poeta.adérito.barbosa.escritor.autor.escritor.artigos.opinião.política.livros.musica.curiosidades.cultura Olhosemlente

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

O fascinante mundo da justiça





Crónica IX - dedicado ao mundo fascinante da justiça portuguesa 

Já fiquei sem carta duas vezes. Uma espécie de estágio intensivo na arte de lidar com burocracia.

A primeira vez foi um bonito mosaico de multas por excesso de velocidade, culminando numa verdadeira obra-prima em Elvas. Estava um calor infernal, eu com febre, e fui apanhado ao telefone. A viatura tinha sistema de chamadas mãos-livres, mas, num momento de ingenuidade, tirei o telefone do berço para ouvir melhor. Péssima ideia. Um militar da GNR, que descansava à sombra, viu a cena e decidiu que aquilo era um crime digno de sermão e castigo. Resultado? Tribunal de Portalegre, 370 euros de multa e um mês sem carta. O juiz, num tom paternalista finalizou. — Da próxima, já sabe.  

Bom, da próxima soube. Passaram uns anos e, num único mês, fui apanhado três vezes – alegadamente, a 70 km/h onde o limite era 50 km/h. Uma no Baptista Russo, outra no fim da CREL, junto ao Estádio Nacional, onde deveria andar a 70km/h circulava 100 e outra em Caneças igual à primeira. As multas eram graves e antigas, da era pré-histórica, mas não prescreveram.  

Recebi a típica carta das autoridades, com coimas que se multiplicaram com Juros, taxas, agravamentos. Coisa pouca: uns 490 euros, mais um mês sem carta. Lá fui eu à GNR da Calçada do Combro entregar a carta, como quem devolve um livro à biblioteca. Um mês depois, fui buscar. Agora expliquem-me: as minhas multas, que não chegam a meia dúzia de tostões para os padrões do crime financeiro nacional, nunca prescreveram. Mas os 200 milhões de multas aos bancos por eles terem combinado tramar os clientes, prescreveram.

Fico com a ideia que o Código da Estrada é mais sagrado do que o Código Penal. Afinal, 20 km/h acima do limite é infinitamente mais grave do que a multa aos bancos.

Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

As loucuras do Neves


A FARSA DO CRIOULO PARA OS FILHOS DOS POBRES. 

“A propósito da última entrevista dada pelo presidente de Cabo Verde no âmbito das comemorações dos 50 anos da independência. Neves pede a oficialização do Crioulo.”

Lá vem o José Maria Neves outra vez. Lá vem ele com sua retórica ascorosa, servida aos filhos dos pobres como se fosse um banquete de progresso. A realidade, contudo, é outra: trata-se de um projeto de embrutecimento, de perpetuação da ignorância, de manutenção de pobres subjugados sem horizontes.  Afinal, como poderia ele, que nunca conseguiu aprender de facto a falar português, desejar que o povo dominasse a língua? Se ele próprio não tem domínio da comunicação formal, parece-lhe conveniente que a população pobre permaneça na mesma condição. Um povo analfabeto é um povo fácil de manipular, não é Neves? Pois é!

Vejamos os factos:  

- Angola – 55 milhões de habitantes, país repleto de recursos naturais. Língua oficial: português  

- Moçambique – 33 milhões de habitantes. Língua oficial: português.  

- Brasil – 216 milhões de habitantes. Língua oficial: português.  

- Cabo Verde – um país paupérrimo, dependente de ajudas externas, com uma elite cheia de manias de grandeza, governado por um déspota que se arvora defensor do crioulo – mas apenas para os filhos dos pobres. -  Neves, não me parece que sejas mais esperto do que os brasileiros, angolanos ou moçambicanos. Saiba V. Exa, que entre os africanos em portugal, os angolanos são aqueles que têm melhores empregos e que estão melhor enquadrados na sociedade portuguesa. Eles falam português entende isso?

Eis a realidade: os filhos da elite estudam em Lisboa, onde recebem educação de qualidade em português. Quando adoecem, são tratados nos hospitais de Portugal ou da Europa. Fazem compras em Lisboa, Paris ou Nova Iorque. Já os filhos dos pobres ficam em Cabo Verde, aprendendo o crioulo, sem acesso a um sistema de saúde decente e sem perspectivas reais de ascensão social.  O presidente da República insiste em promover o crioulo como língua oficial do ensino público. Mas por quê? Seria esse um verdadeiro projeto de valorização da cultura nacional ou uma estratégia deliberada para condenar as camadas mais pobres ao atraso?  Parece-me óbvia a resposta.  

Ele é Déspota - Déspota é aquele que governa de forma completamente autoritária, sem ouvir o povo, sem respeitar princípios democráticos. Exerce o poder de maneira tirânica, impondo suas vontades à força, muitas vezes recorrendo a esquemas de repressão. O governante que deseja impor o crioulo como língua principal do ensino público age como um déspota: ignora o futuro do país e prioriza sua própria agenda política, custe o que custar.  

Exemplos não faltam. Um déspota cerca-se de capangas, que garantem que sua vontade seja cumprida – seja com perseguições políticas, seja com coerção. Em Cabo Verde, quem se opõe à narrativa do poder sente na pele as consequências dessa postura autoritária.  

Ele é um Analfabeto - O analfabeto funcional não é aquele que apenas não sabe ler e escrever. É aquele que, mesmo reconhecendo letras e números, não consegue compreender um texto, captar ideias ou interpretar um discurso de forma crítica. É aquele que, diante de um argumento sólido, perde-se nas palavras e responde com frases vazias.  Esse é o caso do presidente. Até hoje, não aprendeu a falar corretamente o português. Um iliterato, incapaz de construir uma linha de raciocínio coerente. Na prática, um ignorante.  Mas não se engane: essa ignorância não é apenas individual, é um projeto. Um presidente que não domina a língua oficial do seu país, dificilmente pode defender sua importância. E, assim, transfere para o povo a mesma limitação que carrega.  Resultado? Um país onde a educação retrocede, onde as novas gerações não têm acesso ao conhecimento global, onde a cultura se torna cada vez mais restrita e provinciana. 

Ele é um Nepotista - Nepotismo é a prática de favorecer parentes e pessoas próximas em nomeações e cargos públicos, sem levar em conta mérito ou competência. É uma infecção na administração pública, pois drena os recursos do Estado para sustentar amigos, e amantes.  E foi exatamente isso que o presidente fez. Não se trata apenas de incompetência administrativa, mas de um esquema montado para perpetuar o privilégio de poucos às custas de muitos.  Um líder que age assim não governa para o povo, governa para si mesmo e para sua rede de interesses. E, nesse jogo de favorecimentos, quem perde sempre é o pobre, sem saída, sem privilégios, e sem  acesso às oportunidades que deveriam ser garantidas a todos.  

Neves, sempre que o senhor presidente vier com sua retórica vazia de que o crioulo deve ser promovido no ensino público, estarei aqui para lhe fazer frente.  Os governantes sérios do mundo inteiro trabalham para oferecer o melhor para suas populações. Querem que seus povos tenham acesso à educação de qualidade, à ciência, à cultura, às oportunidades globais.  Mas o Neves age na contramão.  Ele quer o crioulo para os filhos dos pobres.  Quer um sistema educacional que limite suas perspectivas, que os prenda a uma realidade estreita, que os impeça de sonhar alto. Porque um povo instruído é um povo difícil de enganar. Um povo que domina a língua portuguesa pode estudar em qualquer universidade lusófona, pode concorrer a empregos qualificados, pode sair do ciclo da miséria.  Mas esse não é o objetivo do presidente .  Ele quer que o filho do rico estude em Lisboa, em português. Viaje, faça  compras no Colombo, no Vasco da Gama, talvez em Paris ou Nova Iorque. Receba atendimento médico em hospitais portugueses. O filho do pobre?  Estuda em crioulo. Sem educação de qualidade, sem acesso a bons empregos, sem capacidade de competir no mercado global. Sonha em fazer compras no mercado de Sucupira, enquanto os filhos da elite frequentam as melhores lojas do mundo.  Os filhos dos ricos conseguem emigrar e arranjar trabalho no estrangeiro. Os filhos dos pobres ficam em Cabo Verde, encantados com as promessas vazias do presidente.  E assim o ciclo da pobreza se perpetua.  Neves: - se eu fosse governante português para ti nem mais um almoço em Belém e para Cabo Verde nem mais um tostão dos contribuintes portugueses.

Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

sábado, 25 de janeiro de 2025

O Problema Africano e a Inconsciência dos Governantes

 


Numa estação de rádio, o Sr. Primeiro Ministro Ulisses Correia e Silva, sugeriu que Cabo Verde estaria preparado para receber os eventuais emigrantes deportados dos Estados Unidos.  

Com esta declaração, Ulisses encarnou a pele habitual da maioria dos líderes africanos: a incapacidade de avaliar de forma realista os desafios que neste caso o país terá de enfrentar se Trump cumprir a promessa eleitoral de deportar imigrantes ilegais. Ulisses não está aqui nem está ali, não está cá vive noutro planeta. Ulisses assumiu uma total falta de consciência, exatamente como a maioria dos líderes africanos que, em vez de soluções, são eles próprios grandes entraves ao desenvolvimento da consciência coletiva - decisões superficiais e promessas vazias, que alimentam ilusões e ignoram os problemas reais.  

Cabo Verde enfrenta desafios estruturais gritantes. O país vive com escassez de recursos naturais, uma dívida pública assustadora, juros altíssimos um mercado de trabalho limitado e com oportunidades quase inexistentes para os jovens. Apesar disso, Ulisses, numa atitude displicente, imprudente e com um toque de arrogância, fingiu ignorar a dura realidade da falta de empregos para quem já vive em Cabo Verde. E como se isso não bastasse, ainda acrescenta ao problema um cenário potencialmente catastrófico com a vinda de milhares de deportados.  

Como pode o país suportar uma avalanche de retornados? Tal afirmação está completamente descolada da realidade e revela, sem rodeios, uma gritante falta de honestidade intelectual.  

Mas atenção: esse tipo de postura não é exclusivo de Ulisses Correia e Silva. O padrão repete-se em líderes como José Maria Neves e Olavo Correia.

A estagnação de África não vem apenas da falta de recursos ou da interferência externa. Vem da incapacidade dos governantes em reconhecer as reais necessidades das suas populações. Enquanto continuarem a tomar decisões baseadas em ilusões e a preocuparem-se apenas com a manutenção de uma imagem política, o progresso de África continuará a ser apenas uma ideia distante, adiada pela inconsciência dos seus próprios líderes.  

A África continua comprometida face aos outros continentes, não apenas pela história ou pelas circunstâncias, mas sobretudo pela falta de visão crítica e responsável dos seus líderes. A recente declaração de Ulisses Correia e Silva sobre a capacidade de Cabo Verde receber deportados é um reflexo claro dessa mentalidade: prometer sem pensar, falar sem medir.  

Bastava dizer: - Como Primeiro-Ministro, estou muito preocupado com essa possibilidade. Cabo Verde não tem capacidade para absorver os eventuais deportados e, com a Europa a restringir cada vez mais a entrada de imigrantes, a situação será ainda mais complicada.

….Ulisses não disse nada disso!


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

O veto do Tribunal de Contas não serviu para nada


Aqueles que se dizem comunistas, mas vivem como proletários, são a personificação da imbecilidade.

Há uma contradição grotesca em quem veste o manto ideológico do comunismo e permanece atolado em ideais que nunca se materializam. A hipocrisia do discurso oco escancara a incapacidade de liderar pela coerência e pelo exemplo.  

O presidente de um país pobre que decide gastar fortunas em viagens internacionais revela uma insensatez atroz.

Enquanto o povo luta para sobreviver no meio da escassez, ele enche os bolsos dos amigos angolanos, viajando em aviões privados e esbanjando recursos públicos. Esta é a marca do imbecil: incapaz de entender a gravidade da posição que ocupa e indiferente às necessidades básicas do povo.  

Pior ainda é o chefe de estado que usa a autoridade para negociar obras de arte dentro da Casa Civil.

Transforma-se de líder em chefe de máfia, promovendo negociatas ilícitas. É o ácido que corrói as estruturas da República, degradando o que deveria ser um bastião de moralidade e ética.  

Ao transformar uma amante em primeira-dama, faz de si próprio o retrato da desfaçatez.

A presidência não é palco para escândalos de novelas amorosas. Pior ainda são os cargos fantasmas atribuídos às amantes ou às namoradas, com salários dignos de princesas da farinheira.  

Quando, em plena função, o presidente se presta ao papel patético de faxineiro de campanha em Tarrafal, revela sua verdadeira natureza: a imbecilidade.

Para este tipo de imbecil, a presidência é uma vitrine de luxo e ostentação, enquanto a população amarga no limiar da pobreza.  

Quando ousa interferir com linhas vermelhas e amarelas nas escolhas do governo, ultrapassa todos os limites aceitáveis.

Ele não é líder, mas um ditador disfarçado, exercendo autoritarismo sob a capa de democracia. A política, para ele, é um jogo de conveniências onde manipula regras e destrói alianças sem remorso.  

Mais assustador ainda é o uso de capangas para intimidar e silenciar opositores.

O capanga é de Assomada, e é sustentado pelo rendimento mínimo garantido americano, obtido sem nunca ter trabalhado ou contribuído para os Estados Unidos: - tipo ciganos em Portugal. Esse ciganito caboverdiano promete bofetadas à esquerda e à direita mais parece um pugilista. Esse comportamento é a face mais grotesca da imbecilidade: o uso da força bruta de outros imbecis de espírito para sufocar a liberdade de expressão e impor narrativas falidas. Ele transforma o medo em ferramenta de poder - um truque vil que evidencia a fraqueza intelectual, moral e política que o define.  

Esse imbecil é um cancro que corrói silenciosamente as fundações da nação.

A permanência de figuras assim no poder é uma afronta à inteligência coletiva, uma marca de desrespeito absoluto pelo povo e pelas instituições.  

É impossível falar da imbecilidade no cenário político cabo-verdiano sem mencionar o espetáculo de futilidade que ocorre diariamente na Assembleia Nacional.

Deputados que deveriam liderar o progresso da nação passam o tempo em debates intermináveis e conversas menores, como se estivessem num salão de fofocas e não numa das mais importantes instituições democráticas.  

Esses representantes, em vez de propor soluções para os problemas sociais e económicos, gastam milhões em sessões de discursos vazios.

Ataques pessoais, vaidades despropositadas e retórica oca preenchem o tempo, enquanto as necessidades do cidadão comum continuam ignoradas.  

A Assembleia tornou-se o lugar perfeito para a inércia.

Deputados que deveriam fiscalizar o Executivo, denunciar abusos e propor políticas transformadoras preferem prolongar discussões inúteis para justificar os salários que recebem.  

O veto do Tribunal de Contas às despesas presidenciais expõe ainda mais essa desconexão entre poder e povo.

Enquanto a população luta para suprir as necessidades básicas, o presidente transforma o orçamento da presidência num cofre pessoal. Gastos astronómicos e injustificados ferem a moralidade pública e destroem a confiança nas instituições.  

E onde está a Assembleia Nacional no meio disso tudo? Em silêncio.

Os deputados, ocupados com debates vazios e teatralidade partidária, ignoram o que deveria ser uma prioridade: fiscalizar o uso do dinheiro público. O veto do Tribunal de Contas é tratado como uma nota de rodapé, um detalhe que não merece atenção.  

Os parlamentares vivem perfeitamente em harmonia com a decadência política.

Actores rascas nas sessões da hipocrisia, são rápidos para defender interesses partidários e pessoais, mas lentos – ou inexistentes – quando o tema é a protecção do erário público ou o combate aos abusos de poder e ao nepotismo.  

O veto do Tribunal de Contas deveria ser um alerta grave.

Deveria servir como sinal de que algo está profundamente errado na administração do país. Contudo, foi recebido com a mesma apatia que caracteriza o trabalho da maioria dos deputados. Não há indignação, apenas complacência.  

O que se vê na Assembleia e no Palácio Presidencial é uma dança coordenada de imbecis.

Cada um ocupa o seu papel dentro da mediocridade, num ciclo de negligência, abusos e inação. O veto do Tribunal de Contas deveria ser um ponto de viragem, um divisor de águas para exigir responsabilidade e compromisso com a transparência.  

Os deputados precisam lembrar que estão ali para servir o povo, não para se perderem em criolez.

Já o presidente precisa entender que o orçamento da presidência  não é um cofre privado.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

domingo, 12 de janeiro de 2025

Orbitando fechado em mim



Na esquina onde o tempo dobra em silêncio,  

há fios invisíveis que costuram o vento,  

e tremor do mundo onde o sonho se aquece.  

Há raízes que despertam no ventre da terra,  


luz nas asas das aves, sob a sombra das papoilas, manhãs que esperam o toque do improvável.  


Há cinzas que falam mais alto que o fogo,  

pedras que carregam o peso do instante,  

e palavras que ardem no ventre do silêncio.  

Há círculos onde o corpo corre sem direção,  

sorrisos esculpidos nas frestas do vazio,  

e beijos dissolvidos no sopro do vento. 


E há cascatas que murmuram segredos

gotas que guardam promessas adormecidas,  

e histórias sussurradas às pedras.  

Há um centro imóvel no caos que pulsa,  

um respirar que molda o invisível,  

e sentidos que escapam como fumaça eterna.  


Há o vazio desenhado nas margens do horizonte,  

ecos de palavras que nunca chegam,

silêncios que dançam no cansaço da espera.  


E há quem leia as minhas dúvidas errantes,  

quem me encontre nos meus  escritos,  

e há quem veja um poeta em ruínas.  

mas é graças a quem me lê,  

que a sombra do verso se faz chama,  

e eu construo, as letras

nas cinzas do poema queimado.  


Mas também há o vazio que se desdobra na ausência,  nos ecos perdidos, no indizível, tecidos de cetim.


Há quem leia o que nunca existiu,  

quem se perca na esterilidade dos versos,  

poeta que arma palavras tristes.  

e o sentido escapa, entre frestas

no instante que me queima e me dissolve,  

na poeira que resta do lume impossível,  

e me torno vestígios de luz que ilumina o nada permito-me ser massa desprezável 

Lagrangiana orbitando fechada em mim

com as minhas guitarras.


Adérito Barbosa, in olhosemlente.blogspot.com

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

O Benfica é mesmo grande



 Ele há coisas que só visto, nem contado! Então não é que o estádio da Luz, coitadinho, ficou pequenino para os benfiquistas? 

Ora, estamos a falar de um clube que, quando não anda a ajustar resultados com uma precisão cirúrgica, tem a polícia em casa mais vezes que na casa da vizinha devido à pancadaria entre marido e mulher.

Um clube especialista em trapalhadas, financiado à base da boa e velha Operação Coração, o que se traduziu na falta de comida em milhares de casas de família, com o suporte de jornais desportivos que mais parecem departamentos de relações públicas do clube, das televisões transformadas em agência de notícias privada do clube - ah, e não esquecer: único clube no mundo a transmitir jogos caseiros com comentadeiros tão imparciais que até o Padre da catedral ruboriza de vergonha.

E os árbitros? Esses nem se fala: carregam o Benfica ao colo como se fosse uma criança que não consegue andar sozinha. E os adeptos? Sempre prontos para dar taponas carinhosas nos fiscais de linha. Agora, imagine-se, querem um estádio para 120 mil pessoas. Claro, o atual é apenas para 65 mil almas, demasiado pequeno para tanto fair play.

E o mais engraçado? O estádio da Luz vai mesmo ficar em pé para jogos de râguebi e futebol feminino. Mas eu logo pensei: pronto, lá vai o pobre adepto enfiar a mão ao bolso para pagar mais um estádio. Porque, se há coisa que o Benfica sabe fazer bem, é transformar sonhos em despesas do seu contribuinte.

O Benfica não é um clube de Portugal, não senhor. É um clube do outro mundo. Marte, talvez, ou quem sabe Júpiter. Portugal é que não aguenta tanta grandeza.


Carrega Benfica… carrega no bolso dos lampiões.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.comEle há coisas que só visto, nem contado! Então não é que o estádio da Luz, coitadinho, ficou pequenino para os benfiquistas? 

Ora, estamos a falar de um clube que, quando não anda a ajustar resultados com uma precisão cirúrgica, tem a polícia em casa mais vezes que na casa da vizinha devido à pancadaria entre marido e mulher.

Um clube especialista em trapalhadas, financiado à base da boa e velha Operação Coração, o que se traduziu na falta de comida em milhares de casas de família, com o suporte de jornais desportivos que mais parecem departamentos de relações públicas do clube, das televisões transformadas em agência de notícias privada do clube - ah, e não esquecer: único clube no mundo a transmitir jogos caseiros com comentadeiros tão imparciais que até o Padre da catedral ruboriza de vergonha.

E os árbitros? Esses nem se fala: carregam o Benfica ao colo como se fosse uma criança que não consegue andar sozinha. E os adeptos? Sempre prontos para dar taponas carinhosas nos fiscais de linha. Agora, imagine-se, querem um estádio para 120 mil pessoas. Claro, o atual é apenas para 65 mil almas, demasiado pequeno para tanto fair play.

E o mais engraçado? O estádio da Luz vai mesmo ficar em pé para jogos de râguebi e futebol feminino. Mas eu logo pensei: pronto, lá vai o pobre adepto enfiar a mão ao bolso para pagar mais um estádio. Porque, se há coisa que o Benfica sabe fazer bem, é transformar sonhos em despesas do seu contribuinte.

O Benfica não é um clube de Portugal, não senhor. É um clube do outro mundo. Marte, talvez, ou quem sabe Júpiter. Portugal é que não aguenta tanta grandeza.

Carrega Benfica… carrega no bolso dos lampiões.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...