segunda-feira, 31 de março de 2014
domingo, 30 de março de 2014
Não nos masturbem mais os neurónios!!!
Se um gestor gerir mal uma empresa é castigado e cai-lhe o Carmo e a Trindade em cima. Se um governante gerir mal o país nada lhe acontece. Antes pelo contrário, vê garantido um tacho noutro lugar qualquer.
Só assim se compreende tanta garotada no governo.
Não, nunca quis partir de Portugal, mas o que tem que ser, tem muita força.
Trago às costas 54 anos de vida e só me apetece andar aos tiros.
"Fiquem a saber que apesar de em nada termos contribuído para a crise, somos responsabilizados por ela e temos de a pagar…. civilizadamente, ordenadamente, no respeito das regras da democracia, com manifestações próprias das democracias e greves a que temos direito, mas demonstrando sempre o nosso elevado espírito cívico, no sofrer e ….calar.
Sou dos que acreditam na invenção desta crise.
Um “directório” algures decidiu que as classes médias estavam a viver acima da média. E de repente verificou-se que todos os países estão a dever dinheiro uns aos outros…. a dívida soberana entrou no nosso vocabulário e invadiu o dia a dia.
Serviu para despedir, cortar salários, regalias/direitos do chamado Estado Social e o valor do trabalho foi diminuído, embora um nosso ministro tenha dito, decerto por lapso, que “o trabalho liberta”, frase escrita no portão da entrada de Auschwitz.
Parece que alguém anda à procura de uma solução que se espera não seja final.
Os homens nascem com direito à felicidade e não apenas à estrita e restrita sobrevivência.
Foi perante o espanto dos Portugueses que os velhos ficaram com muito menos do seu contrato com o Estado, que se comprometia a devolver o investimento de uma vida de trabalho. Mas daqui a 20 anos isto resolve-se.
Agora os velhos, atónitos, repartem o dinheiro entre os medicamentos e a comida.
E ainda tem que dar para ajudar os filhos e netos, num exercício de gestão impossível.
A Igreja e tantas instituições de solidariedade fazem diariamente o milagre da multiplicação dos pães.
Morrem mais velhos em solidão, dão por eles pelo cheiro, os passes sociais impedem-nos de sair de casa, suicidam-se mais pessoas, mata-se mais dentro de casa, maridos, mulheres e filhos mancham-se de sangue; 5% dos sem abrigo têm cursos superiores e consta que há cursos superiores de geração espontânea, mas 81.000 licenciados estão desempregados.
Milhares de alunos saem das universidades porque não têm como pagar as propinas, enquanto que muitos desistem de estudar para procurar trabalho.
Há 200.000 novos emigrantes.
Há terras do interior, sem centro de saúde, sem correios e sem finanças.
Há carros topo de gama para sortear e auto-estradas desertas.
Há 50.000 trabalhadores rurais que abandonaram os campos, mas há as grandes vitórias da venda de dívida pública a taxas muito mais altas do que outros países intervencionados.
Há romances de ajustes de contas entre políticos e ex-políticos, mas tudo vai acabar em bem... Bem para ambas as partes.
Há enfermeiros a partir entre lágrimas para Inglaterra e Alemanha para ganharem muito mais do que 3 euros à hora.
Há a privatização de empresas portuguesas altamente lucrativas e outras que virão a ser lucrativas. Se são e podem vir a ser, porque é que se vendem?
Há muita gente a opinar.
E aprendemos neologismos como “inconseguimento” e “irrevogável”.
Muita conversa, muita conversa...e nós distraídos.
Daqui a 20 anos os velhos sem esperança de mais 20 e os quarentões com a desconfiança não têm no horizonte 20 anos de vida decente."
E dizem os políticos : - Os Portugueses estão mal, mas o País está melhor!
E eu digo aos políticos:- Vão gozar com a vossa tia!
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
sexta-feira, 28 de março de 2014
Lisboa
Lisboa,
Nesta esplanada do teu ventre
Rola a esfera de uma caneta.
Quero engravidar-te
Com os versos que te canto.
Viajar na cauda do teu cometa,
É um sonho que trilho faz tempo
Escutar o choro leve de quem pariste
No labirinto das tuas entranhas.
Lisboa,
Tens hálito a castanha assada
Dormiste com o Tejo debaixo da ponte
Beijou-te e não negaste
Possui-te segredaram e sorriram
E deste-te a ele sem pudor
Como um puto que finta o esquema
Na esperança de ficar com o brinquedo.
Dá-me um abraço apertado,
Fico a teu lado para espreitar o malandro
Que nunca estrilha na esquina
Sempre numa da sorte adiada
Para te ver nua.
Lisboa,
Não sejas safada
Tira o vestido e seduz-me
Embriaga-me no cais esta noite
Deixa-me ficar no calor dos teus braços
A ver subir a maré nas tuas veias
Já não tens voz de ardina
Nem pregões nas manhãs
Nem peixe frito nas tabernas
Nem sarro nos copos de vinho
Nem cacau da Ribeira.
E ninguém bebe no chafariz.
Lisboa,
Já não tens magalas nem marujos
Nem no eléctrico bilhete operário
Já não há paródias dos boémios
Nem sabes dos fados da Severa
Nem histórias da guerra
Das bocas ressacadas sabendo a papel
Mas… ainda te excitas
E gemes de prazer
Quando o castiço
Começa os preliminares
Nas cordas da guitarra portuguesa.
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
28 de Março de 2014
segunda-feira, 24 de março de 2014
Manjar dos abutres....
SUBSÍDIOS E SUBVENÇÕES dos deputados europeus.
Se a isto juntarmos os 3,50 euros por cada voto que vai parar aos cofres dos partidos entendemos o porquê da movimentação dos abutres.
Aqui vai. a transcrição integral da revista visão.
Se a isto juntarmos os 3,50 euros por cada voto que vai parar aos cofres dos partidos entendemos o porquê da movimentação dos abutres.
Aqui vai. a transcrição integral da revista visão.
"Subsídio mensal: o vencimento bruto de um eurodeputado são €7 956,87; após imposto comunitário e contribuição para seguro, desce para €6 200,72, sobre os quais os Estados-membros podem aplicar impostos nacionais;
Subsídio "de estadia": são €304 para cobrir despesas (de alojamento e despesas conexas) por cada dia que os deputados compareçam em reuniões oficiais, desde que assinem um registo de presença. Pela comparência em reuniões fora da UE, recebem €152 (mais reembolso das despesas de alojamento).
Despesas de viagem: os deputados têm direito ao reembolso do custo das viagens para participar nas reuniões plenárias (em Bruxelas ou Estrasburgo) ou outras, decorrentes do exercício do cargo, mediante apresentação dos recibos ou a €0,50 por km (a que acrescem outras despesas de viagem), se a viagem for efetuada em automóvel privado.
Subsídios para despesas gerais: são €4 299 mensais, para "cobrir despesas no Estado-membro de eleição", como, por exemplo, os custos de gestão de um gabinete, telefone, correio ou material informático;
Despesas com pessoal: os deputados podem escolher o seu staff e, para tal, têm disponível um máximo de €21 209 mensais, pagos diretamente aos colaboradores. Um quarto deste orçamento (no máximo) pode ser usado para pagar serviços, como a realização de estudos técnicos.
Escola Europeia: os filhos dos deputados têm acesso à Escola Europeia, que podem frequentar gratuitamente, com total equivalência ao sistema de ensino português.
Pensão: os antigos deputados têm direito a uma pensão de aposentação, ao atingirem 63 anos. A pensão ascende a 3,5% do subsídio por cada ano de mandato, até ao limite máximo de 70% do vencimento."
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
domingo, 23 de março de 2014
Estado da Nação
Portugal é um pais comparável a um preso condenado várias vezes pelo mesmo crime.
Saiu da casa de repouso, onde esteve a vegetar 800 anos,mas não morreu. Quando descobriram que ele respirava, apesar de ter sintomas de uma pneumonia aguda ebronquite asmática, deram-lhe alta e foi enviado para uma casa de correção.
Julgado e colocado em liberdade condicional sob a vigilância dos credores, puseram-lhe pulseira eletrónica nos pulsos, nos pés e no pescoço, vendaram-lhe os olhos e segundo a notificação que se lê, não pode circular longe da esquadra. A polícia faz revista de tês em três dias. Exigem que ele viva bem, mas tem às costas uma mochila com 140% de dívida pública.
Tem cerca de 800 anos de história, 800 mil filhos desempregados, sendo 80 mil licenciados.
Tem polícias tristes, militares descontentes, professores desmotivados, filhos desiludidos, médicos com medo, empresários na merda, reformados enganados, trabalhadores sem esperança!
Tem 2 submarinos encalhados no sifão da sanita, tem PPP, BPN, partidos que depositam milhão sem explicação.
A única coisa que me deixa contente é ver que temos políticos competentes e felizes. Por isso devemos continuar a botar votos neles.
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
sábado, 22 de março de 2014
Grandes portugueses
Em Portugal temos:
- O maior nº de políticos mentirosos do mundo;
- A maior e melhor instalação da PJ do Mundo;
- O maior lago artificial da Europa;
- A maior ponte suspensa da Europa;
- Maior n° de grandes superfícies por m2 da mundo;
- maior n° de auto-estrada para o mesmo destino do mundo;
- Os maiores pagadores de impostos do mundo;
- A maior zona exclusiva econômica do mundo;
O maior n° de casos a prescreverem nos tribunais do mundo;
- Com maior nº de telemóveis por pessoa do mundo;
- Maior nº de rotundas do mundo;
e
Finalmente com o maior nº de parvos do mundo é o que nós somos!
Grandes em tudo, menos no salário.
Será que o deputado europeu português também vai ganhar um oitavo do que ganha o deputado alemão?
Já leram o que escrevi?
quarta-feira, 19 de março de 2014
Crimeia
Vamos lá falar verdade!
Em 1762, uma princesa de origem alemã, Sofia Frederica, tornou-se Czarina
Russa, ficando mais tarde conhecida como Catarina a Grande. A moça, no meio de
tanta confusão, acabou por anexar a Crimeia e a Ucrânia à Rússia. Passados
muitos anos, já os Czares tinham desaparecido, forçados pela revolução
bolchevista, e em pleno auge do regime do proletariado russo, o seu timoneiro,
Secretário Geral do PCUS, Nikita Kruschev , enquanto estava a destilar
álcool numa daquelas noitadas de paródia e desbunda à volta das garrafas de vodka
e de mulheres, ofereceu, sem que ninguém
entendesse, a Crimeia à Ucrânia.
A Ucrânia é um país formado por várias províncias, onde os Polacos (sempre o
suspeito do costume), se entretinham a fazer invasões. Foi no final da Segunda
Guerra Mundial, na Crimeia, numa terra chamada Ialta, que os três líderes dos
países vencedores, Roosevelt, Churchill e Estaline se sentaram numa mesa,
dentro de uma tenda e desataram a desenhar o mapa da Europa. Ao estilo” Isto é
meu, isto é teu, isto fica para ti e isto para nós.”não tiveram em conta as
origens dos povos, nem as suas tradições e costumes. Na altura nem os
americanos, nem os ingleses se lembraram de que estavam a fazer um negócio de enorme envergadura, dentro do
território russo.
Foi nesse território russo, com um clima parecido com o Algarve, que os monstros
sagrados russos como Gorky, Tolstoi e Tchekov, entre outros, viveram ou gozaram
férias. A Crimeia para os russos é como o Algarve para os portugueses, sendo,
por isso, uma terra querida para os russos. Além do sol e do clima têm lá a sua
frota do Mar Negro.
A Nato fez acordos com a Polónia e Ucrânia com a aparente justificação de que
esses países precisam da sua protecção e de que ali seriam instalados os
escudos anti-mísseis americanos. Ora isso não é mais do que a Nato estender até
à fronteira Russa as suas garras. Estava na cara, e é lógico, que os Russos não
veriam esta brincadeira da Nato com bons olhos. Melhor, vêem isso como uma
provocação, da mesma maneira que os americanos viram como ameaça os mísseis que
Nikita colocou nas mãos de Castro, deixando os cabelos em pé ao Kennedy.
Com a queda do muro de Berlim e com a desintegração da União Soviética
(URSS), os EUA tomaram conta do mundo; promoveram a guerra no Iraque, a
pretexto de armas químicas, no Afeganistão, a pretexto dos direitos humanos,
bem como na Somália; inventaram um país falhado chamado Kosovo, atacaram a
Sérvia, tramaram a vida ao Kadafi na Líbia, quando ele ameaçou criar um mercado
de petróleo, ainda tiveram tempo para desestabilizar a Geórgia e agora botaram
abaixo o governo da Ucrânia, mesmo
debaixo dos queixos da Rússia.
O curioso disto tudo é que o nosso pequeno e gordo José Manuel esteve sempre
na liça como cavaleiro da aliança.
No Iraque o nosso “Durão” fez equipa com Bush, Aznar e Tony Blair. Nas
outras frentes o nosso Manuelito, já presidente da UE, fez questão de se manter
fiel aos amigos franceses, ingleses e americanos.
Putin, ex-agente do KGB, conhecedor das tramóias da Nato, viu que a Nato
estava a montar no seu quintal a tenda do circo, vestiu o seu quimono, subiu
para o tapete e disse: “Alto e para o baile, a Crimeia volta para a Rússia de
onde nunca devia ter saído e ponto final.”
O Ocidente ameaçou com sanções económicas, mas não com a invasão da Rússia.
A Rússia enviou pelo correio o aviso de corte do gás e mandou dizer:
- Nós não somos nem Iraque, nem
Síria, nem Sérvia, nem Kosovo, nem Líbia, nem Irão!
E parece que o Ocidente entendeu. A Rússia tomou de volta o seu Algarve e
tudo vai morrer por aqui, na paz do Senhor!... Amém.
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
terça-feira, 18 de março de 2014
Vivas ao morto
Somos um país de católicos. Eu próprio fui educado numa
instituição católica.
As missas eram tantas, tantas que mesmo que viva 100 anos
não vou precisar de ir mais à missa, porque eu já alcancei a redenção. Falo
disto, porque eu não acredito que haja mais alguma coisa depois da morte.
Ultimamente têm morrido algumas personalidades nacionais, tais
como patriarcas, padres, políticos, escritores, artistas e pensadores.
Mas os pobres e os burros, que eu saiba, nem um morreu.
Quando morre um dos famosos, é uma seca. Vê-se fila interminável
de colunáveis a perfilarem-se à porta das igrejas para aparecerem nos écrãs. Um
dia destes, duas estações de TV sarnaram-nos a molécula o dia inteiro com elogios
ao morto. Era cá uma ladainha do Camano.
- Ele era uma pessoa
superiormente inteligente, ele era sério, o país perdeu uma ave rara, ele era
um génio, ele era assim, ele era assado, uma grande cabeça! E rematam no fim:
- O país ficou mais
pobre!
Com tanta gente genial a morrer, só posso concluir o
seguinte:
- O país fica mais pobre e também com mais burros.
Acontece que foram esses génios todos que agora estão a
morrer, um de cada vez, que tanta inteligência tinham, que levaram o país para
o abismo.
Quando eu morrer, bem!...quando eu morrer nem quero
acreditar que não vão dizer nada de mim:
- Eh pá, graças a Deus,
até que enfim que morreu um Zé-ninguém, um burro. Um acéfalo. O país livrou-se
deste asno! Arre, ficamos mais ricos
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
18 de março de 2014
Não sei se gosto do teu vestido
Mulher amante faz tempo
Sabes a sal, mas não conheces o teu sabor.
Queres tudo que te dou
e nada que eu não possa dar.
Com lealdade e prazer me esforço,
Com lábios mordidos dizes hum é isso!
Amor é meigo às vezes mas, duro é sempre
E não perdoa os mal entendidos.
Tens quarenta e sete
e mais sete luas.
Tens olhos de felina,
Sabes quem queres amar e
Exiges ser do teu jeito.
Tens duas tranças, um laço
uma blusa e um amor.
Esse amor que vai valendo
Que o teu corpo cedeu
Quando no meu colo te sentaste.
Segue o teu instinto, vai!
Não dês desgostos ao teu coração
Mulher.
Trazes nos olhos a vontade,
No rosto as rugas o tempo
acreditas no amor com razão
Na incerteza tremes de medo
Mulher, teu nome é francês
Em Lisboa feliz à praça vais.
Aos sábados na esplanada sentas,
Entre um café e um cigarro,
Entendes a razão do vento
Que te afaga o rosto,
Que te segreda ao ouvido,
E te faz corar quando te
diz que te deseja muito.
Ele Cheira a maresia e a nevoeiro
Ja tens namorado outra vez
Que te ama, com alma e voz.
Mulher, não sejas insegura
Tu és senhora do teu corpo
Dona do teu mundo
És Capitão dos amantes
Tens amor nos olhos
Doçura na voz.
Tua boca sabe a limão quando sorris,
És timoneira do meu sonho
Mundo onde me perco,
Vá, tem modos mais ousados...
És charmosa, cheiras a framboesa
Mulher, não sejas trapalhona
não sabes como lidar com o amor.
Fecha os olhos e acredita em mim
Já temos pouco tempo
para amarmos muito tempo
És mulher da minha vida
Podes dizê-lo, cantado nesta roda
E a todas as gentes.
E... perguntas se gosto do teu vestido.
Como posso responder,
se ocupo todo o meu tempo
A imaginar-te sem ele?
Sabes a sal, mas não conheces o teu sabor.
Queres tudo que te dou
e nada que eu não possa dar.
Com lealdade e prazer me esforço,
Com lábios mordidos dizes hum é isso!
Amor é meigo às vezes mas, duro é sempre
E não perdoa os mal entendidos.
Tens quarenta e sete
e mais sete luas.
Tens olhos de felina,
Sabes quem queres amar e
Exiges ser do teu jeito.
Tens duas tranças, um laço
uma blusa e um amor.
Esse amor que vai valendo
Que o teu corpo cedeu
Quando no meu colo te sentaste.
Segue o teu instinto, vai!
Não dês desgostos ao teu coração
Mulher.
Trazes nos olhos a vontade,
No rosto as rugas o tempo
acreditas no amor com razão
Na incerteza tremes de medo
Mulher, teu nome é francês
Em Lisboa feliz à praça vais.
Aos sábados na esplanada sentas,
Entre um café e um cigarro,
Entendes a razão do vento
Que te afaga o rosto,
Que te segreda ao ouvido,
E te faz corar quando te
diz que te deseja muito.
Ele Cheira a maresia e a nevoeiro
Ja tens namorado outra vez
Que te ama, com alma e voz.
Mulher, não sejas insegura
Tu és senhora do teu corpo
Dona do teu mundo
És Capitão dos amantes
Tens amor nos olhos
Doçura na voz.
Tua boca sabe a limão quando sorris,
És timoneira do meu sonho
Mundo onde me perco,
Vá, tem modos mais ousados...
És charmosa, cheiras a framboesa
Mulher, não sejas trapalhona
não sabes como lidar com o amor.
Fecha os olhos e acredita em mim
Já temos pouco tempo
para amarmos muito tempo
És mulher da minha vida
Podes dizê-lo, cantado nesta roda
E a todas as gentes.
E... perguntas se gosto do teu vestido.
Como posso responder,
se ocupo todo o meu tempo
A imaginar-te sem ele?
Adérito Barbosa 18 de Março de 2014
domingo, 16 de março de 2014
Nesga
E houve nesga de sol, Fátima Veríssimo.
E o sol brilhou, Leonidia Cunha.
Hoje fiz uma pequena caminhada junto ao mar. Acreditei no vosso presságio e levei a peito a vossa sugestão . O mar estava azul e sereno, o passadiço cinzento, muita gente gira, alguns encontrões e abanões, muitos cães à mistura, Gente mais que quantas, alguns corpos balofos e outros esbeltos quase todos libertos já do linho que os espartilhara durante o inverno. Decotes generosos desafiando os raios e olhares. Assim sim! Durante a caminhada cozia com os meus botões e dedilhava com gestos banais as nossas conversas de anos, como dedos nas cordas de um violão. - A Fátima acerta sempre, qual bruxa... - " Há sempre uma nesga de sol, um brilho na calçada cinzenta, um azul que persiste". Inacreditável encontrei uma colega de turma do Ciclo Preparatório. Eu não a reconheci mas ela reconheceu-me logo. Já é Avó. - O miúdo tanto tem de giro como é especialista em rir.
Beijinhos às duas incondicionais.
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
E o sol brilhou, Leonidia Cunha.
Hoje fiz uma pequena caminhada junto ao mar. Acreditei no vosso presságio e levei a peito a vossa sugestão . O mar estava azul e sereno, o passadiço cinzento, muita gente gira, alguns encontrões e abanões, muitos cães à mistura, Gente mais que quantas, alguns corpos balofos e outros esbeltos quase todos libertos já do linho que os espartilhara durante o inverno. Decotes generosos desafiando os raios e olhares. Assim sim! Durante a caminhada cozia com os meus botões e dedilhava com gestos banais as nossas conversas de anos, como dedos nas cordas de um violão. - A Fátima acerta sempre, qual bruxa... - " Há sempre uma nesga de sol, um brilho na calçada cinzenta, um azul que persiste". Inacreditável encontrei uma colega de turma do Ciclo Preparatório. Eu não a reconheci mas ela reconheceu-me logo. Já é Avó. - O miúdo tanto tem de giro como é especialista em rir.
Beijinhos às duas incondicionais.
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Morte ao sonho
Porque me fizeste sonhar
Porque me fizeste acreditar
Sabes que mentiste
Porquê?
Faz meia culpa!
Esse teu olhar de lua cheia
Iluminou a esperança que abracei
Ao acordar sem espreguiçar
Como foste capaz?
Porquê tudo tão fugaz?
Sabes que mentiste
Faz meia culpa!
As vezes é no meio do silêncio
Que conto as histórias mais tristes
As que ninguém ouviu
Mas que as escutou o vento norte
Sossega, dei a vida
Por esta causa.
Tu não sabes nada, não sabes nada!
Não me iludo mas, quero entender
Quando encontrar conforto
Neste copo de vinho.
Vou calar a consciência bêbeda,
Deste trago que trago comigo.
Sabes, uma farpa trespassou este sonho.
Há um prenúncio de morte
Que teima em pairar
E se o amor findar
Foi porque és o que sempre
negaste ser! Criança.
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
sábado, 15 de março de 2014
Desencontros
Escorregadia quando caminho
Atiras-me ao chão quando disso... menos preciso
Como são longe a léguas desta surdez
Viver a loucura que não entendo faz medo!
Viajar na noite que aí vem
Sem que me pilem o cérebro.
Nesta calçada de paralelos frios
Descer em contra mão
Agarrado ao corrimão... destino vazio
Silêncio silenciado querem ouvir
Não quero que me castrem a razão
Nem proxeneta, nem polícia
Nem políticos nem ninguém.
Nesta calçada caminho frio
Alisar a sola da minha bota
Escutas sem cegar a cegueira... deste ruído
Lamber a lágrima ao chorar por amor
Com birra e desnorte de criança...
Neste vendaval de palavras sem razão
Acreditar que amanhã haja sol.
quarta-feira, 12 de março de 2014
Portugal dos pequeninos
Portugal e a mania das grandezas.
Portugal é um país pobre com mania das grandezas.
País pequenino, com um dos menores índice de criminalidade
do mundo. Tem cerca de 10 milhões de habitantes, a maioria velhotes que não
fazem mal a uma mosca.
Conseguiram tirar dos bolsos, dos dez milhões de
portugueses, se incluir bebés, crianças, adolescentes, trabalhadores no activo,
reformados, 8 euros a cada um de nós para construir as melhores instalações do
mundo para a PJ. Se em Portugal houvesse uma vigésima parte da criminalidade
que se verifica em Nova Orleães, não sei como seria.
O Edifício custou 80 milhões. Ouvi dizer que tem quartos,
cozinha e tudo. Viva o luxo!! Na inauguração disseram que não há no mundo coisa
igual, talvez um país.
É pá não é por nada, inacreditável esta brincadeira. Temos
tudo o que é o melhor do mundo. Só não temos é Juízo! Isso tudo deve ser para
tramarem os pequeninos como eu.
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
“As companhias de Seguros NÃO querem que vocês saibam disto! VEJAM!"
"Como é do conhecimento geral,
existem muitos veículos a circular nas nossas estradas que nem valor comercial
têm. É normal que isto aconteça, as companhias de seguros tentam tudo para que
o valor de indemnização seja sempre o menor possível. Baseando-se na falta de
informação e por vezes na falta de preparação dos lesados. Se sofreu um
acidente de viação e não teve culpa, este artigo foi feito a pensar em si, e
para que saiba como reclamar os seus direito. A falta de informação acerca
deste assunto, acaba por impedir que seja feita a devida justiça e, na maioria
das vezes, conduz à aceitação do que é dito e estipulado pela companhia de
seguros. Lembre-se do seguinte, o seu carro, seja ele qual for, tenha ele o
valor que tiver, preenche-lhe as suas necessidades, pelo que para si, deixa de
ser um bem transacionável. Assim, é legítimo dizer que o seu automóvel vale o
que o mercado estiver disposto a pagar por ele. Atente-se para o seguinte
facto: “Um veículo usado fica desvalorizado e vale pouco dinheiro, mas, mesmo
assim, pode satisfazer as necessidades do dono, enquanto a quantia, por vezes
irrisória, referente ao valor comercial, pode não reconstituir a situação que o
lesado teria se não fosse o dano.” O Supremo Tribunal de Justiça, no acórdão de
5 de Julho de 2007, in Coletânea de Jurisprudência, apreciou, com força de caso
julgado, uma concreta situação de facto, cujo sumario se transcreve: “I- A
privação do uso de veículo automóvel em consequência de danos sofridos em
acidente de trânsito, constitui, só por si, um dano patrimonial indemnizável.
II- Esse dano é avaliável em dinheiro, sendo a medida do dano definida pelo
valor que tem no comércio a utilização desse veículo, durante o período em que
o dono está dele privado. III- A reposição natural só será inadequada quando
houver manifesta desproporção entre o interesse do lesado, que deve ser
reconstituído, e o custo da reposição natural que o lesante terá que suportar.
IV- Este princípio não pode redundar em benefício do lesante para não restituir
o lesado à situação que existiria se não se tivesse verificado a lesão. V- Não
basta a simples onerosidade da reparação para afastar a reconstituição in
natura. A restauração natural só é de afastar quando constitua um encargo
desmedido e desajustado. VI- Um veículo usado fica desvalorizado e vale pouco
dinheiro, mas, mesmo assim, pode satisfazer as necessidades do dono, enquanto a
quantia, por vezes irrisória, referente ao valor comercial, pode não
reconstituir a situação que o lesado teria se não fosse o dano.” Existem
algumas empresas no mercado que dispõem de ferramentas que estabelecem cotações
de carros usados e esta é uma das informações que vai necessitar quando se vir
forçado a recorrer aos meios judiciais. Sim, porque a resolução por valor venal
resolve-se em tribunal, nunca se consegue resolver ao telefone com a companhia
de seguros. Nas notas seguintes, vamos explicar de uma forma simples, de como
deverá proceder, para que no futuro a resolução dos conflitos seja mais fácil e
mais favorável. Neste artigo, vamos também salientar alguns casos resolvidos na
malha dos tribunais. Para acidentes de viação sem feridos e sem culpa no
sinistro, o condutor deverá proceder da seguinte forma: O MOMENTO DO ACIDENTE
Foi vítima de um acidente de viação, do qual não resultaram vítimas, mas o seu
veículo automóvel ficou muito danificado. Prepare-se para um penoso caminho
para reclamar o que é seu. Para que todo o processo não seja assim tão penoso,
o leitor deverá seguir as indicações descritas nos pontos seguintes. O QUE FAZER
NO LOCAL DO ACIDENTE Deve desligar imediatamente o motor, pois nestas
situações, pode existir o risco de incêndio ou derrame de óleo ou gasolina.
Depois, ligar directamente para os bombeiros ou autoridade policial, ainda que
não hajam feridos, referindo que é necessário chamar os bombeiros ao local. De
seguida, deve imediatamente verificar se existem feridos e chamar as unidades
de emergência médica e as autoridades policiais. Sinalizar correctamente o
local, colocando o triângulo à distância de 30 metros da última viatura, vestir
o colete reflector e tomar as previdências de segurança necessárias para com os
restantes ocupantes da viatura. De seguida há que identificar o culpado e não
deixar alterar a posição dos veículos, seja por que motivo for. Se tiver um
telemóvel com máquina fotográfica, fotografe o acidente de vários ângulos.
Sempre que possível obter os elementos de identificação de todos os
intervenientes, condutor, veículo e testemunhas factuais independentemente de
já terem sido chamadas as autoridades policiais, alguns condutores depois de
restabelecidos do susto inicial fogem. Caso o condutor assuma a culpa acidente,
preencha a declaração amigável, não se esqueça de responder corretamente às
perguntas que a declaração amigável tem no meio e de verificar se o outro
interveniente do acidente também o fez. Depois de responder às questões que
constam na declaração amigável, é importante assinalar no fundo da mesma o
número de questões que ambos os intervenientes responderam. Se possível, no
campo disponível às observações, conseguir uma confissão de culpa do condutor
culpado. Uma vez preenchida a declaração amigável, solicite os documentos da
viatura e a carta verde do culpado para ter a certeza que todos os dados estão
correctos. À mínima dúvida chame a polícia para tomar conta da ocorrência.
Nunca facilite nesta fase do processo, pois pode sair-lhe bem caro no futuro.
PROCESSO PARA REPARAÇÃO No processo para reparação, estão englobadas todas as
fases que o condutor deve ter em atenção, para tudo se desenrole sem grandes
complicações. Assim, neste processo deve seguir a seguinte metodologia: -
Pedido do serviço de assistência em viagem; - Pedido de reboque; - Informar a
oficina que vai receber o seu carro; - Solicitação do recibo do reboque; -
Participação do sinistro à companhia de seguros; - Pedido de peritagem; -
Pedido de viatura de substituição; - Aguardar a posição da companhia de
seguros; Tendo em conta a metodologia, o primeiro ponto é, efectuar o pedido de
assistência em viagem, previsto nas coberturas da sua apólice de seguro. Assim,
se o seu carro está muito danificado ao ponto de não poder circular, peça a
assistência em viagem. No momento em que o está a fazer, solicite o serviço de
um reboque e peça um táxi para o transportar para casa ou para a oficina.
Assim, que o reboque chegar, informe para que oficina é que a sua viatura
deverá ser transportada. Solicite sempre ao serviço de reboque o recibo desse
serviço. Existem alguns condutores que têm a dúvida se podem enviar a viatura
para uma oficina independentes. Podem enviar a viatura para a oficina que
quiserem. Depois de concluído este processo, tem de fazer a participação à
Companhia de seguros e para isso tem de o fazer no prazo de 8 (oito) dias. Após
efectuada a participação à companhia seguros, o seu carro vai ter de ser
submetido a uma peritagem e posterior orçamentação da reparação. Atenção! Se
verificar que tempo que decorre da participação à companhia de seguros e a
peritagem é muito demorado, entre em contacto com a companhia de seguros por
fax ou por email, relatando o sucedido e informando que vai alugar uma viatura
de substituição. Assim, o processo começa a ficar registado por escrito e a
companhia sob a ameaça do aluguer de uma viatura de substituição, acelera os
processos quase que de imediato. Quanto à viatura de substituição, não se fique
só pela ameaça, solicite mesmo a viatura de substituição, ligue para a
companhia de seguros e peça uma relação dos rent-a-car que a companhia costuma
a usar. Depois, dirija-se a um desses rente-a-car e alugue um automóvel dentro
da categoria do seu. No início, é você que terá de arcar com os custos, mas
depois, será a companhia de seguros a pagar o aluguer da viatura desde o início
e para isso terá de ter não só os contratos de aluguer, bem como todas as
facturas e recibos do que pagou. Não menos importante e para não ter problemas
com o rente-a-car, quando levantar a viatura de substituição, acompanhe o
funcionário do rent-a-car no processo de verificação do estado de conservação
do carro que vai levantar. Quero-lhe lembrar, que é muito importante toda a
atenção. Pois, se por algum motivo levantar um carro do rent-a-car e não
verificar correctamente o seu estado de conservação, mais tarde, o rent-a-car
vai-lhe cobrar os danos que não verificou anteriormente. Assim, se verificar,
um risco, uma jante riscada, ou pneu ferido, furos nos bancos, qualquer coisa
que ache anormal, peça para que fique registada na ficha de registo de
anomalias e que vai ficar junto do seu contrato de aluguer. Outra coisa importante,
é ouvir o motor, se lhe parecer que o trabalhar não é normal, peça para trocar
a viatura e caso lhe seja recusado, alegando ser normal o trabalhar do motor,
então peça para lhe colocarem um carro igual para que possa dissipar dúvidas.
Continuando com o ponto da peritagem, é perfeitamente normal que as partes
normalmente discordem. Pois, as companhias de seguros tentam sempre indemnizar
pelo o valor mínimo o que por vezes não é o suficiente para restabelecer ao
condutor lesado a sua qualidade de vida e que esta dependia do veiculo que
possuía, independentemente do seu valor comercial ou venal. É precisamente
neste ponto que os problemas começam. Repare no seguinte: Se imaginar que o seu
carro tem 10 ou mais anos, é correcto pensar que o seu valor de mercado é
naturalmente inferior ao valor que o seu dono especta. Assim sendo, se o seu
carro tiver um valor no mercado de carros usados de 2000€ e a reparação
integral de todos os danos sofridos for de 3500€, é natural que a companhia de
seguros vá tentar pagar só o seu valor venal, que por norma é sempre muito
inferior ao valor comercial da mesma. Acontece que, com o valor que a companhia
lhe pretende indemnizar, você já mais conseguirá comprar um carro igual e em
condições semelhantes, que lhe permita ter a mesma qualidade de vida que tinha
com o seu automóvel. Embora irónico, o leitor não pediu a ninguém para lhe
destruírem o carro, que tinha um determinado valor de mercado e que depois de
destruída a sua propriedade, querem lhe pagar menos de metade do real valor do
seu carro. Só há uma palavra para definir esta situação: Injustiça. E quando há
falta de justiça, o caminho certo são os tribunais. Mas, se o caminho são os
tribunais, então terá de tomar outras medidas, vamos explica-las mais à frente.
PROCEDIMENTOS SEGUINTES Não havendo entendimento entre as partes quanto aos
valores a indemnizar, o processo terá forçosamente que ir para as malhas dos
tribunais. Assim, é muito importante estar munido de provas, porque mais tarde
utilizar como peça de prova em tribunal. É importante que o condutor tenha na
sua posse, todas as comunicações que estabeleceu com a companhia de seguros,
para isso é fundamental que o faça sempre por fax, email ou se ao balcão da
companhia solicite um documento carimbado e assinado pelo funcionário que o
atendeu. Esse documento deverá constar o assunto que lá foi tratar. Depois,
todas as facturas de despesas com transporte, digo todas, são todas (exemplo:
se o seu carro lhe permitia levar os filhos para a escola e levar o cônjuge para
o trabalho, ir para o seu local de trabalho, então vai ter de ter factura dos
transportes que utilizou para esses fins, ida e volta), isto é, todo o que
necessitar para repor a rotina natural da sua mobilidade familiar e
profissional e que fazia com o seu veículo. Juntar também as factura relativas
ao aluguer da viatura de substituição, despesas de comunicações (exemplo: envio
de fax’s). OUTROS DANOS Quero também chamar a sua atenção para o seguinte: Se
em resultado do acidente o condutor tiver tido danos em acessórios como
computadores, óculos, telemóveis ou outra coisa qualquer que estivesse a
transportar no momento do acidente, não se esqueça de registar esses danos se
possível, no momento em que a policia está a fazer o levantamento dos danos,
mas, caso não seja possível, faça-o à posteriori, juntando as facturas dos
equipamentos e se não as tiver, pedir às empresas facturas proformas d
equipamentos iguais. Depois peça a substituição natural dos mesmos. A companhia
de seguros é obrigada a indemnizar os danos nesses equipamentos. Uma vez,
reunidos todos os elementos de prova, estes serão apresentados em tribunal,
onde será solicitada a sua reposição natural dos outros danos, a pagamento da
reparação da viatura ou indemnização adequada, o pagamento de todas as facturas
apresentadas e os respectivos juros. Assim, quantos mais anos passarem para a
resolução do processo, mais juros se somam. Depois, existe a situação de o
concessionário oficial da marca dar o carro como irrecuperável. Neste caso,
pode sempre procurar orçamentos mais baixos que se situem no valor de mercado
do seu carro. Para acidentes de viação com feridos e sem culpa no sinistro, o
condutor deverá proceder da seguinte forma: Neste capítulo vou-me centrar só na
forma de como deve agir perante o quadro da existência de feridos. Quanto ao
restante, tudo o que já foi escrito, aplica-se a este capítulo. O MOMENTO DO
ACIDENTE Foi vítima de um acidente de viação, mas agora com feridos graves e
ligeiros. Mas, o condutor é parte lesada e não culpada. O QUE FAZER NO LOCAL DO
ACIDENTE Se lhe for humanamente possível, desligar a viatura de imediato. É
muito importante, pois em ambiente de acidente a possibilidade de ocorrência de
incêndio ou explosão pode ocorrer. Chamar a emergência médica, as autoridades policiais
e bombeiros. De imediato, diagnosticar quem está a necessitar de cuidados
médicos, mas sem os mover da posição que se encontram, deixe isso para a
emergência médica. Impedir que os curiosos se ajuntem e que toquem nos feridos.
Depois da chegada da emergência médica, vá ao hospital e dê entrada nas
urgências informando que foi alvo de acidente de viação. Sujeite-se a todo o
tipo de exames, não esconda nada. No fim, peça ao hospital para lhe fornecer
todos os exames que efectuou e guarde-os, pois, estes poderão ser-lhe muito
úteis no futuro. Não é preciso dizer que tudo isto se aplica a todos os
intervenientes no acidente (estou a falar das outras partes bem como todos os
ocupantes). Depois de efectuar a participação à companhia de seguros e que consta
os danos corporais, é normal que esta a encaminhe para uma clinica privada ou
hospital privado no sentido de mandar fazer diagnósticos complementares, para
verificarem o seu estado de saúde e efectuando as correcções necessárias para
repor dentro da medida do possível o seu estado de saúde igual ao que tinha
antes do sinistro. Para isso, a companhia poderá inclusive de submeter o
condutor a cirurgias correctivas ou tratamentos de médio e longo prazo como a
fisioterapia. Mas, nem sempre é assim, existem muitas pessoas que têm um medo
terrível dos hospitais “quem não tem”, e, evitam à força toda as operações.
Neste caso a companhia de seguros agradece. Mas, existem casos em que os
diagnósticos são mal feitos e ocorre a conhecida negligencia médica, onde o lesado
não vê restabelecida correctamente o seu estado de saúde. Quando isto acontece,
é normal as companhias de seguros tentem de todas as formas que a lei permite
fugir à responsabilidade. Por esta razão, é importante que sempre que tiver um
acidente, vá ao hospital e solicite a entrega de todos os diagnósticos
efectuados, esses não mentem. No entanto, mesmo que a companhia de seguros
tenha agido de forma correcta, é natural que o seu estado de saúde nunca mais
venha a ser o mesmo, pelo menos, no que à qualidade de vida diga respeito.
Neste capítulo, reclame sempre, nem que para isso tenha de ir para tribunal. A
companhia tem de o indemnizar pela perda natural de qualidade de vida em
resultado do acidente. Esta é uma matéria em que o condutor devidamente acompanhado
por um advogado sai sempre a ganhar “monetariamente”, pois quanto à saúde, já
não se pode dizer o mesmo. O NATURAL COMPORTAMENTO DA COMPANHIA DE SEGUROS
Independentemente da obtenção de orçamentos mais baixos, a seguradora não vai
querer assumir os valores envolvidos, pois é mais vantajoso dar o seu carro
como perda total. As companhias de seguros alicerçam esta sua posição no
resultado do diagnóstico de peritagem. Sem querer denegrir a imagem dos
peritos, estes trabalham para as companhias de seguros e são realmente peritos
a defender os interesses das companhias de seguros, pois são estas que
asseguram os seus rendimentos. É igualmente importante salientar que, nem
sempre a companhia de seguros o “Lobo Mau”, pois existe muito condutor que
utiliza o seguro automóvel de forma fraudulenta, provocando prejuízos enormes
às companhias de seguros. E, por esta razão é normal, alguns procedimentos, que
algumas companhias adoptam. Mas, voltando ao assunto dos peritos. Nunca se
intimide com o que diz o perito o decide colocar no seu relatório ou
diagnóstico. Como sabe, os peritos encontram-se ao serviço das companhias de
seguros. Este facto faz com que, os juízes não valorizem muito o seu testemunho
em tribunal. Isto acontece porque os magistrados sabem da parcialidade dos
peritos. Caso recuse a proposta que a seguradora lhe fez, é perfeitamente
normal que quem tem o processo em mãos lhe possa fazer algumas ameaças de forma
bem mascarada, invocando o Decreto-Lei 291/07 e muitos mais. O objectivo é
claro, fazer o condutor desistir de ir mais adiante. O que se esquecem na
maioria das vezes é que, este mesmo Decreto-Lei está rechiado de deveres para
com as companhias de seguros e que nem todas cumprem conforme o decretado. Isto
posto, tudo o que a companhia não quer é a ida a tribunal. Com a ajuda certa,
isto é, com um advogado, está na hora de serem contabilizados todos os danos
patrimoniais e não patrimoniais e juntar ao respectivo pedido de indemnização.
Assim, a recusa da companhia de seguros em devolver-lhe um veículo idêntico ao
que tinha antes do acidente começa a contar euros a partir daqui. E já não se
trata só da viatura, mas sim, a sua vida alterada e prejudicada que vai a
tribunal. Existe um culpado que ao abrigo de uma apólice de seguro, transferiu
a sua responsabilidade para uma companhia de seguros que por sua vez se recusou
a assumir essa culpa e disponibiliza um valor medíocre para o ressarcir dos
danos causados.?A lei diz simplesmente o seguinte: “O valor venal do veículo
antes do sinistro corresponde ao seu valor de substituição no momento anterior
ao acidente”. Uma das fontes onde pode recorrer para valor venal de viaturas
usadas é o INE. No domínio da responsabilidade civil, o princípio geral é o da
reconstituição da situação que existiria se não se tivesse verificado o evento
que obriga à reparação – art.562° do Código Civil. O dever de indemnizar
compreende não só o prejuízo causado, como os benefícios que o lesado deixou de
obter em consequência da lesão; na fixação da indemnização pode o tribunal
atender aos danos futuros, desde que sejam previsíveis, nos termos do art.564º
do Código Civil. A indemnização é fixada em dinheiro, sempre que a
reconstituição natural não seja possível, não repare integralmente os danos ou
seja excessivamente onerosa para o devedor; a indemnização em dinheiro tem como
medida a diferença entre a situação patrimonial do lesado, na data mais recente
que puder ser atendida pelo tribunal, e a que teria nessa data se não
existissem danos; e se não puder ser averiguado o valor exacto dos danos, o
tribunal julgará equitativamente dentro dos limites que tiver por provados, nos
termos art. 566º do Código Civil. CASOS RESOLVIDOS EM TRIBUNAL Existem muitos
casos de pessoas que ao acharem-se injustiçadas decidiram levar os casos para o
tribunal. - Acórdão do Tribunal da Relação do Coimbra, de 11-03-2008, relactor
VIRGÍLIO MATEUS, in www.dgsi.pt), refere no seu sumário: “1. É regra
fundamental na responsabilidade civil por facto ilícito a reparação integral do
dano. 2. Por essa regra, o lesado tem o direito de ser indemnizado pelo custo
do pretendido conserto do veículo num valor entre € 2 995,85 e € 3 944,75 e em
bom estado de conservação e de utilização, ainda que a seguradora considere
haver perda total e o valor venal no momento anterior ao acidente seja inferior
àquele custo. 3. O regime instaurado pelo DL 83/06 ao aditar ao DL 522/85 os
artigos 20º-A a 20º-O (entretanto substituídos pelo regime do DL 291/07-
S.O.R.C.A.) visa directamente apenas a regularização extrajudicial de sinistros,
no termo de cujo processo de regularização a seguradora deve apresentar ao
lesado uma proposta razoável de indemnização, podendo esta aferir-se pelo valor
venal do veículo no caso de perda total. 4. Não tendo o lesado aceitado essa
proposta, nada justifica a aplicação directa desse regime ao caso que ele
apresente a juízo, onde pode fazer valer o direito à reparação nos termos do
Código Civil. 5. Tendo ficado privado do uso do veículo sinistrado que lhe
pertencia e utilizava, o lesado tem o direito à indemnização pela privação do
uso, independentemente da existirem ou não outros danos resultantes dessa
privação do uso, dado que esta é em si mesma um dano (art. 1305º e 483º nº 1 do
CC)”. - Acórdão do Tribunal da Relação do Porto, de 07-09-2010, relactor
HENRIQUE ARAÚJO, in www.dgsi.pt), refere no seu sumário: “I. Com a publicação
do DL 291/2007, de 21 de Agosto, assistiu-se a um reforço da tutela dos
lesados, estendendo-se o regime aos danos corporais e alterando-se a fórmula de
cálculo de indemnização por perda total do veículo — cfr. arts. 20°-I do DL
83/2006 e o art. 41°, n°s 1 e 3 do DL 291/2007. II – O legislador teve ainda o
ensejo de acautelar expressamente – cfr. parte final do n.° 3 do art. 41° – no
quadro da indemnização por perda total, o princípio da reparação natural do
dano concreto ou real, tal como consagrado no artigo 562° do CC. III – Neste
enquadramento, o valor venal do veículo — que o legislador de 2007 faz
corresponder ao “valor de substituição” não terá um limite, mas será antes a base
de cálculo da indemnização, sem que fique prejudicado o princípio da reposição
natural. IV – Esse diploma, tal como o que o antecedeu (DL 83/2006), teve como
objectivo reduzir a conflitualidade existente entre as seguradoras e os seus
segurados e terceiros e reforçar a protecção dos interesses económicos dos
consumidores, através da introdução de procedimentos a adoptar pelas empresas
de seguros e da fixação de prazos com vista à regularização rápida de litígios
e do estabelecimento de princípios base na gestão de sinistros. V – Assim,
mediante a apresentação de uma proposta razoável de indemnização apresentada
pela seguradora, fundada nos critérios estabelecidos nesse diploma (291/2007),
pode o segurado ou o terceiro aceitá-la, resolvendo-se em definitivo o litígio.
VI – Porém, se não houver acordo, e se houver necessidade de recorrer às vias
judiciais, a determinação da espécie e o quantum da indemnização passam a ser
regulados pelos regras e princípios gerais da responsabilidade civil e da
obrigação de indemnização, entre os quais avultam, de um lado, o princípio da
reparação in natura e, de outro, o princípio da reparação integral do dano,
ficando afastada a aplicação dos critérios previstos no Capítulo III do DL
291/2007, designadamente o art. 41.º”. - Acordão do Tribunal da Relação do
Porto, de 29-11-2011, relactor JOSÉ CARVALHO, in www.dgsi.pt), refere no seu
sumário: “I – O Autor foi obrigado a recorrer ao táxi, como transporte
alternativo, para assegurar as suas necessidades de mobilidade, enquanto esteve
privado do uso do seu veículo. II – A deslocação em transportes públicos
pressupõe a subordinação do utente aos respectivos horários. Usando o automóvel
o Autor não tinha que se subordinar a horários estabelecidos pôr outrem. III –
A reconstituição da situação que existiria se o seu veículo não tivesse sofrido
os estragos provocados no acidente obtinha-se disponibilizando ao Autor um meio
de transporte que facultasse a sua deslocação quando pretendesse e à hora que
entendesse mais conveniente. A deslocação de táxi satisfazia esse desiderato”.
- Acordão do Tribunal da Relação do Porto, de 20-03-2012, relactor M. PINTO DOS
SANTOS, in www.dgsi.pt), refere no seu sumário: “I – Dano biológico tanto pode
ser considerado e quantificado autonomamente como no âmbito dos danos
patrimoniais ou não patrimoniais, dependendo, nesta segunda alternativa, de
determinar ou não perda ou diminuição dos proventos profissionais (se sim, como
dano patrimonial; se não, como dano moral). II – Nada impede aquela autonomização
desde que o dano biológico não seja duplamente valorado como dano autónomo e
como dano patrimonial ou não patrimonial, conforme os casos). III – O dano não
patrimonial e o dano biológico, quando este não acarrete perda ou diminuição
dos rendimentos profissionais, são quantificados com recurso à equidade, embora
no cômputo do segundo possam (devam) ter-se em conta, como instrumentos
auxiliares do julgador, as tabelas financeiras ou as fórmulas matemáticas que
vêm sendo consideradas na jurisprudência”. O dano biológico consiste «na
diminuição ou lesão da integridade psico-física da pessoa, em si e por si
considerada, e incidindo sobre o valor homem em toda a sua concreta dimensão»
Fonte automoveis-online.com”"
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
sábado, 8 de março de 2014
Grande professor
Em portugal já ninguém escreve no quadro de ardósia com giz.
ninguém escreve no quadro branco com canetas. Só projectores de vídeo, internet
e quadros interactivos. Há 5 anos tive um tête-a-tête com uma professora de
educação física. Dizia-me ela: - não tenho Internet no ginásio! Levianamente
retorqui - para que precisa de Internet no ginásio? - reposta: - preciso de ver
movimento de uma dança no youtube para mostrar aos alunos. Assim sem net não
posso trabalhar!!
- Tenho esperança que ela ainda esteja a tempo de ver esta
imagem.
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
O que uma criança deve saber aos 4 anos de idade?
O que uma criança deve saber aos 4 anos de idade?
Texto: Graciete Guedes
"Nesse mundo contemporâneo, ter, ser, saber, parecem fazer parte de uma competição. Nesse mundo, alguns pais e algumas mães acabam acreditando que é preciso que seus filhos saibam sempre mais que os filhos de outros. E isso sim seria, então, sinal de adequação e o mais importante: de sucesso.
O que uma criança deve saber aos 4 anos de idade? Essa foi a pergunta feita por uma mãe, em um fórum de discussão sobre educação de filhos, preocupada em saber se seu filho sabia o suficiente para a sua idade.
Segundo Alicia Bayer, no artigo publicado em um conhecido portal de notícias americano – The Huffington Post –, o que não só a entristeceu, mas também a irritou, foram as respostas, pois ao invés de ajudarem a diminuir a angústia dessa mãe, outras mães indicavam o que seus filhos faziam, numa clara expressão de competição para ver quem tinha o filho que sabia mais coisas com 4 anos. Só algumas poucas indicavam que cada criança possuía um ritmo próprio e que não precisava se preocupar.
Para contrapor às listas indicadas pelas mães (em que constavam itens como: saber o nome dos planetas, escrever o nome e sobrenome, saber contar até 100), Bayer organizou uma lista bem mais interessante para que pais e mães considerem o que uma criança deve saber.
Vejam alguns exemplos abaixo:
- Deve saber que a querem por completo, incondicionalmente e em todos os momentos.
- Deve saber que está segura e deve saber como manter-se a salvo em lugares públicos, com outras pessoas e em distintas situações.
- Deve saber seus direitos e que sua família sempre a apoiará.
- Deve saber rir, fazer-se de boba, ser vilão e utilizar sua imaginação.
- Deve saber que nunca acontecerá nada se pintar o céu de laranja ou desenhar gatos com seis patas.
- Deve saber que o mundo é mágico e ela também.
- Deve saber que é fantástica, inteligente, criativa, compassiva e maravilhosa.
- Deve saber que passar o dia ao ar livre fazendo colares de flores, bolos de barro e casinhas de contos de fadas é tão importante como praticar fonética. Melhor dizendo, muito mais importante.
E ainda acrescenta uma lista que considera mais importante. A lista do que os pais devem saber:
- Que cada criança aprende a andar, falar, ler e fazer cálculos a seu próprio ritmo, e que isso não tem qualquer influência na forma como irá andar, falar, ler ou fazer cálculos posteriormente.
- Que o fator de maior impacto no bom desempenho escolar e boas notas no futuro é que se leia às crianças desde pequenas. Sem tecnologias modernas, nem creches elegantes, nem jogos e computadores chamativos, se não que a mãe ou o pai dediquem um tempo a cada dia ou a cada noite (ou ambos) para sentar-se e ler com ela bons livros.
- Que ser a criança mais inteligente ou a mais estudiosa da turma nunca significou ser a mais feliz. Estamos tão obstinados em garantir a nossos filhos todas as “oportunidades” que o que estamos dando são vidas com múltiplas atividades e cheias de tensão como as nossas. Uma das melhores coisas que podemos oferecer a nossos filhos é uma infância simples e despreocupada.
- Que nossas crianças merecem viver rodeadas de livros, natureza, materiais artísticos e a liberdade para explorá-los. A maioria de nós poderia se desfazer de 90% dos brinquedos de nossos filhos e eles nem sentiriam falta.
- Que nossos filhos necessitam nos ter mais. Vivemos em uma época em que as revistas para pais recomendam que tratemos de dedicar 10 minutos diários a cada filho e prever um sábado ao mês dedicado à família. Que horror! Nossos filhos necessitam do Nintendo, dos computadores, das atividades extra-escolares, das aulas de balé, do grupo para jogar futebol muito menos do que necessitam de nós. Necessitam de pais que se sentem para escutar seus relatos do que fizeram durante o dia, de mães que se sentem e façam trabalhos manuais com eles. Necessitam que passeiem com eles nas noites de primavera sem se importar que se ande a 150 metros por hora. Têm direito a ajudar-nos a fazer o jantar mesmo que tardemos o dobro de tempo e tenhamos o dobro de trabalho. Têm o direito de saber que para nós são uma prioridade e que nos encanta verdadeiramente estar com eles.
Então, o que precisa mesmo – de verdade – uma criança de 4 anos?
Muito menos do que pensamos e muito mais!
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
sexta-feira, 7 de março de 2014
Um dia não
“Ele há cada coisa, acontece sempre alguma e eu sem culpa
nenhuma”
Hoje estava todo contente, sentado na minha secretária, à
espera que um malfadado processo de um upload que estava a fazer para uma
plataforma Web concluísse, quando, às tantas, e no meio de tanta lentidão e
monotonia, comecei a abrir a boca. Abri-a várias
vezes. Lembrei-me então de me pôr à conversa, nem que fosse por um minuto,
com uma pessoa que, apesar de não a conhecer muito bem, colabora comigo
prontamente, com uma disponibilidade incrível, quando lhe solicito alguma coisa.
Nutro por ela simpatia. E pensei: - Vou dar-lhe um olá. E assim foi. Reparei que estava offline,
mas, mesmo assim, meti conversa, como aliás sempre fiz, perguntando por
trivialidades; se tem visto isto e aquilo…, se tem ido ao meu muro e ao meu blogue, não comentou artigo tal, mas nem uma palavra como resposta. Posto isto,
voltei a prestar atenção ao meu trabalho. Como o processo não andava nem para
diante nem para trás e a tarde ainda era
uma criança, resolvi ir ver se tinha eco
da minha abordagem.
Tinha feedback sim, e de que maneira! A pessoa estava
aborrecida e eu apareci naquele momento, mesmo a calhar. Levei com tudo em
cima. Levei com armário, pedras, ventania, telhado e de tudo um pouco. Um autêntico
vendaval, tudo em seis linhas apenas.
Primeiramente fiquei atónito e frio, sem palavras! Depois,
quente e assustado!
O sangue subiu-me à cabeça, fiquei com uns calores e comecei
a ver mal. A pessoa em causa, que até à data fora sempre simpatiquíssima,
estaria certamente a atravessar um mau momento. Devagarinho, o coração voltou ao
seu lugar; o sangue, que subira à cabeça, regressou às veias, os olhos
recuperaram a acuidade visual e acomodei-me na cadeira. Coloquei os pés em cima
da secretária, coloquei as mãos atrás da nuca, respirei fundo e tentei perceber
a razão do velho ditado:
Todos temos o nosso dia não.
Veio-me então à lembrança uma frase que o meu irmão, que
vive lá para as ilhas do Atlântico, costuma dizer: “Ele há cada coisa, acontece
sempre alguma e eu sem culpa nenhuma”
Ainda bem que foi comigo - gosto dela, não faz mal
nenhum!
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
06 de Março de 2014
quarta-feira, 5 de março de 2014
O voto não é arma coisa nenhuma!
O voto não é arma coisa nenhuma!
Texto: Adérito Barbosa
Sinceramente, acho exagerado que estejamos dispostos a votar nos políticos outra vez. Eles têm tudo organizado, nós votamos, eles ganham eleições, os seus partidos ganham dinheiro por cada voto expresso e quem ganhar vai receber um balúrdio como deputado europeu. Vai gozar a sua vidinha lá no bem bom, mais os seus pares e nós, os otários, ficamos sempre na mesma, sempre na mesmíssima coisa.
Muito interessante é essa história dos partidos políticos.
É necessário reflectir nisto, pensar e discutir profundamente este assunto.
É necessário reflectir nisto, pensar e discutir profundamente este assunto.
Somos dados a deixar-nos levar pelo princípio de que isto é democracia. Mas não
é! Sabemos que os instrumentos criados pelo sistema democrático podem ser bem
ou mal utilizados e isso até depende do modo como os políticos os quiserem manipular. No “mundo
real português”, deve existir um ou outro político que pensa no bem dos cidadãos, mas a maioria pensa no seu próprio interesse, isto
é, tudo o que fazem é para se construirem e beneficiarem a si mesmos, para o seu único e exclusivo
prazer, quer dizer, vivem só para si mesmos e isto tem um nome: Ganância,
sentimento que, levado a este extremo, é patológico.
Continuo a reflexão, voltando à democracia de que nós nos tornámos dependentes; objectivamente, não seria mau de todo, mas o político que utiliza os votos expressos tem má intenção. Esta é a realidade em que vivemos. Os instrumentos podem ser mais ou menos importantes, mas não são um bem supremo, como nos querem impingir; se o eleitor não é, o voto já é? Sendo assim, só teremos que contribuir com o bem mais precioso, com o voto, para servir o Político na construção do seu bem estar, na construção dos “partidos". Não podemos ingenuamente pensar que este sistema é o melhor que existe. Claro que não devemos viver amedrontados; contudo, o problema é que este “vale tudo” para os políticos vai ter um fim. Todos os sistemas tiveram um fim, todos eles nasceram por uma boa causa. A liberdade e dignidade dos cidadãos foi o mote. Todos temos direito a fazer o que quisermos, mas votar não entra neste mesmo momento no espírito dos portugueses.
Votar significa gerar deputados, alimentar e subsidiar os partidos, é o mesmo que legitimar a distribuição do dinheiro dos contribuintes para os partidos, é como possuir um pc e ser viciado na internet... e pedir ao povo para dar à manivela, como garantia de que não vai faltar a energia, enquanto se navega. Pensamos mal, dizem-nos, que pelo voto podemos castigar os políticos, mas não!
O acto de votar, com o qual nos “divertimos” e que, de certa forma, usamos como poder absoluto, na realidade é uma arma inofensiva, porque o sistema está montado para eles se revezarem . Existimos para os fazer viver faustosamente. O ser humano tem muitos limites, mas mesmo muitos… Existem pessoas que passam praticamente todo o seu tempo a “maquinar e a pensar” como utilizar, de forma mais perfeita, a retórica e a oratória para poderem violar, usurpar e entrar abusivamente na cabeça do povo, seus eleitores. Agem como “abutres” na busca doentia do voto; sedentos de votos, preferem os mais fracos, os mais ignorantes, os analfabetos, os débeis, para os aplaudir e glorificar nas urnas, tudo para saciar a mesquinha vontade de ser deputado, de garantir desde já o seu futuro e a sede de poder. Prometem defender os interesses do povo, mas é tudo treta. Sem dúvida que é muita a responsabilidade que temos como povo e disso não devemos demitir-nos… Não devemos demitir-nos, nem deixar que nos iludam com falsas “ideias” ou “teorias”. Não deveríamos igualmente demitir-nos de usar a capacidade que nos distingue dos outros seres, a inteligência. Claro que somos livres e é nessa condição humana que, por vezes, sem nos darmos conta, ingenuamente nos tornamos superficiais e até arrogantes, pensando ser auto-suficientes e ficando, desta forma, mais vulneráveis - verdadeiras presas dos políticos.
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
4 de março 2014
Continuo a reflexão, voltando à democracia de que nós nos tornámos dependentes; objectivamente, não seria mau de todo, mas o político que utiliza os votos expressos tem má intenção. Esta é a realidade em que vivemos. Os instrumentos podem ser mais ou menos importantes, mas não são um bem supremo, como nos querem impingir; se o eleitor não é, o voto já é? Sendo assim, só teremos que contribuir com o bem mais precioso, com o voto, para servir o Político na construção do seu bem estar, na construção dos “partidos". Não podemos ingenuamente pensar que este sistema é o melhor que existe. Claro que não devemos viver amedrontados; contudo, o problema é que este “vale tudo” para os políticos vai ter um fim. Todos os sistemas tiveram um fim, todos eles nasceram por uma boa causa. A liberdade e dignidade dos cidadãos foi o mote. Todos temos direito a fazer o que quisermos, mas votar não entra neste mesmo momento no espírito dos portugueses.
Votar significa gerar deputados, alimentar e subsidiar os partidos, é o mesmo que legitimar a distribuição do dinheiro dos contribuintes para os partidos, é como possuir um pc e ser viciado na internet... e pedir ao povo para dar à manivela, como garantia de que não vai faltar a energia, enquanto se navega. Pensamos mal, dizem-nos, que pelo voto podemos castigar os políticos, mas não!
O acto de votar, com o qual nos “divertimos” e que, de certa forma, usamos como poder absoluto, na realidade é uma arma inofensiva, porque o sistema está montado para eles se revezarem . Existimos para os fazer viver faustosamente. O ser humano tem muitos limites, mas mesmo muitos… Existem pessoas que passam praticamente todo o seu tempo a “maquinar e a pensar” como utilizar, de forma mais perfeita, a retórica e a oratória para poderem violar, usurpar e entrar abusivamente na cabeça do povo, seus eleitores. Agem como “abutres” na busca doentia do voto; sedentos de votos, preferem os mais fracos, os mais ignorantes, os analfabetos, os débeis, para os aplaudir e glorificar nas urnas, tudo para saciar a mesquinha vontade de ser deputado, de garantir desde já o seu futuro e a sede de poder. Prometem defender os interesses do povo, mas é tudo treta. Sem dúvida que é muita a responsabilidade que temos como povo e disso não devemos demitir-nos… Não devemos demitir-nos, nem deixar que nos iludam com falsas “ideias” ou “teorias”. Não deveríamos igualmente demitir-nos de usar a capacidade que nos distingue dos outros seres, a inteligência. Claro que somos livres e é nessa condição humana que, por vezes, sem nos darmos conta, ingenuamente nos tornamos superficiais e até arrogantes, pensando ser auto-suficientes e ficando, desta forma, mais vulneráveis - verdadeiras presas dos políticos.
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
4 de março 2014
sábado, 1 de março de 2014
Pai bestial
A
grande virtude dos vanguardistas como nós é que somos vanguardistas. Nós
primamos pelas modernices e vanguardeamo-nos.
Adjectivamos com os piores nomes e mais alguma coisa, aqueles que ousam dizer:
- O que estás a fazer não está correcto.
- Olhe que o que está a fazer está errado!
Somos donos de nós. Tu dono de ti, eu dono de mim; ambos sem dono. Eu sou o
melhor educador do mundo e tu o melhor filho do mundo!
- Meu filho, não quero que tu saibas o que é um não!
Discordarem do que queres fazer significa sufocarem-te. Para nós, ouvir um não
é sufocante… Não é, meu filho?
É lindo teres um pai vanguardista e irresponsável. Que te parece?
Para nós, o lema é: "Foi sempre assim, é assim, e vai ser sempre
assim". Mesmo que seja asneira da grossa, não faz mal. Para nós, um
teenager é um adulto. Somos colegas; andámos juntos na escola, estamos numa boa;
dormir fora de casa é a tua especialidade e isso não me traz preocupação
nenhuma, porque sei que tu és diferente dos outros. Ela dorme no quarto dela e
tu no sofá da sala. Os pais dela são uns gajos porreiros! Já tens tamanho,
medes um metro e setenta, ela pesa mais de 45 quilos, mas como só têm 15 anos
não interessa se são crianças, caga nisso. Vou dispensar-te de seres criança.
Não precisas de ter infância coisa nenhuma, o teu tempo é o meu tempo, é tempo
de gente autónoma como tu, tempo de gente graúda como tu, de gente que se auto-sustenta
como tu.
Mesmo que a lei te coloque no grupo dos menores e te mantenha sob a alçada da
Comissão Nacional de Protecção de Menores, mesmo que perante a lei sejas ainda
inimputável, mesmo que a lei te obrigue a frequentar a escola, mesmo que a lei
te obrigue a ser cliente de pediatria num hospital, isso não faz mal nenhum,
continuo a dizer caga nisso! Continua a andar em auto-gestão, porque não?
Quanto ao hospital não tenhas problemas que não vou admitir que te tratem como
criança. Levo-te a uma clínica particular.
Eu quero-te gente grande já. Quero ver-te adulto (Sr.). Se sentires os
desvarios de adolescente, sensações esquisitas, não há problema, não te
preocupes, que vou ajudar-te a viver tudo isso. Vou criar as condições para que
tenhas a tua oportunidade e quanto mais cedo melhor! Quero testemunhar tudo,
quero ter a certeza que já tens vida sexual intensa, sabes? Depois de isso
confirmar, quero negá-lo a toda a gente e dizer que tens asas de anjo nas
costas, pois és um inocente, entendes?
Anda comigo que te mostro como se faz, anda daí, vai por aquele caminho ali, e
é por ali que vais fazer a vida de adulto. É por ali que, apesar de seres
irresponsáveis, terás os direitos dos responsáveis. Vê se entendes! Não te
quero criança, quero que vivas a vida igual à minha. Não me importo que percas
a dignidade, isso não interessa, não me importo que percas o respeito por ti,
isso é problema dos outros, não é nosso. Não quero que vivas sufocado, porque
ninguém tem nada a ver com a vida que levas. Se tiveres problemas, há médicos,
hospitais, psicólogos, explicadores e por isso não te preocupes, sou rico!
Se aparecer a Comissão de Protecção de Menores, eu digo-lhes que isso é assim,
porque eu quero.
Quero que sintas as emoções fortes de adolescente, quero que explores isso
direitinho, como um adulto, e que não deixes de fazer nada! Está tudo no Google.
Aproveita bem, porque o mundo vai acabar amanhã. Se o mundo acabar amanhã,
morreremos felizes: tu, por teres gozado sem dignidade e eu, por te ter negado
o direito de seres criança.
Felizes por não nos termos deixado sufocar."Nada mudará, foi assim, é
assim e será assim!" És livre, enganemo-nos a nós próprios, que gostamos
assim!
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Publicação em destaque
Florbela Espanca, Correspondência (1916)
"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...
-
Carta Aberta ao Presidente José Maria Neves: “Pedido de Renúncia por roubo” Excelentíssimo Senhor Presidente José Maria Neves, Venho, por m...
-
O Dr. Neves é uma nulidade cozinhada no PAICV, um comunista oportunista por natureza, um pantomineiro sem maneiras, capaz de roubar pa...
-
A conversa vazia de Janira sobre "concentração concertada" só confirma o que já sabíamos: ela pertence à mesma corja que Neves. A ...