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terça-feira, 28 de outubro de 2014

CORAÇÃO DE PAPEL


Um coração que sente
Que bate, bate e não mente
É o que tenho no meu peito
E me faz sentir assim.

Este coração que eu tenho                        
É a lágrima que teima em sair          
Quando te vejo partir                          
É o frio que me arrefece a alma
Mas não me acalma.                          

Este coração que bate
É o que me faz duvidar
É o que me faz recear
Quando o amor acontece
E dizes que te enlouquece!    
E dizes que não te apetece!

Este coração que sente
É o que me faz sonhar!
É pedaço de papel que afago
É um abraço apertado e dorido
É o beijo seco na boca amarga
É a voz que embarga
Nos lábios secos e trémulos
É o Caderno húmido por abrir
É a Lapiseira que quer escrever
As crónicas de amor impossível
Ejaculado do coração
Num sonho de pura ilusão
A cantar, dançar e voar.
Com este coração que tenho  
É melhor eu fingir
Que tenho um coração de papel…


Adérito Barbosa  in olhosemente


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