
a poesia com a magia só deles.
Os poetas vão desaprender com o tempo
vão deixar de sentir o calor das estrelas
e sonhar de alma nua.
Nos detalhes deixarão de sentir afectos
e nem à chuva se lhes molhem as ideias.
e nem à chuva se lhes molhem as ideias.
Agora é tempo de lhes contarmos a verdade,
dizer-lhes que o corpo das mulheres
tem contornos de um violão,
cabelos e cordas de cetim.
Vamos saber se eles entendem
os gemidos dos pagãos,
quando se amam
nos braços das guitarras.
Adérito Barbosa in olhosemlente
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