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sábado, 24 de dezembro de 2016

Carta ao Sr. Primeiro Ministro, José Ulisses Correia e Silva

Exmo. Senhor Primeiro-Ministro da República de Cabo Verde, Sr. Dr. José Ulisses Correia e Silva.

Chegou ao conhecimento dos Caboverdianos, através de uma informação em viva voz da Senhora Ministra da Educação, Maritza Rosabal, que estão a ser preparadas alterações no sistema de ensino de Cabo Verde, passando o ensino do Português para 2ª língua, enquanto o “Dialecto Crioulo” passa a língua materna, o que será implementado já no início do próximo ano lectivo. De entre várias questões e problemas que estarão em cima da mesa, registam-se as seguintes: Sendo esta uma questão sensível, não consta que essa intenção tenha feito parte do seu programa eleitoral, pelo que supostamente o seu governo não está mandatado para esse acto, até porque nunca houve um debate sério, nem consta que a sociedade civil Caboverdiana a tenha debatido de uma forma alargada. Sabe-se apenas que essa ideia pertence a meia dúzia de indivíduos que vegetam à volta do poder.

• Como será possível tal ideia, se a língua oficial de Cabo Verde é o Português, consagrada, aliás, na Constituição de República de Cabo Verde?

• A sucessiva degradação do ensino do português nas Escolas e no número de falantes, para não falar da escrita, prejudica o desenvolvimento cultural dos jovens estudantes de Cabo Verde desde o pré-escolar ao ensino superior;

• O quadro de pessoal docente está abaixo das necessidades, sem que se vislumbre qualquer medida para resolver este problema, deixando milhares de alunos à mercê da ignorância e do desfalecimento intelectual e cultural; A degradação e desvirtuamento da utilização da língua portuguesa a favor do crioulo é um atentado ao conhecimento;

• Este conjunto de questões suscitam grandes preocupações quanto ao sentido das medidas, quanto à sua abrangência e, essencialmente, quanto à qualidade dos futuros quadros;

• A estes problemas soma-se o antigo problema do crioulo falado nas outras ilhas, que continua a ser composto por sotaques, fonias das culturas das dez diferentes ilhas, a inexistência de material didático e de formação criteriosa, não existindo sequer qualquer estudo aprofundado do dialecto crioulo. O crioulo é sempre uma menoridade linguística que foi usada pelos escravos, por não entenderem nem o português, nem o flamengo Belga, nem o Inglês, sem esquecer que a única razão que leva os portugueses a ajudar o arquipélago reside no facto de Cabo Verde pertencer aos PALOP e ter como língua oficial o Português;

• Acresce, ainda, o facto de a Sra. Ministra ser de origem Cubana, vivendo uma realidade cultural mais próxima de Cuba, com os seus costumes e muito longe do português, mas sim perto do Espanhol Cubano ou Castelhano;

• A Senhora Ministra, sabe-se, é casada com um alto funcionário da Câmara Municipal da Praia, activista ferrenho do crioulo e que, segundo se sabe, há longos anos luta pela implementação do crioulo, num puro culto de ignorância, privilegiando o isolamento do resto do mundo - não se vendo outra coisa no horizonte, senão prejudicar a geração de jovens num futuro próximo;

• Como explica que Angola, com todo aquele poderio económico ainda por explorar, com cerca de 25 milhões de habitantes, e cerca de 48 dialectos, consegue fazer com que os seus cidadãos falem todos praticamente o português correctamente e Cabo Verde não? Como explica que S. Tomé, sendo um território minúsculo, consegue manter os seus cidadãos a falar o português correctamente e Cabo Verde não? Como explica que Moçambique com cerca de 26 milhões de habitantes consegue que os seus cidadãos falem português, apesar das influências dos países da Commonwealth? Como se explica que Timor se empenha muito para manter o português nas suas escolas e Cabo Verde não? Será que os Caboverdianos são mais inteligentes que os outros? Olhe que não, olhe que não, sr. Ministro!

• Explica-se tudo apenas pela teimosia dos nossos governantes, pelas influências do jogo do poder em quererem ser diferentes dos outros, primando pelo isolamento num mundo cada vez mais global. Esse isolamento reflecte-se na boca dos governantes Caboverdianos, quando nos discursos os ouvimos falar incorrectamente o português. Quando um líder africano fala, sabemos logo se é Caboverdiano ou não, pelo simples facto de se expressarem muito mal na língua oficial do seu próprio País. Isso é triste, preferia ouvi-los a exprimir-se em crioulo e teríamos assim a certeza de que ninguém os escuta nem os entende.

Assim sendo, ao abrigo do direito à indignação, venho por este meio pedir que abandonem a ideia da implementação do crioulo nas escolas de Cabo Verde, o que não é mais do que um exercício de vaidade e de pura ignorância, prejudicando o futuro dos jovens.
Não obstante do que atrás foi exposto, lembro a V. Exa que o português é a quinta língua mais falada no mundo, com 244 milhões de falantes e é uma das línguas oficias na Comissão Europeia e na ONU. Também não se entende o discurso assumido por V. Exa, no que se refere à intenção de Cabo Verde entrar para o espaço Schengen. Cabo Verde já fez parte integrante da Europa, quis sair nos anos de alucinações dos Independentistas, agora quer entrar como falante do crioulo na Comunidade; como explica isso? – É caso para perguntar se os governantes estão bem da cabeça. Pode dizer: – Ah, o Primeiro-ministro português António Costa é a favor… Pois sim, ele andou a entreter os Caboverdianos com uma questão, que afinal, não é questão - ele é muito hábil e bastante engenhoso na diplomacia.

O comunicado do Governo, saído esta semana, foi um exercício patético - querer explicar o inexplicável. Saiba V. Exa. que não vamos permitir tamanha ousadia em defesa dos interesses culturais dos jovens estudantes e do futuro de Cabo Verde, que bem precisa de gente capaz. Acreditando na sua seriedade e honestidade intelectual, peço-lhe em nome de uma boa educação, que faça a Sra. Ministra abandonar essa ideia, que não tem pés nem cabeça.

Utilizando uma expressão sua: - Nós, a massa crítica, esperamos nunca o ver “DOENTE COM SINTOMAS DO PODER”. Votos de uma boa governação.
Feliz Natal e um excelente Ano 2017.

Melhores cumprimentos
Adérito Barbosa

Adérito Barbosa in olhosemlente

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Sonhos







Para onde nos levam, porquê temos de os ter?

Para onde vamos se não sabemos o caminho?
O que há para além da luz se não conseguimos ver nada?
Para quê tentar outra vez, se só temos uma chance?
Mas poderia haver mais, queria ter mais sonhos.
É tudo que é intrínseco e só nosso.
Se nos sonhos o espírito acorda
Eu acordado sinto medo da certeza do fim.
Mas isso foi antes, agora não!
Sei as respostas porque entendi a razão.
Posso nunca provar, mas conheço as razões dos meus sonhos.
Sei que tenho de me calar
Se me deixarem, não consigo explicar
Mas por favor deixem as lembranças de mim no meu sonho
Se a luz que me rodeia no escuro,
foi livre de iluminar o beijo doce da menina sem rosto,
Também foi livre de iluminar os sonhos húmidos dos 15 anos.
E agora tá-se bem, tá-se bem!
Com a menina sem rosto não sei.
Com beijo doce não mais,
Com os sonhos húmidos - NUNCA MAIS!

Adérito Barbosa in olhosemlente

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Observatório Sírio

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos – Think-Tank é uma coisa esquisita, parecida com uma organização - foi criado no Reino Unido e o curioso é que  essa
organização é composta apenas por uma única pessoa, um homem de seu nome Rami Abdul Rahman.
Foi esse credível Observatório dos Direitos Humanos, tendo como membro uma única pessoa que em 2013 espalhou pelo mundo a falsa notícia dos ataques com armas químicas que Assad teria lançado contra o próprio povo.
O Ocidente engendrou a notícia e de seguida apressou-se a patrocinar a Primavera Árabe, lançando o caos na Síria como havia feito na Líbia e Iraque.
As vítimas, os viúvos, as viúvas, os órfãos, o povo Sírio em geral devem agradecer ao Ocidente pela desgraça . Grande hipocrisia ver a encenação do autarca de Aleppo na Comissão  Europeia pedindo ajuda.
Mas afinal foram a Alemanha, a França, a Inglaterra, Portugal, os USA e a Turquia os promotores da Guerra na Síria e em todo o Médio Oriente.
Vá lá um tipo entender essa gente...


Adérito Barbosa in olhosemlente

domingo, 18 de dezembro de 2016

Castanha assada


Castanha assada Não engorda nem emagrece aquece e fortalece no jornal não arrefece. Cem por cento português, são rasgadas com canivete e assadas na brasa. Como é um bom cliente não faça preces que eu faço bom preço não é preço de faisão nem de um avião, não... é só promoção. Castanhas das boas, Entra pela boca e sai quase de borla. É bom para a pele, para os ossos, e coração É rico em magnésio e zinco É viagra dos lisboetas Suja cueca e fura calção. Quem não tem amada acaba na mão. Vendo barato eu posso... O meu pai é gestor e eu sou sócio Meia dúzia é três, uma é cinco Ainda boto mais uma para si e uma outra para a sua felicidade Leve-as quentinhas leve a amizade deixe ficar a lealdade. São quentinhas e boas.., Quentinhas!

  Adérito Barbosa in olhosemlente
Foto: CML - Lisboa antiga

Curiosidade

É este homem que é um observatório dos direitos Humanos Sírio. Vejam como ele está gordo! quem o engorda?

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos – Think-Tank é uma coisa esquisita parecida com uma organização. Foi criado no Reino Unido e o curioso é que  essa organização é composta apenas por uma única pessoa, um homem de seu nome Rami Abdul Rahman.
Foi esse credível Observatório dos Direitos Humanos, tendo como membro uma única pessoa que em 2013 espalhou pelo mundo a falsa notícias dos ataques com armas químicas que Assad teria feito contra o próprio povo.
O Ocidente, engendrou a notícia e de seguida apressou-se a patrocinar a Primavera Árabe lançando o caos na Síria como havia feito na Líbia e Iraque.
As vítimas, os viúvos, as viúvas, os órfãos, o povo Sírio em geral devem agradecer ao Ocidente pela desgraça . Grande hipocrisia ver a encenação do autarca de Aleppo na Comissão  Europeia pedindo ajuda.
Mas afinal foi a Alemanha, a França, a Inglaterra, Portugal os USA e a Turquia os promotores da Guerra na Síria e de todo o Médio Oriente.
Vá lá um tipo entender essa gente...

Adérito Barbosa in olhosemlente

sábado, 17 de dezembro de 2016

Escritor Cândido Arouca

"O amor não pára p'ra Jantar" porque "escolhi ser Feliz"


Cândido Arouca é um escritor amigo e vive em Arouca. É uma pessoa disponível para ajudar e partilhar com os outros aquilo que sabe. Acaba de publicar o seu segundo Livro "Escolhi ser Feliz"
Antes havia já publicado o "Amor não pára p'ra Jantar"
Cândido é um autor apaixonado pela vida, apaixonado pela escrita e apaixonado sobretudo pelas mulheres. É um sedutor nato, os seus livros encantam e entram pelos corações adentro dos leitores em especial das leitoras. Ao Cãndido os meus parabéns pela recente publicação e votos de muitos sucessos. "O amor não pára p'ra Jantar" porque "escolhi ser Feliz"

Vale a pena lê-los


Adérito Barbosa in olhosemlente

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Galileu



Momento singular:

Galileu mencionou que uma bala de canhão e uma pena, se deixadas cair da mesma altura, tocariam no solo ao mesmo tempo se não houver a resistência do ar (ou seja no vácuo).
Mas nunca conseguiu demonstrá-lo. Quatro séculos depois, com o auxílio da tecnologia, a teoria de Galileu foi experimentalmente demonstrada.
É um momento visual ímpar!
Vídeo "BBC TWO".
Adérito Barbosa in olhosemlente

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Natal do pai esquecido

Natal do pai esquecido

Repetiu as mesmas histórias
enquanto o cansaço lhe invadia a memória.
Adormeceu também com a canção
da Cabra, do Palito e do Gastão.
Lembrou-se do Pai Natal que viu na chaminé
Viveu na esperança
que o Natal nunca veria a doer-lhe...
Mas quando há um só lugar à mesa,
uma só vela...
não há verdade na chama,
de luz de alguém que um dia lutou
e que só por eles chorou a sua fraqueza.

Natal faz-lhe doer fundo os ossos da alma,
faz-lhe viver o drama da solidão.
Entre a paixão e a ausência,
ele não entende o cheiro das rabanadas.
Se se magoa é porque os filhos nunca aparecem
Se não os espera é porque foram
dar conforto a quem não os pariu
um dia deu sinal.
não há  mais Natais!!!
As mesmas histórias,
as mesmas desculpas que já não aceita.
Natal, fez-lhe doer fundo os ossos da alma
quando descobriu a batota
e a arte de o esquecerem para irem alegrar campónios...
Apagou o pavio desceu do palco:
- frio este Natal!
Adormeceu aconchegado
na ilusão que é mentira o que sente!

Boas festas a todos.

Adérito Barbosa in olhosemlente

sábado, 10 de dezembro de 2016

Anedota contada pela Ministra

Ministra quer passar o dialecto crioulo para língua oficial de Cabo Verde.
Esta é mais uma anedota contada por uma idiota. A Senhora que ensine o dialecto crioulo na escola aos filhos dela. Nada já me admira, quando as mentes iluminadas de Cabo Verde se põem a pensar. Há cinco anos que tenho vindo a ouvir uns palermas falar sobre esse assunto, traficando influências junto dos governantes, também eles de inteligência duvidosa. São esses espertalhões que mandam os seus filhos estudar para o estrangeiro, porque não reconhecem competência às Universidades de Cabo Verde. Foram esses que quiseram um País, por vaidade, e foram esses mesmos que escolheram para seu herói um Guinéu, um carniceiro de seu nome Amílcar Cabral. São os mesmos que continuam à procura de um lugar ao Sol nas ilhas, porque sabem que não têm onde cair mortos.
Qual será o crioulo que vão adoptar de entre todas as ilhas? Será o crioulo de uma das ilhas, será o crioulo cultural de Chã de Tanque, ou será o crioulo da Guiné?
Porca miséria a mente da imbecil da Ministra que se prostitui no meio dos tacanhos intelectuais de pacotilha das terras de Cabo Verde. Querer transformar um dialecto falado à laia das três pancadas por 600 mil pessoas, na sua maioria analfabetas e ignorantes, num país pobre, independente, mas dependente, como diz o poeta, que pertence à comunidade dos PALOP, que vive praticamente da ajuda de outros países, na língua oficial dum país que mantém há séculos como língua oficial “o Português” ?
Por haver dificuldades na aprendizagem dos alunos, fruto de uma má política de educação dos sucessivos governos e porque agora o Brasil e Portugal exigem exames a Português, quando os alunos cabo-verdianos pretendem continuar os seus estudos nesses países, vem a Ministra Castrista justificar. A senhora Ministra prefere nivelar por baixo, aninhando-se nos braços caprichosos dos pobres e mal-agradecidos de meia dúzia de ignorantes, que mais não querem que arranjar um tacho para o resto da vida. Essa senhora fez as contas? Já tem o cálculo dos custos dessa parvalheira que mostre! mostre! O Português é a quinta língua mais falada do mundo. Que querem mais?
Assim que atirarem a língua Portuguesa borda fora, será bom que Portugal imponha restrições severas e duras na entrada de imigrantes Cabo-verdianos em Portugal, que reduza a zero as regalias que oferece aos alunos de Cabo Verde, exactamente como a Marie Le Pen quer fazer em França com o dinheiro dos contribuintes franceses e que recuse sustentar filhos de imigrantes. Porque eu também não estou disponível, eu e a maioria dos Portugueses, para ver os nossos impostos entregues, parte deles, à cambada Linguística Crioula de Cabo Verde.

Adérito Barbosa in olhosemlente

sábado, 3 de dezembro de 2016

Vai-te fod.. disse ele.

Sou um tipo bafejado pela sorte, porque ainda estou vivo. Nunca tive grandes aspirações  que  fossem para além de viver a minha pacata vida, vida essa apenas  perturbada pelas facadas que os neurocirurgiões me dão  regularmente, num somatório que já vai em quatro e pelas Finanças, que se lembraram há dias de me chatear com umas contas esquisitas que só eles sabem fazer sobre o IRC da empresa,  referente ao ano de 2012 vejam só. De resto está tudo pacífico e não tenho nenhuma aspiração. Ah, esperem é mentira, há um pormenor que me ia esquecendo que faz com que a coisa não seja assim tão linear. Gostaria que me saísse o Euromilhões, com muitos milhões… Repartiria pelos meus fillhos, tirava algum para mim e o resto daria a uma Fundação que cuidasse de crianças com deficiência.
Depois disso, iria fazer uma licenciatura em Sociologia ou em Psicologia que me seriam úteis no aperfeiçoar da escrita -  preciso de entender melhor o ser humano.
Em conversa com um amigo meu das lides da escrita, fizemos uma espécie de tertúlia sobre as nossas escritas, falámos sobre psicologia e inevitavelmente veio à baila o meu livro dou-lhe fé do meu contentamento por ver o livro finalmente na rua e, entre outras coisas disse-lhe que a sala estava composta e que me senti bastante confortável com o calor humano lamentando porém a ausência total dos nossos  camaradas. Disse-lhe que convidara metade dos "amigos" que tenho no facebook, cerca de 350 e desses apareceu  apenas um, o Cor/Pq. Barroca Monteiro, o tal que, por sinal, me havia visitado no hospital na década de 90, quando estive internado no hospital da Força Área naqueles infindáveis meses medonhos.
- Olha, esse eu não esperava que fosse – retorquiu.
- Eu esperava , disse-lhe eu - ele é um homem que se interessa por História e pela cultura em geral; o que eu estranho mesmo é que os militares, exceptuando aqueles que enviaram mensagens, tenham primado pelo silêncio e pela indiferença em relação a um acto deste tipo, mas tudo bem não fizeram falta.
- Olha, Barbosa, sabes que, no nosso percurso militar, cultivamos a disputa e o despeito pelo trabalho dos outros e que esse espírito prolonga-se pela vida cá fora. Quanto menos te importares com o assunto,  melhor!
Entretanto, pus-me a pensar nas palavras do meu interlocutor e, tendo recuado uns dias, foi fácil compreender e conjugar o comportamento social militar paraquedista com a análise feita.
O Luis Nogueira Saju/PQ, foi hà pouco tempo acometido por um AVC que o empurrou para a cama do Hospital das Forças Armadas.
Vi no facebook a notícia, fiquei apreensivo e não resisti. Meti-me a caminho e fui até ao Hospital visitá-lo. Fui uma vez, depois outra e, na segunda visita, perguntei-lhe se a malta páraquedista tinha ido visitá-lo, ao que me respondeu: - Visitas de militares ? Tu e um ex -páraquedista que está agora na PSP.  Informei-o de que ia fazer a apresentação em Cascais e, lancei o desafio: Se te derem alta e te sentires bem, apareces lá tomas um cafezinho connosco e tiras umas fotos.
O Nogueira, mesmo com o corpo debilitado pelo  abanão que o AVC traiçoeiramente lhe pregou, apareceu no evento, carregado que nem um burro, com três milhões de máquinas e acessórios tendo o meu vizinho também ele convidado para fazer umas fotos, ficado em sentido com tanto material que o Nogueira ostentava.
No fim da cerimónia perguntei-lhe: - Nogueira, quanto é que te devo?
- Vai-te foder! Respondeu.

Adérito Barbosa in olhosemlente

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Agradecimento





Agradecimento

A única forma de agradecer aos meus amigos é acreditar que consigo escrever até ao fim esta pequena carta de agradecimento. Por entre linhas e neste correr da pena, umas vezes sem aspas, sem interrogações, sem reticências, outras vezes sem pontos finais e vírgulas, acerto as ideias, mas não estou mesmo seguro de nada. Quero escrever, mesmo sem a visão das estrelas, sonhar com todos aqueles que foram a Cascais e também com aqueles que não puderam estar presentes. Há gente que consegue renascer tantas vezes quantas forem necessárias para ser feliz e, mais do que isso, conseguem fazer felizes os outros. Nunca deixei de acreditar nos meus amigos, nem quando estou triste com eles. Nunca no meu mundo tive ao dispor tantos amigos. Não me deixaram saborear o drama da solidão nas horas de ansiedade do passado dia 26. Nunca houve tantas estrelas a cintilar na Biblioteca Municipal de Cascais.
Os ventos que às vezes levam a nossa ilusão são os mesmos ventos que nos trazem a razão. Por isso, fico agradecido pela amizade  que me deram, tanto aqueles que estiveram presentes no dia da apresentação do meu livro, como aqueles que por uma razão ou outra não puderam estar presentes e me enviaram mensagens de conforto,  pois tudo o que é realmente nosso o vento nunca irá levar, como um dia disse Gabriel García Marquez.

Adérito Barbosa in olhosemlente

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Apresentação do Livro "Clave de dó sem Dor"

Aconteceu
26NOV16
  Apresentação do Livro "Clave de dó sem Dor"
na Biblioteca Municipal de Cascais 



Câmara Municipal de Cascais, Biblioteca Municipal - Casa da Horta da Quinta de Santa Clara, Dra. Carla Santos, Professor António Pereira apresentador, os declamadores, Leonídia Cunha e Alcides Barbosa, o músico Daniel Raleira, os fotógrafos Luís Nogueira e Carlos Madureira e os AMIGOS presentes, juntos formaram uma excelente equipa.
Fizeram do Lançamento do meu Livro um acto digno numa tarde sem igual em Cascais.

De gente gira não era de esperar outra coisa.
Obrigado a todos.













Adérito Barbosa in olhosemlente

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Lançamento do livro - Convite "Clave de dó sem dor"



Lançamento do  livro 


"Clave de dó sem dor"

Biblioteca Municipal de Cascias 
- Casa da Horta da Quinta de Santa Clara em Cascais, 
26 de Novembro pelas 15 horas. Conto convosco!

Autor: Adérito Barbosa 


Adérito Barbosa in olhosemlente

terça-feira, 8 de novembro de 2016

WEB SUMMIT 2016

Lisboa no tecto do mundo dentro do MEO ARENA num dos maiores eventos do mundo.

Pessoas intelectualmente brilhantes do mundo inteiro reunidas em Lisboa na WEB SUMMIT 2016 - Tecnologia, Inovação e Empreendedorismo.

A maior novidade: Electrónica sobre fibra óptica é o próximo passo da humanidade. Tudo à velocidade da luz, tudo mais pequenino, tudo mais incrivelmente sofisticado.
É o mercado do futuro através da STARart-UPS.
Os portugueses brilham ao mais alto nível.

Adérito Barbosa in olhosemlente

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A caçada aos enfermeiros





E ainda sobre a morte dos camaradas Comandos.

Exactamente como previ: dois enfermeiros arguidos no processo. Tinha que ser, dois dos pequeninos senão a coisa não tinha graça nenhuma!
- Onde está o Comandante do Batalhão de Instrução dos Comandos? 
- Onde está o Director do Curso de Comandos?
- Onde está o Comandante da Unidade dos Comandos?
- Onde está o CEME, onde estão os porta-chapas... onde pára essa gente?
No meio deste foge-foge dos ratos, só conseguiram apanhar os desgraçados dos enfermeiros. 
Ai se eles os Enfermeiros, fossem como o Pedro Dias ou como o Comandante da Unidade, ou como o Comandante de Batalhão, ou como o Director de Curso ou como o CEME?!

Ninguém se demite, tudo agarrado ao poder!

Adérito Barbosa in olhosemlente

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

1000 poetas Entre o Sono e o Sonho


Teatro Tivoli 23 Outubro em Lisboa, a apresentação do livro Antologia da Poesia Contemporânea Portuguesa - Entre o Sono e o Sonho, promovida pela Chiado Editora.
Gonçalo Martins, os actores Custódia Gallego e Carlos M. Cunha declamaram alguns poemas. Um poema meu " Vida Suspensa" foi seleccionado e faz parte dessa Antologia. Parabéns aos autores participantes.











  1. Adérito Barbosa in olhosemlente

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Um filme incrível


Um filme incrível

A produção do filme, morte em directo, tem sido uma chatice - a claquete encravou-se.
As Televisões fazem festa, arrastam os figurantes da aldeia para o directo. Às tantas um figurante já quase artista, saiu-se com esta: "caralh... aquele é o Pedro Dias, ainda pensei dar a volta ali e ir atrás dele... carais... , deu-me uma gana pá ". Outro figurante este menos artista do que o primeiro, jura a pés juntos que o carro da polícia esteve a dez metros do carro branco mas que um outro carro atravessou-se à frente e o Opel Astra branco que já não é Renault cinzento que andara por terras de Espanha desapareceu. Nos estúdios, a miséria humana é maior do que a parvalheira dos enviados especiais ao monte, que passam a vida a gozar o pagode importunando os idosos com perguntas e mais perguntinha. Apanhar um fugitivo revela ser bem mais complicado do que apanhar os condutores na operação caça às multas coisa que a polícia é especialista. A mim apanharam-me com o beijo dos flashes das máquinas em Coimbra, Crel, Estádio Nacional, Baptista Russo e Cabos D'ávila.
Eles que plantem câmaras nas curvas das ladeiras atrás das giestas e a carta de condução do fugitivo já era.


Adérito Barbosa in olhosemlente

sábado, 15 de outubro de 2016

O mau hálito do pessoal da agência


Quando o Patilhas, o Ventoinha e o Ventura saem à rua é sinal de que a caça ao homem começou. Contam sempre com a colaboração incondicional dos agentes Anjos e Moita, do professor Rui e ainda da malcheirosa escrivã judicial Tânia. A eles ninguém os cala. Eles são temíveis em acção; os presumíveis criminosos, mesmo os criminosos e até os inocentes sentirão na pele, em breve, o peso das suas espadas. Não haverá fuga possível nem clemência! São geniais a radiografar a mente do criminoso; sabem por que monte anda o fugitivo, qual o estado de alma do homem, qual é a cor vermelha do cabo do canivete suíço que o criminoso leva no bolso de trás, a cor das cuecas que o homem veste, em que buraco se enfiou, quantas horas dorme, os perigos da hipotermia e quantas horas faltam para o apanharem. Passam o dia inteiro na sede nacional da agência da sarna e da língua grande que habita nas suas bocas fedorentas saem palavras a enaltecer as virtudes das nossas polícias, as virtudes do cardápio da nossa lei. Acreditem que sinto o mau hálito desses polícias de pacotilha a sair da tela de televisão, quando, com a escrivã mal cheirosa, devassam a vida alheia sem o mínimo respeito pelo direito à reserva dos familiares, muito deles idosos inocentes, eles também tão vítimas como os familiares das vítimas.

A escrivã malcheirosa Tânia invade os funerais, num claro desrespeito pelo direito à privacidade e escreve no romance que jura ter visto as lágrimas da ministra cair em cima do caixão da vítima, que desceu à terra na companhia do tal jornalista provinciano Oliveira, que em Vilar Formoso se celebrizou a fazer entrevistas em francês.
Os Inspetores Patilhas, Ventoinha e Ventura, os agentes Anjos e Moita e o professor Rui, antes das conferências de imprensa diárias, deviam escovar os dentes e fazê-lo todos os dias; a escrivã judicial Tânia deveria tomar um banho nas águas perfumadas do rio Trancão também antes das ditas conferências.
Pelo cheiro a mau hálito e a sebo do cabelo da escrivã judicial denunciam-se ao criminoso e assim ele vai fugindo e nunca mais o apanham.


Adérito Barbosa in olhosemlente



sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A cultura portuguesa



A cultura portuguesa

14 outubro de 2016, seis horas da manhã, acordo ligo a TV e aparece o canal 12 - o tal canal casa de alterne gerida pela meretriz Teresa Guilherme.
Uma voz pergunta a uma das meninas da Teresa, loira ela também de 22 anos, se sabia onde ficava o Palácio da Bolsa.
A loira qual menina da Red Light District de Amsterdam respondeu: - o Palácio da Bolsa fica nos Estados Unidos.
Bom dia.

Adérito Barbosa in olhosemlente


terça-feira, 4 de outubro de 2016

A Oeiras

A Oeiras

No Passeio Marítimo de Oeiras
Com as ideias do Tejo na mão
Encantado pela magia do teu sol
Ouço as histórias que as tuas ondas contam
Ao povo que anda e corre ao ritmo do coração.
Os teus Fortes exalam o fogo dos canhões adormecidos
E o cheiro da mecha que incendiou a alma das rochas...
Oeiras, és a paixão que quero viver.

És o amor que nasce nos pores de sol e manhãs
No corpo das tuas gentes sem pecado
Na beleza das mulheres que em passos apressados
Castigam o corpo entre o perfume e a música.
Mais lentos os idosos imaginam o passado
E as memórias dos Poetas incrustadas no Parque
Juraram ao espelho d´água escrever
Quando se calar a sua voz.

Oeiras, és a luz no Bugio ao anoitecer
És o cheiro a champô dos Palácios e Jardins
És o corpo das mulheres que se deixam amar
És areia de Santo Amaro alheia aos olhares
Dos navios que teimam em espreitar-te
Fingindo que estão de passagem.
És a Marginal que vigia os amores proibidos
Nos dias de prova na Adega do Marquês.

Adérito Barbosa in olhosemlente

sábado, 1 de outubro de 2016

Homero

Homero sonhou Ilíada, Odisseia,
Espartanos, Troianos e Aqueus.
Sombreou a beleza da tragédia
com a hospitalidade de Tróia de Odisseu.
Rei lutador, vencedor na magia
das lutas desiguais imensas viveu
no trilho de Ítaca contou os dias
adormeceu nas batalhas que venceu.
Pretendentes profanam a lei de Zeus
Penélope aos avanços não cedeu
terão justiça no vinho que o Ciclopes
bebeu.
Anos passaram a viagem demorou
fúria cuspida por Posidon, deus ateu
Amarrou-se aos risos de Zeus
Nas mudas gargalhadas de Hades
no sub mundo dos mortos.
Indicou o caminho de regresso
ao conhecimento da mitologia grega
Na visão de um cego que era Homero.
Ulysses na voz é ninguém, ninguem.

Adérito Barbosa in olhosemlente

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Notícias da minha morte



Notícias da minha morte


Já estava a ficar sem forças. As enfermeiras, todas boazonas, não sabiam o que fazer comigo, estava farto de ali estar,  esticado na cama e tornei-me rabugento. Pedi para me vir embora mais cedo, mas negaram-me esse privilégio.

Um dia, quando menos esperava, apanhei uma cápsula de cianeto do companheiro da enfermaria que estava  com ideias, mas faltava-lhe a coragem. Ao trincar aquilo, vi finalmente reconhecido o meu direito a uma certidão de óbito, documento legalmente assinado, reconhecido e carimbado. " Morto!", lia-se e de morte natural.
Um dia, quando menos esperava, apanhei uma cápsula de cianeto do companheiro da enfermaria que estava  com ideias, mas faltava-lhe a coragem. Ao trincar aquilo, vi finalmente reconhecido o meu direito a uma certidão de óbito, documento legalmente assinado, reconhecido e carimbado. " Morto!", lia-se e de morte natural.

No meu velório apareceu gente de todas as tendências. Familiares, amigos, inimigos, amantes, aquelas que me deram com os pés e militares. Os que me amaram ficaram longe, aqueles que não me eram íntimos sentaram-se ainda mais afastados e dos militares  só não apareceram os lambe-botas dos Generais. Morri sem coroa nem glória e sem nunca entender porque é que os militares, mesmo na reserva e na reforma,  continuam a lamber as botas dos Generais, embora entenda que aqueles que nunca fizeram nada, mas subiram na vida, na hierarquia, à custa da bajulice, o façam.  

Estiveram também presentes os meus inimigos de estimação, a quem fiz a vida negra e também aqueles que me  fizeram a vida num inferno e me tramaram à força toda. Já vi, quando um gajo bate a caçoleta, a malta bota para de trás das costas as picardias e desavenças pessoais. O morto Leva a teimosia com ele..
As minhas amantes que, como sempre, me foram todas fiéis, até porque eu cá nunca dormi só, ficaram à volta do meu caixão, olhando para a minha fronha de morto já roxo. Uma pensava e até dizia: - Era tão boa pessoa! Outra organizava as ideias e, para com os seus botões, reflectindo  na vida, murmurava em surdina: - Que grande sacana me saíste, Adérito! Outra, mais ingénua, dizia : - Vou ter saudades tuas, meu verdadeiro amor! Outras, todas contentes : - Ainda bem que te foste, porque assim ninguém vai saber de nós. Outra, mais raivosa: -  Bem feito! Agora, agora que esticaste o pernil, estou livre das tuas
patifarias; o pior é que vais atazanar as do inferno. Vai para o diabo que te carregue!

Ainda quis levantar-me do caixão e fazer um discurso assim: - É verdade que houve gente que me dificultou a vida e que, apesar disso, veio confirmar o meu actual estado. Quero dizer-vos que adoro flores,  mas teria sido bom que mas tivessem oferecido, enquanto estava vivo. Não quero qualquer anúncio macabro no CM. Gostaria de ver alas abertas para desfile das minhas amantes. Amei todas de verdade e por isso nenhuma se pode queixar. Só espero que não contem umas às outras as minhas façanhas. Chorem, chorem, mas apenas pela vida louca que vivemos  e já não a vão ter mais. Não chorem nunca por este defunto!
No discurso, lembraria também que não haverá missa de sétimo idia e pediria que se esqueçam da ideia de enfeitarem a minha campa, ou a gaveta com os meus ossos, visto que prefiro ir para o forno crematório aquecer as costas de vez, em vez de ficar com o lombo na terra fria e húmida com o xixi do coveiro.

A vida continua aqui no inferno, para onde me trouxeram  e vou aproveitar, o que, na verdade, creio que não vai ser fácil; vejo muita gente da vida boémia por aqui e além disso, também vejo aqui gente que nunca imaginei ver, que pensava que eram uns santinhos. Quem diria, pecadores como eu! Depois de preencher a ficha do check in, concluí que já estava numa festa de boas- vindas. Antes de vir, arrancaram-me tudo, fígado, coração e os meus testículos, que foram parar a outro gajo que ficará entalado com eles num pedregulho. Não tenho ferramenta para amar, nem sensor de sentimentos, porque também me tiraram o coração!!!

Adérito Barbosa in olhosemlente

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

É hora...

É hora...

Sei o que sou por essa paixão
e o que sou no escuro sem chão.
Não sei amar se não for do jeito
quando entro no estágio perfeito.

Sempre que o mundo inteiro dorme
e as estrelas cintilem com fome...
vendado pego na tua mão
não dizes não, nem sinto safanão.

Pelos braços guio-te no segredo
dos passos e não sentes medo.
Fico a teu lado pro que der e vier
Sou corpo onde procuras prazer.

No meu peito segredas amor
beijas-me na boca, sinto o calor.
De madrugada acorda feliz
Há sorriso espreguiçado que diz.

Sou tua, há noites sem horas
Ama-me sem demora
Que a alma de saudade chora
É hora...

Adérito Barbosa in olhosemlente

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Fariseus, Judas e Pilatos

Fariseus, Judas e Pilatos 

Há por aí uns zunzuns, segundo os quais os responsáveis pela morte dos Instruendos Comandos podem ter sido o Médico ou um Primeiro-sargento. Será que daqui em diante vamos ver os chefes militares armados em Pilatos, lavando as mãos? 

Os Portugueses são favoráveis a que se apurem as causas das mortes ocorridas numa instituição que já conta com um número considerável de casos, todos eles muito mal explicados e sem que nunca tenham existido ou sido conhecidas quaisquer consequências visíveis – demissões, exoneração de cargos, ou castigos a nível das chefias militares. As únicas consequências que conheço são as promoções e mais promoções. Em termos de promoções, Portugal tem mais generais que o Corpo do Exército Americano. O embaixador Americano Thomas Stephenson topou o filme, e fez o seguinte relatório enviado a 5 de março de 2009 para Washington com o título: 

"O que há de errado com o Ministério da Defesa português?"

“O documento inclui um diagnóstico desassombrado sobre uma estrutura "rígida" e incapaz de tomar decisões. "A imagem de generais sentados sem fazerem nada não é uma mera alegoria".
"Os militares têm uma cultura de statu quo em que as posições-chave são preenchidas por carreiristas que evitam entrar em controvérsias, em vez de serem preenchidas com pensadores criativos, promovidos pelo seu desempenho", escreve o embaixador americano.
"Espera o tempo suficiente, dizem-nos os oficiais, e chegarás a coronel ou a general. Esta cultura fomenta um pensamento adverso a correr riscos e um corpo de oficiais superiores para quem adiar uma decisão é quase sempre a melhor decisão". Stephenson explica o que quer dizer com um caso: "Pedimos ao comandante da academia militar portuguesa se a banda da academia podia atuar numa receção da embaixada americana. O general de duas estrelas respondeu que isso teria de ser aprovado pelo chefe do Estado-Maior do Exército".
"Como a maioria dos aliados da NATO, Portugal encontra-se abaixo do padrão oficial que determina dois por cento do PIB para o orçamento de defesa. Portugal está nos 1,3 por cento e gasta esse dinheiro de forma imprudente. Portugal tem mais generais e almirantes por soldado do que quase todas as outras forças armadas modernas: 1 para cada 260 soldados. Em comparação, os Estados Unidos têm um rácio de 1 para cada 871 soldados". Mais: existem ainda "170 generais adicionais que recebem o ordenado por inteiro enquanto se mantêm inativos na reserva".
"Um corolário da regra de que ninguém toma decisões de comando", continua o embaixador, "é que qualquer pessoa pode bloqueá-las. Ultrapassar estes obstáculos exigiria que um oficial viesse a público desafiar a oposição interna, num ato raramente valorizado".
O cenário de bloqueio interno é agravado pela segregação que existe entre os três ramos das forças armadas e o Estado-Maior-General. O telegrama refere-se aos ramos (exército, marinha e força aérea) como "feudos". "O chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas não tem orçamento nem autoridade sobre os chefes dos ramos, que regularmente ignoram as ordens dele".

Retomando o assunto dos Comandos: A RTP visitou a história das últimas três décadas dos Comandos e o resultado deixa muito a desejar. Qualquer militar que tombe em combate é por si só um facto dramático, mas muito mais dramático é quando um militar tomba na instrução dos extra terrestres, para alimentar o ego dos chefes militares. Não venham p’ra cá dizer que a culpa é do Médico ou do Primeiro-sargento. A culpa é das chefias militares, começando pelo CEME. Parece haver um esquema de super homens, baseado em abusos e desvios no rigor, no respeito pela vida dos instruendos, dos militares e dos cidadãos. Convém analisar e saber se é razoável que uma organização que tem vindo a sacrificar jovens, empregando métodos que prejudicam a sua saúde física e que os levam até à falência será razoável. 
Esta é, na minha opinião, a verdade que interessa apurar, a verdade que deve ser lembrada aos chefes militares e carregadores de chapas e medalhas (por terem apenas comandado uma unidade ou até o bar de praças, ou por terem ido à Bósnia, em tempo de paz, ganhar dinheiro). Para além dos efeitos objectivos, cabe assinalar os resultados das autópsias das mortes anteriores de que as famílias nunca tiveram conhecimento. A perda de confiança começa a ser inevitável e é indispensável inverter esta tendência negativa, que ameaça  derrubar mais militares durante a instrução. É grave, quando se tem que alertar uma instituição que um dos princípios fundamentais da nossa Constituição é garantir o direito à vida! 

Há pouco tempo, no passeio marítimo de Oeiras, encontrei um Coronel Paraquedista do meu tempo e fizemos uma caminhada. Entre outros assuntos, perguntei-lhe:
- Então Sr. Coronel, como explica que o fulano, o sicrano e o beltrano tenham subido a generais e que os outros oficiais superiores, entre os quais também se inclui, tenham sido ultrapassados?
 - Para se ser general é preciso ter amigos certos, estar no local certo, na hora certa, ou na festa certa. Mas então não sabia que General é um posto de confiança do poder político? – respondeu.
Hoje dou comigo a pensar: Que raio, essa é boa! Quando são promovidos, beijam as mãos dos políticos e quando são chamados à responsabilidade pelos políticos, ai Jesus, que isso não pode ser?

Afinal, em que ficamos?

Adérito Barbosa in olhosemlente

domingo, 18 de setembro de 2016

Se voz tivesse...



Se voz tivesse...
tudo o que te diria
é que anos se foram e ainda
nos sonhos surges sem aviso
cruelmente fria e distante.
Não é fácil esquecer-te
pedir se posso abraçar-te
esta noite e sonhar na voz.

Se voz tivesse....
com palavras certas
na hora certa serias minha.
Nos sonhos surges sem aviso
cruelmente fria e distante,
espreitas nos meus poemas
se ainda me lembro de ti
mas finges nunca me ter amado!

Adérito Barbosa in olhosemlente

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Uma balança viciada pende sempre para o mesmo lado…

Uma balança viciada pende sempre para o mesmo lado…

Os cidadãos Portugueses não querem saber da vida privada do Juiz, nem se o seu filho vai entrar na Faculdade, se é ou não religioso, se foi ou não rato de biblioteca, se a mulher dele cozinha bem ou mal, ou se o pai era um homem bastante austero! Além disso, também não estão interessados em saber se ele é ou não pessoa de que alguém deva ter medo, se se levanta da cama todos os dias que nem um valentão, porque não tem medo, se não vai ao restaurante, se não tem amigos, se é escutado ou não. 

Não gostei de ouvir o Sr. Juiz na televisão, a dar entrevista sobre ele próprio, pois ele não é político, não foi, nem vai a votos e não é escrutinado como nos EUA se faz aos juízes - mas cá devia-se proceder igualmente!!! Insinuou que não tem amigos com contas bancárias em nome de outros, que conhece a corrupção portuguesa por dentro e por fora - topei a alfinetada, quando claramente disse: “Sou o saloio de Mação que não tem dinheiro em nome de amigos”. Para quem não ouviu à primeira e, para que não restassem dúvidas, repetiu que não tem dinheiro,  nem contas bancárias em nome de amigos e que também não tem "amigos pródigos".

Ficámos a saber que um alto magistrado, com competência para condicionar a vida dos cidadãos no âmbito dos processos que possam ir parar-lhe às mãos,  não observa o dever de isenção e equidistância. Misturou a condição específica de Juiz responsável, conhecedor de um determinado processo, com o papel e funções de um jornalista da CMTV, ou equiparado e veio  insinuá-lo como se estivesse a falar de futebol entre amigos, numa mesa do café  da esquina ao fim da tarde. 

Todos os Portugueses ficaram a saber que o Juiz de Instrução Criminal vive numa dificuldade tremenda, isolado de seus pares e sem amigos - coitado! Ficou-se a saber que para conseguir gerir as despesas, precisa de trabalhar quarenta e oito sábados, à razão de setenta e cinco euros por cada sábado.  

Fiquei quedo; pus-me a imaginar as famílias com o ordenado mínimo e as famílias que nem emprego têm.
Ouvi dizer que o Conselho Superior da Magistratura vai analisar a entrevista. Temo que o resultado seja o aumento significativo do salário ao Sr. Juiz. Quanto ao resto, o resultado será o praticado e definido pelas corporações como de costume, ou seja, não se vai chegar a lado nenhum.
Os cidadãos querem saber se um Juiz é ou não uma pessoa isenta e sensata, a quem se pode confiar a justiça. 

Pela entrevista que vi, fiquei com sérias dúvidas.

Adérito Barbosa in olhosemlente

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Morreu como quis

Morreu como quis

Não quis desviar o rumo da seta,
fitou a morte e morreu como quis
Sem pretensões.
Transformou loucas inspirações
em canções de amor e sonhos
deixa órfãos os poemas
que desenhou na solidão.

Espalhem a notícia,
digam aos trovadores
que a poesia chorou também.
Preferiu não ser esquecida
soube que foi concebida
num momento de embriaguez
dele, do poeta...

Adérito Barbosa in olhosemlente

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Agora sim



Acordou, depois veio a pintura, o batom vermelho e o pó de arroz.
Outra candura surgiu no rosto e por fim um sorriso patético ao espelho – estou bem! Desconfiada, olha uma e outra vez e põe mais rímel. - Agora sim!
O sol que brilhara a medo no lençol do mar onde adormecera com o poeta, espreita agora cusco pelo vidro do carro. Ali está ele, dormindo de pernas para o céu, a sonhar que não consolou quem amou e foi pecado quando sentiu o preço do amor muito antes de amar.
- Não faz mal, se não mudei até hoje, não mudo mais! Pensou ele.
Desenhada uma nova amante nas teclas do telefone, parte para um outro lugar na esperança de que vai amar outra vez nas tardes de sol-pôr entre chuviscos, livros e escrita.

Adérito Barbosa in olhosemlente

domingo, 11 de setembro de 2016

Custa nada comprar um inimigo que não vale nada...




A propósito da triste notícia sobre o falecimento dos Instruendos "Comandos" e uma declaração do Sr. General Raul Luis Cunha a um órgão de comunicação social, dizendo que dentro dos Paraquedistas, os PRECS são os únicos que se podem comparar aos Comandos, fiquei triste por ver uma quantidade de paraquedistas a colocar gostos e mais gostos. O Sr. General não tem culpa de receber elogios pela sua opinião. Não gostei mesmo nada de ver pessoal nosso a aplaudir! E na sequência disso escrevi este artigo.


Nada custa comprar um inimigo que não vale nada...

Aqueles que consentem ser tratados pelos títulos académicos nas redes sociais não são meus amigos, são pessoas com quem não me interessa relacionar. Aqueles que tratam os seus antigos chefes pelo título académico ou pelo seu posto, também não são meus amigos, são uns lambe botas! Se não os pudermos tratar por colegas - Sr., Sra., pelo seu nome ou por camarada, então porque havemos nós de nos imiscuir nas questões onde eles se assomam? A todos aqueles que andam por aí a escrever, obrigado meu general, respeitosamente o cumprimento meu general, Sr. General pra aqui e pra ali, o meu general é um sábio, é dono da verdade absoluta, o meu general está autorizado a vir cá a casa comer a minha mulher, se ela quiser etc. etc. etc...Paira no facebook uma ave rara, uma mosca, um paraquedista jornaleiro conhecedor das leis militares e da orgânica militar melhor que ninguém.

Durante a minha passagem pelo BI, CCTP, BETP, BOP1 e pelas companhias 311, CAS, CC, seção de justiça EMEL e CCOM nunca ouvi falar dessa “ave rara”. Sabe-se agora que pertenceu à revista "Boina Verde" - a tal secção jornaleira - a seção dos amigos de amigalhaços de todos os chefes. Soube que era militar, TC, aqui no facebook vejam só… quando se atreveu a meter-se comigo - e pelo que vejo, faz jus à fama que tem "é um verdadeiro besunta, um pedante, como disse dele um camarada nosso num almoço recentemente". Dou graças a Deus por nunca me ter cruzado com ele nas fileiras. Passa por um dos maiores estrategas opinadores, um dos maiores entendidos em questões castrenses e manda bocas que se farta sobre a situação que levou ao falecimento dos militares no curso de Comandos.

Ele desanca no Ministro da Defesa por este cumprir a sua obrigação, ele desanca nos Deputados da Assembleia da República legitimamente eleitos, quando no desempenho das suas funções políticas pedem explicações ou têm esta ou aquela posição sobre os Comandos, ele defende os generais com língua de palmo, num lamentável exercício de estupidez e com alguma ignorância à mistura, num claro desrespeito pela lei do país, para com os familiares dos falecidos e ainda num execrável enaltecimento das virtudes das chefias militares, que no meu entendimento, foram incompetentes e por isso devem ser investigados, julgados e responsabilizados.

A morte dos dois militares em instrução nos Comandos, não pode ficar registada na Certidão de Óbito deles como "vítimas de culpa solteira", nem lembrados no futuro como vítimas "da onda de calor" ou de outra desculpa esfarrapada qualquer. O facebook é uma arma perigosa nas mãos dos bajuladores, “aplaudidores” carreiristas. Por aqui deambulam juízes, sentencia-se com facilidade e há gente com solução para tudo. Aqui há muitos entendidos nas matérias e quase que numa luta de classes - nada de novo na nossa história - argumenta-se acontecimentos com a maior das leviandades, suspira-se com as intrigas e por ironia dos acontecimentos ou coincidências, são habitualmente usados pelas mesmas elites - as interpretações dos últimos acontecimentos não podem ser singular coincidência - A morte dos dois militares comandos em instrução é inaceitável!! Como há mais generais que soldados neste país, é muito possível que a corporação da classe generalesca funcione e acabe por abafar os acontecimentos que devem e merecem ser investigados até às últimas consequências, acabando assim com a impunidade reinante.

A corporação tudo fará para safar a pele uns dos outros e deixar os pais e os familiares dos militares falecidos na merda como sempre. Enquanto isso, os bajuladores continuam a polir as estrelas dos generais e a aplaudir as suas dissertações megalómanas.
Há mais vida para além de glorificar generais camaradas! Há por exemplo a nossa dignidade!

Adérito Barbosa in olhosemlente

Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...