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sábado, 28 de setembro de 2013

Neste quarto ainda...


Neste quarto ainda há cheiro no ar
As horas passam, cresço devagar
Fecho a porta, tranco as memórias
És um ficheiro com histórias
Que navega na minha tez
Sem perder a sensatez


Mão fria no meu peito
Assim é o jeito.
Danças de ventre enlevam
Entrego-me à loucura, sem reservas.
Sempre a primeira vez
Assim o quero, talvez…

Impudor sem limites
Aquieto os apetites
Frémitos de prazer
Com sussurros animais
Reguei com humidade a alma
Em torrentes de água calma.


A boca vende a lua
À bolina, numa falua.
Lábios que procuram os meus
Como teia em telas de museus.
Aninhados e trémulos em mim
Com sorriso de Aladino, por fim.
Cansados, a brotar luxúria


Sem palavras de lamúria
    Respiram o odor sem saber
    Naquela canção por entender
    Prostrar e respirar fundo
    Ir num sono profundo

    Rodopiar como velas de moínho
    ir com o vento e…
    Seguirmos o nosso destino.
    Toca-me agora!


                                                                                                                                  Adérito Barbosa



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