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sexta-feira, 4 de maio de 2018

Plantar um deserto


Quem plantou um deserto de ideias no meio da minha cabeça hoje?
Quem escondeu as prosas de mim, que não consigo encontrá-las?
Quem fez isso não acredita na ilusão do sonho, na magia da escrita, nem nas manhas das estrelas.
Grito para dentro de mim, sempre que a escrita adormece agarrada à saudade.
Não consigo disfarçar a nostalgia do silêncio
quando ao som das músicas passo em rodapé a minha vida
e vejo escorregar do lápis um fio fininho, como a água da nascente
que corre pelo papel e cresce e cresce até se tornar prosa.
É um prazer inexplicável!
É assim que adormeço quase sempre.
Nunca disfarcei o amor pela magia da escrita e admiração pelos escritores.
Para mim é um acto de liberdade escrever.
Não há liberdade maior do que pôr no papel o que me ocorre,
mesmo sendo coisas estapafúrdias.
Tenho pena, isso sim, de não ser capaz de escrever melhor.

Adérito Barbosa in olhosemlente

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