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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Sentir a escrita



Quando escrevo...


Quando escrevo,
Sinto-me pastor de estrelas;
Urso na desova de salmões;
Polvo que abraça o mundo;
Chama que lambe a floresta;
Vento que enlouquece as nuvens.

Quando escrevo,
Sinto-me...
Como uma barragem…
Forte! 
Renasço. 
Grito pelo vale e
Ouço o eco do medo
Que esbarra no meu peito.

Quando escrevo
Brinco num trapézio 
Sem rede e… 
Dou voltas
Sem medo!
Quando escrevo, 
Vomito a ideia que não cabe em mim,
Perco a alma 
Sem nunca ficar cadáver.

Quando escrevo,
sou vulcão,
Jorro lava 
E deito-me nela…
Masturbo-me com os meus neurónios.
Sou Louco!
Como são bons os orgasmos que sinto,
Quando escrevo!

Quando escrevo, sou
Outro.
Não sou eu!
 Não sei quem sou nem quero saber.
Como é boa a
sensação que sinto
Quando escrevo!

Quando escrevo,
 É o poema que nasce
 É o rio que apressado
Corre 
Para fazer amor com a lua,
Ao anoitecer
.

Adérito Barbosa
 8 Agos2013








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