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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

"Uma palavra para o livro" "Unha palabra para o libro"

"Uma palavra para o livro".

Não importa quem sou! Não tenho a menor ideia de qual é o livro. A minha noção é visual, aparente e depende do meu estado de espírito. Não me importa se é de autores ou de doutores conhecidos, ou de anónimo, nem quantas folhas tem o calhamaço; é o seu conteúdo e não o nome do escritor que conta.
Para mim o livro é como o corpo de uma mulher, tem curvas: aberto, parece ter nádegas e silhueta feminina; seus textos, pintalgados nas folhas, são como o batom nos seus lábios e cheira, cheira a papel e tinta, como se de um perfume no seu corpo se tratasse. O livro manipula-me, é uma bailarina num bar noturno, fascina-me como a dança de varão só para mim, faz-me viajar sem me levantar. É sexy, dorme comigo e segreda-me ao ouvido coisas que, por vezes, me deixam corado. Leva-me a imaginar coisas de terror, a sentir o medo e outras que nem queiram saber!
O livro tem saber, tem a sabedoria da minha mãe, o saber de muitos saberes. O bom livro não existe, só existem livros. Todos têm elegância e personalidade.
É mensageiro de sensações, do medo, da ansiedade, de tristezas, de alegrias e de sonhos. Foi neste último que ele mais se especializou e é o único que olha de frente para os olhos de uma mulher ou de um homem. É o alvo de todas as paixões; muitas mulheres bonitas o amam. As feias também. Mas ele gosta de todas, e tem toda a paciência do mundo para deixar que o toquem e o sintam.
Muitos homens também o veneram, como se saias tivesse.
Abrir uma e outra vez, agrada, vai! Não agrada, fica! Vem outra pessoa, afinal agrada, vai! Ele é assim, um vendido, como um prostituto que está à mercê, vai com qualquer um, porque nunca tem uma referência objetiva do quanto são lindos os olhos para quem ele vai ser o Sr. absoluto (da tal fixação ?????). Nunca reconhece quem o ama.
Livros novos e velhos são bonitos, são autênticos. Por eles, sou capaz de atravessar as noites. Não posso deixar de pensar, nem de ficar abismado com as informações e a magia que entra pela minha mente dentro. Tem 10, 50, 120, ou 600 páginas e todas elas podem ser despidas por qualquer um, sem tabu; sabe tudo dos momentos escaldantes do seu leitor, e até se dá ao desplante de testemunhar tudo nas madrugadas em que há amor. Ele é cusco, mas não revela o que vê. Ele vai ao Jardim, ao WC, ao quarto, à sala, viaja nos comboios e nos aviões e decora prateleiras.
Gosta que o lambam na ponta dos dedos, folha a folha, gosta que o possuam com os olhos, controla-se e não geme. Quando satisfaz o seu leitor, é trocado por outro e aí vai ele construir outra intimidade com um novo leitor, sempre com vontade de ser e de se passar por virgem, uma e outra vez.
É esta a leitura que faço do livro…

Adérito Barbosa 
                                
 "Unha palabra para o libro"


E aí está ante ti, dono e señor, provocándote. Mírate, míralo. Téntate e achégaste. Tócalo, ólelo, deséxalo. El sábeo e non espera. Ábrese ante os teus ollos, entrégase. E faino unha e outra vez a golpe de tinta, dándoo todo, facéndote crer a verdade e a mentira. E, inxenuo de ti, crerás que fuches ti quen o elixiu. Sen darte apenas conta atraparate nos seus labirintos.
Deixarate entrar, camiñar polas súas rúas e beirarrúas. Incluso te deixará colarte na intimidade do seu cuarto. Abrir armarios e caixóns, ollar baixo a cama. Iso e máis ata acabar nos recunchos máis ocultos do seu corpo. E rodeado por pernas e brazos, enleado en saliva e envolto na túa lingua, dará comezo a danza, páxina a páxina. Piano, piano ou in crescendo, in crescendo!
Pode que chores, que rías, que loites, que venzas, que mates, que ames... todo en bandexa de prata e á túa mercé para gozalo... e se todo vai ben e conseguiches acariciar algunha estrela... quererás comezar de novo. E quedarás ancorado para sempre nas súas liñas ou quizais nalgún espazo en branco.
E sénteste poderoso, posuíches o mundo, pero el ganouche a alma. Non hai vencedor, tampouco hai vencido... repetimos? Piano, piano... in crescendo, in crescendo!!! A golpe de tinta!!!

Asun Estévez

domingo, 22 de dezembro de 2013

Acordai


Mostrai-me que não é miragem
Levai-me para um outro lugar.
Falai-me de outros tempos
Sentai-me no pedestal.
Contai-me histórias do futuro
Deixai-me sentir o limbo do musgo

Que é tempo do cacimbo,
Sinto os glúteos gelados.

Levai-me e sentai-me no cadeirão
Assistir o eclipsar do país.
Conversai comigo e dizei-me
Que é tudo mentira!
Tirai-me desta esquina
Não estrilheis, nem resmungueis.
Não queirais adormecer,
Esta vida é uma farra ao contrário.
Só tenho a fortuna deste grogue,
Não me censureis, nem me gabeis
Sou vadio, viandante sem tempo
Sou fugitivo da masmorra do logro.
Não me embaíeis mais, nem afianceis
Nas promessas dos catraios
Eles sem  medo...
são um... bando, uns fora da lei!
os que nos governam.
Acordai!

Adérito Barbosa in "olhosemlente"

sábado, 21 de dezembro de 2013

Tocar


Nem sempre tocar é sentir...
Há sensações que transbordam o simples tacto...
Para sentir é preciso chegar mais perto, mais profundo...
Explorar, lentamente, o caminho que conduz à entrega do interior do corpo...
Percorrê-lo sem pressa, procurando em cada recanto um pedaço de magia e encanto...
Um pedaço de nós...
Depois,
Tactear a pele suada de desejo, transpirando a cumplicidade...
Sente-se com a alma desamarrada de dúvidas e racionalidade...
Quero poder fechar os meus olhos e imaginar alguém...

Por: Ema
Adérito Barbosa in "olhosemlente"

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

assim se fica burro


Eu já não corro esse risco. Quase nenhuma das minhas amigas me falam agora. Se calhar leram isto antes de mim. Ainda bém!!!

Curiosidade: "como se fica burro."

«Falar com mulheres deixa homens mais burros.
O doutor Johan C. Karremans, da Radboud University of Nijmegen nos Países Baixos, promoveu duas pesquisas, publicadas no Journal of Experimental Social Psychology, para mostrar que interações entre sexos causam uma queda temporária nas funções cognitivas do cérebro. Nos testes, homens e mulheres tiveram que conversar com estranhos de ambos os sexos e, ainda, preencher testes matemáticos e de associação de palavras antes e depois da interação. O público masculino apresentou uma sensível queda em sua performance depois de conhecer mulheres e quanto mais atraente for a moçoila, maior o declínio nos resultados. O efeito é o mesmo seja o macho casado, solteiro ou comprometido.»

Adérito Barbosa in "olhosemlente"
18 de Dezembro de 2013

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Kora e Kambé

Não ouvirão novas minhas,
só lembranças do sorriso.
nas noites de maio,
nas madrugadas calmas
há livros para saborear.
Advinhem  devagar
sonhem acordados,
procurem devagar
o que não perderam
porque nada encontrarão.


É assim que faço os poemas,
amarro-me à volta do mundo
numa espiral de inocência.
não procuro nada!
apenas moldo as palavras,
construo a minha kora
e o meu Cambé.
ser artistas sem pincel,
cantor sem palco
e
pedinte sem bandeja

Adérito Barbosa
17 de Dezembro de 2013

Dor da partida

É uma dor que vem do fundo
É uma espera que desespera
É a nora do tempo que não gira
não anda...
É o medo de chegar e ficar
É o vazio, a ausência
É a cama fria,
É a solidão...


É ferida que dói sem sangrar
É a mente que não pára
É a voz que teima segredar
não ouves...
É a saudade dos momentos
É a patrulha dos sentados
É o sangue frio

 

É a loucura...

É a vida cheia de nada
É a viagem que dura
É o tempo que não passa
não avança...
É longo o abraço
É a trovoada do coração
É o beijo quente
É a promessa...

É o partir para a viagem
É um tempo de aragem
É o frio que entranha
não ficas...
É aquele abraço apertado
É a névoa que paira
É o fim da loucura
É o embaraço...


Aderito Barbosa
16 de Dezembro de 2013

E amou


E amou, 
amou integramente.
Amou de punho e letra
vertendo-se em cada palavra.




E amou,
amou 
com a paixão do corpo,
com a intensidade 
do pensamento.
Amou
com fome.

Com a própria fome
e com todas as fomes
de todo e de tanto,
como só amam
os que apenas
têm tempo.
E amou,
amou 
rabunhando migalhas
como amam os desesperados.

E amou,
amou amando,
roubando-lhe a vida
um pedaço de esperança.

Por: Asun Estévez

Do livro: "medrar nas manos"

Adérito Barbosa in "olhosemlente"

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Quarto escuro

Não, não sou capaz de ferir
Nem suporto ser ferido
Por ninguém.
Do quarto escuro, 
medo todos tivemos.
Cerrar os dentes 
e sofrer.
Nunca berrar,
Não dizer nada
Porque é proibido 
"atoparte"!


Aderito Barbosa

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

E casavas comigo...

Aquele acordo era só nosso
Acreditei nele mesmo sem papel
Sem testemunhas, só os dois...
Tínhamos doze anos.
Fazia o que tu quisesses
E prometias casar comigo.
Foi um tratado de amor,


Mas não cumpriste.

Recordo o nosso acordo.
Fomos unha e carne,
Assinavas o meu nome,
Fomos amor, ódio e zangas
Que não sei explicar.
Cartas de amor e paz escrevi,
Mandei recados e fotos
E tu não disseste nada.

Recordo o nosso acordo
claro e assumido,
Que me-davas um beijo.
Recordo o nosso acordo
Na guerra sou tua madrinha
Casarei contigo, no regresso
Disso podes acreditar!
E do vestido nem vais acreditar!
prometo à tua espera ficar!


Na tropa, subi montes e vales
Tropecei, cai, levantei.
Rompi camuflados e botas,
Esfolei as mãos e os joelhos.
Do avião saltei, aterrei...
Às vezes leve outras forte,
inimigo enfrentei com bravura
E tu esqueceste!
Reduziste o acordo a nada.

E não disseste nada,
A igreja estava toda iluminada,
As paredes engalanadas
Muitos convidados para os vivas
Eu também fui para ver
de longe...
Charrete e cavalos brancos
Ali vinhas, sorridente e feliz
Por mim virgem ainda
E prometeste casar comigo...

Afinal não cumpriste,
Foi um acordo sem alianças!

Aderito Barbosa

domingo, 8 de dezembro de 2013

Cheira a esturro


Deixo escrito para não assustar.
Sinto gente a fugir e já ninguém acredita.
A fonte vai secar!!!
Não metam mais paus na engrenagem, porque vou de viagem,
quero chegar, ver e respirar e só adormecer quando acreditar.
Regressar só quando me esquecer deste pesadelo e espantar-me mais que emocionar com a imagem deste Portugal, País banal entregue às mãos da garotada.
Sobre a mesa uma taça de vinho, um cinzeiro e um cigarro já mais curto que o murrão, uma caneta e um caderno.
Para encastrar nas linhas da sebenta nada, me ocorre.
Ao fundo a TV jorra o programa "Eixo do mal" e é este que capta a minha atenção.
Falam do Bruno Maçães, o Secretário de Estado que durante a visita à Grécia proferiu declarações pró alemão mais que qualquer alemão o faria. Há dois anos também ele, sempre ele, logo a seguir à assinatura do memorando e ainda a troika não tinha chegado cá, já ele agradecia a presença da troika em Portugal e esperava que ficassem por cá muitos e muitos anos para democratizar o nosso sistema.
Ora aqui está mais um imbecil!
Será mais um a ser vergastado no alto do morro.

Outro assunto que cheira a esturro " Cavaco\ ONU \Mandela"

Não gosto de histórias que cheiram a esturro como é a história da votação de Portugal à resolução da ONU em 1987 contra a libertação de Mandela.
Já li a resolução que Portugal votou contra e a favor.
Cheira a esturro!

Adérito Barbosa in "olhosemlente"

Navegar & velhos fantasmas


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Cuando escribo...

"in fórum paraquedistas"

Por: Sargento Ajudante PQ Paiva "in fórum paraquedistas"





BOTP 1 - Base Operacional de Tropas Pára-quedistas Nº1 (Monsanto)  – Uma resumida história da Unidade onde prestei serviço após ter terminado a Curso de Pára-quedismo, existem poucos documentos sobre esta unidade.
Ela é activada em 1975 e 16 anos depois é desactivada.

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Após a revolução de 25 de Abril de 1974 em Portugal, é concedida a independência às antigas Províncias Ultramarinas, em 10 de Novembro de 1975. - Na Fortaleza de S. Miguel, em Luanda, os pára-quedistas do BCP 21 prestam honras ao último arrear da Bandeira Nacional em Angola, chegando a Portugal em 23 de Novembro de 1975.

O Dec.Lei nº 350/75 de 05 de Outubro de 1975 extingue o Regimento de Caçadores Pára-quedistas e cria na dependência directa do CEMFA o Corpo de Tropas Pára-quedistas.
Os militares regressados pertencentes ao BCP21 concentram-se no Aeródromo Militar nº1 (AM1) em Cortegaça, onde continua activada provisoriamente a Base Operacional de Tropas Pára-quedistas nº2 (BOTP-2).

A 04 Dezembro de 1975 na BOTP-2, são constituídas duas CCPs, a 211e a 212 que se deslocam para Lisboa (Monsanto), onde vão constituir o núcleo principal da BOTP1, que é activada em 17 de Dezembro de 1975 por despacho 54/75 do CEMFA.

BOTP-1 adopta por divisa aquela que foi a do BCP21: “GENTE OUSADA MAIS QUE QUANTAS”. A componente operacional desta Unidade, o BATALHÃO DE PÁRA-QUEDISTAS Nº11 (BP11), foi o primeiro a ser activado (19-12-1975), onde são constituídas duas CCPs, a 111e a 112.

As companhias do BP11 foram desde logo empregues em missões especiais de segurança.
Após nova reestruturação e com a criação da Brigada Ligeira de Pára-quedistas o BP11 foi transferido para São Jacinto (Aveiro) em 1987.

Em 1991 - A BOTP-1 (Monsanto) é desactivada e todos os seus meios materiais e humanos são transferidos para a BOTP2 (S. Jacinto).

Lei da bala


Só à lei da bala!
Por favor, sirvam-me um copo de gin, porque este regime vai ter um fim. Todos os regimes tiveram um fim e eu não quero morrer sem ver o fim deste. Sei onde e como surgiu. E foi boa a intenção dos gregos quando inventaram a democracia!...Os oportunistas organizaram com desonestidade, e muita filha da putice à mistura, num universo restrito, num universo só deles.
Paulatinamente, foram alterando o conceito e as regras, de acordo com os seus interesses, deixando aos seus herdeiros toda a estratégia. Estes desde pequeninos cresceram como ratos numa tábua de queijo.
Mentem descaradamente, mentem nas televisões, nas rádios e nos jornais. Assim que chegam ao poder, fazem tudo ao contrário. Ninguém lhes pede contas, ninguém os chama à responsabilidade, ninguém! Ninguém lhes põe processos pela miséria em que lançaram este país. Eu quero livrar-me dessa gentalha! Eu quero sair de vez! Eu não quero esquecer o que por aqui fizeram! São dois os gajos abomináveis, horríveis, tenebrosos e mentirosos, uns garotos que até fizeram birrinhas, tendo-se uma delas tornado na birra mais cara do mundo. E quem pagou o preço?
Tantas Vidas lixadas, e tiradas do sossego. Aos vivaços que nos governam é urgente que recebam o prémio à paulada. Falo a pensar nos pobres, nas famílias, nos idosos e nos reformados, e nos pequenos empresários, que viveram uma vida inteira cumprindo uma determinada regra, ansiando por um futuro tranquilo, segundo a tal regra e, agora, nem acreditam no que lhes aconteceu. Imagino não haver nenhum problema para a mente desses iluminados.
No caixão vai um corpo já frio, outrora quente, que os governantes tramaram e tornaram a vida dele numa coisa sinistra, vão enterrá-lo agora com honra. Ele vai dentro de um único bem que lhe garantiram, Um caixão! E aí vai ele, refém da guerrilha entre as agências funerárias; aí vai ele que, entre becos e ruelas, levou em cima com os impostos, tentou sobreviver mas não aguentou. Não faz mal, ele é um Zé-ninguém!...
 
Saibam garotos do governo e dos partidos dos jotas que nem eu, nem o povo vos perdoaremos. Um dia voltaremos a ser felizes. É necessário que alguém vos faça chorar um dia, também! Só não quero lamentar depois. Quero-vos de volta para onde nunca deviam ter saído!
Vocês tornaram a nossa vida numa coisa sinistra.
 
Brincaram connosco. Fizeram de nós uns toscos.
 
São vários os patifes que apertam a minha mão e me chamam cidadão, mas, mal viro as costas, tudo fazem para que a necessidade bata à minha porta. Sempre corri para o trabalho. Horas e horas, horas inimagináveis, para agora ver a minha empresa em declínio total. Não sou Deus, para ser correto! Não baixarei a cabeça, para consentir este desfecho! Vi partir um colaborador meu, que há cerca de oito anos vinha trabalhando comigo. Ele foi leal, sincero, trabalhador e esteve sempre presente nos momentos difíceis. Aprendi a tratá-lo como um filho. Agora dói-me a alma por vê-lo nesta situação e não me conformo com este doloroso desfecho. É tudo por causa da garotada dos que nos governam. A mim, resta-me chorar para dentro e desejar sorte ao Bruno. A única satisfação que tenho, neste momento, é saber que ele sabe que nunca o enganei.
 
Lamento que a incompetência, a mentira, tenham falado mais alto do que a sensatez em Portugal.
Quem tem moral para dizer que não somos uma piada de país?
A pandilha mostra o que há de pior. Se tivessem sido abandonados assim que nasceram, teria sido uma bênção para todos os portugueses.
Vocês faltaram-nos ao respeito, havemos de vos fazer subir ao morro e lá vergastar-vos as costas sem piedade, de igual modo como nos trataram.
Da janela da minha cabeça vejo o país a gatinhar, vejo o país desgraçadamente governado por vós. Estou perplexo! A salvação está garantida aos bancos e aos ricos. Nós deixámos de ver confirmado o nosso lugar na bóia da salvação há muito. Para quem guardou pela sua vez, não há maneira. A mentira não pára, é a vossa arte verdadeira!
 
O simples conformismo não valoriza ninguém, mas neste sequestro sou refém. Não quero ser um de vós em momento algum! O pânico, o medo já não são segredo!… A violência que exercem sobre nós, já faz parte do vosso dia-a-dia.
Somos pacientes, somos duros, mas somos realistas. Por mim estou pronto a participar em qualquer coisa que vos faça desaparecer da nossa vista. Por favor, demitam-se!... Eu não votei em vocês!... O que fizeram para estar no governo, foi batota!
Alguém disse: "ou eleições no País ou eleições no partido". Escolheram eleições no País e assim  nos foderam a vida.

Adérito Barbosa

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Diz-me…Mesmo sem dizer...


Diz-me em quem pensas ao deitar?...Quem dorme no teu sonho...
Diz-me quem dorme a teu lado?...A realidade ou a imaginação...
Diz-me se dormes descansado?...Ou estás sempre alerta...
Diz-me quem mora nos teus sonhos?...O deserto ou o mar...
Diz-me em quem pensas ao acordar?...Se do sono vieste...

Diz-me…Mesmo sem dizer...
Diz-me quem vês lá fora?...A espera contínua...
Diz-me o perfume que usas?...O odor que se entranha...
Diz-me quem vês ao espelho?... O domínio de ti...
Diz-me se te reconheces?...Ou és apenas um reflexo...
Diz-me quais são os teus medos?...A verdade escondida...

Diz-me…Mesmo sem dizer... 
Diz-me quantos minutos tem o teu dia?...tantos que não chegam...
Diz-me quem te faz sorrir?...Para além do sorriso...
Diz-me quem nunca esqueces?...Ou quem não queres lembrar... 
Diz-me quem te conhece?...Quem ousa entrar no labirinto...
Diz-me quem faz tremer o teu coração?...Quem te tira de ti...

Diz-me…Mesmo sem dizer...
Diz-me a vida que levas?...Eximia ou errante...
Diz-me em que direcção gira o teu mundo?...De uma forma cíclica...
Diz-me quem completa o teu dia?...Quando vais embora de ti...
Diz-me por quem choras?...Quando te perdes de ti...
Diz-me quem te limpa as lágrimas...A solidão...

Diz-me…Mesmo sem dizer...
Diz-me porque te devo ouvir?...Porque escutas o  silêncio...
Diz-me que vives enganado?.....Puro engano....
Diz-me que sabes que erraste?...Ou não te permites a isso...
Diz-me se sabes amar?...Ou é apenas ilusão...
Diz-me se acreditas no amor?...Ou é apenas uma utopia...

Diz-me....Mesmo sem dizer..

Por: Ema/Adérito Barbosa

domingo, 17 de novembro de 2013

Memórias

 Regressar ao mundo das memórias...

Há sempre um regresso ao mundo das memórias.
Todos nós regressamos de quando em vez às nossas memórias.
Não regressar seria péssimo, seria estar desprovido de todo e qualquer sentimento.

A memória  é a nossa horta de sentimentos, onde colhemos os frutos para os vivermos com nostalgia e, sentir a vontade de poder voltar aí, sempre como quem vai àquele baú antigo, rebuscando o tal pano, e sentir aquele cheiro que em criança gostáramos de sentir ao dormecer, mesmo que por vezes cheirando a leite azedo. Quem se lembra?
Quem não se lembra desse pano? Quem nunca teve esse pano ou essa almofada? Quem!?

Se fosse possível todos nós regressaríamos a essa vivência passada.
Se essa vivência fosse uma daquelas que outrora fora proibida, é sempre melhor, voltar agora liberto dos medos e recrear tudo de novo com emoção certa.

Quem nunca regressou à sua memória que levante o dedo! Quem nunca teve o amor da sua vida ou um objecto de estimação em criança que diga: EU!!
Quem nunca amou? Quem?

Adérito Barbosa

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

pisa



É coisa nossa,
É filha da senhora
É quizomba
É a nossa moda
É coladeira.

Pisa comigo,
É dança da moda.
Larga a bunda da moça rapaz!
Que no domingo
Troco de dama
Pisa, pisa, ..
rebola aí, é kizomba!
É funaná!
É marrabenta!
É coisa nossa.
Pisa, pisa... 

Adérito Barbosa

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Postal de aniversário.


Olá Fátima,

Imperdoável este meu atraso!
Muitos parabéns pelo teu vigésimo e tal aniversário. Ainda és uma jovem e tens o mundo à tua frente, para o moldares.
Espero que tenha sido memorável o teu dia,
que tenhas dormido até tarde, que tenhas sido acordada pela florista,
que o bilhete tenha sido arrasador: - " um lindo dia para a mulher mais linda do mundo, para ela a flor mais cheirosa da freguesia" e remata no fim: "conto jantar contigo esta noite. Leva aquele vestido vermelho que te trouxe de Paris"
O teu querido Ambrósio".


Fátima acorda...!
Se não houve nada disso, esquece-o e organiza mas é, um jantarzinho, convidas a malta e cantamos-te os parabéns... mesmo que atrasados.
Se... conta-nos como foi!
Até lá muitos parabéns!
Beijinhos

Adérito Barbosa

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Aldeias de Portugal

Do Livro Aldeias de Portugal

"O livro Aldeias de Portugal - Histórias & Tradições é composto por um conjunto notável de fotografias, que vão desde aldeias maravilhosas espalhadas por todo o território, a rostos marcantes ou paisagens deslumbrantes..."

Autor: Paulo costa


Adérito Barbosa in "olhosemlente"

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Carta de amor



Desafio lançado: “Escreve-me uma carta de amor!...”

A carta de amor
Eternizar momentos e sensações que nos marcaram, por um instante que seja, é loucura?
- Não, não é! - É algo que vai perdurar na nossa memória por toda a vida. A isso, podes chamar amor. É o amor, sim, o tal amor que não cansa, não gasta e não envelhece.
O amor sabe impor-se na ausência e na distância.

Viver a saudade é sentir a nostalgia, é amar, é amar sempre da mesma forma, sempre com aquele desejo, imensurável. Quando se regressa a esses momentos e a esses instantes, voltamos sempre ao mesmo ponto de onde partimos, com um único objetivo - voltar a amar!...
Volta-se para reviver novamente o que nos fez e nos faz felizes. Voltamos inconscientemente e damos por nós a regressar no tempo ao mesmo lugar onde ficámos à porta e lembrar de olhos fechados como eram os contornos do teu rosto, o brilho dos teus olhos, o cheiro da tua pele, o calor dos teus braços, o deslizar das tuas mãos, o relevo dos teus seios. Só o ouvir a tua voz doce me fazia levitar enquanto sentia o coração, que teimava em transbordar e bater fora do meu peito.
Disso. Agora não quero falar!
E a alegria que eu sentia quando tu me sorrias?
Isso, era tudo para mim, sabias?  Bastava-me ver aquele sorriso, que só tu tinhas, para que fosse verão logo ali. Ah, como me fascinava ver-te sorrir!... E tu sorrias sempre!

Foi assim na estação do comboio quando nos vimos pela primeira vez; foi assim no salão de chá quando me olhavas com o olhar cúmplice e voz trémula; foi assim quando te dizia que tinhas  as mãos  frias; e foi assim, também, quando me disseste: "Adérito, eu não quero ser amada, quero amar!" E o brilho dos teus olhos quando te respondi: "Compreendo perfeitamente o que queres dizer".
Tudo isto para te dizer que o amor não é ingrato e faz-nos sempre voltar a querer amar outra vez.
Apesar das palavras baralhadas, provocadas pelas incertezas que sinto, e apesar de confusas, elas estão ansiosas de ser ouvidas, porque vão-te dizer que eu quero amar também.

Apraz-me ainda dizer-te mais uma coisa:
- Diariamente vivo com a tua memória, sem saber ao certo como vai ser. A ansiedade de te ter um dia sufoca-me, mas nada me impede de te imaginar. Ninguém me roubará essa imaginação, ninguém ma esconde ou ma tira. É a minha história, a nossa história. É essa memória, que num instante fugaz me faz sorrir e pensar que, à média luz, te vou amar loucamente, com a intensidade que me pedires, trancado em algum quarto de hotel e depois sereno te digo: “Vamos amar-nos novamente!” Sim, porque é afinal disso que se trata... AMAR!

Querermos voltar onde nunca estivemos e viver a paixão que nunca sentimos, só pode ser loucura! É um segredo que será nosso!

Foi isto que me ocorreu ao aceder ao teu pedido: - “Escreve-me uma carta de amor!...”

Adérito Barbosa

Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...