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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O teu Bilhete

Meu Deus quem me dera ser escritor por um dia, ou pintor por umas horas. Quem me dera poder ter a pena do tempo e o tinteiro na palma da minha mão, um pincel e as cores por imaginar.
Quem me dera sentir a sensação do pecado por um minuto mas sem nunca deixar de ser sacristão. Quem me dera ficar com o tempo, abraçar-me a ele como uma árvore grande abraça a terra enquanto beija o céu. Quem me dera poder reclamar a minha parte que ficou sei lá onde!?… Quem me dera!.. Quem me dera voltar aos jogos das meias palavras num restaurante qualquer de preferência à beira do rio, ou num parque de estacionamento ou mesmo numa sala de aula sem alunos. Quem me dera poder acordar novamente as emoções adormecidas. As emoções fortes podem adormecer quando quiserem mas podem e devem ser acordadas quando a razão quiser. Talvez seja um exercício académico pouco ortodoxo, mas as paixões são assim mesmo: patetas – uma verdade palaciana. “ Só um pateta verdadeiro é que olha para a ponta dos dedos quando lhe indicam a Lua” Todo o tempo é tempo para trazer de volta as nossas emoções e sentir-te pertinho. Às vezes apetece-me escrever sobre o silêncio das pessoas, das tuas razões e das minhas também, às vezes apetece-me entender o que não quis entender anteriormente e dizer que agora sei escrever bilhetes de amor, sei dizer que estás bela hoje como ontem e que me apeteceu dar-te um beijo: - Sabes, agora sei escrever bilhetes e esconder lá dentro “Hoje senti saudades tuas e tu?

Adérito Barbosa in olhosemlente

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