com a inocência desarmada
de quem não sabe o que busca,
sinto a presença de um enigma oculto
na rosa, que não é apenas rosa.
Olho para o sol, para o brilho das estrelas,
num ímpeto que desafia o medo,
tento compreender aquilo que se esconde
nas tramas invisíveis do real.
Não é busca,
é concepção…
pressinto na sombra que inclina
o olhar, resoluto na incerteza,
um saber que não se afirma,
mas apenas persiste.
E assim, fico,
enquanto explode a geometria das ruas
que não sabem de mim.
Solidão, como sempre…
a coisa se instala nas estrelas
e, quando quero, faço dela
um conto irónico de luz.
Desenho, com indiferença, as lágrimas
que caem no abismo do silêncio,
silêncio feito de palavras que nunca li,
mas que, em delírio, acreditei ter lido.
Este é o meu destino
Pastorear vendavais,
sem jamais confiná-los
no estreito campo daquilo
que se chama real.
Adérito Barbosa in olhosemlente.blogspot.com
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