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domingo, 28 de março de 2021

O tabuleiro está a inclinar devagar para os lados da China e Rússia.


Depois de um soco prolongado no fígado, com desmantelamento da arcada dental, desferido por Putin, fazendo dos Estados Unidos um boneco de pano durante o treino na miserável cimeira do Alasca,  o ministro das relações exteriores da China convidou o ministro dos negócios estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov,  a visitar a China. O encontro deu-se  em Guilin, uma cidade do sul da China conhecida pela sua paisagem única no mundo. 

No centro da cidade há  dois lagos - Shanhu (Cedro) e Ronghu (Figueira) - remanescentes de um fosso da era medieval, que cercava a cidade, onde os barcos navegam por meio de rios que os interligam. Nas margens do lago Cedro, os pagodes gémeos, chamados de Sol e Lua, iluminam o céu à noite.  Foi nesse maravilhoso cenário que se deu o encontro China-Rússia, antecedido de um superbanquete, oferecido num navio ao largo do rio Li , em contraste com a miserável tasca que os americanos disponibilizaram no Alaska aos Chineses.

No encontro  sino-russo foi desenhada uma  nova arquitetura internacional de comércio e de pagamento entre os países euro-asiáticos, que passa ao largo do dólar, expandindo-a para as novas rotas da seda, marítima e terrestre, incluindo uma moeda para pagamento de petróleo, coisa que Kadhafi  já havia pensado fazer entre os países árabes, para se libertar da escravatura do dólar. 

Em resposta a essa ideia doida de Kadhafi, os americanos promoveram a primavera árabe em todo o Médio Oriente; derrubaram os líderes árabes, estrangularam a área geográfica e  fizeram da região terra queimada, obrigando os árabes a esquecerem rapidamente a ideia de uma nova moeda de referência para o comércio do petróleo, promovido por um suspeito abraço de gibóia dado pela França aos governantes de Trípoli. Ficou fácil de ver: salvaram os “Acordos de Bretton Woods”(regras estabelecidas em julho de 1944 para as relações comerciais e financeiras entre os países mais industrializados do mundo), em resultado da supremacia dos americanos na Segunda Guerra Mundial.


Voltando à actual situação:  sempre que há negociação entre os chineses e os americanos aquilo nunca dá em nada. A máquina de propaganda americana coloca no meio do dossier, disfarçado, um papel rascunhado, lembrando os direitos humanos e as atrocidades da China sobre o seu povo, o que afinal  não passou quase tudo de “fake news”, espalhadas por um maluco alemão, antropólogo,  de seu nome Adrian Zenz, que se tornou no maior aldrabão da história, com o seu estudo rocambolesco sobre os campos de internamento de Xinjiang e o genocídio.

Com a mais que provável criação da união monetária euro-asiática, vê-se crescer, em paralelo, uma outra forma de pagamento no comércio internacional, incluindo o pagamento do gás natural, do petróleo e da indústria pesada. Com isso, a ordem mundial vai-se alterando aos poucos.

Por cá, a jornalagem continua entretida com merdices e ninguém sabe de nada. 

Quando rebentar um conflito, vão mil entendidos à televisão botar faladura de coisas que aconteceram e de que ninguém falou, nem ouviu falar...


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

sexta-feira, 26 de março de 2021

Analfabetos e ignorantes, precisam-se

Enquanto os jornalistas e as TVs andavam entretidos com viúvas putas, amantes,  balas, plantações de invólucros na banheira, cartas de amor de uma presioneira e outras patetices do costume dos nossos jornaleiros, para a criação de mais uns quantos  anafabetos no nosso país, aconteceu, em paralelo, a cimeira do Alaska entre os quatro grandes: Japão, China, Rússia e Estados Unidos.

Os americanos montaram um cenário do mais miserável, alguma vez concebido no plano da diplomacia entre estados. Alojaram os chineses num hotel indigno de nível baixo - 2 a 3 estrelas - e os chineses comeram, em pratos de plástico, uma massa choca igual àquela que a Matilde fazia, quando se dedicava  à culinária, aos doze anos. Ninguém comia aquela intragabilidade.

Os americanos informaram a China de que vão montar uma cortina de  bateria de mísseis em forma de porco-espinho, para travar a expansão dos chineses nas ilhas do mar da China.

Conhecendo minimamente a geografia daquela zona, isto seria equivalente a que os chineses montassem no mar do Caribe baterias de mísseis para evitar o expansionismo dos americanos.

Não vou usar nomes nem outras questões sobre a cimeira do Alaska, vou apenas debruçar-me sobre a resposta que Putin,  Presidente da Rússia, deu à jornalista que o entrevistou.

Instado a responder à acusação que Joe Biden lhe fez, chamando-o de assassino e que iria pagar um preço por isso, Putin respondeu:


 ⁃ Em relação à declaração do meu colega Biden, nós conhecemo-nos  pessoalmente e o que eu lhe responderia é que tenha saúde; eu desejo-lhe saúde - digo-o sem ironia ou brincadeira. 

Em segundo lugar, se eu falar mais amplamente sobre o tema, sabemos que em cada povo e estado existem muitos eventos dramáticos e sangrentos.  Avaliamos outros estados e outros povos como se estivéssemos a olhar-nos ao espelho;  acabamos por nos vermos nele e atribuímos aos outros aquilo que compõe o que de facto somos. Lembro-me da minha infância, no pátio, quando discutíamos uns com os outros, dizíamos - Cada um chama ao outro aquilo que ele próprio é!  Isto não é só uma brincadeira de criança, não. O sentido desta frase é profundo e psicológico;  vemos sempre  nas outras pessoas as nossas qualidades e pensamos que elas são iguais a nós,  julgamos os seus actos e formamos uma opinião sobre elas. O povo americano, em geral, tem muitas pessoas dignas, honestas e inspiradoras que querem conviver connosco em paz e amizade.  Sabemos disso, valorizamo-lo e vamos contar com elas no futuro. Em relação ao estado americano, a classe governante baseia-se em questões conhecidas, nenhuma delas simples. A tomada do continente americano pelos europeus foi seguida pelo extermínio da população nativa, um genocídio, um verdadeiro genocídio das tribos indígenas. Depois veio o grande e duro período de escravidão, muito cruel. Tudo isto ao longo da história, até aos dias de hoje acompanha a vida dos Americanos. De onde veio o movimento Black Lives Matter? Isto mostra que este tema ainda tem importância. Até hoje os afro-americanos enfrentam as injustiças e o extermínio. É governando com tais ideias que a classe governante americana resolve problemas internos e externos, pois os Estados Unidos foi o único país que usou armas nucleares contra um país não nuclear, contra o Japão, no final da Segunda Guerra, contra Hiroshima e Nagasaki. Não havia nenhuma necessidade militar disso, isso foi um extermínio directo da população civil! Mas porquê, digo eu, isso? Porque sei que em geral os governos americanos tencionam  relacionar-se connosco somente nas questões onde onde há interesse deles e somente sob as condições deles. Eles pensam que somos iguais a eles. Nós somos diferentes, temos no nosso código genético  cultura e moral. Mas sabemos defender os nossos próprios interesses e vamos trabalhar com eles nas áreas em que temos interesse e nas condições que achemos vantajosas para nós.

 Eles vão ter que aturar isso;

 eles vão ter que aturar isso. Apesar de todas as tentativas de travarem o nosso desenvolvimento, apesar das sanções e insultos vão ter que aturar isso!

Enquanto isso, os jornaleiros portugueses continuam a publicar peças processuais à porta dos tribunais, a enganar a gente, ora com covid-19, ora com tiros e facadas!

Adérito Barbosa in olhosmlente.blogspot.com



quarta-feira, 17 de março de 2021

O que é um homem?



Um homem é o ser mais lindo 

que brotou da natureza.

Ele gasta a massa do seu bolso 

nas passeatas, almoços, jantares e  presentes para a mulher que ama.

Ele faz de tudo só para a ver sorrir

e não pede nada em troca. 

Trabalha como uma mula 

e nunca reclama cansaço.

Ele constrói o futuro da família 

com empréstimo bancário 

que o perseguirá para o resto da vida, 

no fim os filhos dão-lhe chutos no rabo.

Ele luta muito o dia inteiro -

ouve as ameaças do chefe no trabalho,

atura a GNR nos auto-Stop, e paga multas sem tossir.

Chega a casa com a cabeça em água

e ainda consegue

aguentar os gritos dos filhos,

os gemidos da mulher na cama,

Atura as bocas foleiras da sogra 

e  aguenta com paciência o chato do sogro Lampião que não se cala com o Benfica.

Sabe de cor a enciclopédia das doenças da mãe dele. 

Se ele sair à noite sozinho, é vadio.

Se ficar em casa, é um preguiçoso, 

um cu mole.

Se pega com os filhos, ele é um monstro.

Se não chateia os filhos, é irresponsável e não gosta dos filhos.

Se não quer que a mulher trabalhe, 

é inseguro e controlador.

Se ela trabalhar e ganhar mais 

é um sustentado, um chulo.

Se responder inergicamente às insinuações da mulher, é violência doméstica!

Se ouvir a mãe, 

é um mimado, um filho da mamã, um sem personalidade.

Se deixar a mulher esticar-se, ele é um frouxo.


se resistir é maricas.

Se não apreciar os jeitinhos dos paneleirores amigos da mulher, é homofóbico.

Se olhar para as pernas das amigas da mulher é um sem vergonha.

Nunca alega dor de cabeça 

para fugir às suas responsabilidades.

Compreende como ninguém as dores de cabeça da mulher.

Se adormecer no sofá é porque tem outra em mente.


Copiado e editado.


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

domingo, 7 de março de 2021

Não deixes que anunciem a minha morte



Sonhar acordado não chega 

não basta porque nem dá pra acreditar

Essa que não pára de crescer

é uma história que sabia complicada.

E eu não sabia bem porquê 

nem mesmo o porquê.

É um fardo da culpa  

que eu carrego na alma, 

me encolhe

e me verga de cansaço.

É uma dor dos diabos a que sinto...

É a maldade do tempo 

a fazer das suas.

Quis que te afastasses de mim

e eu não consigo dormir.

Fantasmas trauteiam um blues 

acelerando o compasso

é um tormento...

Sinto-me frio com esta solidão...

Deitado na cama

de olho na quinzena do terço

e de telefone na mão

sei o que te quero pedir.

Não me deixes só!

Bastava-me ouvir-te.

Mas a esta distância não dá!

E era real, tudo é irreal, mas eu fui quem inventou as memórias

do teu cabelo a branquear 

esperava saber desenhar um dia 

as tua rugas assim que surgissem.

Estudei pintura para pintar os teus cabelos de branco 

ainda estou à espera, confesso,

de ver-te subir as escadas da estação outra vez.

Foi o tempo com a  sua maldade

quis que fosse assim!

Nublou a forma como subias em mim 

revi os segredos que já não 

são meus 

mas que me pertenceram

e senti saudades...

Tenho palavras não ditas engasgadas ...

esta paixão é antiga e o tempo nunca a apagou.

E quando chegam as noites e  eu não consigo dormir - são sempre iguais... não consigo!

Com telefone na mão sei que não ligas mais, mas fico com ele na mão

nesta e noutras noites.

Nem a televisão ligada 

faz adormecer a espera. 

Olho o tecto com telefone na mão 

e tu não chamas.

Apetece ligar, mas não tenho forças 

para ouvir “o número para a qual ligou, está desligado, deixe mensagem”

Só queria pedir,

- não deixes que anunciem a minha 

morte nas redes, nem nos jornais!

Se não estás, 

então quero morrer sozinho

como nasci!


Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

sexta-feira, 5 de março de 2021

Ausência

 


Se eu não estiver mais aqui

não me procures se as aves não regressaram

ou se os poentes se tornaram indecifráveis

Não questiones o tempo que foi meu

nem as palavras escondidas nos meus seios

e carregadas pelos meus ombros famintos

Se eu não estiver mais aqui

no local onde os lábios são sangue

e as pernas se entrelaçam sequiosas

nesse tempo onde os olhares se canibalizam

e os ventres se guerreiam ardendo

perceberás que eu só sou, se tu fores em mim

e este mundo só foi nosso porque nos demos.


© Margarida Piloto Garcia.

terça-feira, 2 de março de 2021

O juiz modelo da justiça portuguesa. Conheçam-no!

 


O juiz modelo da justiça portuguesa. Conheçam-no!

O Supremo Tribunal Federal do Brasil considera que a condenação do ex-Presidente Lula da Silva, foi a maior fraude de que há memória no mundo judiciário - comprovadamente foi uma cabala horrorosa.

Não é fácil explicar a alguém que chega ao poder através de determinado  método, que isso não o mantém nessa posição de poder. Os tempos mudam, os métodos também e a  história pode tornar obsoletos os processos que o levaram ao poder. 

É por isso que os poderosos ascendem alto, chegam ao topo e depois caem como se estivessem  ancorados em estacas de sal à mercê da maré.

Sempre que ouço gritos histéricos do povo a elevar um juiz a herói ou a santo, fico de pé atrás.

Quando o famoso juiz da operação Lava Jato no Brasil foi convidado a participar numa conferência no Estoril,  VII Fórum Jurídico de Lisboa e foi  confrontado com uma entrevista dada pelo Ex-Primeiro-Ministro português Sócrates ao Canal da TV Migalhas, em que chamou  ao juiz Sérgio Moro, activista político, juiz perseguidor, justiceiro primário e juiz malandreco, Moro disse que não respondia a criminosos.

Os jornalista portugueses ficaram felizes, colocaram o Juiz Moro num pedestal lambendo-lhe as botas e foi uma festa nos noticiários.

Sempre detestei juízes mediáticos e fiquei de pé atrás; achei aquela vozinha dele irritante,  não olha ninguém nos olhos, o que já é indício de qualquer coisinha.

Afinal eu tinha razão quando escrevi a crónica “ E Agora Moro?” estando eu na altura bastante seguro de que ele era trafulha.

Na sentença que escreveu no processo Lava Jato, que condenou o Lula da Silva, o ex-Presidente do Brasil, afirmou que não tinha provas, mas que tinha sérias convicções da culpabilidade do réu.

Entretanto um hacker, género Rui Pinto, de seu nome Walter Delgatti Neto, pirateou os telefones dos Procuradores que compunham o grupo “task force” do Lava Jato e do próprio juiz; acedeu à box da Telegram, aplicação russa similar à  do WhatsApp assim como todo o correio escrito, áudio,  imagens e vídeos que trocaram à margem do processo, numa paródia miserável.

O juiz, o tal que veio a Portugal chamar criminoso ao nosso ex-Primeiro-ministro revelou-se um canalha, um filho da mãe, um juiz pulha que dava informações e instruções ao Ministério Público, mandava substituir Procuradores

por outros nos julgamentos, mandava acrescentar documentos forjados ao processo perseguia os arguidos do Lava Jato em perfeita comunhão com o procurador Deltan Dallagnol, tudo em nome da agenda política que ambos estavam a desenhar - e até se deram ao luxo de investigar os Juizes do Supremo Tribunal Federal e suas famílias.

O Deltan sonhava ser PGR e o Sérgio Moro juiz da STF, passando primeiro a ministro da justiça.  Eles organizavam manifestações populares através do “Mude”  e mandavam gente para a rua gritar contra o Lula. Davam palestras remuneradas, enriqueciam, não acusavam nem este nem aquele para não melindrar amigos, como foi o caso do ex Presidente Fernando Henrique Cardoso; enviaram parte do processo para a Globo para esta intoxicar a opinião pública intencionalmente. Havia 12 jornalistas residentes junto dos procuradores para levarem as peças processuais  no para os jornais tal como acontece por cá com a CMTV e Correio da manhã.

Nas conversas privadas fora do processo, Moro confessa que o Ministério Público não tinha provas contra o Lula, mas que o podiam acusar, que ele iria dar um jeito. 

Sérgio Moro, ex Juiz está na eminência de ser preso, por abuso de poder e fraude judicial.

Aqueles que convidaram Sérgio Moro a vir dar palestras a Portugal ainda não abriram a boca; nem jornais, nem as televisões que o trataram como se um Deus fosse fizeram qualquer manchete.

Estão calados. 

Sobre o juiz mafioso, que veio ao Estoril (VII Fórum Jurídico de Lisboa) ensinar os portugueses como aldrabar nos julgamentos, como perseguir as vítimas, como destruir empresas, como pôr na miséria milhares e milhares no desemprego, nem uma palavra dos jornaleiros nem dos juizes amigos portugueses, nem dos procuradores nem dos advogados.

Tantos paineleiros e ninguém fala no assunto, porque será? Teria o Moro ensinado alguma coisa aos nossos.

Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com

Publicação em destaque

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"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...