poeta.adérito.barbosa.escritor.autor.escritor.artigos.opinião.política.livros.musica.curiosidades.cultura Olhosemlente

domingo, 16 de março de 2014

Nesga


E houve nesga de sol, Fátima Veríssimo.

E o sol brilhou, Leonidia Cunha.

Hoje fiz uma pequena caminhada junto ao mar. Acreditei no vosso presságio e levei a peito a vossa sugestão . O mar estava azul e sereno, o passadiço cinzento, muita gente gira, alguns encontrões e abanões, muitos cães à mistura, Gente mais que quantas, alguns corpos balofos e outros esbeltos quase todos libertos já do linho que os espartilhara durante o inverno. Decotes generosos desafiando os raios e olhares. Assim sim! Durante a caminhada cozia com os meus botões e dedilhava com gestos banais as nossas conversas de anos, como dedos nas cordas de um violão. - A Fátima acerta sempre, qual bruxa... - " Há sempre uma nesga de sol, um brilho na calçada cinzenta, um azul que persiste". Inacreditável encontrei uma colega de turma do Ciclo Preparatório. Eu não a reconheci mas ela reconheceu-me logo. Já é Avó. - O miúdo tanto tem de giro como é especialista em rir.
Beijinhos às duas incondicionais.

Adérito Barbosa in "olhosemlente"

Sem comentários:

Enviar um comentário

Publicação em destaque

Florbela Espanca, Correspondência (1916)

"Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinter...