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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Insónia


Se eu te escrever um poema
Nesta noite de angústia, 
No meio deste cansaço, 
Nesta hora confusa
Ninguém o saberá cantar!

Se chamar pelo teu nome
Nas madrugadas de insónias  
E me virem a desenhar o teu rosto 
No vidro embaciado, 
Se eu andar em contra mão 
No meio da multidão 
É o desnorte que tomou conta de mim.
É porque me sinto só.
Se me encontrarem perdido e sem rumo 
E me virem a chorar? 
Não deixes que me façam perguntas!
Eu não vou saber dizer nada...
Explica tu por mim!
Adérito Barbosa  in olhosemente

Uma palavra para o livro

"Uma palavra para o livro".
Por: Adérito Barbosa

Não importa quem sou! Não tenho a menor ideia de qual é o livro. A minha noção é visual, aparente e depende do meu estado de espírito. Não me importa se é de autores ou de doutores conhecidos, ou de anónimo, nem quantas folhas tem o calhamaço; é o seu conteúdo e não o nome do escritor que conta.
Para mim o livro é como o corpo de uma mulher, tem curvas: aberto, parece ter nádegas e silhueta feminina; seus textos, pintalgados nas folhas, são como o batom nos seus lábios e cheira, cheira a papel e tinta, como se de um perfume no seu corpo se tratasse. O livro manipula-me, é uma bailarina num bar noturno, fascina-me como a dança de varão só para mim, faz-me viajar sem me levantar. É sexy, dorme comigo e segreda-me ao ouvido coisas que, por vezes, me deixam corado. Leva-me a imaginar coisas de terror, a sentir o medo e outras que nem queiram saber!
O livro tem saber, tem a sabedoria da minha mãe, o saber de muitos saberes. O bom livro não existe, só existem livros. Todos têm elegância e personalidade.
É mensageiro de sensações, do medo, da ansiedade, de tristezas, de alegrias e de sonhos. Foi neste último que ele mais se especializou e é o único que olha de frente para os olhos de uma mulher ou de um homem. É o alvo de todas as paixões; muitas mulheres bonitas o amam. As feias também. Mas ele gosta de todas, e tem toda a paciência do mundo para deixar que o toquem e o sintam.
Muitos homens também o veneram, como se saias tivesse.
Abrir uma e outra vez, agrada, vai! Não agrada, fica! Vem outra pessoa, afinal agrada, vai! Ele é assim, um vendido, como um prostituto que está à mercê, vai com qualquer um, porque nunca tem uma referência objetiva do quanto são lindos os olhos para quem ele vai ser o Sr. absoluto. Nunca reconhece quem o ama.
Livros novos e velhos são bonitos, são autênticos. Por eles, sou capaz de atravessar as noites. Não posso deixar de pensar, nem de ficar abismado com as informações e a magia que entra pela minha mente dentro. Tem 10, 50, 120, ou 600 páginas e todas elas podem ser despidas por qualquer um, sem tabu; sabe tudo dos momentos escaldantes do seu leitor, e até se dá ao desplante de testemunhar tudo nas madrugadas em que há amor. Ele é cusco, mas não revela o que vê. Ele vai ao Jardim, ao WC, ao quarto, à sala, viaja nos comboios e nos aviões e decora prateleiras.
Gosta que o lambam na ponta dos dedos, folha a folha, gosta que o possuam com os olhos, controla-se e não geme. Quando satisfaz o seu leitor, é trocado por outro e aí vai ele construir outra intimidade com um novo leitor, sempre com vontade de ser e de se passar por virgem, uma e outra vez.




"Unha palabra para o libro"
Por: Asun Estévez

E aí está ante ti, dono e señor, provocándote. Mírate, míralo. Téntate e achégaste. Tócalo, ólelo, deséxalo. El sábeo e non espera. Ábrese ante os teus ollos, entrégase. E faino unha e outra vez a golpe de tinta, dándoo todo, facéndote crer a verdade e a mentira. E, inxenuo de ti, crerás que fuches ti quen o elixiu. Sen darte apenas conta atraparate nos seus labirintos.
Deixarate entrar, camiñar polas súas rúas e beirarrúas. Incluso te deixará colarte na intimidade do seu cuarto. Abrir armarios e caixóns, ollar baixo a cama. Iso e máis ata acabar nos recunchos máis ocultos do seu corpo. E rodeado por pernas e brazos, enleado en saliva e envolto na súa lingua, dará comezo a danza, páxina a páxina. Piano, piano ou in crescendo, in crescendo!
Pode que chores, que rías, que loites, que venzas, que mates, que ames... todo en bandexa de prata e á túa mercé para gozalo... e se todo vai ben e conseguiches acariciar algunha estrela... quererás comezar de novo. E quedarás ancorado para sempre nas súas liñas ou quizais nalgún espazo en branco.
E sénteste poderoso, posuíches o mundo, pero el ganouche a alma. Non hai vencedor, tampouco hai vencido... repetimos? Piano, piano... in crescendo, in crescendo!!! A golpe de tinta!!!


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Wall street English

Quando me atendeu o telefone disse-lhe:
- Olá Irene, podes facultar-me o número do telefone do Luís? Vou agora a Loures e preciso falar com ele.
- Good morning, how are you? Disse ela com ar de gozo.
- Que conversa é essa Irene?
- Não me digas, andas no inglês e ainda não sabes responder a uma saudação? Ouvi dizer que agora és todo English.
- Quem te falou que eu andava no Inglês?
- Foi o José Luís. Toda a gente já sabe que agora és um estudioso do Inglês.

Foi assim que tive conhecimento de que a minha vida já andava na revista cor-de-rosa.
Aconselho vivamente, a quem quiser aprender Inglês, que se matricule no Wall Street English, Carcavelos, porque, além de aprendermos a língua de Shakespeare, os alunos, também se divertem à brava uns com os outros, com a hipótese de isso vir a ser notícia como foi o meu caso.

Demorei três anos para me convencer a lá ir. Um dia, pedi que telefonassem para lá, para saber quais eram as condições necessárias para eu frequentar um curso..
Como, a seguir a isso, telefonavam todos os dias, perguntando quando iria, acabei vencido pelo cansaço e lá decidi matricular-me.

18 Julho foi o dia sorteado e, cheio de coragem, iniciei a aventura no tão desejado, mas, simultaneamente, adiado curso.
A primeira aula foi às 18h30. Em virtude de ter chegado às 18, estive meia hora à espera, sentado no sofá da sala, o que deu para tirar a pinta ao ambiente. Alunos são às carradas, gente de todas as idades, de todos os formatos, credos e feitios.

Existem  dois consultants,  um homem e uma senhora. Calhou-me ser atendido pela senhora e a partir daí ficou sendo ela a minha consultant, o que sempre é melhor do que ser ele, para tratar dos assuntos relacionados com o meu curso.
Enquanto tratava  dos pormenores do curso, consegui então nada perceber da lengalenga dela, porque passei o tempo todo a mirar-lhe os olhos. Como ia dizendo, a consultora, é uma comercial, aquilo que se pode chamar animal do convencimento, esforçada e bastante dedicada à sua função. Só ainda não percebeu que, nowadays, quando alguém vai ao Instituto, já sabe o que quer e por isso eu dispensava perfeitamente aquela seca. Porém, reconheço que não é por isso que deixa de ser uma ótima profissional e que é simpática.
É uma mulher bonita, com uns olhos que lhe enchem a cara. Qualquer homem atento fica vidrado naqueles olhos como eu fiquei, confesso!
Quase que aposto que ela sabe que os tem grandes e por isso utiliza-os bem e de que maneira!
Ela deve ver-se ao espelho todos os dias  (pudera, tem olhos para isso)! Explora bem o seu corpo com conjuntos de linho que escolhe harmoniosamente para proteger o corpo da agressividade da natureza, do frio e dos olhares dos galifões. Usa calções curtos, saias curtas, tudo curto, mas sem escandalizar. O relevo dos seus seios realça-se de tal forma na blusa que somos convidados a adivinhar o resto; não sei se é tudo obra de wonderbra, ou se estamos a falar de obra natural. Tem, no entanto, um defeito que é falar muito alto. É do tipo de mulheres espalha brasas, parecendo, contudo ser boa pessoa; quando fala com os alunos toda a sala fica a saber do assunto.
Gosto dela! Assim que paguei, desligou-se de mim completamente e lá  partiu ela em busca de um novo aluno.
Só me fala quando quer saber se vou renovar a matrícula.
Falei-lhe nessa hipótese e já me fala com mais frequência. Ela está na expectativa da minha  renovação de matrícula; se não me chatear mais com este assunto, sou capaz de renovar.
Meanwhile, fui convidado para o dinner Natalício, em que aceitei participar sem hesitar. Tudo isto aconteceu quinze dias antes. Disse que sim e, no dia seguinte, já me estava a pressionar para eu pagar. Três dias depois ligaram-me para o telemóvel para saber quando pagaria.
Achei que estavam a pressionar demasiadamente e no dia seguinte fui pagar, só para não ter que ouvir em alta voz que ainda não tinha pago o jantar.
No dia 12, dia do jantar, cheguei atrasado ao restaurante; de facto, já passava das 21 horas, mas ninguém do Instituto me recebeu. Como vi, logo ali junto à porta de entrada, um lugar vago  numa mesa, sentei-me imediatamente. Pedi um Gin e o empregado, com ar seboso, disse-me que eu tinha de pagar à parte. Disse-lhe que não queria saber nada disso e que não pagava coisa nenhuma. Queria apenas um gin. Passados cerca de 45 minutos, depois de algumas peripécias, vieram perguntar-me se sempre queria o gin.
Mandei o empregado e o dono do restaurante bugiar, dizendo-lhes que já não estava interessado nem no gin, nem no jantar.
O restaurante pareceu-me rasca, tendo-se pago  um valor elevado pelo serviço que não existia. Nem sequer havia nas mesas garrafas de água, quanto mais garrafas de vinho, vejam só! Quem quisesse beber vinho, ou água tinha que esticar a mão. Gin nem pensar!
Não comi. Recusei jantar. Pelo que vi, pareceu-me tratar-se de um roubo!
A Direção do Instituto nada fez para saber se o aluno Adérito e outros estavam ou não satisfeitos, ou se o valor justo do contratado estava de acordo com o serviço que estavam a prestar aos seus alunos. Quer dizer, deixaram o dono do restaurante à solta. Nada mais perigoso em jantares deste género. O Instituto bem podia ter perguntado aos militares como é que se negoceia com os restaurantes nos jantares de grupo.
Também não sei quem é a Diretora ou o Diretor do Instituto. Imagino que seja uma senhora bastante discreta, com quem costumo cruzar-me na sala comum e que entra assiduamente no Gabinete do Diretor.
No dia 16 coloquei o problema do dinner à minha consultant. Qual o meu espanto, quando ela me disse, com aquele ar que é só o dela, que eu estava a fazer uma tempestade num copo de água.   "Todas as outras pessoas gostaram imenso..." - dizia ela!!!
A consultant não entendeu rigorosamente nada do que lhe falei e, pela resposta, fiquei convicto de que não me conhece.
Pelo menos sei de quatro alunas, colegas minhas, que manifestaram também desagrado. No que diz respeito às professoras, duas são sul-africanas, três portuguesas e uma escocesa salvo o erro. Das professoras portuguesas, a mais nova tem, aproximadamente, a idade da minha filha. Todas parecem ser sensatas, sérias, competentes, discretas e interessadas. Se a Diretora do Instituto for a pessoa que  julgo ser, apesar de nunca termos falado, tenho-a em boa conta também quanto mais não seja, pela sua discrição.

A rececionista  a M não gosta nada de mim. Marca sempre os meus encounters para datas longínquas e de preferência com o dia partido, encounter de manhã, CC à tarde.  
No dinner de Natal ela levava um vestido lindíssimo bêge. Mulher muito interessante, quero dizer, muito bonita. Produzida como estava, arrasaria qualquer cartaz, até as mais convencidas. Só tive pena de ela nem sequer me ter dado um olá no jantar. Ficou à conversa algum tempo com o Rui que se sentara na minha mesa, também ele aluno. O Rui é simpático; fiquei a saber que é polícia e juntamente com a nossa colega  Paula criaram durante o jantar uma fundação, “Rui Rio para Presidente da República”. Não sei o que é que estas duas alminhas viram no homem. Bem que podiam promover-me a mim para Presidente. Eu também tenho a quarta classe feita desde os meus nove anos.

Tenho também um colega, de seu nome António, que  é um porreiraço e é professor de ténis. Tem andado a querer levar-me para a vida das raquetes. Já me disse o preço do fardamento e tudo. Pelas conversas que vai tendo comigo na sala de estudo, deduzo que o Tony tem um fetiche pela nova Consultant. Cá para mim, só há uma maneira de o tenista renovar a matrícula no Wall Street, que é passar a nova Consultant a fazer-lhe os Encounters, os CC e ainda o Estudo Acompanhado... Se isso fosse possível, o homem tornar-se-ia fã do Instituto forever, I´m sure. O Tony é daqueles moços com quem dá gosto conversar, por  cima do aroma de um café - é um gentleman!
 Conheci também três moças e mais dois rapazes colegas do curso, que são as pessoas com quem convivo mais de perto; um dos rapazes é guineense e o outro, o Sr. Janeiro tem 78 anos. O guineense chama-se Nasário, uma simpatia, de quem toda a gente gosta bastante. Quanto às moças referidas, todas sui generis. A Ana, a Irene e a Maria.
A Maria é uma falta de ar; é uma pessoa mais stressada que o próprio stress. Só de falar comigo fico cansado de a ouvir. É mais rápida que a sombra do Batman a fazer juízos de valor sobre as pessoas. Acha-se vidente. Já me fez uma bruxaria nas mãos, mas o resultado foi zero, pelo menos não dei por nada! Que coisa fantástica! 
A Irene responde sempre, whatever the subject, que quer ficar no seu cantinho, na sua casinha, na sua vidinha com a sua gatinha, no seu sofázinho, quentinha debaixo da sua mantinha, que não está para aturar homens nenhuns; - Ainda sobrou para mim, quando disse que tenho ar de ter muitas namoradas. “Fez-me lembrar a história do mau hálito. Sempre é melhor ter ar de ter muitas namoradas do que ter ar de não ter namoradas”. Termina sempre as conversas assim: - Não me dou bem com este país, com este frio, qualquer dia vou para o Brasil.
Adivinhem lá agora, com quem é que ela quer deixar a gata… comigo! Acontece que a gata também está sempre constipada! Estou mesmo a imaginar-me a carregar a gata para a urgência veterinária… Pode ser que a gata termine starving, se não souber caçar ratos. Quando se lhe pergunta: Irene tu respiras?!... Ela responde que sim, que respira, mas que respiraria melhor junto da sua gatinha.

A Ana é uma despistada. Combinámos encontrar-nos no café que fica por baixo do instituto. Ela entrou e saiu do café, sem me ver. Meteu-se no carro e bazou. 300 metros  mais à frente, telefona-me, perguntando onde é que eu estou, ao que respondi: - No café, como combinado… - Agora já não dá, tenho um compromisso!... replicou. A Ana tem sempre muitos compromissos e o tempo não lhe chega para nada. Anda sempre a correr. Tenho comigo o PC dela há cerca de dois meses e ela ainda não conseguiu um tempinho para o vir buscar. Pode ser que eu o venda na  feira da Ladra, ou no OLX qualquer  dia. Ela é o exemplo de uma pessoa capaz mas, verdadeiramente fugaz.

O Nasário foi pedir emprego como embarcadiço, mas chumbou no teste de Inglês. Contudo, o dono do barco gostou dele e mandou-o então fazer o curso de Inglês: - Vá fazer um curso de inglês e depois volte cá para falar comigo.
Como é menino obediente, assim fez! O Nasário é um dos meus compinchas do curso. É  negro distinto e muito engraçado. Há dias encontrou um telefone numa casa de banho do Centro Comercial. O telefone estava bloqueado eu disse-lhe: - Nasário, é melhor entregar isso à polícia que eles saberão rapidamente quem é o dono. E ele assim fez.

O Sr. Janeiro tem 78 anos. Podeis perguntar- me: - Por que carga d’água o Sr. Janeiro não está a passear no paredão, ou a resmungar lá em casa com a mulher e anda aqui a partir a cabeça com a English language? Pois aqui está uma das causas. Tem uma neta a estudar em Londres, pelo que o homem quer ir, em março, visitá-la. Descobrimos, qual Sherlock Holmes  que afinal a neta está na origem desta sua tenacidade. Força, Sr. Janeiro, a praia é Survival 3 unidade 12. Good luck!!!
Por estas e por outras, valeu a pena ter-me  matriculado no Wall Street English.

Adérito Barbosa  in olhosemente

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Boas Festas!

Nâo me mandes boas festas!
Se me deixaste de amar!
Não me mandes boas festas!
Se durante todo o ano não te interessaste pelo teu vizinho!
Não me mandes boas festas!
Se fizeste a vida num inferno a quem te amou!
Não me mandes boas festas!
Se trocaste amizade adulta pelas loucuras de adolescentes!
Não me mandes boas festas!
Se não foste cordata com um deficiente!

Não me mandes boas festas!
Se Te esqueceste de ir visitar a tua mãe ao hospital!
Não me mandes boas festas!
Se te esqueceste de dar flores!
Nâo me mandes boas festas!
Se estiveste nas tintas pelos que sofrem!
Não me mandes boas festas!
Se foste infiel ou desleal!
Não me mandes boas festas!
Se enganaste quem em ti apostou!
Não me mandes boas festas!
Se te esqueceste de quem cuidou de ti!
Não me mandes boas festas!
Se foste fingidor/a, mentiroso/a!
Manda boas festas, a toda a gente, menos a mim!

Adérito Barbosa  in olhosemente

O português não é pobre....

Autor desconhecido
"- Um português recebeu de um seu amigo nova-iorquino, que conhece bem Portugal a seguinte resposta, quando lhe disse: Sabes, nós os portugueses, somos pobres ... Esta foi a sua resposta:   "Como podes tu dizer que sois pobres, quando sois capazes de pagar por um litro de gasolina, mais do triplo do que pago eu?

Quando vos dais ao luxo de pagar tarifas de eletricidade e de telemóvel 80 % mais caras do que nos custam a nós nos EUA?

Como podes tu dizer que sois pobres quando pagais comissões bancárias por serviços e por cartas de crédito ao triplo que nós pagamos nos EUA?

Ou quando podem pagar por um carro que a mim me custa 12.000 US Dólares (8.320 EUROS) e vocês pagam mais de 20.000 EUROS, pelo mesmo carro? Podem dar mais de 11.640 EUROS de presente ao vosso governo do que nós ao nosso.

Nós é que somos pobres: por exemplo em New York o Governo Estatal, tendo em conta a precária situação financeira dos seus habitantes cobra somente 2 % de IVA, mais 4% que é o imposto Federal, isto é 6%, nada comparado com os 23% dos ricos que vivem em Portugal. E contentes com estes 23%, pagais ainda impostos municipais.

Um Banco privado vai à falência e vocês que não têm nada com isso pagam, outro, uma espécie de casino, o vosso Banco Privado quebra, e vocês protegem-no com o dinheiro que enviam para o Estado.*
*E vocês pagam ao vosso Governador do Banco de Portugal, um vencimento anual  que é quase 3 vezes mais que o do Governador do Banco Federal dos EUA...

Um país que é capaz de cobrar o Imposto sobre Ganhos por adiantado e Bens  pessoais mediante retenções, necessariamente tem de nadar na abundância, porque considera que os negócios da Nação e de todos os seus habitantes sempre terão ganhos apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção dos seus governantes e dos seus autarcas. Um país capaz de pagar salários irreais aos seus funcionários de estado e da iniciativa privada.

Os pobres somos nós, os que vivemos nos USA e que não pagamos impostos sobre o ordenados e ganhamos menos de 3.000 dólares ao mês por pessoa, isto é mais ou menos os vossos 2.080 ?euros. Vocês podem pagar impostos do lixo, sobre o consumo da água, do gás e da eletricidade. Aí pagam segurança privada nos Bancos, urbanizações, municipais, enquanto nós como somos pobres nos conformamos com a segurança pública.

Vocês enviam os filhos para colégios privados, financiados pelo estado (nós) enquanto nós aqui nos EUA as escolas públicas emprestam os livros aos nossos filhos prevendo que não os podemos comprar.

Vocês não são pobres, gastam é muito mal o vosso dinheiro.

Vocês, portugueses, não são pobres, são é muito estúpidos........." Vocês dão muita liberdade aos v/
governantes "

Autor desconhecido

Adérito Barbosa  in olhosemente

domingo, 7 de dezembro de 2014

cheira a bafio

Eu sempre votei Sócrates. Quando ficar provado em julgamento que ele obteve dividendos financeiros no âmbito do exercício das funções de Primeiro Ministro, então irei arrepender-me de ter votado nele e irei cobrar isso ao homem!
Estou preocupado com a escalada do regime "judicialista".  Este regime é tão perigoso como é a ditadura. Nunca votei nesse sistema de regime, nem nesse órgão dos intocáveis.
Era sabido que era uma questão de tempo a prisão do Sócrates.
A justiça portuguesa tem tiques salazarentos e sempre cheirou a bafio. Era sabido que a PJ herdou a genética da PIDE/ DGS, não se sabia que eles são agentes de espectáculos.
Pergunto há muito:
- Quem fiscaliza aqueles que nos prendem?
Já dei o exemplo dos pais da Maddie mais do que uma vez. Se eles fossem portugueses, a esta hora estariam já a apodrecer na prisão, sem provas, possivelmente apenas por indícios. Portugal é um país com menor índice de criminalidade,  mas com maior número de prisões preventivas. Prende-se primeiro, pergunta-se depois.
Como prendem por indícios, também posso dizer que há indícios de que a justiça portuguesa usa e abusa das escutas, usa e abusa das buscas, usa e abusa das prisões preventivas e viola a privacidade e os direitos dos cidadãos por dá cá aquela palha. Informa os jornais e as televisões  sobre as acções que vai executar, para justificar à sociedade não se sabe bem o quê e pré-condenar o visado montando um circo patrocinado pelo tablóide CM.
Há indícios de que os magistrados do ministério público, polícias e juízes fazem parte de um todo e convivem na boa uns com os outros comendo na mesma gamela.
Só um cidadão tolo e mal informado, ou mesmo ignorante, acha que está livre das garras e dos abusos do ministério público, de alguns juízes e do sistema. Por isso é que se sente o odor a cadáver no meio judicial.
Em Portugal prende-se para tirar dignidade, diminuir e reduzir um cidadão a um simples recluso, para que a partir desse dia ele passe a ser um simples merdas.
Quem se achar livre dessa garra é estúpido!
Eu não quero que o meu país seja um estado judicialista, nem que tenha governantes lambedores das coxas da Sra. Angela Dorothea  Merkel!!!

Adérito Barbosa  in olhosemente

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Se digo...

Sabes, aqui não há labirinto!
Se digo que estou faminto
É porque estou, e eu, não minto
Ao meu íntimo.
Quero beijar-te no infinito,
Lamber o sal do teu imo
dentro do quadro que pinto
Com as cores do meu instinto.

Adérito Barbosa  in olhosemente

Quando sol se deitar



Quando sol se deitar
e a lua me acalmar,
quero sonhar
que vais regressar
com vontade de amar.
Não te vou negar
que vou sonhar devagar, 
acordar e acreditar
que te vais lembrar
de me abraçar
de me pedir para te perdoar.
E eu eu vou aceitar!
Contigo quero pecar,
cavalgar
sem em nada pensar!

Adérito Barbosa  in olhosemente


sábado, 22 de novembro de 2014

TCOR /PILAV - 1 X Trovas do Vento que Passa - 0

TCOR /PILAV - 1 X Trovas do Vento que Passa - 0
O nosso camarada piloto aviador Tenente Coronel Brandão Ferreira foi julgado por difamação por ter chamado de traidor ao Sr. Dr. poeta Manuel Alegre.
Brandão Ferreira reiterou em julgamento a tese que havia dito: - Manuel Alegre cometeu, aos microfones da rádio Voz da Liberdade, que emitia frequência a partir de Argel, traição à pátria, por este ter incitado os militares portugueses a desertar, enquanto ele próprio convivia com os liders dos movimentos de guerrilha.
Citado a jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e o direito consignado na Constituição Portuguesa à liberdade de expressão, o tribunal absolveu o nosso TC/PILAV considerando que Brandão Ferreira emitiu a sua opinião sobre factos históricos e que não se verificou o crime de difamação.
No final do veredicto, Manuel Alegre considerou a sentença “algo surpreendente”, porque “a liberdade de expressão não permite tudo”, designadamente que uma pessoa seja “difamada” ou seja alvo das “insinuações” em causa.
Manuel Alegre adiantou à Lusa que vai recorrer da decisão por uma “questão de dignidade e de princípio”, insistindo que a “liberdade de expressão não permite tudo, não permite o atentado ao bom nome e à dignidade das pessoas”.
Caro Dr. Manuel Alegre, contra factos não há argumentos. Sempre ouvi dizer no meio castrense que em resultado dessa sua fuga, o pelotão ficou à sua sorte. Se assim foi porque não assume ser um traidor?
A diferença maior entre o nosso camarada e o poeta é esta:
- Brandão Ferreira é um Militar e o criador das Trovas do Vento que Passa foi tropa manhosa.
Adérito Barbosa
Adérito Barbosa  in olhosemente

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Está tudo visto!

                                                      Está tudo visto!

- Olha lá, ó Felismina, os tipos estão sempre a tramar-nos. Não têm vergonha nenhuma! Por isso, escreve o que te vou ditar e saberão que fui eu quem os acusou. Escreve lá isso, que eu quero que toda a gente leia o que penso disto tudo; por isso, vou dirigir-me a todos e a cada um em particular, para falarmos de como se governam os impunes ladrões que nos governam.

Olha só com que habilidade eles fazem as coisas; olha o seu descaramento, a safadeza e a prepotência de como usam e abusam do poder que têm. Vê só como todos engordam na manjedoura da política! Contudo, olha para a tanga que nos vestiram e como o conseguiram fazer sem que tenhamos feito nada para os impedir…

Sabes o que ouvi dizer? Ouvi dizer que as prostitutas e os proxenetas, agora, vão passar a pagar o IVA também, porque tudo vai passar a contar para o PIB. Estou mesmo a ver o panorama! A Marreca de Monsanto e as outras “finas” a passarem factura, eheheh... É só rir. E o Manel a esquecer essas facturas no bolso das calças, bem… nem quero imaginar o banzé que a mulher do Manuel não vai montar lá em casa! Olha os compadres dos chefes, dos ministros, dos amigos directores, dos parceiros das PPP, primos do tio Xico, que é padrasto
da Zezinha que andava metida com uns gajos lá no Monte. Olha para eles à mesa a comer, são sempre os mesmos à mama na manjedoura do poder.

O relógio do Caldas parou, mas o país não andou, nem acordou, nem deu conta de que o submarino afundou e deixou um milhão, em maços de doze mil, que apenas em cinco dias foi parar ao BES e por sua vez os cunhados destes pediram à PT uma pipa de massa emprestados e agora dizem que não podem pagar. Afinal, mentiram mais uma vez uns aos outros e à gente! A Troika foi-se, o BPN  ficou a rir do BPP e este a rir do BES. O BC aponta o dedo à CNVM e riem-se uns dos outros.  Olha, o Monte Branco só conseguiu parir um rato e uma caixa de robalos, o Alfredo sucateiro é que se lixou coitado; só não disseram se os robalos eram congelado ou frescos, ao menos se fossem tão bons como aqueles que o Toni da Gafanha diz apanhar quando vai à pesca!?

- E agora Felismina?  Agora, cá estamos nós outra vez, enfiados no labirinto dos vistos, da espionagem dos espiões e contra espionagem, das secretas dos businessmen, de compras e vendas da nação ao retalho chinês, tudo sem caução, mas com comissão.
Sabes a última? A EDP que é do chinês e a Galp de uns tipos pobrezinhos dizem agora que não pagam a extraordinária porque é injusto. Dizem eles que metade da factura da electricidade e do gasóleo que eu e tu pagamos, vai para o estado e eles consideram que isso já é suficiente. eu tanbém acho. Ainda vais ver, qualquer dia cortam a luz e secam as bombas.
Com gente desta, está tudo visto!
Vira-te mas é para mim e vamos fazer amor!

Ler mais em http://olhosemlente.blogspot.com

Adérito Barbosa  in olhosemente

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Vou ficar por sempre

                                               Vou ficar por sempre
                                               preto de todo o meu.,
                                               entre árbores e rosas
                                               e a laranxeira en flor.

                                               Has de sentirme coa chuvia.
                                               Heite tocar cando vente.
                                               nun recuncho do meu xardín,
                                               esperareite...

                                               Nas pingas do orballo,
                                               no sorriso dos páxaros.
                                               Nas cousiñas máis pequenas...
                                               aniñareime.

                                               Nas noites de primavera,
                                               serei un vagalume.
                                               Bailarei ó son dos grilos,
                                               como cativa pequena.

                                               Quero quedar
                                               nas meniñas dos ollos
                                               de quen me quere.
                                               Non quero marchar,
                                               vou ficar por sempre.

                                              Nun recuncho do meu xardín,
                                              agromarei se ti me regas.
                                              Se pensas nas miñas mans
                                              acariciareite con elas...

                                              E pensarás que aínda estou.
                                              Estarei...
                                              se ti o queres.

                                             Quizais nunca me fun.
                                             Voltarei coa lúa chea.

                                             Asun Estévez (Pel de muller)

Adérito Barbosa  in olhosemente

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O sol português não brilha em Timor Lorosai




O sol português não brilha em Timor Lorosai

Toca a andar daqui!

Se fosse contra mim, eles ganhavam todas as causas e eu já estava preso, sem saber ler nem escrever e condenado a pagar uma indemnização  que nunca conseguiria pagar em vida, mais as despesas, para assim poderem abrir logo outro processo, por falta de pagamento e assim por diante.
No meu entendimento, acontece que os magistrados portugueses nunca se especializaram em fazer justiça a sério em Portugal. Especializaram-se em fazer justiçazinha contra os pobres, os fracos, e contra aqueles que menos têm e não podem defender-se. Acontece que eles, os magistrados portugueses habituaram-se a pôr e dispor contra os fracos, chamando as televisões para fazerem a cobertura de qualquer busca, detenção ou prisão de alguém importante, ao estilo do reality show, muitas vezes abusando do estatuto que ostentam.

Acontece que agora tiveram pela frente grandes multinacionais, verdadeiros tubarões da justiça e verdadeiros mafiosos, não foram capazes de ganhar uma causa que seja e deixaram os interesses de Timor ir por água abaixo.
Não puderam mandar calar a outra parte, como fazem por cá ao Zé Ninguém. Por cá sempre fizeram justiçazinha e como nunca ninguém os pôs em causa, foram cultivando pacífica e paulatinamente a doutrina do todo poderoso e dos intocáveis. Basta ver como eles falam aos advogados, aos réus, e às testemunhas em audiência.

A mim não me admira nada que tenham sido postos a andar. Uma coisa é chatear o Zé Ninguém português, sem dinheiro, sem o direito ao contraditório, outra coisa é chatear os  poderes económicos, do outro lado do mundo, onde mete influencias, favores, negócios de colchões, camas e mantas, Indonésia e Austrália, ex guerrilheiros, armas, marido e mulher, política, exploração de petróleo e muitos, muitos dólares, tudo isto num ambiente onde se sente ainda no ar o cheiro a pólvora e a cadáver.

E agora vieram dizer que o Xanana é um homem perigoso? ah é! pois pois...: - e andaram a trabalhar para um tipo perigoso durante esse tempo todo e só agora deram conta? não sabiam que ele foi um guerrilheiro? Se sabiam então são cúmplices e colaboradores. Assim sendo a vossa avença é ilícita, parece-me!

Pois é caros amigos, o melhor emprego em Portugal é ser Juiz. Juiz para sempre, nunca é escrutinado, nunca vai a votos, ganha bem, põe e dispõe é meritíssimo doutor e normalmente é um tipo rico!
Cá em Portugal é assim; - és pobre? Então estás tramado!...cuida-te!!!
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Adérito Barbosa
Adérito Barbosa  in olhosemente

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Carta aberta ao Zé

Carta aberta ao Zé Neves

Onde está a segurança dos cidadãos? Explique lá isso, se faz favor, Sr. Ministro, devagarinho, que eu sou assim mais para o lerdinho!
Quando hoje acedi aos meios de comunicação social, dei de caras com várias notícias desastrosas, reveladoras do clima de insegurança que se vive no arquipélago de Cabo Verde. Uma jovem foi assassinada com dois tiros e os criminosos levaram o telemóvel e o dinheiro; outra jovem, indignada, numa reportagem de vídeo, reclamava justiça pela morte dum irmão, que ocorrera há cinco anos; uma senhora, já anciã, que parece ser mãe de um reputado político da praça, foi também vítima de assassinato e para culminar, o país utilizou todos os recursos policiais na caça ao homem, o que normalmente não acontece em idênticas situações. Vi ainda uma reportagem publicada pelo jornal Online Oceanpress, sobre a insegurança neste nosso arquipélago.

Fico triste uma vez mais, e interrogo-me sobre a razão pela qual ainda me preocupo com as questões de segurança em Cabo Verde. Afinal, a TV France Ô tinha razão e eu até já me pronunciei a esse respeito, escrevendo um artigo intitulado "As Mentiras da France Ô". Bem sei que não escrevo com palavras pomposas, que V. Exª usa nos seus discursos, mas acho que dá para entender. Viu também a indignação do povo? O povo tem razão, quando reclama justiça. E olhe que quem o avisa, seu amigo é!...  Repare que o povo já perdeu o medo e já fala às claras; além disso, já apelida os governantes e os seus apaniguados de corruptos, porque sabe que já nada tem a perder e olhe que são muitos, os que dizem que perderam tudo!
Na minha opinião, é evidente que o seu governo é composto por pessoal de vistas curtas.
O Sr. José Neves e as restantes criaturas que compõem o indigente desgoverno, em cada dia que passa, mais não fazem que falar de banalidades que nada significam para as reais necessidades do país, nem tão pouco geram qualquer dinâmica, optimismo, ou expectativas positivas, importantes para a consecução de qualquer projecto de liderança que não existe de todo.
É da mais elementar razoabilidade, justiça e bom senso que o povo vos tire do poder e o mais depressa possível! O País não é vosso, não é seu, vocês não são o Estado e o Estado não é vosso! Vocês são tudo, menos servidores daqueles que vos elegeram.
Não fustiguem mais os Cabo-Verdianos, não abandonem mais os cidadãos, não empobreçam mais as pessoas que confiaram em vós e vos entregaram o seu voto, não desgracem mais as famílias, não chateiem mais os cidadãos com tanta incompetência e, acima de tudo, não continuem a desprezar a educação, a formação, a disciplina e a justiça.

Sr. Ministro, irei chateá-lo sempre, até que um dia perca a mania de se julgar importante e volte a pôr os pés na terra e a lembrar-se daqueles locais que fez o favor de descaracterizar, transformando-os numa selva de blocos, sem pés nem cabeça, sem lei nem roque, circundados de lixo, clamando por saúde pública.
O Sr. Procurador-Geral da República, como solução para a criminalidade, propõe o aumento da pena máxima de prisão. Transmita-lhe lá, por favor, e aos seus correligionários, que não é dessa maneira que tal problema se combate, mas sim com medidas de fundo, de carácter social e económico. A seguirmos a sua sugestão, qualquer dia as prisões ficam cheias e nem sequer há dinheiro para alimentar os presos.

Aumentar a pena máxima de prisão é, claramente, um sintoma de estupidez aguda. Deve ser este o vírus que vos infestou os neurónios, se ainda os tiverem!
Tudo começa na educação. E para haver educação tem que se ter a barriga cheia. Para se ter a barriga cheia, é preciso trabalho. Para se se ter trabalho, é preciso gente com cabeça para governar.
Viu que não foi preciso utilizar palavras caras?


Adérito Barbosa  in olhosemente


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

F16 Português

Quem se mete com o Portuga leva!

Para que ninguém se meta cá com a malta os F16 foram comprados por Cavaco Silva quando era primeiro-ministro e começaram a ser usados em 1994. Foram adquiridos aos EUA ao abrigo das contrapartidas do acordo com aquele país para a partilha da base das Lajes. Portugal comprou ao todo 40 dessas máquinas infernais. Alguns nunca chegaram a ser desencaixotados. O Governo só os montou e os modernizou (Mid-Life Upgrade). Há pouco tempo, vendeu 10 0u 12 máquinas à Roménia que nunca tinham sido usados.
Sob o lema “Guerra ou Paz, tanto nos faz”, os militares das duas esquadras operam com um dos softwares mais modernos da aviação que é de fabrico israelita, o sistema ACMI (Air Combat Mission Interface), que fornece uma espécie de caixa negra da missão, tornam as máquinas portuguesas, máquinas de topo a nível mundial e estão concentrados na BA de Monte Real. Ainda damos ao luxo de mandar seis deles vigiar os céus da Lituânia ao serviço da nato desde Agosto.
Pois é: - O que aconteceu foi que não foram os aviões Russos que invadiram Portugal na semana passada não, não foram aviões russos, mas sim uma onda enorme “de jornalistas ignorantes que não fazem a menor ideia das diferenças que existem entre “espaço de jurisdição de controle aéreo” e “espaço aéreo nacional”. E não foram só jornalistas principiantes; foram redacções inteiras, mais os coronéis-comentadores, comentadores-coronéis, estrategos-comentadores, e alguns outros tantos palermas, enfim, o Portugal-que-conta em termos de comunicação social a espalhar-se ao comprido em prime-time e a mostrar à saciedade que não fazem a menor ideia do que é esse tal “espaço aéreo de jurisdição portuguesa”, que não tem nada, mas mesmo nada a ver com soberania ou com Espaço Aéreo Nacional e que quer dizer, tão-somente, que é o espaço aéreo internacional sobre oceanos em que Portugal assegura o controle de tráfego aéreo. As histórias ontem inventadas chegaram ao ridículo de pôr os pilotos dos caças portugueses a fazer “sinais com as mãos” para indicar aos colegas russos que se “fossem embora”, isso mesmo, nem mais, mas também que Portugal “expulsou do seu espaço aéreo…etc.”. Tudo isto que afinal se resumiu a este simples facto: Aviões da NATO, entre os quais F-16 portugueses, vigiaram a movimentação de aviões militares russos sobre o Atlântico. O resto é… “conversa”!”
Fonte: "o Observador"


Adérito Barbosa  in olhosemente

terça-feira, 28 de outubro de 2014

CORAÇÃO DE PAPEL


Um coração que sente
Que bate, bate e não mente
É o que tenho no meu peito
E me faz sentir assim.

Este coração que eu tenho                        
É a lágrima que teima em sair          
Quando te vejo partir                          
É o frio que me arrefece a alma
Mas não me acalma.                          

Este coração que bate
É o que me faz duvidar
É o que me faz recear
Quando o amor acontece
E dizes que te enlouquece!    
E dizes que não te apetece!

Este coração que sente
É o que me faz sonhar!
É pedaço de papel que afago
É um abraço apertado e dorido
É o beijo seco na boca amarga
É a voz que embarga
Nos lábios secos e trémulos
É o Caderno húmido por abrir
É a Lapiseira que quer escrever
As crónicas de amor impossível
Ejaculado do coração
Num sonho de pura ilusão
A cantar, dançar e voar.
Com este coração que tenho  
É melhor eu fingir
Que tenho um coração de papel…


Adérito Barbosa  in olhosemente


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Gás de Xisto,




Gás de Xisto
Gás de Xisto, é um gás natural extraído entre os 2 mil e os 3 mil metros de profundidade, através de uma técnica de aquecimento da Argila e injecção de água. O mundo inteiro está a investir na tecnologia de exploração do Gás de Xisto com milhões e milhões de Dólares, Nos Estados Unidos por exemplo cerca 30% da energia consumida já é Gás de Xisto.
Com isto, o Ocidente fica cada vez mais liberto da pressão do pessoal da OPEP. Por causa  disto é que os combustíveis, têem vindo a baixar ao ponto de um barril de petróleo ter passado de 115 dólares para cerca 80 dólares. Em Portugal, estamos na mesma, a descida do preço é insignificante. Nas minhas contas a este preço, devíamos pagar por litro de gasóleo cerca de 70 cêntimos o que  seria super bem pago.
Acontece que o Governo Português prepara-se para inventar mais um imposto sobre combustíveis chamando-lhe imposto verde. Aposto que vão voltar a agravar os preços fazendo de conta que nada aconteceu de extraordinário no mundo dos combustíveis e nós a passarmos por parvos como sempre.
Mais abaixo deixo uma noticia do Jornal Económico.

"Os preços do barril de petróleo podem facilmente descer até aos 70 dólares, mas a longo prazo devem manter-se acima dos 80 dólares devido ao crescimento da procura mundial, considerou hoje a agência de notação financeira Moody's.
Num Comentário Especial ao setor do Oil & Gas, a que a Lusa teve acesso, os analistas explicam que "como a procura de petróleo vai continuar a crescer, a recente queda abrupta do preço do petróleo não deve ser seguido de uma forte descida no preço a longo prazo o preço vai-manter-se.
De acordo com a análise, com o título 'Empresas de Perfuração e Serviços são as mais vulneráveis à queda dos preços do petróleo", a recente descida dos preços do petróleo, que caíram 25% desde junho e 5% nas últimas duas semanas, deve-se ao aumento da produção nos Estados Unidos, ao fortalecimento do dólar e à posição da Arábia Saudita, o maior produtor mundial.
"Não é de todo um choque que os preços do petróleo tenham caído por causa do aumento da oferta", diz Steve Wood, diretor executivo da Moody's, reconhecendo, ainda assim, que "a forte queda da última semana foi surpreendente e pode ser atribuída às expectativas de menor crescimento da procura na China e na Europa e, ao mesmo tempo, ao facto de a Arábia Saudita ter ameaçado defender a quota de mercado em vez de agir como o 'produtor fiel da balança' da OPEP e do mundo".
Ao contrário de outras situações em que a produção supera as necessidades, desta vez alguns dos maiores produtores, como a Arábia Saudita, resolveram baixar os preços em vez de reduzir a produção, numa luta explícita pelo aumento da quota de mercado, principalmente na Ásia, e num contexto de mudança de paradigma no sector petrolífero.
Os Estados Unidos aumentaram a sua produção por via do petróleo de xisto, chegando praticamente ao nível da Arábia Saudita, o maior produtor mundial, e por causa disso reduziram as importações, nomeadamente de África, fazendo os produtores locais nomeadamente Angola e Nigéria, 'virarem-se' para a Ásia.
Só que também na Ásia, como na Europa, a procura está a abrandar, ao contrário da produção, que continua a subir, e por isso as notícias sobre descontos 'por baixo da mesa' sucedem-se na imprensa financeira internacional, que dá conta de uma guerra mais ou menos explícita pelo aumento da quota de mercado dos maiores produtores mundiais"
Adérito Barbosa
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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

As Mentiras da France Ô

 As Mentiras da France Ô 

A indignação do povo faz sentido e o firme desmentido do governo também fez sentido. Eu também vi a reportagem. Realmente, aquilo foi uma reportagem mentirosa e essas coisas não se dizem, sobretudo se se trata de mentiradas.

Cabo Verde não é um inferno com ar de paraíso; é um paraíso!

Há segurança por todo o lado e toda a gente se sente segura. Não há drogas coisa nenhuma, não há assaltos, nem há guardas privados a dormirem à porta das residências privadas, ou dos prédios. 
Os Franceses estão loucos, aquilo é tudo mentira. Eu estive em Santiago e não vi nada disso! Não há violência nenhuma; - no país não há ninguém que consiga exibir cicatrizes no corpo por esfaqueamento, nem há delinquência juvenil, nada disso!
Todos os jovens até aos 18 anos frequentam a Escola numa boa e o sucesso escolar é fantástico. Não vi Gangs nenhuns, nem tão pouco ouvi notícias de casas assaltadas, nem notícias de alguém ter sido morto dentro da sua própria casa por assaltantes, por dá cá aquela palha.
Não há assassinatos nas ruas, nem desacatos. Não há ninguém nas prisões. As prisões estão praticamente às moscas e têm condições dentro dos padrões dos países mais desenvolvidos.
A prostituição a que os Franceses se referem não existe! Não existe, isso não! Nem a feminina, quanto mais a prostituição masculina. Pelo menos eu, como turista, não vi nada disso no Sal e, segundo sei, em S. Vicente também não existem essas coisas. 
Os turistas não são, nem nunca foram vítimas de assédio, por parte da malta da costa de África. Toda a gente está legal no Sal e vive tranquilamente na paz do Senhor, com o seu comércio e conscientes de que os seus bens estão seguros. Ninguém vende o corpo, nem homens nem mulheres; ninguém vende bugigangas estranhas ao artesanato de Cabo Verde nas ruas e ninguém passa o dia na praça central, pedindo ou incomodando os turistas. Repito: - Ninguém!!

As ruas da Praia e, em especial as de Santa Catarina, estão um mimo, limpas e cuidadas; não há lixo, nem cães vadios coisa nenhuma. A organização urbanística é um exemplo. Todo o mundo podia pôr aí os olhos e ver como é que se deve fazer.

Higiene é coisa que não falta no Pontão da Ilha do Sal. Ninguém amanha peixe no chão, nem ninguém deita as tripas ao mar e não há mau cheiro, coisa nenhuma. Ninguém defeca debaixo do pontão, a alguns metros de onde os turistas estão a banhos. Tudo é pacífico e está dentro dos padrões turísticos e da salubridade sanitária.

Na Ilha do Sal há, em número suficiente, elementos da polícia marítima, que zelam incansavelmente pela orla marítima, pela costa em geral e por isso não se entende o ruído da France Ô, quando diz que essa zona é uma zona de passagem de drogas para a Europa.

 Os banhistas podem deixar os seus haveres na areia, sem perigo nenhum de os ver desaparecer num ápice; nas ruas há polícias que fazem um policiamento intenso e a tal ponto, que todos os cidadãos nacionais e estrangeiros se sentem seguros só de os ver. Eu, pelo menos, senti isso. Há água potável nas torneiras, em abundância, em Santiago e nunca falta energia eléctrica. As salinas são património nacional e são exploradas pela Câmara Municipal ou pelo Estado e, atente-se, não há atrasos nos voos internacionais.

 Os preços praticados nas ligações inter-ilhas, quer por via aérea, quer por via marítima, são tão, tão irrisórios, que nenhum cidadão nacional se pode queixar por ser impedido de viajar dentro do seu próprio país, por causa dos preços.

Os governantes falam na TV coisas bonitas. Toda a gente entende bem o significado e contexto das expressões por eles constantemente utilizados: “bilateralidade, insularidade, cabo-verdianidade, cooperação bilateral, cooperação estratégica, papel social, no âmbito da modernidade, democraticidade, parcerias estratégicas, veja, lá onde, blindagem, para lá de, socializar, recentragem, é suposto, é expectável, em sede de, ganhos, vamos trabalhar em prol de… etc, etc, etc”.
Por isso, não entendo a reportagem que a France Ô passou. O que mostraram não eram as ruas do País, nem eram cidadãos nacionais as pessoas que entrevistaram. 
Eh pá, uma chatice… essa mentirada toda!

Adérito Barbosa  in olhosemente


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O Rio do Joaquim

"O MEU RIO" por: Joaquim Moreira 

Não lhe conheci esteiros nem marés.
Os seus afluentes descem das montanhas, trazendo águas cristalinas, gélidas e revoltas. No desejo de chegar ao grande rio, modificam a paisagem, desgastando e arrastando rochas, criando profundos desfiladeiros.
Não vi sapais, salgueiros ou caniços. Por isso não ouvi o trinar melódico dos rouxinóis da caneira. Em suas águas ao entardecer, não vislumbrei vacadas, eguadas ou toiros bravos de lide matando a sede. Não descobri a figura imponente de um campino na sua montada, nem ouvi os acordes de um fandango.
Não achei bateiras de avieiros, nem catraios, faluas ou fragatas de velas desfraldadas ao vento, navegando à bolina, transportando nos seus ventres, cascos de vinho, trigo, arroz ou sal a granel.
Não vi valados com palafitas. Encontrei nas suas margens recantos idílicos, onde jaziam os destroços de pretéritos lares de sonho. Incendiados ou destruídos à bomba pelos seus donos, para que mais ninguém deles pudesse usufruir, ou, por outros homens, movidos por fobias, alimentadas por credos religiosos ou ideais políticos e independentistas…
Quando tinha que sair para verificar antenas ou testar frequências, procurava-o. A contempla-lo revigorava-me. Cheguei a invejar e a querer roubar a pureza e cores das águas do rio Drina. O meu TEJO na ex. Jugoslávia.”
Joaquim Moreira

  Esteiro - Braço de mar ou de rio que se estende pela terra dentro.
Vacadas - Conjunto/manadas de vacas.
Eguadas - Conjunto/manadas de éguas.
Avieiros - Pescadores do Tejo, que migraram para o Ribatejo nos anos quarenta, vindos da
                  praia Vieira de Leiria. Ficaram imortalizados na obra de Alves Redol “Os Avieiros”.      
  Bateira - Barco em madeira de fundo chato, usado pelos pescadores. Muitas vezes eram o 
                  seu único lar.
Palafitas - Construção assente em estacas, elevada, para se proteger da subida das águas.
   Valado - Muros em terra que definiam a margem e evitavam o alagamento dos campos.
  Catraio - Barco do Tejo da família das fragatas, mas de menor porte.


Olá companheiro, o que eu sei é que aqueles que te denegriram e te fizeram a vida negra ficaram por saber escrever só o nome deles e mesmo assim mal. Tu sabes que eu sei quem são!
Li o teu texto, fiquei fascinado por ele. Dancei com as tuas palavras e deixo-te aqui na terceira pessoa o que eu senti que sentiste e viveste. Joaquim, continua a escrever que eu leio-te como sempre fiz! Espero que gostes.

Escrita sobre escrita do "O meu Rio" de Joaquim Moreira

O Rio do Joaquim Moreira.
Desce das montanhas, com as suas águas revoltas e geladas, num frémito desejo de ir fecundar um outro grande rio qualquer. Com esse desejo, não olhou a quem: - modificou paisagens, desgastou e arrastou pedregulhos e consolidou desfiladeiros. Joaquim não lhe conhece esteiros nem marés, nem mesmo nenhum dos seus afluentes.
Nunca viu nas suas margens sapais, salgueiros ou caniços.
Nos seus lameiros também nunca viu vacadas, éguadas ou toiros bravos de lides matando a sede, nem valados viu sequer. Joaquim procurou, procurou mas não se surpreendeu com nenhuma figura imponente de um campino na sua montada, mas também não ouviu acordes de fandango à porfia com o trinar do rouxinól da caneira.
Nunca viu, mas não esperou ver baterias de agueiros nem catraios à falua, nem fragatas de velas ao vento grávidas de trigo, arroz, vinho e sal a granel, nem valados com palafitas viu...
Nos seus recantos, Joaquim encontrou destroços de casas de sonho incendiadas ou destruídas à bomba pelos próprios donos, para que mais ninguém delas pudesse usufruir. 
Joaquim tinha um fascínio pelo rio e pelo seu ruído, que indiferente, na sua ância de ir fecundar um outro rio, corria ansiosmente pelo seu leito de águas agitadas, não fazendo caso dos horrores da guerra que testemunhava, mantendo-se calado no seu curso, sem nunca falar. 
Do alto da colina, Joaquim reconfortava-se quando o procurava para entender a razão da indiferença. Houve um dia em que ele pensou roubar as cores das águas do rio Drina. Afinal era o seu Tejo na ex Joguslávia, longe do seu Ribatejo.

Adérito Barbosa  in olhosemente


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Telefona-me hoje...

(...)
Telefona-me hoje...

Telefona-me no crepuscular
À hora do teu vazio
E diz-me que tens frio.

Telefona-me no crepuscular
À hora do meu anoitecer
E diz-me para não te esquecer

Telefona-me no crepuscular
E diz-me que me vais calar,
Só com o teu olhar.

Telefona-me no crepuscular
Sem me prender os sentidos
E nem me pôr em sentido.

Telefona-me no crepuscular
E diz-me apenas que me amas...

Adérito Barbosa

Adérito Barbosa  in olhosemente


domingo, 12 de outubro de 2014

Curiosidade sobre Ébola

Curiosidade sobre Éboola

O vírus Ébola foi isolado pela primeira vez em 1976, durante a epidemia de febre hemorrágica de ebola na República Democrática do Congo (antigo Zaire). O primeiro surto registado ocorreu em 1976, em Yambuku, uma região junto ao rio Ébola, daí o nome ébola.

No final de 1989, Reston, Virgínia, sofreu um surto misterioso de uma doença fatal (inicialmente diagnosticada como" febre hemorrágica do vírus símio") entre um carregamento de macacos da espécie Macaca Fascicularis, importados das Filipinas. Um patologista veterinário do Hazelton enviou amostras de tecidos dos animais mortos para o Instituto Médico de Doenças Infecciosas do Exército dos Estados Unidos, em Fort Detrick, Maryland, onde um teste de laboratório conhecida como ensaio ELISA mostrou anticorpos contra o vírus Ébola. Um microscopista de elétrons da instituição descobriu um filovírus com aparência similar ao do ébola nas amostras de tecido enviadas de Reston."

Pouco depois, militares Americanos sacrificaram os macacos que ainda não tinha morrido, trazendo esses macacos e aqueles que já tinham morrido por conta da doença para Fort Detrick para estudos dos patologistas, veterinários e virologistas do exército, em condições de segurança.

As amostras de sangue foram retiradas de 178 tratadores de animais durante o incidente. Destes, seis estavam infectados mas não ficaram doentes, o CDC concluiu que o vírus tinha uma patogenicidade muito baixa para os seres humanos. 

Nos Estados Unidos nunca tinha sido registado casos anteriores de infecção por Ébola, e sobre um maior isolamento, os investigadores concluíram que tratava-se de uma outra casta do vírus Ébola, ou um novo filovirus de origem asiática a que deram o nome "Vírus Ébola de Reston", por conta do local do incidente.

Daqui pode-se entender que é possível que tenha havido mutação do vírus.
Já morreram em África
cerca de 4000 pessoas e parece que o vírus chegou à Europa. Sabe-se também que as crianças são mais resistentes a ele, atendendo ao n° de órfãos contabilizados até á data.
Quando vejo as manifestações estéricas para salvar um cão que eventualmente está contaminado, apesar de não evidenciar sintomas, dou comigo a pensar que os ocidentais estão a ficar loucos ou que esses manifestantes perderam o tino.


Adérito Barbosa  in olhosemente

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Valor do abraço

Hoje sonhei contigo (..).
Deste-me um abraço e fez-se silêncio no escuro. Fechei os olhos, num momento e, dentro daquele  segundo senti o bater leve do teu coração. Foi assim, foi mesmo o teu abraço. Senti-o mesmo! Senti o teu cheiro e respirei a nossa saudade! 
Quero-te sem dizer que perder-te foi mau demais. Saber que não te posso ter, é pior ainda. Sinto que não me queres.
Só tenho a vontade do teu abraço e de te abraçar. Tudo o que preciso saber é que vais fingir saber que morreram os homens todos menos eu e, voltar a sentir-te dormir no meu peito.
Por isso abraça-me! (..).

Adérito Barbosa  in olhosemente

Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...