Vamos lá falar verdade!
Em 1762, uma princesa de origem alemã, Sofia Frederica, tornou-se Czarina
Russa, ficando mais tarde conhecida como Catarina a Grande. A moça, no meio de
tanta confusão, acabou por anexar a Crimeia e a Ucrânia à Rússia. Passados
muitos anos, já os Czares tinham desaparecido, forçados pela revolução
bolchevista, e em pleno auge do regime do proletariado russo, o seu timoneiro,
Secretário Geral do PCUS, Nikita Kruschev , enquanto estava a destilar
álcool numa daquelas noitadas de paródia e desbunda à volta das garrafas de vodka
e de mulheres, ofereceu, sem que ninguém
entendesse, a Crimeia à Ucrânia.
A Ucrânia é um país formado por várias províncias, onde os Polacos (sempre o
suspeito do costume), se entretinham a fazer invasões. Foi no final da Segunda
Guerra Mundial, na Crimeia, numa terra chamada Ialta, que os três líderes dos
países vencedores, Roosevelt, Churchill e Estaline se sentaram numa mesa,
dentro de uma tenda e desataram a desenhar o mapa da Europa. Ao estilo” Isto é
meu, isto é teu, isto fica para ti e isto para nós.”não tiveram em conta as
origens dos povos, nem as suas tradições e costumes. Na altura nem os
americanos, nem os ingleses se lembraram de que estavam a fazer um negócio de enorme envergadura, dentro do
território russo.
Foi nesse território russo, com um clima parecido com o Algarve, que os monstros
sagrados russos como Gorky, Tolstoi e Tchekov, entre outros, viveram ou gozaram
férias. A Crimeia para os russos é como o Algarve para os portugueses, sendo,
por isso, uma terra querida para os russos. Além do sol e do clima têm lá a sua
frota do Mar Negro.
A Nato fez acordos com a Polónia e Ucrânia com a aparente justificação de que
esses países precisam da sua protecção e de que ali seriam instalados os
escudos anti-mísseis americanos. Ora isso não é mais do que a Nato estender até
à fronteira Russa as suas garras. Estava na cara, e é lógico, que os Russos não
veriam esta brincadeira da Nato com bons olhos. Melhor, vêem isso como uma
provocação, da mesma maneira que os americanos viram como ameaça os mísseis que
Nikita colocou nas mãos de Castro, deixando os cabelos em pé ao Kennedy.
Com a queda do muro de Berlim e com a desintegração da União Soviética
(URSS), os EUA tomaram conta do mundo; promoveram a guerra no Iraque, a
pretexto de armas químicas, no Afeganistão, a pretexto dos direitos humanos,
bem como na Somália; inventaram um país falhado chamado Kosovo, atacaram a
Sérvia, tramaram a vida ao Kadafi na Líbia, quando ele ameaçou criar um mercado
de petróleo, ainda tiveram tempo para desestabilizar a Geórgia e agora botaram
abaixo o governo da Ucrânia, mesmo
debaixo dos queixos da Rússia.
O curioso disto tudo é que o nosso pequeno e gordo José Manuel esteve sempre
na liça como cavaleiro da aliança.
No Iraque o nosso “Durão” fez equipa com Bush, Aznar e Tony Blair. Nas
outras frentes o nosso Manuelito, já presidente da UE, fez questão de se manter
fiel aos amigos franceses, ingleses e americanos.
Putin, ex-agente do KGB, conhecedor das tramóias da Nato, viu que a Nato
estava a montar no seu quintal a tenda do circo, vestiu o seu quimono, subiu
para o tapete e disse: “Alto e para o baile, a Crimeia volta para a Rússia de
onde nunca devia ter saído e ponto final.”
O Ocidente ameaçou com sanções económicas, mas não com a invasão da Rússia.
A Rússia enviou pelo correio o aviso de corte do gás e mandou dizer:
- Nós não somos nem Iraque, nem
Síria, nem Sérvia, nem Kosovo, nem Líbia, nem Irão!
E parece que o Ocidente entendeu. A Rússia tomou de volta o seu Algarve e
tudo vai morrer por aqui, na paz do Senhor!... Amém.
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Adérito Barbosa in "olhosemlente"
Sem comentários:
Enviar um comentário