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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Melhor que os jornalistas do Observador


Há 45 anos, eu e muitos colegas do meu curso apercebemo-nos que o então Ten/Pq Agostinho Costa não conseguia esconder sua simpatia por regimes ditatoriais. Ontem, 45 anos depois, à meia noite, assisti a mais um ato de "evangelização" do General, que continua a subestimar a inteligência dos israelitas, dos americanos, dos europeus e, em geral, do mundo civilizado. Ele acredita no Hamas, Houthis, Irão e Rússia e sei lá mais quem!

Durante sua intervenção, afirmou em alto e bom som que o Ocidente não é capaz de controlar a rota de um produto desde a fábrica até ao cliente final, e que Israel interceptou os pagers e plantou bombas ao longo do caminho.

Entretanto, apenas duas horas depois, o (New York Times) publicou a história completa: a empresa que fabricou os pagers era, na verdade, uma fachada criada pelos próprios israelitas.

Não seria mais apropriado que o Sr. General, com sua visão peculiar, fosse aproveitar sua reforma lá pelas bandas do Irão, Faixa de Gaza, Rússia ou Coreia do Norte? O General parece ser muito mais eficiente em defender esses regimes do que os jornalistas do (Observador) a defender o Governo do Montenegro.

Resultado final: Diana Soller e o Sr. Embaixador Seixas da Costa continuam a expor, de forma brilhante, as incoerências do General e a "dar-lhe porrada".


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com.

Uma Vez Ladrão, Sempre Ladrão

                      

“Em memória do meu Avô Armando Cardoso”



Uma Vez Ladrão, Sempre Ladrão


No dia 18 de março de 2015, sob o céu claro de Rui Vaz, o Sr. José Maria Neves, então chefe do governo, chegou para mais um dos seus atos públicos: a inauguração de uma nova escola. Os olhos dos curiosos brilhavam, e a pequena multidão reunida no local vibrava ao som de aplausos, mas nada poderia esconder o vazio por trás das palavras que ele lançava ao vento. Com um sorriso ensaiado e frases mal pronunciadas mas moldadas para agradar, Zé Maria cortou a fitinha, proclamando que aquela obra seria uma bênção para o povo e transformaria vidas. Mas a verdade, oculta por trás da euforia do momento, era bem mais sombria.


Aquele partido, o PAICV, tinha se transformado numa máquina de abuso de poder, e o Sr. José era apenas mais um dos que se serviam desse sistema. Por detrás do idealismo aparente, eles apoderavam-se não apenas dos recursos do Estado, mas também das propriedades e dignidade de cidadãos comuns. A ascensão de um regime inspirado por ideais leninistas trouxe consigo o pior do autoritarismo: uma estrutura que oprimia e negligenciava os mais vulneráveis, enquanto os poderosos erguiam suas fortunas à sombra do monopólio político.


Armando, meu avô, foi uma dessas vítimas silenciosas, esmagado pelo sistema. Era um simples lavrador, nascido e criado nas terras de Rui Vaz. Durante toda a sua vida, cultivou a terra com as próprias mãos, acreditando que o suor que derramava um dia voltaria em forma de colheitas. Mas o governo, com sua sede insaciável de poder, viu naquelas terras uma oportunidade. E assim, sem qualquer aviso, sem uma compensação justa, duas parcelas de terra foram arrancadas das mãos do meu avô.


No terreno que é da minha família, construíram uma escola que o Sr. José inaugurou com tanto orgulho. Para ele e seus comparsas, o sacrifício de um lavrador surdo era irrelevante, menos que nada. E, como se a humilhação não bastasse, um ministro, aproveitando-se da situação, construiu uma casa de férias numa outra parcela das terras de Armando. Sem permissão, sem consulta e sem vergonha.


Naquele dia, enquanto a fita era cortada e os aplausos ecoavam no ar, eu, único neto em quem meu avô confiava, estava a milhares de quilómetros da escola, sem sequer imaginar que o estavam a roubar. O Sr. José, com seu discurso enfeitado, não era um líder, mas sim um ladrão, que tirava dos pobres para manter o poder nas mãos de uma elite dentro da elite. O governo roubou o que era do meu avô, assim como roubou a dignidade de muitos outros.


Ali, onde deveria ter nascido uma escola que trouxesse conhecimento e oportunidades, ergueu-se apenas o símbolo da burrice. Aquele terreno, que um dia pertenceu à nossa família, tornou-se a pia batismal da ignorância, onde o ensino em crioulo foi reservado para os filhos dos pobres. Da terra, restou apenas o amargo sabor da injustiça, e a memória de um avô que lutou, mas perdeu para as mãos frias do poder.


E assim se entende por que José roubou para dar à namorada: ele está habituado a roubar. Uma vez ladrão, sempre ladrão.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Boris 1 ano

O meu amigo Boris faz hoje 1 ano de vida. Continua a frequentar o curso de Técnico de Segurança. Passou para o nível 2 mesmo arrasquinha. Confunde a matéria e aplica mal os conhecimentos adquiridos em novas situações. Está muito vigilante ao que passa dentro de casa e pouco atento ao que se passa no quintal e à volta da rede.

Está brincalhão e contra todas as indicações continua amigo do carteiro. Já roeu letra (I) do nome BORIS pregado na casota. Já roeu metade do comedouro também. Ainda não levanta a pata para urinar. Por enquanto parece uma menina.

Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspo.com





terça-feira, 10 de setembro de 2024

Highway To Hell - AC/DC

Rife da Guitarra fender American Pro II, sobre o backing do 
Highway To Hell  dos AC/DC
Sem edição 


 

A Guia de Marcha e a Panela do Regimento.



“A Guia de Marcha e a Panela do Regimento.

Estou à espera de um soldado (que tem a chave da porta) que está atrasado porque esteve de serviço e demorou a entregar a arma porque o Cabo quarteleiro tinha ido apagar as luzes.

O condutor também não pode sair: falta assinar o boletim da viatura e ainda não comeu...porque o rancho estava fechado. O Sargento Ajudante não pode entregar a "guia de marcha" porque não foi assinada, em virtude de não se saber qual o "despacho." 

O oficial de dia aguarda a ordem do oficial de operações e de um papel da Logística.... e o furriel (sargento de dia) está à espera porque não pode abrir o parque auto ( sem a presença do oficial de dia) 

O 2º Comandante ligou muito aflito a informar que a senhora vai ainda hoje (de urgência), arranjar o cortinado na messe, pois amanhã vem almoçar ao quartel o nosso General, juntamente com o presidente da Junta de Freguesia. 

E o Sargento Mor consegue fazer um "milagre", porque tem um primo (canalizador) que consegue desenrascar a avaria na PANELA do rancho geral, cuja peça foi requisitada há 5 meses (mas ainda não chegou). 

Assim, está quase tudo pronto para a visita do nosso General amanhã....mas o nosso Comandante (para ficar tranquilo) vem hoje à noite, ver se a Panela ficou boa....

Ainda é preciso ir buscar o 2º Comandante à estação de comboios, que vem dormir ao quartel e alertar o Comando da Brigada, para o Clarim não se esquecer de vir tocar à chegada do nosso General.   

Mas há o problema da viatura... que traz o Clarim, pois como a viatura não pode abastecer (combustível) no quartel, tem que ir mais cedo, ao Entroncamento abastecer, de onde tem que vir outra viatura, para fazerem um par (uma coluna militar) para não se pagar as portagens...”

Escrito pelo Ten Coronel Art: Pedro Marques de Sousa.

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sábado, 7 de setembro de 2024

Viagem

 


Estou sempre com os mesmos dias  

já atolei a respiração nas insónias  

já fui náufrago na eternidade do instante,  

já fiquei noites adentro nas profundezas do sonho,  

já vi estrelas sussurrarem segredos,  

na cama onde nasceu a inquietude,  

e já descansei no jardim de medos e esperanças.


Já estiquei a mente como um elástico  

já me contorci até o infinito,  

já fui prisioneiro voluntário  na cela do abismo, 

onde as sombras dançam  

com a luz que não existe

mas teima em me encandear.


Já dormi destapado, de olhos abertos  

como um farol num mar sem fim,  

já vivi desesperado e confundido  

como um caleidoscópio de sentimentos,  

já rasguei as memórias atrozmente belas,  

e já dei golpes profundos nas lembranças  

e fantasias.


O que me corrói por dentro,

flui como um rio subterrâneo  

nas cavernas do meu ser…

é uma gota, é uma lágrima de tempo,  

é a angústia em êxtase.  

Sou como um búzio que guarda  

o som do universo, e nas noites  

envia a melodia do silêncio.


Estou sempre com os mesmos dias,  

vago entre o real e o que me espera,  

sou um peregrino na terra dos sonhos,  

onde cada passo é um suspiro,  

cada batida do coração é um relâmpago  

na minha tranquila tempestade.


E assim sigo, pela madrugada que vivo,  

onde a luz se apagou  

e a escuridão se fixou.  

De espada cravada na alma,  

sigo com a terra o perpétuo movimento  

e, quando acordo, já é dia outra vez…

E assim há-de ser enquanto o poeta viver.


Adérito Barbosa, in olhosemlente.blogspot.com

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Mais uma patifaria do José

 

No

O veto do José ao aumento salarial dos professores não surpreende; reflete o desprezo profundo que ele nutre pela classe que forma a espinha dorsal de qualquer sociedade. A verdade nua e crua é que o José prefere um país mergulhado na ignorância, um país onde a iliteracia é a norma. Isso facilita a sua vida, pois, na sua tacanha visão, é mais fácil manipular massas de indivíduos sem educação, alheios ao seu papel cívico e incapazes de questionar o óbvio. Basta ouvir os deputados do PAICV no parlamento -  aquilo até dói a alma.

É irónico e ao mesmo tempo trágico que um presidente incapaz de dominar a língua oficial do seu próprio país ouse menosprezar aqueles que dedicam a vida à arte de ensinar. Ouça-se os discursos do José, cheios de clichês e frases estéreis, que nada comunicam senão a profundidade de sua própria ignorância. E é precisamente essa ignorância que a máquina do PAICV perpetua quando insiste em manter a população subjugada por uma educação de segunda classe, com a promoção do crioulo perto das escolas — um dialeto que, embora parte importante da cultura de Cabo Verde não serve como ferramenta para elevar o nível intelectual dos jovens. Enquanto isso, os filhos da elite, estudaram ou estudam em Portugal, absorvendo um ensino que verdadeiramente abre portas, deixando o povo preso na ilusão de uma educação inclusiva e progressista que nada mais faz senão limitá-los. É assim que o ditador José controlou as massas durante os 15 anos como primeiro ministro.


Os professores, na sua essência, são os artífices de uma sociedade consciente, informada e capaz de transcender os limites impostos por líderes medíocres. Eles não são apenas transmissores do conhecimento, mas construtores de mentes críticas, que podem — e devem — questionar a situação. A educação é o maior motor de transformação social, e sem professores devidamente valorizados e remunerados, qualquer sonho de desenvolvimento se torna uma miragem. Manter o dialeto crioulo perto do estabelecimento de ensino é uma farsa; um paliativo que reforça a segregação social. Dialetos locais, embora parte da identidade cultural, não oferecem a base linguística, técnica ou científica necessária para inserir as gerações futuras no mundo do conhecimento global. O crioulo, se promovido como a língua no ensino, não elevará a qualidade da educação; pelo contrário, servirá como um veículo para a estagnação intelectual, favorecendo o aumento da criminalidade, da alienação e do desespero juvenil.


O resultado disso será o agravamento de um ciclo vicioso: jovens sem perspectivas, iludidos por uma educação inferior, que se tornam presas fáceis do submundo do crime, perpetuando a ignorância e a violência. Enquanto isso, José e sua camarilha continuarão nos seus gabinetes, negociando em surdina quadros entre eles, inventando primeiras Damas, pagando “dinheiro” pornografico, ameaçando quem os denúncia regozijando-se com o estado de uma nação que vive sobre o fio da navalha económica orgulhosos de terem mantido o status quo de uma massa acrítica, controlável e eternamente grata por migalhas tecnológicas, como iPhones e o sonho distante de um Tesla e quem sabe uma viagem à lua. O veto do José ao aumento salarial dos professores é apenas mais uma prova do seu projeto nefasto: um país onde a educação é deliberadamente sufocada para futuramente manter o poder nas mãos da elite do PAICV conivente e desprovida de escrúpulos, com aplausos da Cristina Fontes e Janira Almada.

Aos professores resta-lhes julgar o Neves nas urnas  se até lá entretanto não for destituído.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspo.com




terça-feira, 3 de setembro de 2024

As rotas da TAP pelo submundo da Máfia

Segundo o Expresso;

“A Inspeção-Geral de Finanças concluiu o relatório às contas da TAP com suspeitas de crime na privatização da companhia aérea, em 2015, e na gestão de David Neelman e Humberto Pedrosa.

O relatório da Inspeção-Geral de Finanças conclui que o negócio de compra da TAP por David Neelman foi financiado com um empréstimo de 226 milhões de dólares feito pela Airbus, em troca da compra pela companhia aérea de 53 aviões à construtora aeronáutica europeia.

E a garantia foi dada pela TAP, que ficou ela própria obrigada a pagar os 226 milhões de dólares americanos emprestados a Neelman, se não comprasse os aviões.

Ou seja, fica assim provado que a TAP foi comprada com o próprio dinheiro da TAP mas de forma legal, usando um esquema que permitiu contornar o Código das Sociedades Comerciais que impede a cedência de empréstimos ou fundos a um terceiro para que este adquira ações próprias.

A auditoria também dá como provado que a estratégia era do conhecimento da Parpública e do Governo da altura de que Passos Coelho era primeiro-ministro e Maria Luís Albuquerque, a ministra das Finanças.

A Inspeção-Geral de Finanças conclui que este ponto das conclusões deve ser comunicado ao Ministério Público para investigação.

Também pede para ser comunicada à Justiça uma outra conclusão: a TAP, já privatizada, fez um contrato de prestação de serviços com uma empresa de David Neelman.

Para pagar quatro milhões e 300 mil euros em prémios e remunerações ao próprio Neelman, a Humberto Pedrosa e a David Pedrosa, e que assim não ficaram registados como tal e não pagaram os impostos a que estavam obrigados.

Os auditores dizem que não puderam ter acesso aos documentos do negócio de 2020 no Governo de António Costa, em que o Estado ficou com a posição de David Neelman por 55 milhões milhões.

A auditoria às contas da TAP e da TAP SGPS entre 2005 e 2023 considera ainda que não está demonstrada a racionalidade económica do negócio de entrada no capital da VEM Brasil, a empresa de manutenção da Varig, e de que resultou a contrapartida da passagem para a TAP das rotas portuguesas da companhia aérea brasileira que foi à falência.

O relatório antecipa a perda total de 906 milhões de euros aplicados pela TAP SGPS na empresa de manutenção VEM.

O relatório da Inspeção-Geral de Finanças a que a SIC teve acesso foi solicitado pelo anterior ministro-ministro Fernando Medina, por recomendação da Comissão Parlamentar de Inquérito à tutela política da gestão da TAP.

Para já, a TAP é detida a 100 por cento pelo Estado português, mas o Governo de Luís Montenegro já disse que quer acelerar a privatização.”

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

65 anos



 Obrigado ao pessoal de Golegã, Estoril, Alcochete, Lisboa, Estoril, Algarve, Ericeira, Peniche e Caldas da Rainha que se deram ao trabalho de virem jantar comigo no Viracopos. 

Houve música ao vivo e pelo meio momentos de fado e poesia.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...