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sábado, 15 de março de 2014

Desencontros


Como é escura esta calçada
Escorregadia quando caminho
Atiras-me ao chão quando disso... menos preciso
Como são  longe a léguas  desta surdez
Viver a loucura que não entendo faz medo!
Viajar na noite que aí vem
Sem que me pilem o cérebro. 

Nesta calçada de paralelos frios
Descer  em contra mão
Agarrado ao corrimão... destino  vazio
Silêncio silenciado querem ouvir
Não quero que me castrem a razão 
Nem proxeneta, nem polícia
Nem políticos nem ninguém. 

Nesta calçada caminho frio
Alisar a sola da minha bota
Escutas sem cegar a cegueira... deste ruído 
Lamber a lágrima ao chorar por amor
Com birra e desnorte de criança...
Neste vendaval  de  palavras sem razão 
Acreditar que amanhã haja sol.


Adérito Barbosa in "olhosemlente"15 de Março 2014

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