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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Lei da bala


Só à lei da bala!
Por favor, sirvam-me um copo de gin, porque este regime vai ter um fim. Todos os regimes tiveram um fim e eu não quero morrer sem ver o fim deste. Sei onde e como surgiu. E foi boa a intenção dos gregos quando inventaram a democracia!...Os oportunistas organizaram com desonestidade, e muita filha da putice à mistura, num universo restrito, num universo só deles.
Paulatinamente, foram alterando o conceito e as regras, de acordo com os seus interesses, deixando aos seus herdeiros toda a estratégia. Estes desde pequeninos cresceram como ratos numa tábua de queijo.
Mentem descaradamente, mentem nas televisões, nas rádios e nos jornais. Assim que chegam ao poder, fazem tudo ao contrário. Ninguém lhes pede contas, ninguém os chama à responsabilidade, ninguém! Ninguém lhes põe processos pela miséria em que lançaram este país. Eu quero livrar-me dessa gentalha! Eu quero sair de vez! Eu não quero esquecer o que por aqui fizeram! São dois os gajos abomináveis, horríveis, tenebrosos e mentirosos, uns garotos que até fizeram birrinhas, tendo-se uma delas tornado na birra mais cara do mundo. E quem pagou o preço?
Tantas Vidas lixadas, e tiradas do sossego. Aos vivaços que nos governam é urgente que recebam o prémio à paulada. Falo a pensar nos pobres, nas famílias, nos idosos e nos reformados, e nos pequenos empresários, que viveram uma vida inteira cumprindo uma determinada regra, ansiando por um futuro tranquilo, segundo a tal regra e, agora, nem acreditam no que lhes aconteceu. Imagino não haver nenhum problema para a mente desses iluminados.
No caixão vai um corpo já frio, outrora quente, que os governantes tramaram e tornaram a vida dele numa coisa sinistra, vão enterrá-lo agora com honra. Ele vai dentro de um único bem que lhe garantiram, Um caixão! E aí vai ele, refém da guerrilha entre as agências funerárias; aí vai ele que, entre becos e ruelas, levou em cima com os impostos, tentou sobreviver mas não aguentou. Não faz mal, ele é um Zé-ninguém!...
 
Saibam garotos do governo e dos partidos dos jotas que nem eu, nem o povo vos perdoaremos. Um dia voltaremos a ser felizes. É necessário que alguém vos faça chorar um dia, também! Só não quero lamentar depois. Quero-vos de volta para onde nunca deviam ter saído!
Vocês tornaram a nossa vida numa coisa sinistra.
 
Brincaram connosco. Fizeram de nós uns toscos.
 
São vários os patifes que apertam a minha mão e me chamam cidadão, mas, mal viro as costas, tudo fazem para que a necessidade bata à minha porta. Sempre corri para o trabalho. Horas e horas, horas inimagináveis, para agora ver a minha empresa em declínio total. Não sou Deus, para ser correto! Não baixarei a cabeça, para consentir este desfecho! Vi partir um colaborador meu, que há cerca de oito anos vinha trabalhando comigo. Ele foi leal, sincero, trabalhador e esteve sempre presente nos momentos difíceis. Aprendi a tratá-lo como um filho. Agora dói-me a alma por vê-lo nesta situação e não me conformo com este doloroso desfecho. É tudo por causa da garotada dos que nos governam. A mim, resta-me chorar para dentro e desejar sorte ao Bruno. A única satisfação que tenho, neste momento, é saber que ele sabe que nunca o enganei.
 
Lamento que a incompetência, a mentira, tenham falado mais alto do que a sensatez em Portugal.
Quem tem moral para dizer que não somos uma piada de país?
A pandilha mostra o que há de pior. Se tivessem sido abandonados assim que nasceram, teria sido uma bênção para todos os portugueses.
Vocês faltaram-nos ao respeito, havemos de vos fazer subir ao morro e lá vergastar-vos as costas sem piedade, de igual modo como nos trataram.
Da janela da minha cabeça vejo o país a gatinhar, vejo o país desgraçadamente governado por vós. Estou perplexo! A salvação está garantida aos bancos e aos ricos. Nós deixámos de ver confirmado o nosso lugar na bóia da salvação há muito. Para quem guardou pela sua vez, não há maneira. A mentira não pára, é a vossa arte verdadeira!
 
O simples conformismo não valoriza ninguém, mas neste sequestro sou refém. Não quero ser um de vós em momento algum! O pânico, o medo já não são segredo!… A violência que exercem sobre nós, já faz parte do vosso dia-a-dia.
Somos pacientes, somos duros, mas somos realistas. Por mim estou pronto a participar em qualquer coisa que vos faça desaparecer da nossa vista. Por favor, demitam-se!... Eu não votei em vocês!... O que fizeram para estar no governo, foi batota!
Alguém disse: "ou eleições no País ou eleições no partido". Escolheram eleições no País e assim  nos foderam a vida.

Adérito Barbosa

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